História Adeus, inverno - Tablier rose

5:12, 27 de dezembro de 2018

Depois dos meninos terem acordado e tomado café na casa de Jisung, cada um foi para sua casa para tomar banho e colocar o uniforme, eram 5:37 quando todos já estavam de volta em frente a casa de Jisung para irem ao colégio juntos, estavam exaustos, tinha feito Seungmin cantar enquanto tocava seu aplicativo de piano boa parte da madrugada.

— Vocês viram as notícias? — Perguntou Changbin enquanto caminhavam.

— Juyeon? — Questionou Felix olhando para Changbin, que assentiu.

— É... Eu vi. — Disse Seungmin.

— O que será que está acontecendo... — Perguntou retoricamente Jisung que caminhava olhando para o chão, seus machucados ainda estavam visíveis e doloridos. 

Seguiram o resto do caminho em silêncio, chegaram no colégio onde alguns detetives podiam ser vistos na entrada junto do comum porteiro Kang, cumprimentaram todos com uma breve reverência e seguiram para sua sala, no meio do corredor, Jisung comunica que vai ao banheiro e se despede de seus amigos, dizendo que vai os encontrar na sala de aula.

Depois de ir ao banheiro, Jisung caminhava calmamente pelo pátio do colégio até ouvir passos rápidos vindo em sua direção, se assustou a ver — rever — o ''detetive bonitão'' que havia vigiado sua sala quando a notícia de Changmin saiu, notando o olhar do detetive em seus machucados, Jisung se virou rapidamente, rezando para não ser questionado sobre a origem dos ferimentos, talvez devesse ter rezado um pouco antes.

O detetive não demorou para lhe questionar a respeito, Jisung respondeu com a primeira desculpa que veio em sua cabeça, o que não pareceu convencer o detetive. Jisung ficou surpreso quando escutou o nome Jeongin sair da boca do detetive em sua frente, estava com medo de seu desespero ter ficado obvio demais. Levou o detetive até o ''ponto cego'' do colégio e lá acabou entregando o que tanto se esforçou para esconder, tinha praticamente dito que Kim Sunwoo fora quem bateu nele, estava morto, tinha certeza disso. As últimas palavras do detetive para Jisung e o sorriso fechado que o mesmo deu acalmou um pouco os nervos do pequeno Han, virou-se e caminhou em direção a sala de aula, o coração de Jisung parecia querer sair de seu peito a cada passo que dava, não sabia se era a menção de Jeongin, Sunwoo ou o sorriso do detetive — o qual nem o nome lembrava —.

Quando Jisung entrou na sala, todos já estavam em seus lugares e a professora estava de costas para a turma, escrevendo alguma coisa no quadro, fez o mínimo de barulho possível sentando-se em seu lugar, seus amigos o encaravam estranhos.

— Mas o que é você estava fazendo no banheiro? Perdeu o interrogatório. — Sussurrou Felix.

— Pensamos que você tinha caído na privada. — Sussurrou Seungmin, olhando para professora que ainda estava de costas.

— Depois eu explico. — Respondeu Jisung.

As aulas seguiram normais, vez ou outra, alguns sussurros a respeito da morte de Juyeon era escutado, mas a professora parecia ignorar todos esses. O sino indicando a hora de ir embora soou e alguns estudantes já se levantavam, saindo da sala em seguida junto da professora, ficando apenas os cinco meninos na sala, quatro desses encaravam Jisung.

— Sabe aquele detetive que veio aqui junto de um loiro quando Changmin morreu? — Perguntou Jisung olhando para seus amigos.

— O bonitão? — Questionou Felix, Jisung revirou os olhos e assentiu.

— Ele me perguntou sobre os machucados e- — Disse, sendo interrompido por Changbin.

— Você não contou, não é? — Perguntou preocupado.

— Na verdade não, ele descobriu. — Respondeu Jisung, rindo estranhamente.

— Como assim ele descobriu? — Questionou Hyunjin.

— Tá, talvez eu tenha entregado, mas eu não disse! Ele simplesmente chegou a resposta. — Respondeu Jisung.

— Você tá maluco?! Já pensou se Sunwoo descobrir, isso aí que você levou não vai ser nada. — Disse Seungmin encarando Jisung.

— Eu sei! Ele não vai, quando eu contei estávamos no ponto cego. — Disse Jisung nervoso.

— Você levou ele lá? Por quê? — Questionou Felix franzindo as sobrancelhas.

— Você queria contar, né? Ficou maluco. — Disse Changbin, passando as mãos no cabelo.

— Não queria! Até ele falar do Jeongin. — Falou Jisung, ficando de pé, todos os encararam surpresos.

— O quê?! Ele falou do Jeongin? — Perguntou Seungmin, Jisung assentiu.

— Ele não parecia saber do suicídio, me pediu a sala do Jeongin. — Disse Jisung.

— O que ele queria com Jeongin? — Perguntou Felix.

— Eu não sei, ele só perguntou se eu o conhecia e se sabia o porquê. — Respondeu Jisung, voltando a se sentar.

— Você respondeu? — Questionou Changbin, olhando para Jisung.

— O quê? O porquê? Não. — Respondeu sério. Alguns suspiros aliviados foram ouvidos.

— Por quê ele procuraria pelo Jeongin? — Perguntou Felix, olhando para o teto.

— Eu sei lá, essas foram as únicas coisas que ele disse. — Respondeu Jisung.

— Se eles não sabiam do suicídio... Será que tem alguma coisa envolvendo a investigação? — Questionou Hyunjin.

— Não tem como sabermos. Esqueça isso. — Disse Seungmin.

— Talvez Jisung descubra em um dos encontros com o detetive. — Disse Felix rindo, fazendo todos os meninos exceto Jisung rir junto.

— Engraçadinho... Eu nem lembro o nome dele. — Falou Jisung.

— Ah, não seja por isso, é Minho. — Falou Hyunjin ainda rindo. Jisung apenas revirou os olhos.

— Não se faça de difícil agora, você quem disse que ele era ''bonito demais pra ser detetive''. — Disse Seungmin.

— Ah, qual é, eu estava só comentando! — Se defendeu Jisung.

— Não custa tentar, vai que o detetive gosta de estudantes. — Disse Changbin, bagunçando os cabelos de Jisung.

— Parem com isso, ele deve ser muito velho. — Falou Jisung olhando pro chão.

— Fingido, ele não deve ter mais de vinte um. — Falou Seungmin rindo.

— Deixe-o em paz, vamos para casa. — Disse Changbin sorrindo.

— Ah! Como foi o interrogatório? — Perguntou Jisung, tentando mudar de assunto.

— Nada demais, perguntas semelhantes as do Changmin. — Respondeu Felix enquanto pegava sua mochila.

— E dessa vez responderam? — Perguntou Jisung curioso.

— O que você acha? Deixaram escapar que ele não brigava, batia, mas só isso. — Disse Seungmin.

— Aliás, se notarem que você estava ausente durante o interrogatório, você não vai ser suspeito? — Questionou Hyunjin enquanto saiam da sala.

— Minho disse que falaria para os amigos dele. — Respondeu Jisung dando os ombros.

— Ah! Também falaram que talvez nós sejamos alvos do assassino! — Exclamou Felix.

— Credo. — Disse Jisung.

— Está tudo bem Jisung não se preocupe. — Disse Seungmin rindo, Jisung o olhou confuso.

— O detetive irá te salvar. — Concluiu Felix rindo.

O interrogatório durou as primeiras aulas inteiras e a escola optou por não haver intervalo para que não acontecesse o atraso dos assuntos que estavam sendo dados aos estudantes. Os meninos saíram do colégio se despedindo do porteiro Kang e indo em direção a casa de Jisung, depois do acontecimento anterior, resolveram que levariam Jisung até em casa e voltariam para suas casas depois, apenas para garantir que nada do tipo acontecesse novamente. Sunwoo normalmente não escolhia em que iria bater, quem o olhasse de uma forma que ele não gostasse, seria um alvo de ''brincadeiras'' o resto da semana, ou até do mês, geralmente as agressões aconteciam em lugares poucos movimentados e sem câmeras ou chances de alguém interromper, e mesmo que os professores e diretores ignorassem qualquer coisa que Sunwoo fizesse, ele fazia escondido, caso alguém de fora visse, estaria com problemas. Depois de cumprirem a pequena missão de levar seu amigo em casa são e salvo, os garotos seguiram seu caminho e foram para casa.

15:25, 27 de dezembro de 2018

Felix havia convidado seus amigos — exceto Changbin — para irem até um café no centro de Seul, estava sentando em um banco próximo a um parque com seu guarda-chuva em mãos que sua mãe tinha recomendado devido a aparência do céu. Hyunjin chegou, depois Seungmin e por último Jisung, todos com guardas-chuva em uma das mãos.

— O que sua mãe disse sobre seu rosto? — Perguntou Seungmin assim que Jisung se aproximou.

— Ah, nem me fale. Eu nunca a ouvi xingar tanto. — Respondeu Jisung sorrindo.

— Bom, vamos indo. — Disse Felix se levantando do banco junto de Hyunjin e Seungmin.

— Onde vamos? — Perguntou Hyunjin enquanto caminhava atrás de Felix.

— A uma cafeteria. — Respondeu calmamente.

— Sem Changbin? Uau. — Disse Jisung fazendo uma cara de falsa surpresa.

— Continue andando Jisung. — Disse Felix indiferente.

Continuaram a caminhada até o centro da cidade calmamente, não era muito longe do parque onde haviam se encontrado, alguns vinte minutos e meio de caminhada e já estavam no meio em uma avenida lotada de pessoas, Felix continuou guiando os meninos até chegarem em um estabelecimento com letreiro enorme com uma lua cheia e ''Full Moon'' escrito do lado, Felix parou em frente ao local e os outros garotos o encaravam confusos, Felix abriu a porta da cafeteria sendo seguido pelos outros, se sentaram em uma mesa próxima a janela e aguardaram ser atendidos.

— Tá bom, por que estamos aqui? — Perguntou Seungmin quando sentaram, todos olharam para Felix.

— É uma surpresa. Fiquem quietos. — Respondeu o loiro.

Mesmo sem entender os meninos ficaram quietos assim como lhes foi dito. Não demorando muito, um dos atendentes viam em direção a eles, que se surpreenderam ao ver quem era.

— Ah não, eu sabia que não devia ter te contado o nome. — Falou Changbin assim que chegou perto da mesa. — O que vão querer? — Perguntou.

— Você fica diferente com o uniforme do trabalho Changbin. — Disse Felix rindo.

— Você trabalha aqui?! Por que não nos contou? — Perguntou Jisung, quase indignado.

— É de meio período, e porque eu não queria ter que contar que perdi depois e, não queria ter que aguentar vocês aqui vinte quatro horas. — Respondeu Changbin calmamente.

— Também te amo. — Disse Seungmin.

— Seu carinho por nós é adorável. — Falou Hyunjin enquanto olhava o cardápio.

— Parem de reclamar e peçam logo. — Disse Changbin sorrindo.

Depois de muito analisarem o cardápio, pediram todos um pedaço de bolo e café, comeram calmamente enquanto observavam Changbin atender mesas e orientar as pessoas quando não sabiam o que pedir.

Eram 17:00 quando Changbin fora liberado de seu trabalho e os meninos pacientemente ficaram o esperando para irem para casa juntos, perguntas como ''lá é legal?'', ''você gosta?'', ''eles te dão comida de graça?'' foram feitas a Changbin que as respondia sorrindo enquanto caminhavam, tinha começado a chover e — felizmente — todos estavam com seus guardas-chuva em mãos, quando chegaram no ponto onde, Changbin e Felix iam para um lado, Seungmin e Hyunjin para o outro e Jisung ia sozinho, durante uma breve discussão embaixo de seus guardas-chuva, foi decidido que Seungmin levaria Jisung até sua casa só por precaução. Se despediram rapidamente e se separaram.

— Preciso ir logo, antes que a chuva pare. — Murmurou olhando para o céu, voltando a caminhar enquanto assobiava.

.

Felix: ''Também ligaram pra os pais de vocês?'' — 22:01PM

Seungmin: ''Sim...'' — 22:01PM

Changbin: ''O quê está acontecendo?'' —22:02PM

Felix: ''A professora, ela foi encontrada morta na escola''—22:03PM

Changbin: ''O quê? A nossa professora?'' —22:03PM

Jisung: ''É...'' —22:04PM

Seungmin: ''Mas não tinham dito que só os estudantes podiam estar correndo perigo?'' — 22:06PM

Hyunjin: ''Devem estar tão surpresos quanto nós.'' —22:10PM

Jisung: ''No jornal disseram que a causa da morte foi a mesma que do Juyeon e do Changmin.'' —22:14PM

Felix: ''Por que isso tão de repente?'' —22:15PM

Seungmin: ''Juyeon e Changmin eu poderia dizer que entendo mas a professora...'' —22:17PM

Ela não era tão diferente.

Todos sabiam que a escola protegia os alunos afortunados, mas muita gente esquecia que grande parte dos funcionários faziam o mesmo. Sunwoo era o aluno mais poderoso nesse aspecto, o que explicaria toda a proteção que ele recebe quanto as suas atitudes. Os meninos passaram a madrugada tentando ligar a causa dos assassinatos, o que rendia várias piadinhas direcionadas ao Jisung, já que o grupo brincava de detetive.

7:50, 28 de Dezembro de 2018 

As aulas foram suspensas para a turma dos garotos, que combinaram de passar o dia na casa de Seungmin. A mãe dele estava mais animada que o próprio filho, ela adorava receber visitas, assim ela poderia mostrar todas as receitas que aprendera na internet. Os garotos também adoravam os lanches que a mãe dele faz quando os visitam, e claro, adoravam obrigar Seungmin a cantar pra eles a noite. 

Seungmin estava sendo obrigado a limpar toda a casa usando um avental cor-de-rosa para causar boa impressão, o garoto resmungava enquanto limpava a estante enquanto sua mãe já preparava alguns sanduíches para pôr na mesa. Hyunjin foi o primeiro a chegar já que mora mais perto, a mãe do garoto correu para por os sanduíches na mesa e abrir a porta sem o filho perceber, cumprimentou Hyunjin que deu um largo sorriso em resposta e voltou ao seus afazeres. Hyunjin riu ao entrar na casa e perceber que Seungmin usava o avental feminino demais na sua opinião e Seungmin resmungou por sua mãe não ter avisado sobre Hyunjin.

— Que fofo! — Disse Hyunjin, bagunçando o cabelo de Seungmin, que tirava o avental. — Ah não, ficou tão bem em você.

— Cala a boca. — Disse Seungmin.

Os outros meninos foram chegando aos poucos alguns minutos depois de Hyunjin e Seungmin atacarem alguns sanduíches. Se sentaram na mesa da cozinha de Seungmin enquanto comiam.

— Vocês vão no memorial hoje a tarde? — Perguntou Felix enquanto mastigava seu sanduíche.

— Sim... O diretor me pediu pra tocar lá. — Respondeu Seungmin pegando mais um dos sanduíches que estavam no centro da mesa.

— Nosso talentoso pianista! — Disse Changbin, bagunçando o cabelo de Seungmin, que resmungou em resposta.

— Precisamos ir de uniforme? Eu não trouxe o meu. — Disse Jisung depois de beber seu suco.

— Não. É só o memorial. — Respondeu Changbin.

— Será que alguém vai aceitar ser substituto sabendo que a antiga professora foi assassinada? — Murmurou Hyunjin enquanto mastigava.

— Eu teria medo. — Falou Jisung olhando para Hyunjin.

— Provavelmente vão demorar pra achar um.. — Disse Seungmin se esticando na cadeira.

— Talvez, quem quer ir ensinar em uma sala onde alunos são mortos e professores também? — Perguntou Felix retoricamente, rindo nervoso.

O dia seguiu calmo com brincadeiras e comilanças na casa de Seungmin, foram para o quarto de Seungmin onde o fizeram cantar mais uma vez enquanto tocava dessa vez com o piano que o menino tinha em seu quarto e até mesmo tentou ensinar Jisung e Felix a tocar, o que resultou em Jisung desistindo e tocando teclas aleatórias recebendo travesseiros em seu rosto. O memorial que aconteceria para a professora no colégio seria as 13:00, depois de muito tocar — ou tentar — o piano Seungmin, os meninos almoçaram e foram para o memorial.