História Adolescentes em Crise 3 - Na Faculdade - Discussão

Cheguei ao apartamento quase nove horas. E Caos estava lá com os meninos, enquanto jogavam um jogo de luta no play4.

- Chegou tarde, hem? – Caos comentou sem tirar a atenção da TV, enquanto jogava contra o Billy.
- E você ainda está aqui? – Respondi enquanto trancava a porta. – Não te dou o direito de fazer esse tipo de comentário comigo.
- Foi você quem estourou minha cara. – Disse ele, ficando com raiva.
- Mas quem me ameaçou de morte foi você. E quase cumpriu isso. – Disse parada em frente à porta, enquanto o encarava mesmo sem me ver. Billy pausou o jogo.
- Acho melhor você ir... – Billy falou um tanto baixo para Caos.

Caos encarou-me, deixou o controle sobre a mesa de centro, levantou-se e respirou fundo. Enquanto ele vinha em direção à porta, eu já estava destrancando a mesma. Abri a porta, e fiquei esperando a saída dele. Parou em minha frente e continuou a me encarar. Todos estavam em silêncio. Ninguém se atrevia a dizer exatamente nada! 

O clima com o Caos era muito diferente do que com os outros caras que eu já havia brigado. Com os outros, nós até poderíamos ficar nos encarando, mas se eu ameaçasse bater no cara, ele sairia de perto. Já com o Caos, eu sentia que se eu fizesse isso, só pioraria as coisas. E eu não queria isso. Então apenas ficamos nos encarando.

Ele saiu lentamente, enquanto continuava me olhando pelo canto dos olhos. Rapidamente fechei e tranquei a porta com todas as três trancas que havia.

- Por que esse desespero? – Billy perguntou olhando-me.
- Cara, você é idiota? – Perguntei encarando-o. – Não, espera. Você é filho da puta mesmo. Como sempre. – Fiz uma pausa. – Além de ter falado para esse filho da puta acabar comigo naquele dia no parque, mesmo com toda aquela cena, você manteve contato com ele. Você deixou ele entrar no nosso grupo. E você não percebe que ele não é normal?
- Nenhum de nós é. – Billy disse arqueando as sobrancelhas. Respirei fundo tentando me controlar. Todos os meninos continuavam ali. Olhando atentamente nossa discussão.
- Ok. – Respirei fundo mais uma vez. – Você concorda que quando nós éramos adolescentes, nós aprontávamos muito? E que nós éramos fora da lei? – Assentiu. – Se nós continuássemos fazendo aquilo agora que somos adultos, poderíamos nos ferrar de verdade em vários momentos. – Fiz uma pausa. – Agora, vamos supor que esse cara não seja nada confiável, porque ele é pior do que nós. Só que muito pior mesmo. Tipo alguém que tem cara de ser mafioso. Então.
- Ele não é desse jeito... – Billy apenas começou a falar, mas ignorei o resto do que ele disse.
- Fo-da-se! – Disse eu, pausadamente. – Só uma pergunta. – Respirei fundo novamente. – Vocês aceitaram numa boa a presença dele no grupo porque ele é realmente uma pessoa legal? – Perguntei aos meninos.
- Com a gente ele é normal... Só quando tem você por perto que ele vira outra coisa. – Kevin explicou.
- Ok... – Suspirei. – Vou tentar maneirar meus pensamentos quanto a ele. E vou tentar ser mais legal quando ele estiver por perto. Mas já vou avisando: se ele folgar, acabou amizade. – Disse eu, sendo séria, e fui para o quarto.