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História Adolescentes em Crise 3 - Na Faculdade - A Grande Festa - Fechamento das Férias - Parte 1


Escrita por: violetrevive

Notas do Autor


Boa leitura c:

Capítulo 36 - A Grande Festa - Fechamento das Férias - Parte 1


Posso dizer que deu um trabalhão pra achar o pessoal da época do colégio. Principalmente os meninos da turma do Pierre. Mas o Gabe nos ajudou com as técnicas de “hacker do bem” dele.

Minha mãe me deixou dar a festa na casa dela, e realmente foi como lembrar a nossa adolescência. Ela, como uma pessoa legal, até saiu de casa para viajar com o meu pai. Deixando a casa em minhas mãos. O Billy ficou louco com isso, e disse que seria a maior festa de nossas vidas.

Os preparativos para a festa foram básicos: bebidas e... Só. A comida tinha dentro da casa, e ninguém estava ali para comer, estavam ali para beber, curtir as músicas e fazer qualquer outra merda como sempre.

Eu e a Julieta fizemos uma enorme playlist. O suficiente para virar a noite e ainda sobrar música pra tocar. Mas pela cara que o Billy fazia toda vez que cruzava o caminho comigo pela casa, dava impressão que ele tinha mudado alguma coisa na lista.

Eram 23h00 e não parava de chegar gente há uma hora. Realmente todos estavam com a roupa que queriam. Nas divulgações da festa, no Twitter, os meninos chegaram a colocar coisas como “Venham do jeito que vocês quiserem. Se quiserem se achar punks com roupas pretas e jaqueta de couro com tachas de espinho, podem vir. Mas venham!”. E sim, tinha muito cara daquele jeito. Parecia mais um bando de adolescente, indo a mais uma festa, e querendo se divertir fazendo qualquer merda. Só que eram adultos... Ou melhor, eram adolescentes crescidos.

- Ótimo. Ótimo. Ótimo. – Julieta disse sorridente. Ela estava andando comigo até então. Estávamos preparadas com biquíni por baixo da roupa. Ela estava vestindo uma regata branca, um short hotpants e chinelo. – Essa festa vai bombar, e estou presente. Que emoção. – Disse ela, toda animada.
- To curiosa pra ver a galerinha do Pierre. – Eu disse sorrindo. Eu estava usando uma calça jeans preta, regata preta com estampa de caveiras, e também usando um chinelo. Estávamos circulando pelo espaço ao redor da casa, pra ver quem estava por lá.
- Eu não cheguei a conhecer esse cara, então...
- Ele é lindo. É o primo do Billy, tem olhos verdes e cabelos pretos. É um Billy da vida, só que com olhos verdes. Digamos assim. – Resumi.
- Uau... Então ele é mesmo gatinho. – Ela disse com um risinho.
- Mas não é nada confiável. – Alertei-a.
- É... Eu já desconfiava. – Disse ela. – Só pelo o que o Kevin disse, e a resposta do Billy na quarta-feira, já deu pra ver o quanto eles se dão bem. – Disse ela, com ironia.

Enquanto andávamos, próximo da piscina, vi três caras conversando. Um falso ruivo, e os outros dois tinham cabelos pretos. Bernardo... Pensei, assim que vi o ruivo. Os três estavam parecendo os meninos e o Gabe. Todos de preto; só estavam sem jaqueta de couro por causa do calor.

- Anda um pouco devagar. – Eu disse, segurando a Julieta pelo braço, sem tirar os olhos daqueles três.
- O que foi? Viu eles? – Perguntou curiosa.
- Acho que sim... – Respondi. Um deles guardou o celular no bolso e olhou ao redor. Olhou para mim, e pude ver seus olhos verde-esmeralda.
- Cara... – Julieta disse, tentando se manter no controle. – Os olhos daquele cara são lindos!
- Acho que é ele. – Murmurei.
- Deve ser. Porque olha... Vocês estão numa troca de olhares feroz.

Incrível que eu não lembrava direito das características do rosto dele, mas naquele momento eu soube que ele estava realmente muito bonito.

Os outros dois viraram para me olhar, e assim que o ruivo virou, tive certeza de que eram eles. Bernardo deu um sorriso malicioso quando notou que era eu. Mas o outro, que não consegui reconhecer, continuou me encarando.

- Não vai me apresentar seus antigos inimigos? – Julieta perguntou com ar de riso, chacoalhando meu braço.
- Ok... – Respondi. Respirei fundo, tomando coragem, e segui em frente de cabeça erguida.
- Olha só... Ela cortou o cabelo... – Bernardo disse com sorriso de canto. Respirei fundo, controlando-me para não bater nele.
- Valentina? – Pierre perguntou, arqueando uma sobrancelha.
- Sim. Sou eu, Pierre. – Respondi.
- Viveram felizes para sempre? – Perguntou ele, arqueando as duas sobrancelhas.
- Não. – Respondi. Ele se referiu ao dia em que saiu da minha vida e deixou eu e o Davi em paz. – Infelizmente não. – Respondi séria.
- Não foi culpa minha. – Disse ele, erguendo as mãos, com sorriso de canto.
- Eu sei... – Respondi com tédio. Olhei para o outro cara. Olhos pretos... Mas eu ainda não me lembrava dele.
- Não vai nos apresentar à sua amiga? – Bernardo perguntou com sorriso de canto.
- Gente, ela é a Julieta. – Indiquei-a com as mãos. – E Julieta, esses são: Pierre, Bernardo, e...
- Guilherme. – Respondeu sério, ainda me encarando. – Você não deve estar se lembrando de mim, porque na época do colégio eu pintava os cabelos de vermelho-vinho.

Ah claro! Agora me lembrei!

- Tinha mais gente no grupo, não tinha? – Perguntei.
- O Gabriel, mas ele foi para o grupo de vocês. – Ele respondeu. – O Gutto morreu, e o Felipe sumiu no mundo.
- Sumiu no mundo? – Julieta perguntou curiosa.
- Sim. Ninguém sabe dele. – Respondeu sério.
- Vish, que tenso. – Disse ela.
- Mas e o Billy? – Pierre perguntou. – Como ele está?
- Vocês ainda não se viram por aqui? – Perguntei com ar de riso.
- Não. – Respondeu.
- Então vou deixar como surpresa. – Respondi com sorriso de canto. – Se divirtam, tenho que rever o resto do povo. – Disse sorrindo, enquanto puxava a Julieta para voltar a andar comigo.
- Pode deixar. – Pierre disse com sorriso de canto.

Voltamos a andar, e sinceramente, na parte da frente da casa tinham muitas pessoas. Inclusive, o Harry parecia estar falando alguma merda para o Billy, porque enquanto ele falava com sorriso sacana, o Billy se remoía de raiva.

- Aquele cara... – Julieta disse. – O Guilherme, ele parece com o Rodrigo. No começo é sério, mas depois fica de boa.
- Ele era o mais legal do grupo, quando andei com eles por um dia. – Eu disse, e ela ficou surpresa.
- Você andou com eles por um dia? – Perguntou surpresa.
- Numa festa que eu dei. Uma das maiores festas que já dei. – Respondi séria.
- Meu Deus... Eu queria tanto ter vivido esse tempo todo aqui...
- Calma, Julieta. Sua vez de vivenciar uma das maiores festas chegou. – Sorri.

Fomos até onde o Harry e os meninos estavam. O Gabe saiu da casa com duas garrafas de cerveja, e ficou todo sorridente quando me viu. Entregou as garrafas ao Rodrigo e ao Kevin e foi tentar separar o Harry do Billy. Os dois estavam discutindo por coisas do colégio.

- Olá, Harry. – Disse eu.
- Olá, gatinha... – Respondeu com sorriso de canto.
- Gatinha, o caralho! – Billy disse revoltado. Eu e a Julieta olhamos para ele estranhando-o. – O que foi? – Perguntou irritado, encarando-nos de volta. – Preciso de vodka. – Disse baixo, e logo entrou na casa.
- Ataque de ciúmes? – Julieta perguntou pasma, olhando-me.
- Não faço ideia. – Respondi. – Você viu o Scott e o Gustavo? – Perguntei ao Gabe.
- Eles vieram comigo. A ultima vez que os vi, foi na sala, conversando com o Freddie. – Disse ele.
- Obrigada. – Sorri. E entramos na casa.

Passamos pela cozinha e vimos o Billy enchendo a cara, e um casal se pegando. Seguimos direto pra sala, e lá achamos os três idiotas. O único que tinha nos visto foi o Freddie, mas ele reagiu normalmente, fingindo que eu não estava ali. Aproveitei a brecha pra chegar por trás do sofá em que o Scott e o Gustavo estavam e dei um tapão na cabeça do Gustavo.

- E aí, galera!! – Gritei com ar de riso.
- Sua louca! – Gustavo reclamou, levando a mão à cabeça. Eu ri.
- Você continua cada vez mais chata. – Scott comentou.
- Antes isso do que cada vez mais adulta. – Sorri. Julieta riu de mim.
- Ficamos sabendo que você e o Davi terminaram de novo. – Gustavo disse arqueando as sobrancelhas. Encarei o Freddie e voltei a olhá-lo.
- Sim, terminamos. – Confirmei.
- E por falar nele... – Scott disse apontando por cima do sofá.

Davi estava passando. Ele tinha pintado o cabelo de castanho-escuro, e aparentemente não tinha nos visto ali. Resolvi chamar a atenção e então dei uma corridinha básica sem que ele me notasse, e coloquei o pé no meio do caminho dele. Ele caiu deslizando no piso liso, mas percebi que ainda tinha alguém me encarando. Olhei para o meu lado direito, e reparei que a Maria estava seguindo ele antes. A MARIA EDUARDA ESTAVA NA FESTA! EU NÃO ACREDITEI QUE ELE A LEVOU PARA LÁ!

Da cozinha dava para ver aquela cena, e o Billy e os meninos ficaram olhando com ar de suspense para mim.

- Val? – Freddie perguntou. Mas não respondi. Eu não conseguia parar de encarar a Maria Eduarda.
- Por que você fez isso? – Ela perguntou pasma.
- Porque eu amo implicar com quem me irrita. – Respondi com sorriso falso.
- Ah claro...

O Davi já estava em pé, mas ficou me encarando.

- Tudo bem, amor? – Ela perguntou a ele.
- Já viu seus antigos amiguinhos? – Perguntei antes que ele respondesse à pergunta dela.
- Ainda não. – Respondeu sério.
- Eles estão lá fora... – Eu disse séria. – Inclusive o Pierre.
- A turma do Pierre está aí? – Maria perguntou surpresa. – Achei que vocês fossem inimigos.
- E somos. – Respondi com sorriso sarcástico. – Mas, eu quero ver a festa pegar fogo, como diria o Kevin.

Davi:

Bem... Parecia que eu iria mesmo rever meus amigos de alguns anos atrás. Pedi para que a Madu fizesse o que quisesse ali na festa enquanto eu ia rever o pessoal.

A festa até então se resumia em “rever todos os antigos amigos e inimigos”. Eu já tinha visto o Gabe, o Freddie, o Scott, o Gustavo, a Dianna, e o Harry.

- E aí, Guilherme! – Disse eu, animado, cumprimentando-o com um forte aperto de mão.
- E aí, Davi! – Respondeu. – Quanto tempo, cara. – Disse dando alguns tapas no meu ombro.
- E aí, Bernardo! – Cumprimentei-o da mesma forma que cumprimentei o Guilherme.
- E aê, Davi! – Respondeu ele, animado.

Notei o Pierre apenas me olhando, esperando ser cumprimentado.

- Oi, Pierre. – Disse eu, retribuindo o olhar.
- Que bullying é esse? – Perguntou com ar brincalhão. – Não vai me cumprimentar como os meus amigos? – Apenas continuei encarando-o. – Só porque eu tentei separar você da Valentina na época de colégio? – Perguntou com ar de riso. – No fim vocês estão separados, e olha que a culpa não foi minha... – Disse com riso sacana, erguendo as mãos, demonstrando inocência.

Respirei fundo. Você é uma pessoa diferente... Você não precisa brigar com ele só por isso. Você é uma pessoa diferente, agora. Fiquei repetindo para mim mesmo, dentro da minha mente.

- Sim... Eu sei que não foi você dessa vez. – Respondi por fim.
- Querendo ou não, você sempre faz burradas, não é? – Perguntou com sorriso sacana. Respirei fundo. – Mas vamos mudar de assunto. – Sorriu descaradamente.
- E então cara, como anda a vida? – Guilherme perguntou.
- Tirando algumas coisas, bem. – Respondi.
- Por acaso essas coisas é a Valentina? – Pierre perguntou arqueando as sobrancelhas.
- Por que você não vai rever seu primo? – Perguntei encarando-o.
- Acho que sim... – Ele disse baixo.
- Olha, outra hora a gente se fala. – Falei aos caras e então saí de perto.

Seria ótimo se aquela festa fosse só de rock, pois seria dês-estressante ouvir um bom solo de guitarra naquele momento.

Valentina:

- Anda, qual pode ser a próxima música pra gente dançar? – Julieta perguntou enquanto verificava a lista de músicas no Just Dance de 2014.
- Não sei... – Gustavo disse.
- Coloca uma música da Ke$ha. – Freddie sugeriu.
- As músicas dela nesse Just Dance – Disse eu. – são só de dois participantes, na maioria das vezes. Ou em todas.
- Então coloca uma dela, e eu danço com você. – Freddie respondeu.
- Mas eu queria dançar também... – Julieta reclamou, fazendo biquinho.
- Coloca uma que tem aquele panda enorme, pra eu ser o panda. – Freddie disse, todo animadinho.
- Mas e eu? – Julieta insistiu.
- Depois eu danço Die Young com você. – Respondi.
- Ok. – Ela disse animada, e colocou na música C’mon.

Eu e o Freddie ficamos em nossas posições, prontos para dançar.

- Me lembro do dia em que você fez o Billy dançar essa música com o Rodrigo. – Freddie disse tentando não rir. Começamos a dançar, e eu não estava acreditando que iria dançar aquilo com o Freddie.
- Foi ridículo aquele dia... – Eu disse rindo. – E eu não acredito que estou dançando isso com você. Não aqui, numa festa.
- Tomara que ninguém filme. – Ele disse.
- Tarde de mais... – Julieta disse.

Olhei de relance para ela, e vi não só ela filmando aquilo, mas o Gustavo e o Scott também. Eu quis morrer!

- Droga! – Reclamei.
- Essa dança... É tão... – Freddie disse. – Estranha.
- Pra você ficar requebrando comigo, e depois no fim, eu ter que subir em cima de você... Com certeza! – Concordei.

xx

Depois de eu ter pagado aquele mico com o Freddie, e depois ter dançado Die Young com a Julieta. Nós estávamos procurando uma dança que desse para pelo menos quatro de nós dançarmos juntos. Até que ouvi uma voz conhecida me chamando.

- Val? – Olhei para trás e meus olhos brilharam.
- Didi! – Gritei, e saí correndo para abraçá-la.
- Val! – Disse ela, abraçando-me.
- Saiam! Saiam! – Disse eu, em tom alto. Peguei no pulso da Didi, e a puxei para frente da TV. – Depois a gente dança em grupo. Temos que dançar a nossa música. – Eu disse, tomando o controle das mãos do Gustavo.
- Você não vai por a que estou pensando não é? – Didi perguntou com ar de riso.
- Qual? Oath? Claro que não. – Respondi com sorriso sarcástico.

Nós dançamos Oath mais sorridentes do que nunca, e logo depois fiz os meninos dançarem comigo o Y.M.C.A., e claro que a Julieta voltou a filmar enquanto ela e todos que estavam por perto riam.

Estava tudo ótimo, até o Billy e o Thomas aparecerem do nada na sala, pegando no meu pulso e no pulso da Julieta. Os dois não disseram nada. Não cumprimentaram os meninos e a Didi, e não disseram para onde estavam nos levando.

No fim, nos levaram para o meu antigo quarto. Abriram o guarda-roupa e tiraram dois cabides com trocas de roupa para nós.

- Não demorem. – Billy disse. E saíram do quarto.
- O que eles pretendem fazer? – Julieta perguntou, olhando-me pasma.
- Cara... São roupas dos anos 70/80. – Respondi enquanto observava as roupas. – Provavelmente estão pretendendo aprontar alguma coisa.

Nossas roupas eram iguais. Saia de comprimento até aos joelhos, de renda preta e enchimento rosa choque; regata rosa, e jaqueta de couro preta. Prendemos nossos cabelos em um rabo de cavalo bem preso, e alto. Calçamos sapatilhas pretas que estavam ao lado do guarda-roupa, e nos sentimos estranhas.

- Daqui da pra ver a frente da casa, não dá? – Julieta perguntou.
- Sim. – Respondi.

Olhamo-nos, e então fomos até à janela. Conseguimos ver os dois lá embaixo, à frente da casa, vestidos com calça preta, e jaqueta de couro. Era o que dava para ver dali, já que estavam de costas para a casa.

- O que você acha que é? – Julieta perguntou.
- Acho que ele deu uma modificada na lista de músicas da festa. É isso que eu acho. – Respondi.

Saímos do quarto, e fomos até onde eles estavam. Todos que estavam dentro da casa ficaram nos olhando enquanto saíamos.

Quando saímos de casa, tinham várias pessoas fazendo um corredor onde os dois estavam. Billy e Thomas se viraram, e eu fiquei surpresa. Quase ri, na verdade. Os dois estavam usando calça preta, sapato social, camisa branca por dentro da calça e jaqueta de couro preta. Sem contar que os dois tinham feito topete com ajuda de gel.

Os dois nos olharam da mesma forma, parecia até ensaiado. Esticaram as mãos, enquanto nos olhavam com sorriso de canto e uma sobrancelha arqueada.

- Acho que nós vamos dançar... – Julieta cochichou comigo.
- Parece que sim. – Respondi com ar de riso.

Pegamos nas mãos deles, e eles nos trouxe pra perto. Thomas na frente do Billy, e a Julieta na minha frente. Cada um de frente para o seu par.

- O que é isso? – Perguntei.
- Já, já a música começa, por favor, colabore. – Billy disse.
- Essa era a grande surpresa? – Perguntei com ar de riso.
- Na verdade parte dela. – Respondeu. – Por favor, nos copiem ou então nos acompanhe. – Disse ele, em tom suficiente para que a Julieta também ouvisse.

Para a minha surpresa, começou a tocar Are You Gonna Be My Girl. Rock, claro, o que mais poderia ser?

Um ao lado do outro, eu e a Julieta começamos a imitar o Billy e o Thomas. Um pé para frente, meio de lado, e em seguida o outro. Essa troca de pés, enquanto estalávamos os dedos. O resto do corpo contribuindo para o passinho simples, dos primeiros segundos da dança. Até chegar a parte da guitarra, e acompanharmos as notas com mexendo os ombros; e logo em seguida erguendo os braços não muito alto. Cada um dando as mãos para o seu par, e continuamente mexendo os ombros, enquanto fazíamos os mesmos passinhos de antes com os pés.

Uma pausa no som e só o vocalista cantando. Voltamos a ficar um ao lado do outro, soltando uma das mãos. Enquanto isso, batendo um dos pés no chão, compassando a música. Na volta do som, mexíamos os ombros enquanto “deslizávamos” nossos pés para um lado, num passinho de época – na verdade, que passinho ali, que nós já tínhamos feito não era de época? Quando voltava a ficar só o vocalista cantando, parávamos, e depois quando o som voltava, fazíamos o mesmo, mas para o lado contrário. Depois de fazer isso por três vezes, voltávamos a ficar com as duas mãos dadas, e mexíamos novamente o ombro com aquele passinho de antes. Então, eu e a Julieta, éramos giradas, ou então eles giravam conosco sem soltar as mãos.

Naquele momento, aquela tinha sido a dança mais divertida da noite. Até que, independente da letra da música, já no fim da mesma, o Billy disse “I said are you gonna be my girl”, me puxou para perto dele, e me beijou.

Eu me afastei dele rapidamente, e ele ficou me olhando com aquele maldito sorriso de canto.

- Você ficou louco? – Perguntei encarando-o. – A Didi deve estar por perto, vendo isso, e provavelmente o Davi também está!
- E daí? – Perguntou com um sorriso sem vergonha.
- Você é demente! – Encarei-o, e então saí puxando a Julieta para dentro da casa.

Subimos para o meu quarto, para nos trocarmos de roupa novamente.

- Gente... – Disse ela, sem acreditar no que tinha acontecido. – Porque o Billy fez isso?
- Ele é demente. – Respondi com seriedade, enquanto nos trocávamos.
- Mas será que o Davi realmente viu?
- Não sei, mas é bom assegurar que eles estão bem distantes no momento.
- E como você vai saber disso? – Ela perguntou.
- Me trocando o mais rápido possível.

Nós já estávamos terminando de ajeitar nossos cabelos, quando começamos a ouvir várias pessoas batendo palmas lá fora num ritmo certo enquanto gritavam “Briga! Briga! Briga!”. Olhamo-nos paralisadas. Corremos para a janela de novo, e vimos o Davi enfrentando o Billy.

- Ah não... – Reclamei. – Estou dando essa festa na esperança de fazer o Billy brigar com qualquer cara, menos com o Davi! Se eu quisesse que eles brigassem, eu nem precisava montar uma festa pra isso...

Desci o mais rápido que pude. Mas enquanto eu descia as escadas junto a Julieta, ouvi várias pessoas gritando, como se estivessem comemorando alguma coisa. Com certeza a briga tinha começado. A batida da música eletrônica parecia contribuir para aquilo. Continuei correndo, a porta da frente já estava aberta para facilitar a circulação de pessoas, e eu praticamente voei no salto que eu dei da porta para fora. Saí empurrando todos para conseguir chegar até os dois brigões, e quando finalmente me deparei com eles, não soube como separar a briga.

- Porra! Alguém separa os dois! – Gritei, mas ninguém deu atenção. – Droga. – Murmurei.

Pulei em cima do Billy e dei uma chave de braço nele. Meus pés voltaram ao chão, sem que eu o soltasse, e senti como se tivesse enforcando-o de verdade. O Davi quis se aproveitar para golpeá-lo mais.

- Sai! – Gritei. – Sai daqui! – Gritei. Tive a impressão de viver aquilo por uma segunda vez. Os dois mal tinham começado a brigar e já tinham se machucado. Os dois estavam com pequenos cortes no rosto.
- Circulando! – Freddie gritou, batendo palmas, tentando fazer com que as pessoas parassem de influenciar a briga. – Circulando!
- Pra trás! – Eu disse alto, ao Davi. O Billy ainda estava lutando para se libertar da minha chave de braço, e ficou com as mãos no meu braço. Os dois pareciam cansados, mas dispostos a brigar ainda mais. – Eu vou te soltar. – Disse baixo, perto do ouvido do Billy. – Mas se você ir pra cima dele, eu te mato depois.

O Billy não disse nada, então aos poucos fui soltando-o. Ele caiu no chão, mas logo se levantou e ficou encarando o Davi.

- Por favor – Disse eu, entrando no meio dos dois. –, um pra cada lado da casa. O terreno não é tão grande, mas também não é pequeno. Então favor, cada um ficar pra um lado. Não quero mais brigas entre vocês. – Eu disse, tentando ser mais calma impossível.

O Davi se afastou aos poucos sem falar nada, enquanto o Billy apenas o encarava.

- Essa mania de alguns seres humanos darem uma de animais é tão ridícula. – Disse eu, encarando-o.
- O que você quer dizer com isso? – Billy perguntou, encarando-me.
- Quando dois machos resolvem brigar por causa de uma fêmea na natureza. – Fiz uma pausa. – Sabe, isso no mundo animal, tudo bem, é instinto, mas, porra, vocês são humanos. Que merda. – Disse encarando-o com estresse, e logo saí de perto.

Billy:

Eu poderia ter ido atrás dela, mas não fui. Fiquei no meu canto, como sempre.

Fui até o banheiro e lá coloquei a minha roupa de antes. Lavei meu rosto com água e parei por alguns segundos para me encarar no espelho. Eu até poderia estar cansado, mas estava com vontade de brigar pelo menos mais uma vez naquela festa.

Saí do banheiro e fui à cozinha pegar uma garrafa de vodka para mim. Assim que peguei a garrafa, fui até a sala e me deitei no sofá enquanto tomava alguns goles de vodka. Tomei praticamente a garrafa toda... E meu corpo estava dolorido.

- Olá, priminho... – Eu conhecia aquela voz... Conhecia o suficiente para ter certeza de que era o Pierre. – Bela briga, mas parece que perdeu a garota.
- O que você quer? – Perguntei sem me preocupar em olhá-lo. Ouvi seus passos se aproximando do sofá em que eu estava.
- Fazia muito tempo que nós não nos encontrávamos. – Disse com riso sacana. Ele queria briga... Mas eu não estava muito a fim naquele momento.

Algumas pessoas começaram a chegar ali para jogar Just Dance ou qualquer outra coisa, mas não me importei.

- Eu estava agradecido por isso, mas a Valentina insistiu para eu escolher entre dois convidados principais...
- Sério? – Perguntou em som irônico. – Entre quem e quem você tinha que escolher? – Perguntou em tom curioso.
- Era você, ou a Sansa. Preferi que você viesse. – Respondi com tédio.
- Claro, porque se a Sansa viesse, seria uma briga entre ela e a Valentina. E comigo aqui, a briga pode ser tanto com você quanto com ela. – Disse ele, parando próximo aos meus pés, encarando-me. Respirei fundo.
- O que você quer? – Perguntei.
- Só um pouco de diversão. – Ele respondeu com sorriso sacana, parecendo impaciente.

Olhei para a garrafa de vodka. Ainda tinha um pouco do líquido, mas não me importei em desperdiçar aquele tanto. Olhei para o Pierre, e ele ainda estava me encarando. Olhei para a garrafa e de novo para ele. Levantei-me rapidamente, segurando bem a garrafa de vidro e a taquei contra a cabeça dele, que logo quebrou – a garrafa, claro. Aproveitei que ele tonteou um pouco e fiz o clássico “cuecão” nele, e logo em seguida dei um chute na região da cintura, fazendo com que ele caísse deitado sobre os cacos de vidro. Em menos de um minuto de briga, as pessoas voltaram a se reunir para gritar por briga.

Valentina:

Eu, a Julieta, a Didi, o Freddie, o Gabe, o Gustavo e o Scott, estávamos jogando queimada com bexigas d’água no quintal de casa, quando o Gabe fez com que nós parássemos o jogo. Ele ficou paralisado, tentando prestar atenção em alguma coisa.

- O que é isso? – Perguntou ele.
- Isso o que? – Didi perguntou.
- Xiu! – Disse ele, prestando atenção em qualquer som. – Parece pessoas gritando. – Parei para prestar atenção, e de fundo passei a ouvir pessoas gritando por briga.
- Briga de novo? – Eu e ele falamos ao mesmo tempo. Todos se olharam, e então saímos correndo em direção a casa.

Chegamos à frente da porta da sala, e vimos que ali estava lotado de gente. Na beirada da porta tinham cacos de vidro com sangue.

- Billy? – Julieta perguntou.
- Não sei, mas deve ser. – Respondi.

Entramos no meio da multidão, e ali vi o Pierre e o Billy brigando. Apesar dos dois estarem machucados, eu sorri. Finalmente a briga que eu queria ver!

- Não vai separá-los? – Julieta perguntou, encarando-me.
- Não! – Respondi de imediato. – Eu queria muito rever uma briga deles. E agora que estou conseguindo, não vou pará-los. – Disse enquanto olhava atentamente cada golpe que um dava no outro.
- Você não vai acabar com essa briga por quê? – Gabe perguntou me encarando. Olhei-o com tédio.
- Acabei de responder a Julieta. – Fiz uma pausa. – Eu estava esperando pra ver essa briga. E se eu entrar ali no meio, vou acabar brigando também.
- Iria ser legal vocês dois contra um. – Gabe disse com sorriso de canto.
- Não. Isso não. Se eu acabasse brigando, eu derrubaria o Billy só pra poder brigar a sós com o Pierre. Mas eu não tenho motivos para brigar com ele. – Fiz uma pequena pausa. – Não mais.

 

Já deveria ter pelo menos cinco minutos que os dois estavam brigando e ninguém os separava. Eu me sentia obrigada a ir fazer isso, mas não queria. Até o Pierre dar um soco tão forte no Billy, que ele caiu no chão e permaneceu ali.

Todos ficaram em silêncio.

- Isso não é bom... – Didi disse. – Não sei como você não sente agonia vendo uma cena dessas.
- Eu já tive uma briga pior do que essa com um criminoso, como eu deveria sentir agonia?
- Você teve por que quis? – Perguntou.
- Em parte sim. – Respondi.
- É... Então você não precisa sentir isso.

O Billy não se mexia, e o Pierre apenas o encarava como se ele fosse o vencedor.

- Mais alguém? – Pierre perguntou, encarando todos que estavam ali.
- Acho que agora tenho motivo. – Disse eu, ao Gabe.

Dei um passo à frente. Todos que estavam ali ficaram me olhando como se eu não devesse fazer aquilo.

Andei até o Billy e me agachei ao lado dele. Tinham cortes na testa, no queixo e na boca. O nariz dele também sangrava; fiquei com um certo sentimento de culpa por causa daquilo.

- Billy? – Perguntei com esperança de que ele abrisse os olhos.
- Me tira daqui. – Disse ele, em tom baixo.
- Consegue se levantar? – Perguntei.
- Acho que sim... – Respondeu abrindo um olho de cada vez.
- Que lindo casal... – Pierre disse em tom irônico. Encarei-o com raiva, mas ele apenas riu.

Ajudei o Billy a se levantar, colocando meu braço esquerdo em volta da cintura dele, e o braço direito dele em volta do meu pescoço. Ele estava tão fraco que parecia uma lesma se rastejando.

- Me aguarde... – Disse eu, ao Pierre, fitando-o. E então saímos da sala.

Levei-o ao meu quarto e fiz com que ele sentasse na minha cama, com os pés esticados sobre a mesma. Fui ao banheiro do quarto, peguei uma caixa de algodão e água oxigenada, e voltei para o quarto.

- Você é louco de brigar logo depois de outra briga? – Perguntei, enquanto pegava um pouco de algodão na caixa.
- Você que não foi separar...
- Ah e a obrigação de separar é minha? – Encarei-o. – Saiba que eu queria ver você ganhar. Por isso não separei os dois. – Disse enquanto já molhava o algodão com um pouco de água oxigenada. Sentei-me na beirada da cama e comecei a limpar o machucado da testa.
- Ah! Essa porra arde! – Reclamou, empurrando a minha mão.
- Agora o senhorito ta fortinho né? – Disse encarando-o. Ele não respondeu nada, só ficou com cara de emburrado. – É para o seu bem, seu idiota. – Disse eu, voltando a limpar o machucado.
- Caralho... – Reclamou fechando os olhos. – Você não pretende brigar com ele, né?
- Claro que pretendo. – Respondi. Peguei outro pedaço de algodão e molhei-o para limpar o queixo. – O Kevin disse que eu queria ver essa festa pegando fogo logo depois que falei sobre o Pierre e os amiguinhos virem. E sim, eu realmente queria ver. Já que você não ganha a luta com ele, eu vou ganhar.
- Mas a nossa luta ainda não terminou. – Disse ele, parecendo determinado.
- Cala a boca, se não, não dá pra limpar o machucado. – Disse eu. Ele ficou quieto, e eu pude terminar de limpar o machucado. Mas tive que praticamente esfregar o algodão para que a mancha de sangue saísse.
- Você poderia ser mais delicada...
- Não. Eu não posso. – Respondi séria. – Mas agora me fala. Como assim a luta ainda não terminou? – Perguntei um tanto curiosa.
- A luta não termina enquanto a festa não acabar. – Respondeu sério.
- Então ta né.
- Não precisa limpar minha boca. – Disse ele, vendo que eu estava molhando outro pedaço de algodão. – Só de passar a língua, já arde. – Olhei-o de relance, sem dar muita atenção, e me virei para limpar o corte da boca. – Porra, eu disse que não precisa!
- Tem certeza que você é machão? – Perguntei arqueando as sobrancelhas.
- Tenho... – Respondeu com tédio.
- Então colabora, porque depois disso só falta limpar o sangue que escorreu do teu nariz.

 

Depois de limpar os machucados dele, desci até a cozinha e peguei uma garrafa d’água na geladeira. Enquanto eu olhava o que tinha de comida, começou a tocar mais um rock. Fiquei parada em frente a geladeira. Três pessoas que estavam conversando na cozinha, também pararam só para tentar descobrir que música era. Não era nova, disso eu tinha certeza. Então consegui lembrar qual era a música: Toxicity – System Of A Down.

- Billy... – Murmurei.

Peguei um saco de batatinhas no armário; fiz um lanchinho com pão, alface e tomate; peguei uma maçã e voltei para o quarto.

- Demorou... – Billy disse, assim que fechei a porta.
- Quantos rock’s você colocou no meio da lista? – Perguntei encarando-o. Deixei a maçã e o saco de batatinhas em cima da escrivaninha e entreguei a ele o lanche e a garrafinha d’água.
- Surpresa... – Disse ele, com sorriso de canto.
- Vai dar tempo de tocar todas até o fim da festa? – Perguntei.
- Pelos meus cálculos, sim. – Disse, e depois deu uma mordida no lanche.


Notas Finais


Finalmente postei uma parte da festa e espero que tenham gostado. Bem, aquela dança do just dance que o Freddie e a Val fizeram é essa (pra quem não sabe qual é): http://www.youtube.com/watch?v=iw2Psv0GchA se quiserem ver e imaginar os dois dançando, podem ver e rir kkk.
Bem, na segunda parte da festa ainda tem muita coisa pra acontecer. Então espero que fiquem ansiosos u_u kkkk Pretendo postar logo. Vou aproveitar o feriado pra escrever bastante :3
Se cuidem, e até o próximo cap c:


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