História Adotada Por Um Vampiro - Capítulo 65

Larah

Me pergunto se Derick irá cumprir com o que pedi, queimar o corpo da Camélia deve ser difícil para ele, respiro fundo e fico ninando Dylan para ver se ele dorme, acho que preciso falar com Danilo, fiquei curiosa ao saber que Derick matou a primeira esposa dele, quero saber o que aconteceu.

Coloco Dylan no berço e mando uma das babás cuidar dele, é difícil deixar ele sendo cuidado por outra pessoa, mas é o melhor a se fazer pois não sou vampira para cuidar 24 horas por dia.

Entro no quarto do Danilo, vejo ele assinando alguns papéis, me sento na cama e espero ele terminar, fico alguns minutos esperando até ele terminar.

Danilo —esta precisando de algo, Larah? / Pergunta vindo em minha direção.

—sabe, sua mãe me deixou algo, uma casa e um celular, eu realmente posso ficar com eles? / Pergunto meio insegura.

Danilo —você deve ficar por respeito a ela, veio aqui pedir o número do Vinícius? / Eu não tinha pensado nisso.

—não, mas já que falou...... / Acho que preciso falar com Vini uma última vez.

Danilo —me dá seu celular. / Entrego o telefone a ele, vejo ele pegar o dele e começar a mexer, depois de mais ou menos dois minutos ele me entrega.

—por que demorou tanto? / Pergunto pois acho que iria demorar menos tempo.

Danilo —adicionei o meu número e o dos membros da minha família caso precise de alguém. / Dou um sorriso vendo o nome deles.

—obrigada, eu vi os caixões no porão debaixo do quarto do Derick, você sabia disso? / Pergunto puxando assunto.

Danilo —sim, ele tem a forma dele de passar pelo luto, apesar de ser bem errado. Consigo sentir cheiro de insegurança e curiosidade em você. / As vezes esqueço que ele tem um nariz bem apurado, mas não sabia que ele conseguia sentir esse tipo de cheiro.

—eu estava discutindo com o Derick, durante a conversa ele falou que matou sua primeira esposa e.....

Danilo —quer falar sobre alguma outra coisa. / Ele parece não querer falar sobre isso.

—por favor, juro que não entro mais nesse assunto. / Falo com um olhar fofo.

Danilo —esta bem sua chata. / Vejo ele deitar na cama, acho que a história vai ser longa, deito ao lado dele pois minhas costas estão doendo um pouco.

—qual era o nome dela?

Danilo —o nome dela era Kiri, faz uns 300 anos que isso aconteceu, quer mesmo ouvir? / Ele realmente parece que não quer falar.

—sim, pode falar do jeito que quiser, só desabafa um pouco. / Falo desligando a luz do abajur para ver se ele fica mais tranquilo.

Danilo —eu nunca imaginei que me casaria com um ser como ela, eu não queria de jeito nenhum, mas era necessário na época que alguém da família casasse por causa de um acordo de paz, os vampiros estavam sem territórios na época, os lobos estavam em grande quantidade, eles poderiam acabar com os vampiros naquele momento, então para o bem de todos foi necessário um casamento entre um lobo e um vampiro, esse vampiro fui eu e a loba era a irmã mais velha do Killian. / Se eu estivesse bebendo algo iria engasgar.

—você seria o tio de consideração do Klaus. / Falo sem perceber.

Danilo —Dandara me convenceu a casar com ela, que poderíamos nos dar bem, eu e Kiri nos casamos, fomos morar um uma parte rural de Vincell onde ela poderia se transformar e caçar seu alimento. Eu a odiava e ela me odiava da mesma forma, sempre que era lua cheira ela tentava me matar, era violenta e selvagem, ficamos assim por um ano mais ou menos, nesse época eu não parava naquela casa por nada. / Se pensar que os dois foram obrigados a se casar até que é uma reação normal.

—vocês dormiam em quartos separados? / Pergunto curiosa.

Danilo — eu ficava no sofá quando queria descansar pois ela destruiu o quarto de hóspedes na parte de cima da casa, ela não me suportava, nesse momento eu já queria que ela morresse. No primeiro ano foi assim, no segundo ela parou de tentar me matar e só me ignorava, eu não aguentava esse relacionamento, então só fiz o mesmo e fingi que ela não existia, ela era forte e sempre mostrava que não precisava de ninguém.

—continua. / Falo curiosa.

Danilo —no terceiro ano de casados notei que ela estava sem ânimo, parecia triste, nem queria mais me chamar de sanguessuga, não foi ruim, até que eu vi ela chorando, depois da visita do pai dela entendi o motivo do choro, antes do nosso casamento ela estava noiva de um alfa, ela foi obrigada a se separar do amor da vida dela por causa do acordo de paz. Ela estava chorando por que o alfa que ela gostava tinha se casado com outra loba. / Eu queria estar comendo uma pipoca agora.

— contínua. / Falo ouvindo.

Danilo —eu tentei anima-la, pois ouvir ela chorando já estava me incomodando, comprei chocolates e doces diferentes, ela recusou tudo, dizia que eu estava tentando envenena-la. Sempre que ela entrava no cio se trancava no quarto, eu ficava longe, mas de alguma forma eu queria entrar lá, um dia eu estava assinando alguns papéis quando ela me puxou da cadeira e me levou para o quarto, eu só sabia que naquele momento ela estava no cio.....

—ela te estuprou? / Pergunto curiosa me divertindo com a história.

Danilo —acho melhor pular essa parte. / Quando ele diz isso puxo a camisa dele.

—NÃO! EU TÔ CURIOSA! ........ desculpa / Eu sou muito infantil.....

Danilo —Ela trancou a porta do quarto e exigiu que eu transasse com ela, falou que não aguentava mais ficar virgem sabendo que não casaria com um homem que gostasse pois já era casado com um sanguessuga. / Não posso dizer que essa Kiri estava errada.

—e você transou com ela? / Pergunto curiosa, pois sempre quis escrever um livro sobre romance entre uma vampira e um lobisomem.

Danilo —sim, eu estava dois anos sem sexo, ela sempre gostava de ficar por cima e me arranhar. Me senti um prostituto, ela sempre transava comigo quando queria, sempre que eu tentava algo ela me negava.

—o que aconteceu depois? Quantos anos tinha na época? / Pergunto curiosa.

Danilo — uns 90 anos eu acho. / Antes dos cem anos um vampiro é considerado adolescente.

—você e sua falecida esposa não se gostavam, mas isso não explica por que Derick matou ela. / Falo apoiando minha cabeça no abdômen dele.

Danilo —eu e ela ficamos dez anos casados, nesse tempo o reino de Vincell cresceu e conseguiu poder, não só esse reino como todos os outros reinos vampiros, depois disso o concelho não queria mais o acordo de paz entre lobisomens e vampiros, eles queriam dominar tudo. Eles queriam matar a Kiri e entregar o corpo dela para mostrar que o acordo de paz não existia mais, eu não consegui salvar ela do Derick. Agora vamos mudar de assunto. / Parece que isso é algo que ele quer que fique no passado.

—ela nunca engravidou? Acho que a trezentos anos atrás não existia camisinha ou remédios para impedir isso. / Ele parece mais tranquilo agora.

Danilo —chegou a engravidar sim, mas pelo que pareceu sempre perdeu, não sei se ela abortava ou simplesmente perdia, híbridos naturalmente nascem mortos. / Devo imaginar que ele não queria um filho fruto desse relacionamento.

—iria aceitar ser pai de um híbrido? / Pergunto curiosa e ele fica um tempo pensando.

Danilo —naquela época acho que não, eu era muito diferente, hoje em dia talvez. / Pensando direito agora acho que passar por tudo isso seria bem traumatizante.

—desculpa por entrar no assunto, como o Killian era na juventude? Ele tem trezentos anos? / Pergunto curiosa.

Danilo —os lobisomens que comem o coração de um vampiro costumam viver mais tempo, na verdade qualquer ser que tem contato com o sangue não envelhece. / Por Killian ser o supremo precisa defender seu povo de vampiros então querendo ou não ele tem contato com esse sangue.

—obrigada por me contar. / Falo sonolenta.

Danilo —você é uma péssima ouvinte com a mente poluída. / Agora é eu que tenho mente poluída?!

—tenho que me levantar. / Falo com preguiça, a cama dele é mais macia do que a minha, isso é injusto, ele nem dorme.

Danilo —espera, amanhã quero de levar na apresentação da Bela Roz, lembro que era muito fã dela quando criança. / Eu amava as músicas dela, ela parecia ser tão amável mesmo sendo vampira.

—serio?! Mas por que? / Pergunto animada.

Danilo —é seu presente de aniversário. / Mas meu aniversário é daqui a uma semana, por que estou estranhando, ele sempre me deu presente antecipado.

—está bem, até amanhã, Nilo. / Falo me levantando e saindo do quarto.

Estou com um mau pressentimento, vou ao quarto de Dylan pois ele não sai da minha mente, chegando lá vejo uma das babás com uma agulha na mão indo em direção ao berço.

—o que está fazendo?/ Pergunto estranhando, se o Dylan precisasse de algo alguém iria me avisar.

Babá —eu..... Preciso tirar o sangue dele para fazer exames. / Tem algo de errado.

—ninguém me avisou sobre isso. / Falo e ela corre até o berço e pega Dylan que começa a chorar.

Babá —eu preciso dele, o concelho mandou. / Vejo os olhos dela ficarem vermelhos.

—LARGA ELE! / grito brava, ele está com medo.

Tento pegar Dylan de volta mas ela me empurra no chão, eu quero revidar, mas não posso com o pequeno no colo dela, depois que ela passa correndo me sinto inútil, nem consigo proteger um bebezinho. Me levanto e escuto um barulho alto, corro na direção do som, veja a empregada no chão do primeiro andar, Danilo está segurando Dylan enquanto olha a cena.

—você a empurrou?

Danilo —o corrimão quebrou e ela caiu, só pensei em salvar meu irmão. / Ele não parece culpado.

Escuto outro som, vou até a sala ao lado e vejo Derick a quebrar o pescoço de uma empregada, os olhos dela são vermelhos o que afirma que é uma vampira, vejo o bebê que estava no porão dormindo em cima da poltrona, ele está com os olhos abertos mas não chora, está tranquilo ao contrário do Dylan, eles parecem ter somente dois meses de vida.

Danilo —parecem que tentaram roubar seu filho, pensei que não faria falta já que nem colocou um nome nele. / Como assim ele não deu nome para o próprio filho?

Derick —eu não acredito que o concelho fez mesmo isso. / Ele está bravo pois seus olhos estão vermelho sangue.

Vou até o bebê em cima da poltrona, ele parece sonolento, está olhando para mim de uma forma estranha, pego ele no colo, sinto meus seios ficaram sensíveis, nunca pensei que bebês iriam me deixar tão peituda de uma forma dolorida. Vejo David e Daniel aparecer na sala, ele está preocupado.

David —uma empregada tentou tirar o sangue da Daniela. / Mas o que está acontecendo aqui.

Derick —ela conseguiu? / Pergunta sério.

David —não, Daniela cortou a garganta da empregada e tacou ela do terceiro andar. /Estou no meio de assassinos, é foda.

Derick —ainda bem, Larah pode cuidar dele já que infelizmente acordaram o dorminhoco? / Pergunta me olhando, ele não ia cumprir minhas exigências pelo que vejo.

—tem como colocar um nome no garoto?! / Falo já brava.

Derick —por que não escolhe, mas como tradição tem que começar com D. / Aí ferra né.

Danilo —não queria me meter, mas Derick, você precisa falar com o concelho. / Diz olhando o irmão.

Derick —sei disso. / Vejo Daniela aparecer na sala, ela parece brava.

Danilo —por que está com essa cara prima. / Reparo que a roupa dela está quase toda aberta.

Daniela —estragaram minha primeira noite com David, eu já cansei desse concelho, já bastava a insistência deles em tentar me casar. / Ela ia transar com David, agora entendi, pera aí, como ela diz isso tão tranquilamente.

Daniel —estragaram o que? / Daniel está sério olhando David e a irmã.

Derick —meus deus Daniel, para de ser protetor, nem eu era assim com a Diana. /Era protetor sim, mas não se metia na vida amorosa.

Daniel —por isso que ela está grávida. / Eita.

Derick —ela está casada e engravidou por que quis. / Vejo Diana ouvir tudo da porta, ela nem entra na sala e vai embora junto com Logan.

Daniela —vamos deixar algo bem claro, se alguém tentar controlar minha vida eu mato igual fiz com meu primeiro noivo, isso também vale para irmãos, Daniel. / O sangue dessa família é de assassinos psicopatas só pode.

Danilo —chega! Daniela e Larah irão cuidar dos bebês essa noite, ninguém precisa cuidar da Diana pois o marido dela está aqui, todo mundo além delas sabe se proteger. / Fiquei ofendida.

Essa noite vai ser tensa e talvez Danilo nem saia comigo amanhã.