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História Adrenalina - Acampamento


Escrita por: gaichi

Notas do Autor


Voltei com mais um capítulo, dessa vez não será tão grande nem terá nada muito revelador, porque resolvi dividí-lo em duas partes para não ficar muito grande e massante de ler.
Enfim, desculpe a demora e espero que gostem.
O próximo deve sair amanhã bem cedinho!~
Boa leitura <3

Capítulo 3 - Acampamento


Os raios de sol que insistiam em queimar suas peles ainda estavam ali para confirmá-los de que, pelo menos, ainda estavam vivos.

Greta, Tyr, Ryan e Claire caminhavam exaustos ainda pelo dia corrido que tiveram.

Á frente do grupo estava Greta, que ainda carregava o chapéu de xerife que ela havia pegado daquele garoto há alguns meses. Ela olhava o objeto com certo entusiasmo e admiração, o que acabou provocando olhares de indignação de seu irmão mais velho.

— O que foi? — Greta indagou confusa para Tyr.

 

— Desde quando você ficou tão estúpida, agindo daquela maneira? — Tyr perguntou.

 

Recebeu como resposta um olhar mais confuso ainda da irmã.

— Eu não fiz nada de mais, apenas gostei desse chapéu de xerife e quis para mim — respondeu risonha, colocando o chapéu em sua cabeça.

— O Tyr ter razão, Greta, aquele cara podia estar com os amigos por perto — Ryan se pronunciou.

— A gente já fez isso antes — Greta os respondeu — Afinal, ocorreu tudo bem. O que é que deu em vocês?

— O que é que deu em você, garota — Tyr parou de caminhar bruscamente, fazendo os outros três fazerem o mesmo e o encararem — Se metendo na minha frente assim, eu podia ter cuidado das coisas e agora estaríamos lá no acampamento deles e não aqui tostando debaixo dessa merda de sol.

Agora foi a vez de Greta o olhar indignada. Ele estava discutindo pelo que afinal? Por ela ter pegado o chapéu dele? Por não ter o matado?

— O que você teria feito diferente de mim? Teria matado aquele pobre garoto e os amigos dele no acampamento, porque com certeza isso é algo que você faria, Tyr — Greta esbravejou — Eu só estou dizendo que a gente não precisa mais fazer as coisas do seu jeito, Tyr, a gente não precisa mais matar qualquer um que apareça em nossa frente.

Tyr passou a mão pelo rosto, impaciente.

Claire e Ryan se entreolharam brevemente e deram alguns passos para trás, deixando os dois irmãos Holmes discutirem com um pouco mais de privacidade. As brigas entre ambos eram frequentes então não era algo que eles deveriam se preocupar, apenas observavam a discórdia rolando em suas frente.

— Então de repente você se importa com isso agora? — Tyr continuou — Qual é, Greta, não banque a compreensiva. Há meses você matava sem dó nem piedade, agora você sente pena?

— Não é isso, Tyr, eu só... — foi interrompida.

— Não. Tudo bem se você quiser ficar se arriscando trocando conversas fiadas com qualquer um que a gente encontrar na estrada — o loiro disse, voltando a andar — Se você quer morrer, tudo bem, mas não nos mate também.

Voltou a andar, sendo seguido por Ryan e Claire que não ousaram a dizer mais uma palavra sequer. Estavam exaustos demais para tal.

Após andarem mais alguns metros naquela estrada reta, avistaram de longe um carro antigo que aparentava estar abandonado, com as duas portas da frente abertas. O grupo destravou suas armas e foram verificar se o local estava seguro.

Após uma pequena ronda ao redor, decidiram que era seguro e iriam ficar ali essa noite.

Greta e Claire se aproximaram da lateral do carro, logo percebendo que havia um zumbi, já morto, sentado no banco.

Claire logo o puxou pelo braço, o fazendo cair para fora do carro e deixando uma poça de sangue seco no lugar onde estava sentado anteriormente.

— Eu estou tão cansada que nem me importo — Claire disse se referindo ao sangue no banco. A ruiva retirou sua bolsa e arma e se sentou no banco, esticando as pernas e suspirando pesado.

Greta riu.

Após todos se acomodarem no carro — Tyr no bando do motorista, com as pernas em cima do volante, Ryan ao seu lado que já se encontrava dormindo e Claire no banco de trás já em seu segundo sono —, Greta sentou ao lado de sua amiga e tentou descansar um pouco.

Enquanto o sono não vinha, Greta se permitiu fazer algo que não fazia a muito tempo: relembrar do passado.

FlashBack On.

— Papai, mais rápido.

A pequena Greta dizia olhando pela janela de casa, verificando, a pedido do pai, se algum “comedor de pele” estava por perto.

— Aguenta só mais um pouco, Querida, eu já estou quase acabando aqui — Sr. Holmes dizia enquanto terminava de encher uma mala com suprimentos — Eles estão vindo?

— Não... Ainda não, papai.

— Certo, então continue de olho para o papai, sim?

— Tudo bem.

Sr. Holmes corria contra o tempo pegando tudo que eles poderiam precisar e colocando dentro daquela enorme mala que eles só haviam usado uma vez desde que a compraram a dois anos atrás.

— Pronto, filha, vamos — ele disse.

Pegou na mão de Greta e, após dar mais uma olhada pela janela e não ver nenhuma movimentação, puxou a filha e a rumaram até a garagem onde seu filho e esposa os aguardavam no carro.

— Amor, conseguiu pegar tudo? — Sra. Holmes disse assim que avistou seu marido e sua filha adentrarem a garagem rapidamente.

— Eu espero que sim.

— Vem aqui, Querida — Sra. Holmes disse e chamou a filha com as mãos, esta que correu em sua direção para receber o afago carinhoso em seus cabelos macios — Entre no carro e fique com seu irmão por um instante, entendeu?

— Sim, mamãe.

— Tudo bem, agora vai lá que a mamãe vai conversar com o Papai rapidinho, sim? — disse para a filha antes de colocá-la dentro do carro onde o irmão se encontrava sentado e quieto, completamente imerso em seus pensamentos com seu fone de ouvido, e fechar a porta.

Do lado de dentro do carro, a pequena Greta conseguia observar com seus olhinhos curiosos seus pais conversando sobre algo num tom baixo para que os filhos não ouvissem.

De repente, Greta só lembra de ter visto muitas pessoas mortas andando e vindo em direção aonde seus pais estavam e, num segundo, foram para cima de seus pais e Greta não entendia o que estava acontecendo.

— Mamãe! Papai! — a pequena Greta gritou de dentro do carro enquanto tentava a todo custo abrir a porta, sem sucesso.

Tyr se permitiu retirar os fones e olhar através do vidro, vendo seus pais serem atacados e mordidos por zumbis enquanto sua irmã chorava desesperadamente.

Ele viu seu pai, todo ensanguentado, se levantar e correr para apertar o portão que fechava a garagem, ficando para fora e deixando apenas seus filhos a salvo. Depois disso ele não viu mais nada.

FlashBack Off.

Já era de manhã. Um barulho foi ouvido, fazendo todos do carro despertarem ao mesmo tempo.

Era um tiro.

Três para falar a verdade.

Rapidamente os quatro pegaram suas armas e saíram, se deparando com um jovem loiro com uma touca preta que corria de um lado pro outro tentando despistar dois zumbis, mas sem sucesso.

— Socorro — o rapaz disse assim que viu os quatro o observando — Socorro, me ajudem. Me ajudem, por favor.

Greta hesitou um pouco, mas assim que olhou para seu irmão e viu ele assentir brevemente com a cabeça, foram para cima dos zumbis e os acertaram com suas facas.

O garoto respirava pesadamente e parecia ter corrido muito, a julgar pelo suor em sua testa e a respiração ofegante.

— Obrigado. Muito obrigado, eu não consegui matá-los com minha faca e minha munição acabou — o rapaz foi dizendo de uma vez.

— Hum — Tyr disse, em seguida fez um sinal para Ryan e ambos foram revistar o garoto, que aparentemente falou a verdade.

— Quem é você? — Tyr perguntou.

— Meu nome é Ron.

— Você tem um acampamento? — Ryan perguntou.

— Sim — ele disse, mas pareceu hesitar — E vocês?

— Não. Aonde fica o seu? Vocês aceitam pessoas? — Ryan foi dizendo, recebendo um olhar de reprovação de Tyr logo em seguida.

— Na verdade, aceitamos sim — Ron disse, observando mais atentamente os quatro que estavam em sua frente e notando algo especial — Mas espera, você aí atrás.

Disse se referindo a Greta. Todos ficaram confusos.

— Hã? — Greta disse.

— Esse chapéu... Aonde você conseguiu ele? — disse e apontou para o chapéu de xerife que Greta ainda usava.

— Eu... Achei. Eu achei no chão — Greta resolveu não falar que tinha pegado daquele garoto que ela nem lembrava mais o nome.

— Será que ele fazia parte do grupo de Ron agora? — Greta pensou por um momento e olhou para o resto de seus amigos que pareciam pensar a mesma coisa.

— Algum problema com ele? — Claire se pronunciou, dando alguns passos em direção a Greta.

— Não, claro que não. Eu só... Esqueçam — Ron disse por fim — Venham comigo, eu os levarei para o meu acampamento!

 

• ────── ✾ ────── •

 

Os raios de sol que teimavam em escapar pela fresta da janela despertam Carl.

Já eram por volta do meio dia e Carl se preparava para mais um dia.

Olhou para o cômodo que estava e, por alguns segundos, demorou a reconhecer sua nova casa. Seu novo trailer, na verdade.

Já haviam se passado alguns bons meses desde que ele e seus colegas estavam na estrada, agora eles tinham um acampamento.

Isso mesmo, um acampamento.

Não era muito grande e nem se comparava a fortaleza que sua antiga comunidade, Alexandria, costumava ser. Este pequeno acampamento era o lar de aproximadamente dez sobreviventes que se conheceram há pouco tempo, na estrada.

Carl, Enid e Ron acabaram esbarrando com algumas pessoas na estrada desde que saíram daquele carro velho à procura de seus amigos. Encontraram pessoas boas, é claro, que resolveram se permanecerem juntas e tentar construir alguma coisa no meio dessas ruinas e caos que estavam suas cabeças.

Além dos três mosqueteiros, o primeiro recrutado para o acampamento fora Henry. Um jovem loiro que é bem tímido, apesar de ser muito bom com seu bastão. Nancy e Barbara também foram encontradas logo em seguida, elas eram amigas e estavam juntas quando Carl as encontrou em uma casa abandonada. Maxine veio logo em seguida. Depois Mike, Will, Dustin e Lucas também se juntaram a eles.

Todos jovens.

Adolescentes, para sermos mais precisos.

Por algum motivo, o universo quis os juntar. Pode ter sido o universo, ou não, mas o fato é que estes totais desconhecidos estavam dispostos a se manterem vivos, por isso teriam que lutar juntos dia após dia para se tornarem mais fortes e seguirem lutando.

Após despertar completamente, Carl se levantou de sua cama e se sentou.

Em sua nova casa — trailer —, ele morava sozinho. Tinha suas poucas coisas e era um local bem desorganizado. Mas ele se encontrava em sua bagunça.

Carl pegou sua arma e, após fazer suas necessidades, saiu do trailer.

O acampamento já estava de pé.

Era um local bem calmo, no final de uma estrada e a alguns poucos metros dentro da floresta. Não havia muros muito altos (dois metros aproximadamente), mas era seguro. Pelo menos até o momento. Havia alguns trailers e containers que eles encontraram no local, o que acabou servindo de moradia para eles, e deu certo aparentemente.

No meio desse caos todo, Carl acabou se tornando o líder dessas pessoas por algum motivo que ele desconhecia.

Deve ter herdado o dom de liderança de seu pai. Com certeza foi dele que ele herdou.

Carl, apesar de conhece-los a pouco tempo, se preocupa com o bem estar de todos. Se estão com fome, precisando de alguma coisa, se sentindo seguros. Esse tipo de coisa. Após isso, eles resolveram adotar o jovem Grimes como um líder.

Afinal, as pessoas — por alguma razão —, precisam de um.

— Bom dia, Carl — Maxine disse, esta que se encontrava ao redor da fogueira, sentada com outros dos sobreviventes.

Carl acenou com a cabeça.

Logo avistou Enid, que vinha em sua direção sem perceber já que estava distraída olhando ao redor.

— Oi, Enid — Carl disse, a esperando parar.

Mas ela só sorriu e continuou a andar.

— Enid — chamou-a.

— Oi? — ela respondeu, dessa vez parando de andar.

— Você está bem? — indagou.

— É, estou sim — respondeu baixo, ia voltar a caminhar mas Carl segurou-a pelo braço, a forçando a parar novamente — O que houve?

— Eu que deveria te perguntar isso.

— Não estou entendendo.

— Você está estranha há tempos, eu não tive tempo para te perguntar sobre isso pela correria que tudo se tornou desde que construímos esse acampamento — ele continuou, enquanto Enid o olhava questionadora.

— Ainda não estou entendendo — ela riu, nervosa.

— Olha, só estou querendo dizer que você está distante. Quero que saiba que pode contar comigo se estiver precisando de alguma coisa, você é minha melhor amiga e eu me preocupo com você.

Enid deu mais uma risada nervosa.

— Sua melhor amiga, é claro que sou.

Carl franziu o cenho.

— Não é nada demais, Carl, eu só... sou apenas sua amiga como você ressaltou.

— O quê?

— Infelizmente você nunca me viu como mulher — ela disse, fazendo Carl entender aonde ela queria chegar — E eu só descobri isso agora, então...

Carl a interrompeu, surpreso.

— Enid, sobre aquilo que eu disse outro dia, não foi bem isso que eu quis dizer, é que... — Carl foi interrompido.

— Não, Carl, está tudo bem. Mesmo, não liga para mim — Ela disse, tocando em seu braço de leve e sorrindo para ele — Eu sou só uma tola mesmo. Por favor, vamos esquecer essa conversa toda? — os dois riram.

— Enid, eu... — Carl foi interrompido por Enid que se inclinou em sua direção, depositando um beijo em sua bochecha direita.

— Eu tenho que fazer uma coisa agora, mas a gente se vê depois — disse por fim, saindo e deixando Carl para trás.



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