História Advogada do Diabo - Ma terrible tentation

Minha terrível tentação.

Londres, abril de 2015

▬ Bieber, sai daqui. – falei com uma voz meio trêmula.

▬ Ei, para com isso. Eu sei que você quer, você não pode fugir.

▬ Não, eu não quero. Me solta. – tentei empurrá-lo, mas não consegui. – Tudo bem, me deixa só ir no banheiro.

▬ Você não vai pra lugar nenhum. Não vou te deixar fugir de mim.

▬ Me solta ou eu vou gritar.

▬ Poxa. – ele abaixou a cabeça. – Eu jurava que você queria. Sério, achava que estava te deixando louquinha por mim. Mas já que você não quer, pode ir. Não sou nenhum estuprador. Será que algum dia vou poder te levar pra minha cama? – ele sorriu malicioso.

▬ Tchau Justin.

Voltei para onde os garotos estavam, com Justin vindo logo atrás de mim. Eu não parava de lançar olhares para Chaz, ele era muito bonito. Ele percebeu que eu estava o olhando e começou a olhar pra mim. Continuamos bebendo e eu estava ficando completamente louca. Chaz veio falar comigo, também bêbado.

▬ Tá gostando da festa?

▬ Claro. Acho que estão todos se divertindo.

▬ É, principalmente o Bieber. – ele apontou para Justin, que tinha umas quatro mulheres dançando peladas em volta dele. Eu ri. – Esse cara nunca vai criar juízo.

▬ A não ser que ele se apaixone. – falei e Chaz deu uma gargalhada.

▬ Justin apaixonado? Acho que nunca vai rolar. Isso que está acontecendo agora é basicamente o estilo de vida dele. Mas e você, já se apaixonou?

Lembranças me metralharam nesse momento. Eu, com 16 anos, caindo de amor por alguém. Nick. Eu e ele saindo para jantar. Nós dois dançando no meio da rua de madrugada. Fazendo planos para o futuro. E então, tristeza e sofrimento. Depois disso, prometi que nunca mais me apaixonaria desse jeito. Prometi não me envolver demais e era isso que estava fazendo. Porém, acho que não foi amor. E se paixão já doía tanto, imagina o amor? Eu não queria experimentar essa dor.

▬ Faz tempo. – respondi. – E você?

▬ Eu tinha uma namorada. Mas não deu muito certo.

Continuamos conversando e bebendo. Depois de um tempo, Chaz acabou chegando mais perto de mim e eu o beijei. Ele estava com bafo de cachaça, mas eu também estava. Seus lábios eram macios e nossas línguas se moviam com sincronia. Meus dedos passeavam por baixo de sua camisa, arranhando-o. Uma de suas mãos segurava meus cabelos com força, enquanto a outra estava em minha cintura. Em momento algum ele tentou descer a mão. Beijamo-nos até perdermos o ar.

Depois de mais meia hora, decidi ir para o hotel. Já eram quatro da manhã e tudo que eu queria era dormir, já que meu voo estava marcado para meio dia. Despedi-me de todos e entrei num táxi. Assim que cheguei, fui para a varanda fumar um cigarro. Deitei-me e acabei dormindo imediatamente, mas fui acordada algum tempo depois. Olhei no relógio e eram cinco e meia da manhã. Quem poderia ser?

▬ Vim aqui para te falar que você é uma vagabunda. – Justin estava completamente bêbado. – Eu to a muito tempo tentando te pegar e você pega o meu amigo que acabou de conhecer.

▬ Tá bom. Só isso?

▬ Só.

▬ Então vou voltar a dormir. Boa noite. – ia fechando a porta quando ele colocou o pé.

▬ Posso usar seu banheiro? Tô quase mijando aqui.

▬ Vai lá. Vou voltar a dormir, quando sair fecha a porta.

Ele foi cambaleando até o banheiro e eu me deitei na cama. Quando estava quase dormindo de novo, senti Justin deitando-se do meu lado.

▬ Quer foder comigo? – ele perguntou.

▬ Foder?

▬ É, transar, fazer sexo. Tipo, eu coloco meu pau em você, enquanto você enlouquece com tanto prazer.

▬ Eu sei o que é foder e não, muito obrigada. Pede pra uma das suas garotas.

▬ Não, eu quero foder com você. Já comi todas elas, você é carne nova, quero te provar.

▬ Sai daqui, Bieber. Vai pro seu quarto, eu quero dormir.

▬ Nem uma rapidinha?

Suspirei e levantei da cama. Abri a porta para ele, que saiu frustrado.

Voltei a dormir e acordei me sentindo renovada. Estranhei, pois não havia dormido tanto. Olhei no relógio e vi que eram três da tarde. Merda, tinha perdido meu voo. Tomei um banho, vesti-me e resolvi sair para almoçar.

No meio do caminho, encontrei Justin. A situação em que ele estava me fez rir. Não pelo que ele estava fazendo, mas sim por ser ele fazendo isso. O garoto, vestido com roupa laranja, estava com um saco catando lixo do chão. Quem diria, Justin Bieber como gari. Quando me viu, ele abaixou a cabeça. Fui até ele.

▬ Como está seu primeiro dia de trabalho comunitário? – perguntei.

▬ Você não deveria estar longe daqui?

▬ Perdi meu voo. Mas então?

▬ Perdeu nada. Sei que ficou para poder se entregar pra mim.

▬ Claro, tava morrendo de vontade disso.

▬ Fala sério Desirée, a quanto tempo você não transa? Deve estar mofando aí.

▬ Quatro dias.

▬ Sério, com quem?

▬ Não interessa, Bieber.

▬ Ah, não brinca, aquele cara do pub. – fiquei calada e acendi um cigarro. – É ele, não é? Você tendo a oportunidade de transar comigo e prefere um barman.

▬ Claro. Ele é muito mais bonito, mais inteligente e mais divertido que você. – soltei a fumaça de minha boca. Justin pegou meu cigarro e deu um trago. – E aliás, ele não é galinha.

▬ Esse é o meu problema? – ele levantou as sobrancelhas. – Ser galinha?

▬ Basicamente. Você tem que entender que não sou mais uma na listinha de ninguém. Agora, vou almoçar. – peguei o cigarro de sua mão e segui em direção ao restaurante.

Almocei uma lasanha e fui para o aeroporto comprar minha passagem. O próximo voo era dali a duas horas e acabei ficando por lá mesmo. Quando entrei no avião, torci para que nunca mais tivesse que ver Justin.