História Aeternum - Decisões

Décimo Quinto Capítulo

         Decisões

- O que aconteceu naquela caverna? – James suspirou e olhou para os machucados pelo corpo. Seu corpo mesmo depois de várias poções ainda doía. Lembranças do sorriso sádico do Lorde vieram a sua mente e seu corpo tremeu.

- Ele convocou seu mestre durante a consumação do vínculo. – Falou e apertou o punho. – Ele conseguiu entrar em contato com o Lorde através da marca.

- Parece que Tom aperfeiçoou a marca mais do que eu havia pensado. – Falou irritado.

- Você me prometeu que só o usaria para conseguir algumas informações e depois eu poderia leva-lo comigo, quando vamos começar usa-lo?

- Se acalme James, as coisas logo começaram a tomar forma. – Falou e sorriu. – Agora que conseguiu completar o vínculo, ele ouvira somente a você e mais ninguém.

- Assim espero.

...  

  Tom empurrou tudo que havia na mesa para o chão irritado. Ele se sentou e se encostou.

   As coisas haviam desandado na ultima semana, Severus havia tentado matar ele, era como se ele estivesse sendo controlado, seus olhos ficaram vagos e ele falava sozinho.

  Tom teve que tranca-lo em um quarto protegido. Isso já fazia dois dias. E eles não haviam feito nenhum avanço desde então.

- Temos que conseguir o contrato magico, não temos como tira-lo disso sem saber com que tipo de vinculo estamos lidando.

- Não consegui entrar em contato com Desmond Prince ainda. – Falou Lucius cansado, ele se sentou.

- Terei que derrubar as enfermarias da Manor Prince. – Tom apertou o punho.

- Meu senhor  - Regulos entrou correndo, ele respirou fundo. – Meu... meu irmão, ele disse que antes de Severus vir para cá, ele havia o levado a um lugar, parece que esse lugar fez Severus pensar de forma mais consciente.

- Lugar? Que tipo de lugar. - Falou indo em direção a ele, Regulos abaixou a cabeça.

- Fica dentro da floresta proibida.

- Você está sugerindo que eu leve Severus para aquele lugar de novo? – Regulos deu um passo para trás. Ele apertou os punhos.

- Se tiver alguma chance de atrasar isso, sim, eu estou sugerindo que o levemos para a floresta proibida. – O Black colocou as mãos na mesa, olhando para o Lorde, Tom se sentou. – Quando Severus esteve lá, ele saiu completamente diferente, queria terminar com James, e decidiu deixar os comensais, por que estar lá, mostrou para ele que ele não precisava de nada disso para conseguir ser quem ele queria ser.

- Que garantias tenho de que seu irmão não está mentindo para ajudar o Potter...

- Sirius voltou a morar com nossos pais, você não faz ideia do quanto Sirius odeia nossa mãe, e desde que as aulas terminaram, ele tem agido como um Black de verdade, e tem usado toda a influência que uma das 28 sagrada poderia ter sobre as outras famílias puro sangue. Tudo isso para derrubar os Potter. Ele tem procurado aquele verme maldito em todo lugar, mas o único lugar provável e da qual não temos acesso, é Hogwarts.

- Isso...

- Sirius tem certeza absoluta que Dumbledore tem algo nessa historia. – Falou e cerrou os dentes, ele aperrou o punho. – Aquele velho desgraçado está protegendo o Potter, e é a única pessoa que James tem contato que poderia ter ensinado isso a ele.

- Aquele velho demente...

- Meu senhor, eu confio em Sirius com minha vida, e irei me responsabilizar por qualquer coisa. – Regulos se ajoelhou, Lucius suspirou e se levantou da cadeira, então se ajoelhou ao lado do mais novo.

- Eu confio no julgamento de Regulos, My Lorde, deveríamos ouvi-lo e tentar.

  Tom respirou fundo e olhou para os dois que estavam de cabeça baixa, ele confiava nos dois, confiava em Lucius que já fazia parte do circulo interno. Porém, era sobre Severus que estava falando, pela segurança dele, Tom não confiaria em ninguém.  

- Quero verificar o local primeiro. – Tom falou se levantando.

- Claro, My Lorde. – Regulos se levantou.

- Vá até seu irmão, iremos nos encontrar na orla da floresta proibida. – Falou serio e Regulos assentiu antes de se virar e sair.

- Meu senhor. – Lucius se levantou e olhou para o Riddle.

- Não confiarei a vide de Severus à nada que eu não entenda. – Falou Tom e saiu da sala, indo se preparara para ir conhecer o local.

...

- Eu sei Sirius, que ele não vai poder passar, mas o Lorde tem que ver com os próprios olhos. Ele não vai confiar em ninguém, não depois do que aconteceu. – Os dois Black estavam dentro do quarto do mais velho, em Grimmould Place. – Não com a vida de Severus correndo risco.

- Como... como ele está? – Sirius perguntou baixo, Regulos se encostou na parede perto da porta.

- Cada vez pior, ele não come e tem implorado para que o levasse até o Potter. – Sirius apertou a varinha com força.

- Juro que quando eu colocar as mãos nele, não sobrara nada daquele Potter desgraçado. – Sirius falou olhando para o irmão.

- Vamos? O Lorde deve estar nos esperando. – Sirius assentiu e respirou fundo se preparando.

....

  Sirius parou entre duas grandes árvores, ficava em uma parte bem funda da floresta proibida, que aparentemente os Centauros não iam, ele respirou fundo e se virou, o Lorde das Trevas o olhava.

   Os dois mantiveram o olhar por um tempo. Sem desviar um do outro, Tom estreitou ao olhos e Sirius virou o rosto, aceitando que perdeu, ele olhou para o chão. O rosto quente, ele balançou a cabeça e suspirou.

- Eu... Severus foi a única pessoa que conheço que passou por ela, além de mim. – Tom se aproximou, Sirius o olhou surpreso quando o Lorde parou com os dedos a centímetros da barreira.

- É uma barreira feita pela própria magia da floresta. – Falou o Lorde olhando com curiosidade. – Magia pura.

- Você pode ver? – O lorde o olhou.

- É claro, você não pode? Como encontrou então? – Tom andou de uma árvore até a outro.

- Eu posso ver somente quando estou na minha forma animaga. – Tom olhou, encarou o mais novo por um tempo.

- Entendo. Quem mais sabe sobre esse lugar? – Sirius olhou pro irmão.

- Severus e Remus. – Falou e se mexeu desconfortável. – Eu cheguei a trazer Já... o Potter, mas ele não passou e também não sentiu, então decidi apenas não contar. Agora eu entendo porque a magia não o deixou passar.

- O lobisomem é confiável? – Sirius o olhou.

- Sim.

   Tom se aproximou novamente da barreira, ele estendeu a mão e sua mão passou, como se não houvesse nada, ele estreitou os olhos. Ele olhou pro Black que andou até a barreira e atravessou, sumindo diante dos olhos dele. Depois voltou.

- Não tem nenhuma chance, ou algo que possa fazer para ele passar? – Lucius perguntou e Sirius negou com a cabeça.

- Eu e Severus estávamos de mãos dadas, mas não acho que isso resolva alguma coisa.- Tom apertou o punho e decidiu ignorar.

- Não posso passar, mesmo que minha intenções sejam puras. – Falou o Lorde e respirou fundo.

- Por que? – Regulos perguntou confuso.

- Minha alma está muito manchada. – Falou e pensou nas horcrux. – Meu núcleo está completamente negro.

- Não acho que o núcleo interfira, na decisão da floresta. – Sirius falou. – Severus passou, ele não é tão inocente, sei que ele já matou, e que o núcleo dele está bem corrompido. Mas Severus precisava de ajuda, tinha algo de errado com ele, talvez ela quisesse ajudar ele.

- My Lorde, se quiser, posso trazer alguém aqui que possa...

- Eu confiarei em você, Sirius Black. – Tom se virou para ele, os dois se olharam. – Espero que seus sentimentos sejam realmente genuínos. – Tom andou até o Black que travou no lugar, sem saber como reagir. – Você ficara com ele até conseguirmos quebrar esse vínculo.

- Mas... Vold... Lorde... – Sirius travou, sem saber como chama-lo. Ele olhou para o chão.

- Tom, me chame de Tom. – Regulos e Lucius olharam assustados para o Lorde, os dois estavam surpresos. – Há algum problema em minha escolha?

- Mas, e se Severus... eu e James...

- Severus não irá culpa-lo ou se sentir perturbado pela sua presença, ele não teria interferido quando tentei te matar, se guardasse algum rancor de vocês. – Sirius baixou a cabeça.

- Irei cuidar dele.

- Espero que sim. – Tom manteve os olhos em Sirius por um tempo, quando o mais novo o olhou ele se virou e saiu andando.

    Sirius conseguiu respirar com mais facilidade. Ele olhou para o irmão que sorriu para ele.