História Afinal de contas, você é meu herói! - Sentimentos

Quase todas as pessoas do bairro paravam para ver as lindas luzes brilhando intensamente no escuro da noite. Kaminari e seus amigos eram os primeiros a chegarem na entrada do festival, onde tinham marcado o local do encontro com os demais amigos.

-Ué! Cadê o povo?! –Ashido questionada isso pela milionésima vez, enquanto bufava indignada com a demora.

-Você quer o que?  Você chegou tipo, meia hora antes de começarem a preparar o festival. –Kirishima tinha razão e a menina do ácido apenas aceitou.

-Olhem ali! –Kaminari dizia empolgado enquanto apontava para o céu. Logo, alguns fogos de artifício eram soltos, espalhando-se pelo céu negro. As luzes coloridas preenchiam os olhos de quem via de longe. –QUE LEGAL! –O loiro gritava, muito feliz. –Vamos entrar! Vamos! –Ele tentava puxar seus amigos, que também estavam empolgados, mas eles queriam esperar os demais.

-Espera Kaminari! –Mesmo dividindo a alegria do amigo, Kirishima queria outra pessoa ao seu lado. –Temos que esperar pelo Baku.... Quero dizer, pelos demais que ainda vão vir.

-Hum! –A menina rosa sorria maliciosa enquanto se aproxima do amigo ruivo. –Então quer dizer que está esperando pelo Bakugo?

-Oh! –Kaminari logo entrava na jogada sorrindo da mesma forma que a amiga. –O que o Bakugo-kun significa para você, Kirishima-kun? –Com duas pessoas o olhando de forma nada normal, o ruivo resolveu então se virar, agarrar os dois e entrar no festival sem esperaram seus amigos.

-E-Ei Kirishima-Kun! E-e os outros?

-Vocês não disseram que queriam entrar? Então vamos entrar! –"Quem sabe assim eles não me deixam em paz..." pensava ele.

Não muito depois, outros alunos da A.U entravam no festival. Uraraka chegava com Asui e Yaoyorou, em seguida vinha Kuda, Shouji e Hagakuri. O restante foi chegando aos poucos, alguns sozinhos, outros em grupos. Não apenas a turma 1-A estava lá, a turma B se fazia presente junto com outros alunos de outros cursos e alunos do segundo e terceiro ano.

Os professores eram poucos, Present Mic estava lá para um show especial, a professora Midnight e o diretor Nezu apenas passeavam rapidamente pelo festival enquanto os alunos e as pessoas se divertiam aos montes. Passou se um bom tempo até que Lida e Izuku chegassem ao festival, logo na entrada encontraram a garota da gravidade conversando com Kendo, aluna da classe B.

-Oh! Deku-kun! –Ela se aproximava ao ver que os dois pareciam meio perdidos. –O que aconteceu? Vocês estão atrasados.

-Desculpa, Uraraka-san. Mas acabamos pegando um transito. –Midoriya respondia.

-O Metro estava bem lotado. –Lida complementava. –Aliais, está muito bonita, Uraraka. –O representante notava que ela vestia um yukata rosa florido.

-É verdade, e-está bem bonita, U-Uraraka-san.... -O portador do One For All também elogiava.

-A-Ah... O-Obrigado Lida-kun, Deku-kun. –Ela agradecia sem jeito.

-Bem, eu preciso seriamente ir agora! –Lida dizia tenso do nada. –U-Uraraka-san! Sabe onde é o banheiro? –Ele dizia desesperado.

 -Bem, o mais próximo fica ao lado daquele templo. –A ruiva apontava para longe e o representante observava chocado.

-Certo! Obrigado! –Ele saia correndo com todas as forças até o local e as duas meninas apenas riam.

-A onde foram hoje? –Ochaco mudava o assunto.

-A-ah, sim.... Nós fomos no centro, Lida tinha que comprar algumas coisas e Todoroki-kun precisava resolver um assunto particular.

-Oh.... Onde está ele? –A garota da gravidade não via o meio ruivo em lugar nenhum.

-Ele ficou para trás, ele nos disse que iria encontrar a gente aqui... Todoroki-kun não queria que a gente perdesse o festival...

-Entendo.

-EI! –Kaminari gritava, chamando atenção. –Vocês ai! Venham! Vamos ver o Kirishima e o Ketsu Ketsu na queda de braço! –Ele fazia sinal para os três irem na direção dele.

-Não acredito. –A aluna da turma B já pensava no que o amigo poderia estar fazendo para chamar a atenção. Os três caminharam até o lugar onde os dois alunos disputavam a queda de braço.

-Agora eu ganho! –Tetsu Testu estava confiante, ele segurava firmemente a mão de Kirishima.

-Quem vai ganhar aqui, sou eu! –Eijirou também estava confiante e queria vencer, já que ele tinha prometido isso a um certo alguém.

Não muito longe, uma pessoa corria o mais rápido que podia para poder chegar ao festival, ele suava enquanto pensava no atraso que teve, tinha prometido a Midoriya que iria encontra-lo, Todoroki queria encontra-lo para lhe dizer algo muito importante.

Ao chegar na entrada do festival, viu várias pessoas, nenhuma delas era quem ele procurava. Tentou acalmar seu coração acelerado, após respirar profundamente, Shoto caminhou entre as pessoas, procurando por Izuku.

-VAI! –Ele ouviu várias pessoas gritando, então pode ver um grupo de pessoas reunidas. Por relance conseguiu ver alguém de cabelo verde. Se aproximou e teve certeza que era a pessoa quem ele procurava. –AEE! –A multidão gritava, torcendo tanto para Eijirou quanto para Tetsu Tetsu.

-Midoriya! –Todoroki segurava o pulso do menor, que instantaneamente se virou para encarar a pessoas que o tocava.

-Ah... Todoroki-kun... –Ele parecia surpreso por ver o mais velho. –Que bom que chegou! –Ele sorria. -Venha ver a luta! -Dizia animado.

-Eu...

-ISSO! –A multidão gritava, vendo como Eijirou estava em vantagem.

-O que você disse?! –Izuku tentava falar mais alto que a multidão, mas eles gritavam demais. Então Shouto precisou tira-lo de lá. Puxou o portador do One For All para longe. Eles caminharam para longe de todos, ficando distante até do festival. –To-Todoroki-kun! Nã-Não acha que estamos longe demais? -Midoriya soltav a mão do mais velho, observando o festival que estava longe.

-Hum... –Ele parava para observar o quanto caminharam, dava apenas para ver luzes ao longe. –Desculpe. Mas eu precisava conversar com você.... É importante.

-O que foi? Aconteceu algo? –O mais novo já o encarava com preocupação.

-Eu não posso mais. –Ele começava a falar. –Não posso mais esperar, eu sempre esperei a melhor oportunidade, mas toda vez.... Você tinha um problema. -Ele respirava fundo se lembrando das reflexões que tinha feito a caminho e dos dias que se passaram.

-O que você está falando? –Midoriya estava confuso, as palavras não faziam sentido e ele não sabia como reagir.

-Eu gosto de você, Midoriya.

-Ah.... –As lembranças de ontem voltavam, seu rosto ganhava a mesma coloração de antes. Suas mãos tremiam e ele não sabia o que dizer, seu coração batia tão forte que ele temia que o mais velho pudesse escuta-las. –To-To-Todoroki-kun e-eu....

-Midoriya, eu sei que está com problemas agora, sei que quer suas memórias de volta, mas.... Isso é injusto, sabe? Enquanto você tenta seguir, eu continuo aqui, esperando uma oportunidade para poder dizer isso.

-Eu... –Um turbilhão de pensamentos invadia a mente de Izuku, ele não sabia o que responder, o medo estava presente. –Sinto muito. –Essas foram as únicas palavras que ele conseguia dizer sem gaguejar. Estava com tanto medo. –Eu.... Não posso corresponder a isso, desculpa. N-Nós ainda n-não.... Nós conhecemos direito e....

-Midoriya. Você sabe o que você esqueceu? –Os olhos de Izuku filtravam a tristeza do mais alto. –Você me apagou de suas memórias.

-Eu te apaguei... das minhas memórias. Co-Como assim, você tinha me dito que....

-Eu só disse aquilo porquê não queria te assustar, todas as vezes que eu falava com você, logo depois você se esquecia de mim....

-Eu... Esquecia de você, como isso pode ser possível? Todoroki-kun, eu não me lembro de você... Como eu posso ter te apagado das minhas memórias?! -Shoto cerrava os punhos e torcia para que ele fosse dizer agora ajudasse o menor.

-Eu entrei junto com você na U.A, entrei por recomendação, assim não precisei fazer a prova. Lutamos um contra o outro no festival desportivo. –Shouto se aproximava, ficando mais perto de Izuku. –Nós... Salvamos o Lida quando ele foi lutar contra o Stain. –Dizia de maneira baixa para que ninguém pudesse ouvir, mesmo os dois estando sozinhos.

-Vo-Você.... Como?! Eu e o Lida.... Nós prometemos não contar...

-A ninguém, eu sei de tudo isso, porque eu estava lá! –O portador do One for All ficava sem palavras, mesmo não conhecendo muito Todoroki, ele sabia que o mais velho não estaria mentindo, seus olhos eram sinceros. –Sei que é difícil acreditar, mas é a verdade. Eu quero te ajudar, por favor. –Shouto esticava sua mão para poder alcançar a de Izuku, mas ele recuava.

-D-Desculpa, Todoroki-kun, mas eu... 

-Não diga nada. –Ele o cortava. –Eu não quero desistir de você, não quero desistir disso... Então, por favor. Não me responda ainda, quando se recuperar, você poderá me dar uma resposta.

-Mas e se isso não acontecer?

-Então eu irei conquista-lo. –O mais alto queria toca-lo, mas sabia que isso só assustaria o outro. –Vamos voltar. –Ele se afastava e caminhava em direção ao festival.

-Todoroki-kun! –Midoriya o chamava e ele parava de andar, mas não o encarava. –No-Nós já tivemos algo? –Ele perguntava inseguro, mas sabia que deveria tentar, queria suas memórias de volta.

-Não. –Ele respondia o encarando por trás do ombro. –Eu comecei a nutrir esse sentimento depois da nossa luta no festival, é a primeira vez que digo isso a você... –Ele se virava novamente, caminhando e se afastando de Midoriya. –Vamos.

-H-Hai... –Izuku começava acompanha-lo em seguida, os dois ficavam distantes, Todoroki andando na frente, enquanto Midoriya caminhava devagar atrás. Sem perceber direito por onde caminhava, o portador do One for All refletia sobre seu passado.

Tentava se focar mais precisamente quando entrou para U.A, tentou incansavelmente lembrar de Todoroki antes do acontecimento do festival, mas nenhuma lembrança vinha a mente, por um instante pensou que ele poderia estar o enganando, mas o fato de saber sobre a luta contra Stain dava um bom argumento.

Estava tão confuso em meio as suas próprias lembranças que nem ouviu o alerta de Todoroki sobre o galho a sua frente e acabou batendo a cabeça.

-Midoriya! –O mais velho se aproximava, preocupado. –Ei! Você está bem? EI! –Shouto tentava reanima-lo, mas ele parecia ter sido nocauteado. –Ah... –Todoroki suspirava, sabendo que o menor não iria acordar tão cedo assim, então resolveu o colocar em suas costas e leva-lo para casa.

<Quebra do tempo>

A campainha tocava na casa de Midoriya, a mãe dele achava estranho alguém tocar a campainha assim, repentinamente e resolveu atender. Ao abrir a porta, viu seu filho desacordado sendo carregado pelo amigo da escola.

-Boa noite senhora.

-Izuku! –Ela ficava preocupada. –O-O que aconteceu com meu filho?! –Ela dava passagem para Todoroki passar.

-Ele bateu a cabeça enquanto caminhava. –Respondeu, fazendo a mãe ficar aliviada. -Mas eu já cuidei disso, usei gelo para tirar o inchaço.

-Ah. Entendo. –Ela sorria. –Menos mal... Ah! Por favor, coloque-o no quarto dele, depois do corredor, a direita. –O meio ruivo assentia e andava pela casa, a procura do quarto do desacordado.

Ao chegar no local indicado, Shouto entrava, reparando nos pôsteres de All Might colados na parede e algumas figure action do mesmo na escrivaninha, tratou de colocar o mais novo na cama, o deitando devagar e o deixando ele descansar. Retirou de seu bolso as coisas pessoais do outro e saiu do aposento, se dirigindo a sala, onde a mãe de Izuku se encontrava.

-Obrigado por cuidar dele. –Ela agradecia.

-Não há de que, como disse antes, quero ajuda-la, é meu dever como futuro herói. –Ele abaixava sua cabeça. –Se me der licença, eu preciso ir.

-Ah, fiquei, por favor! –Ela pedia e o meio ruivo não soube como responder. –Já está muito tarde para voltar, se quiser, eu posso ligar para seus pais.... E também.. Seria bom para mim ter você por perto.

-Ah, tudo bem, muito obrigado. Desculpe por incomodar. –Ele agradecia abaixando sua cabeça novamente.

-Não precisa de tanta formalidade, você pode dormi no quarto do Izuku... Hum.... Acho que meu filho em uma roupa que cabe em você. –Ela murmurava enquanto entrava no quarto do filho que dormia.

-Dormi com o Midoriya...? –Ele se questionava incrédulo com tal coisa.

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-Espero que não esteja desconfortável. –A mãe de Izuku sorria ao notar que seu filho tinha um porte físico menor que Todoroki, mesmo as roupas mais largas ficavam quase justas ao mais alto.

 -Não, está perfeito. –Ele respondia observando as o pijama azul que usava. –Muito obrigado.

-Seus pais não ficaram bravos, né? Eu posso falar com eles amanhã e....

-Não, está tudo bem. Já falei coma a minha irmã. –Ele sorria, era notável como Midoriya e ela eram idênticos.

-Bom, boa noite então. –Ela desligava as luzes e fechava a porta. Antes de deitar no colchão, Shoto dava uma última olhada no menor que dormia profundamente, ele esticava sua mão, podendo tocar na do outro.

Sentiu novamente aqueles ferimentos na mão, para Shouto parecia que as cicatrizes aumentavam cada vez mais. Ficou triste só de pensar que Izuku poderia ficar sem a sensibilidade da pele, ou pior, ter que viver sem um dos braços. Resolveu, por fim soltar a mão do menor e ir dormi, preocupações sempre fizeram mal a ele.

<Quebra do tempo>

O dia raiava, Todoroki acordava com um pequeno frete de luz que o atingia no rosto, esfregou os olhos enquanto se levantava da cama, olhou ao redor, confuso, mas ao notar os pôsteres, se lembrou que era o quarto de seu colega de classe.

Ao ver que a cama do dono do quarto estava vazia, pensou em se levantar e tentar procurar o outro, mas antes que pudesse fazer isso, a porta se abria e Izuku se mostrava.

-Oh! Bom dia, Todoroki-kun! –O menor entrava no quarto e fechava a porta, ele caminhava a até a escrivaninha e pegava seu celular que estava lá.

-Bom dia. –Respondia com a voz um pouco rouca por conta do sono.

-Minha mãe foi comprar algumas coisas na loja de conveniência, tem café na mesa se quiser.

-Obrigado. –Ele dizia se levantando e se preparando para arrumar a cama, mas Izuku o impedia.

-Eu arrumo, pode ir. –Ele sorria.

-Desculpe pelo incômodo. –Assim ele saia do quarto e ia comer. Depois de alguns minutos Midoriya saia do quarto e se sentava na frente do amigo que comia, ele pacientemente esperou até Todoroki puxar algum assunto.

-Sobre ontem.... –Ele dizia após terminar de comer o tinha na boca.

-Ah sim. Muito obrigado por ontem! –O menor abaixar sua cabeça agradecendo. –Minha mãe falou o que aconteceu, disse que você me trouxe para cá e cuidou de mim. Desculpe por ter causado problemas. –Ele ria tímido. –Mas.... O que aconteceu ontem?

-Como assim? –O mais velho não entendia o que o outro queria dizer.

-Bem, acho que bati tão forte que eu não me lembro de ontem, na verdade, não me lembro de nada dos últimos dias. –Respondia.

-Ontem teve um festival na cidade. –Respondia à pergunta anterior.

-E nos outros dias?

-Está dizendo que se esqueceu dos dias anteriores? –Midoriya acentua com a cabeça. –Do que se lembra?

-Daquele trabalho em duplas que tivemos, íamos lutar contra um dos professores, mas eu não me lembro quem foi.... Essa é a minha última memória pelo que me lembro.

-O que...