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História After Midnight - Capítulo um


Escrita por: Washington-

Notas do Autor


Aqui estamos com mais uma história. Já tava com ela na cabeça á um tempinho mas só consegui desenvolver ela agora :v
Foi baseada na música After Midnight do Blink 182 e Smiling When I Die da Sasha Sloan :B
E QUE PARTO FOI PRA ACHAR A IMAGEM DESSA HISTORIA! Eu tava querendo uma coisa mais triste/dramática e KakuHida só tem fanart feliz :v
Me perdoem por qualquer erro a seguir.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo um


O som irritante do toque do celular estava começando a incomodá-lo. Kakuzu abriu um dos olhos e a primeira coisa que vi foi seu relógio digital, ele marcava sete e meia da manhã do dia 11 de julho de 2020, quando o celular parou de tocar e voltou cinco minutos depois pela terceira vez, o moreno resolveu atendê-lo.

-O que? -Perguntou sem muita paciência nem vendo quem o ligava, tinha acabado de voltar de um plantão de 24h no hospital, só queria algumas horas de paz antes de voltar para seu turno noturno no trabalho.

-Onde você tá Kakuzu? -Era a voz de Konan, ela parecia um tanto irritada- Estão chamando seu nome sem parar nos altos falantes, precisamos de você agora no quarto 210 -Kakuzu resmungou alto passando a mão pela cara, ele tinha se esquecido completamente do quarto 210 antes de ir para casa- Kakuzu? -Chamou a azulada uma vez que não tinha recebido resposta.

-Eu já to indo, me dá dez minutos -Sem esperar uma resposta da colega o moreno desligou, procurando qualquer roupa para poder ir logo ver o paciente.

Kakuzu definitivamente não era um daqueles médicos que estavam na carreira pelo amor, definitivamente não era aquilo, muitos de seus colegas o questionavam o porquê de ter escolhido a medicina uma vez que empatia era uma característica ausente em sua pessoa, o moreno era categórico e respondia sem rodeios que era médico pela estabilidade financeira e o alto salário, para Kakuzu era fácil, era simples, conseguiu se formar na faculdade de medicina com honras e se especializou em infectologia, ele dificilmente atuava na área uma vez que preferia trabalhar no horário da noite, por pagar mais, e também porque de noite dificilmente ele precisava cuidar de um caso específico, ele não tinha que ter o trabalho de verificar toda hora algum paciente, era apenas consultas rápidas ou alguma emergência que ficava encargo de algum outro médico na manhã seguinte.

Então o porquê dele estar se deslocando de seu apartamento para o hospital do qual tinha saído a meia hora atrás era uma pergunta razoável. Na verdade Kakuzu tinha um paciente, um único paciente, esse garoto tinha aparecido em uma madrugada qualquer a uns meses atrás, ele tremia, estava todo machucado e tossia com frequência, depois de uma rápida checagem Kakuzu percebeu que só era uma gripe forte, mais um paciente que seria rápido.

-Você faz uso de algum medicamento? -O moreno nem olhou o garoto direito enquanto escrevia a receita, um garoto tão novo, provavelmente a resposta ia ser negativa, porém não foi. O garoto que se chamava Hidan começou a listar uma série de medicamentos, Kakuzu parou de anotar e olhou o menino, todos os remédios eram conhecidos pelo moreno e faziam parte do tratamento para a HIV e da AIDS- Certo, vou precisar fazer mais algumas perguntas.

E foi assim que Hidan entrou em sua vida. O garoto tinha cabelos platinados e um sorriso malicioso no rosto sempre, o menino não se cuidava nem um pouco, Kakuzu se estressava bastante pela falta de cuidado consigo mesmo de Hidan, ele não tomava os remédios todos os dias, não fazia refeições no horário certo e quando fazia era sempre fast food, por seu desleixo ele constantemente acabava internado e sempre pedia por Kakuzu para fazer as coisas mais simples, desde alimentação até tomar os remédios. Das primeiras vezes que isso aconteceu o moreno ignorou Hidan lindamente, aquilo não era seu trabalho e definitivamente não estava sendo pago para ser babá de um marmanjo, mas quando o moreno ficou sabendo que Hidan se recusava a receber qualquer ajuda que não fosse vinda dele foi obrigado a estar presente para ele.

-Custava tomar o remédio com a Konan? -Kakuzu já estava no quarto do albino vendo ele tomar uma série de pílulas, seu apartamento era consideravelmente perto do hospital- Eu já tava em casa Hidan -Murmurou revirando os olhos, o albino deu de ombros.

-Ninguém mandou esquecer de mim -Quando terminou de tomar todos os remédios deu um bom gole de água, por algum motivo eles lhe davam muita sede- Se tá tentando me fazer ter pena, você se fodeu -Kakuzu novamente revirou os olhos pegando os copinhos plásticos a onde antes estavam as drogas e jogando fora- Você fica gostoso pra caramba com roupa normal, sabia? -O albino mordeu a parte inferior dos lábios dando uma piscadinha para o médico- Embora eu também goste de você com social.

-Vai se foder, Hidan -Os dois já estavam em um grau de intimidade que Kakuzu se permitia xingar o menino quando estavam sozinhos. Quando as visitas de Hidan se tornaram mais frequentes e se tornaram internações, a dois mêses atrás, o albino tinha começado a flertar com Kakuzu, o médico na maioria das vezes ignorava ou respondia com algum xingamento, no começo ele ficava um tanto desconfortável , mas agora achava graça daquilo, nunca levando a sério realmente, uma vez que Hidan sempre fazia essas piadinhas com todos- Sua pressão tá normal, batimentos também, você tá sentindo alguma coisa? -Kakuzu perguntava enquanto olhava o monitor do albino.

-Huuun … -Hidan parou um momento fazendo cara de pensativo, como se não tivesse na ponta da língua o que ia falar- Meu pau fica duro toda vez que eu te vejo, acho que isso é alguma coisa, né? -Hidan gargalhou depois de falar aquilo, Kakuzu apenas negou com a cabeça com um sorrisinho de canto.

-Sua bunda não tem inveja da sua boca não? Só sai merda dai -Hidan continuou rindo, falando um “tá bom”- Acho que tá tudo bem com você, eu vou voltar pra casa -O albino concordou acompanhando o maior com os olhos vendo ele parar no meio do caminho e se virar pra ele- Se alguém me ligar porque você tá dando problema, eu juro que venho pra cá só pra te matar -Hidan continuou rindo não ligando muito para as ameaças que ele sabia ser da boca pra fora.

-Ei Kakuzu -O moreno se virou novamente para Hidan, com uma mão no batente da porta- Até de noite -Aquele sorrisinho idiota nos lábios do albino de certa forma trazia um desconforto para Kakuzu, ele não sabia como classificar aquele sentimento direito.

-Vai dormir Hidan.

 

x-x-x

 

Kakuzu checou seu relógio de pulso, era perto da uma da manhã e o movimento no hospital estava fraco, o hospital particular que o moreno trabalhava dificilmente tinha um movimento, principalmente à noite, sua maior renda vinha dos internos na sua maioria idosos. Kakuzu então decidiu dar uma olhada em seu único paciente, provavelmente era horário do seu medicamento, quando passou às sete da noite, horário que começou seu turno, o albino ainda estava dormindo.

O médico dava passos preguiçosos até o quarto do outro, porém seus olhos arregalaram, suas pernas começaram a se movimentar mais rápido, era o barulho ininterrupto do medidor cardíaco, aquilo definitivamente não era bom.

-Que merda Hidan? -Kakuzu parou na porta já conseguindo se acalmar, o outro estava de pé tirando os fios ligados a si- O que você pensa que tá fazendo? -O moreno se aproximou pronto para religar os aparelhos, mas Hidan colocou uma mão a frente de si.

-Está atrasado -O moreno revirou os olhos e empurrou o paciente na cama, aquele cara só lhe dava dor de cabeça.

-E só por isso você fez essa merda? -O albino tinha a cabeça baixa deixando que os medidores de frequência fosse religados em si, o barulho irritante cessou dando lugar ao som que indicava os batimentos de Hidan.

-Não só por isso -Kakuzu olhou um tanto confuso para o outro que respirou fundo encarando o médico- Kakuzu -Chamou mesmo já tendo a atenção do moreno para si- Você já existiu hoje? -A princípio ele riu, Kakuzu riu pois não entendeu a pergunta e achou que Hidan pudesse estar brincando consigo, mas a expressão séria do albino indicava que aquilo não era uma brincadeira, parou de rir.

-Que tipo de pergunta é essa Hidan? -Estava realmente confuso, a pergunta parecia um tanto óbvia para si- Se estou aqui vivo e respirando, logo estou existindo -O albino suspirou em resposta e Kakuzu se sentiu um pouco burro por parecer não ter entendido o que o outro estava falando.

-Eu não me sinto assim -Novamente o incômodo de não estar entendendo o que Hidan falava, provavelmente aquela era a conversa mais profunda que estavam tendo nos meses de convivência- Digo, caralho, sim estou vivo, essa bosta aí do lado não me deixa dúvidas -Apontou com a cabeça para o medidor- Mas isso é viver? Trancado numa porra de cama de hospital, sobrevivendo por causa de drogas e com um soro praticamente 24h por dia preso a mim? -Hidan negou com a cabeça e deixou um sorriso triste escapar dos lábios- Isso definitivamente não é viver, o único momento que eu percebo que eu ainda to vivo e quando você aparece -Riu pelo nariz ainda encarando a face agora um tanto confusa do moreno- Olha que merda de vida, a melhor parte dos meus dias e quando um cara de merda como você me visita, e você tá sendo pago pra isso -Pela primeira vez Kakuzu se sentiu mal pelo motivo de ter escolhido a profissão, não era uma coisa que iria admitir, estava mais para um mal estar.

-A onde você estava indo? -Foi a única coisa que conseguiu perguntar, Hidan deu um sorriso de canto enquanto brincava com sua coberta.

-Sei lá, andar -Disse simplista, realmente não era um grande pedido- Faz sei lá quantos dias que eu to nessa merda de quarto -Quinze dias, mas não seria Kakuzu a contar para ele.

-Hidan, você tá aqui por causa da pneumonia, lembra? -O médico se sentou na ponta da cama de seu paciente e o encarou- Tem que se cuidar, não pode sair por aí nesse dia frio só porque está com vontade andar -As madrugadas na cidade eram sempre chuvosas o que contribuia para um ar gelado.

-Tá porra, já entendi -Suspirou deitando de costas para Kakuzu, obviamente o médico não lhe entendia, não sabia porque tinha começado aquela bosta de conversa- Pode ir, ainda não tá na hora do meu remédio -Resmungou não encarando o outro, aquilo era novo para o médico, Hidan nunca tinha lhe mandado embora antes e aquilo fez ele se sentir estranho, de novo um incômodo, Kakuzu suspirou e deixou paciente em passos lentos até a porta, não sem antes virar-se e confirmar que Hidan continuava virado para a parede sem encará-lo.

Então era aquilo, o moreno deveria voltar para sua sala e esperar por qualquer emergência, os corredores brancos do hospital estavam vazios e tudo estava bastante quieto, ele deu mais um três passo para longe do quarto de Hidan e parou, ele olhou um objeto e fez sinal negativo com a cabeça, se censurando, que merda estava pensando? Ele voltou a andar só que dessa vez com passos mais apressados, com a esperança de que se afaste-se do quarto do albino esses pensamentos idiotas iriam embora assim como seu desconforto, porém foi justamente ao contrário, cada passo em direção a sua sala o pensamento lhe parecia mais certo, quando tocou a porta de sua sala ele voltou a olhar o objeto e depois olhou para o quarto de Hidan.

“Você já existiu hoje?”

-Ainda não tá na hora do meu remédio porra! -O albino disse em alto e bom som um tanto irritado quando ouviu a porta de seu quarto abrir, ele se virou para a pessoa que entrava e ficou meio sem reação, era Kakuzu de novo e ele estava empurrando uma cadeira de rodas, o moreno se aproximou de sua cama com ela.

-Você não queria andar? -Perguntou com um sorrisinho sem graça, o moreno ainda não sabia porque estava fazendo isso. Hidan levantou empolgado com a proposta, tirando os aparelhos de si e a agulha do soro já terminado, ele parecia uma criança todo animado sentado na cadeira, Kakuzu suspirou e tirou seu jaleco e um casaco que vestia pôr debaixo dele e pôs nas costas do mais novo, Hidan lhe olhou um tanto confuso com as bochechas coradas por aquele ato- Tá frio -Respondeu simplista como se fosse óbvio, Hidan concordou sorrindo passando seus braços nas duas mangas e logo o perfume de Kakuzu conseguiu ser sentido por Hidan, o moreno nunca mais teria aquela blusa de volta, pode ter certeza que o albino daria um jeito de ficar com ela- Pra onde você quer ir? -Começou a empurrar a cadeira para fora do quarto.

-Hmmm … -O mais novo colocou seus dedos sobre seus lábios e fingiu pensar- Que tal sua sala? Pensei na gente fazendo várias coisas indecentes na sua mesa -Kakuzu riu e negou com a cabeça, Hidan também ria olhando para trás para ver as expressões do médico- Como é bom …  -Comentou baixinho, voltando se para frente e sentindo o vento bater em seu rosto- Naquela bosta de quarto não passa nenhuma brisa, só fico com o ar condicionado -O albino tentava continuar a conversa, ele brincava com seus dedos que estavam em seu colo- Faz tempo que eu não sinto o sol também, devo tá mais pálido do que quando eu entrei -Kakuzu se sentiu um tanto pesado com aquelas palavras, ele não sabia ao certo o que responder, mas sentia que se ficasse em silêncio apenas iria contribuir para aquele ar estranho entre os dois.

-Você realmente deveria começar a se cuidar Hidan, sei que mesmo comigo você não toma todos os seus remédios -Ele parou em frente a um jardim de inverno do hospital, o moreno colocou se em frente do paciente para continuarem a conversa.

-Os remédios me deixam muito sonolento, já não basta eu tá em uma cama vinte e quatro horas por dia, eu não quero estar dormindo todo o tempo também -Murmurou não encarando o médico de fato, e aquilo doeu, merda! Kakuzu odiava como Hidan lhe fazia sentir. Odiava que naqueles meses de convívio a relação dos dois tinha evoluído, odiava se importar com Hidan.

-Hidan … -Chamou o moreno, ele ficou de joelhos para poder ficar na altura do  albino que estava sentado- Seus remédios são para a infecção passar logo além de ajudar com a AIDS e o HIV- Explicou em termos profissionais só conseguindo arrancar um revirar de olhos de Hidan- Você tomaria eles se nós fizéssemos um acordo? -O mais novo o olhou quase de imediato nem conseguia disfarçar o interesse.

-Que tipo de acordo? -O sorrisinho de lado sempre presente, o albino tocou o ombro de Kakuzu e se aproximou para ficar próximo da orelha do outro- Pensou na proposta de me levar para sua sala? -Afastou-se rápido o suficiente para conseguir ver a cara constrangida do moreno e um leve rubor em sua face, Hidan riu, adorava provocar o outro.

-Esquece, vai se foder -Kakuzu negou com a cabeça e colocou as mãos no chão para poder se levantar, porém Hidan lhe impediu.

-Tá desculpa -O albino murmurou segurando o braço do moreno- Me fala o que você ia propor, por favor -Pediu de maneira quase dócil.

-Se você tomar todos os seus remédios certo e comer nos horários … -Kakuzu pensou se poderia oferecer aquilo para Hidan de fato, em todos os cenários que lhe veio a mente não tinha nada demais e não iria lhe causar problemas- Podemos sair todos os dias do seu quarto -Hidan arregalou os olhos e sua boca abriu minimamente, estava surpreso, aquela proposta realmente tinha lhe pegado de surpresa.

-Isso é sério? -Hidan perguntou ainda um tanto desacreditado, estava claro em sua expressão e em seu timbre de voz- Você me levaria para tomar sol? -Perguntou animado, era até mesmo uma atitude infantil mas aquilo parecia importante para o albino.

-Claro -Kakuzu concordou, com um sorriso no rosto, a animação de Hidan naquele momento parecia quase palpável era impossível não ficar feliz pelo outro- Mas para isso você vai ter que fazer tudo certo, se eu souber que você não está tomando os remédios -Ia começar com seu discurso mas Hidan prontamente o parou.

-Eu vou fazer tudo certo, eu vou -Garantiu, Kakuzu concordou, ele olhou para seu relógio no braço e constatou que era hora do remédio de Hidan assim o moreno teve que levá-lo de volta ao quarto- Kakuzu … -Chamou o albino, ele não o encarava agora que Kakuzu tinha voltado a lhe empurrar, o moreno apenas respondeu um “hm” indicando que estava ouvindo- Muito obrigado -E aquele agradecimento aqueceu o coração do médico ao mesmo tempo que o deixava pesado.

Kakuzu realmente não gostava das sensações que Hidan lhe causava.

 

x-x-x

 

Os remédios deixaram Hidan sonolento e logo o albino dormiu acordando novamente apenas para tomar mais medicamentos as sete da manhã, o horário em que Kakuzu terminava seu turno e logo após tomá-los voltou a dormir de novo.

Naquela manhã quando Kakuzu saiu do hospital o sol estava nascendo na cidade de Tóquio, ele estava sem o jaleco e sentiu o sol tocar sua pele, seu casaco tinha ficado com Hidan e ele nem ao menos tinha percebido.

Naquele dia ele demorou um tempo para ir de volta para casa, ele preferiu ficar sentado em frente ao hospital tomando sol, ele nem se lembrava a última vez que tinha parado tudo que estava fazendo apenas para sentir o sol lhe tocando e realmente, a sensação era ótima.

Assim que a temporada de chuva passasse levaria Hidan para sentir o sol.

 


Notas Finais


E foi isso, espero que tenham gostado :3
Pra quem acompanha Who Knew, de noite vai ter att dupla :B
Até logo õ/


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