P.O.V Justin Bieber On
Perdi o sono e abri meus olhos com dificuldade. Eu não sabia que horas eram, mas acho que provavelmente perdi o café da manhã, talvez o almoço também. Me virei de barriga pra cima colocando meus braços atrás da minha cabeça e fiquei encarando o teto por não sei quanto tempo. Mais um dia nessa clínica que me enche o saco.
Quanto tempo falta para eu sair daqui?
Essa é uma pergunta que eu não sei responder e ninguém quer me responder.
Respirei fundo e me levantei indo até o banheiro, tomei um banho longo e quente, escovei meus dentes no chuveiro mesmo e sai do banheiro enrolado na toalha sem ter me secado, no quarto eu me sequei e vesti uma bermuda e uma camisa, calcei um tênis e sai do quarto. Fiz o caminho até o refeitório, no tempo que eu levantei e me arrumei eu não tinha olhado no relógio, chegando no refeitório me deparei com as portas trancadas, bufei. Não vou tomar café da manhã hoje, tenho que esperar o próximo horário de refeição, tomara que o almoço não tenha passado. Olhei no relógio na parede em cima da porta do refeitório, 12:22. Beleza, o almoço também passou, tenho que esperar o lanche da tarde. Olhei para a porta que dava pro jardim torcendo a boca, decidi ir até lá e ficar debaixo da árvore que eu sempre ficava, ao longe vi Blake conversando com o interno novo, ambos pareciam felizes e ela ria falando e gesticulando com as mãos, eu senti que não gostei daquilo e estava indo até lá quando ouvi alguém me chamando e virei para trás olhando em direção ao dono da voz.
- Você tem visita. - o homem disse balançando a cabeça.
- Mas hoje é quinta.
- Sim, hoje é quinta, mas é importante.
"Mas é importante." Vish, que diabos aconteceu?
- Tá bom. - falei assentindo positivamente e colocando as mãos nos bolsos da bermuda. Segui o homem até a sala de visitas e lá eu vi Scooter com uma cara não muito boa. Beleza, acordei com o pé esquerdo hoje, só pode.
- Oi Scooter! Boa tarde! Tudo bem? O que faz aqui hoje? - joguei uma torrente de palavras pra ele de bom humor fingindo que eu não sabia que a visita dele fosse para falar algo importante.
- Que porcaria é essa? - jogou uma revista em cima da mesa, olhei pra revista com o cenho franzido, nela eu era a capa, eu e a Blake para ser mais exato. A foto foi tirada quando nós dois estávamos comendo cachorro quente.
- Oi e boa tarde também. - respondi irônico.
- Justin, dá para parar. VOCÊ SAIU DA CLÍNICA!
- Sai sim. Ficar aqui me irrita, você sabe. Só sai pra relaxar.
- Relaxar? - quase gritou. - Você está aqui pra se tratar, Justin e não pode ficar saindo.
- Claro que posso, isso aqui não é uma prisão cheia de polícias, se bem que é bem parecido com uma prisão.
- Como você saiu daqui?
- Saindo.
- Justin. - me repreendeu.
- Blake me ajudou, tá legal?!
- Ah, claro. A menina que vive fugido, uma doida.
- Ela não é doida.
- Que seja! Aqui dentro você tem que seguir as regras.
- Regras foram feitas para serem quebradas. - dei uma piscadela.
- Ok, Justin. Já que você não ajuda em nada vou dar inicio a papelada para mudar você de clínica.
- O QUE? NÃO. - me levantei colocando as mãos na mesa.
- SIM, JUSTIN. VOCÊ NÃO ESTÁ MELHORANDO FICANDO AQUI. Vou te mudar de clínica.
- Você não vai fazer isso, você não pode fazer isso.
- Vou e posso.
- Mas e a Blake? Eu ajudo ela a... - Scooter me interrompeu.
- Essa tal Blake tem que parar de ser infantil e aceitar ajuda de um profissional, de um psicologo ou até mesmo um psiquiatra. Você é formado em psiquiatria ou psicologia? Tenho certeza que não. Agora eu vou conversar com o Flinks. Tenha uma boa tarde, Justin.
Scotter se levantou e eu fiquei em pé com cara de tacho. Ele não pode me mudar de clínica, não pode. A única coisa que não me faz enlouquecer aqui é a Blake e o que ele quer fazer, me tirar dela. Que perfeito!
Meu dia realmente começou com o pé esquerdo. Respirei fundo com os olhos chegados cinco vezes antes de me virar e sair da sala, na porta da sala eu vi Blake me olhando com um olhar triste.
- Me desculpe. - ela disse.
- O que? Por que?
- Por minha culpa você brigou com o seu empresário e ele agora vai te tirar de mim. - eu a abracei, ela realmente estava mal.
- A culpa não foi sua, Blake. E o Scooter não é nem doido de me tirar daqui.
- Mas ele falou com convicção de que iria te tirar daqui.
- Sabe quando um filho faz tudo que a mãe quer, perfeitinho nos mínimos detalhes porque quer uma coisa? - ela assentiu - eu vou ser esse filho e vou fazer Scooter ver que eu posso muito bem ficar aqui.
- Tá, mas o que você vai fazer?
- Participar das atividades que a clínica oferece, são tediosas mas necessárias, falar no grupo de apoio e talvez posso até dar aulas de música aqui. Vou conversar com o coordenador de atividades da clínica.
-Você acha que vai dar certo?
- Acho.
- Eu acho que meu papel de sua ajudante está te ajudando. - ela disse sorrindo cruzando os braços.
- Como assim?
- Você me ajuda e eu te ajudo, certo? - assenti e murmurei um "uhum" - Então, para você não sair daqui e ficar comigo você vai fazer exatamente o que tem que fazer para se ajudar aqui dentro. Principalmente falar no grupo de apoio. - balancei a cabeça pensativo.
- É... Faz sentindo.
- Claro que faz sentido. Eu acho que o coordenador, o senhor Merle, vai deixar você dar aulas aqui já que a professora que dava aula de música aqui tá de licença maternidade e eles não encontraram ninguém para substitui-la. Ninguém quer dar aula para drogados problemáticos. E eu quero que você me ensine a tocar violão.
- Vou cobrar de você. - eu disse brincando.
- Vai nada. Ah, e sem fugas durante esse tempo que vamos persuadir o seu empresário.
- Sim, senhora. - assenti positivamente a cabeça e ela riu.
- Ah, Blake. - uma voz cansada disse. - Ai está você. - levantei a cabeça e vi que era o interno novo, logo fechei minha cara trocando a feição divertida por uma séria.
- Ah, Oi Stefano.
- Já disse pra me chamar só de Stefan. - bufei e revirei os olhos.
- Justin, - Blake me chamou. - esse é o Stefan e Stefan, esse é o Justin.
- Prazer em te conhecer, Bieber. - ele estendeu a mão, demorei um pouco e apertei a mão dele sem dizer nada.
Não gostei desse cara.
- Vamos jogar um pouco, Blake? - o tal Stefano perguntou e eu bufei e revirei os olhos mais uma vez.
- O que é isso, Justin?
- Eu bufando e revirando os olhos, ué.
- Tá. Vamos, Stefan. Você vem com a gente?
- Não, to bem. - ela assentiu apertando os lábios e se virou. - Blake, espera. Hoje não era as sessões? - me referindo as nossas sessões que tínhamos, hoje era dias de ambos nos ajudarem e tal.
- Ah, é. Pode ser outra hora?
Demorei respondei não acreditando no que estava acontecendo.
- Pode. - eu respondi baixo. Ela sorriu e se virou de novo e conversando com o Stefano.
É isso mesmo que eu estou vendo? É isso mesmo que está acontecendo?
ELA ESTÁ ME TROCANDO.
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