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História After You - Terceira Temporada - Dearing Family



Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 5 - Dearing Family


Ilha Nublar, 5 dias antes do Natal.


Claire Grady estava trancada em sua sala há horas, discutindo com  a irmã Karen.

- Eu não acredito que você fez isso!

- Claire, a culpa não foi minha... ela insistiu muito. Não tive outra escolha. - A mais velha disse paciente.

- Mais eu tenho, não ir. - Resmungou.

- Qual é? Faz quanto tempo que não a vemos? Toda a família vai estar lá.

- Pior ainda. A última vez que vi nossa tia Eleanor e toda a família, foi antes de nossos pais falecerem.

- Mais um motivo para irmos.

- Sabe que vou te matar por isso, não é? - Bufou fazendo Karen rir do outro lado da linha. - Vou ter que trocar as passagens, tudo por sua culpa.

- Também te amo irmãzinha. Estou ansiosa para te ver, o Owen e a minha linda sobrinha... Vai ser divertido.

Claire revirou os olhos e ficaram por mais alguns minutos conversando. Quando finalizou, Rebecca sua nova assistente entrou.

- Trouxe o chá que tanto gosta... - Entregou para a ruiva o copo do Starbucks.

Fazia apenas duas semanas que Rebecca havia começado a trabalhar, mas parecia fazer meses. Claire não tinha o que reclamar, em apenas dois dias de trabalho já tinha entendido tudo o que ela explicou e de como gostava das coisas.

- Obrigada, estou precisando mesmo. - sentou e foi resolver imediatamente a troca das passagens. A morena percebeu que ela parecia irritada.

- Algum problema?

- Ah... não é nada. Coisas de família. - limitou-se a dizer. Por mais que Claire gostasse do trabalho da assistente, não se sentia a vontade de contar coisas pessoais para ela. Era difícil confiar em alguém, e isso não era novidade. - E como anda com a mudança?

Assim como tinha sido combinado, Rebecca moraria em Nublar. Além de ganhar um celular, tablet, notebook e um carro para trabalhar. Tudo o que para Claire Dearing, era necessário.

- Já terminei, finalmente... - sorriu.

- Que bom, sei o quanto se mudar é estressante. E onde vai passar o Natal?

- Aqui mesmo... minha família viajou.

- Nossa... Bom, você vai gostar da ceia que é feita para os funcionários que ficam em Nublar. - sorriu e voltaram aos assuntos de trabalho.

*

Por mais que Owen tentasse fingir prestar atenção na droga do investidor suíço que não parava de falar sobre uma possível nova atração, não conseguia. A única coisa que seu corpo implorava era um cachorro quente tamanho família com bastante molho e iguarias que ele mesmo inventava, na calada da noite.

Quando conseguiu escapar, acabou esbarrando com o maldito e conhecido Tom.

- Ah, é você. Tinha que ser.

- Desculpe, sou um pouco desastrado ás vezes.

- Um pouco? É eu estou vendo que é um completo... um... - O loiro se deteve quando notou que ia falar alguma asneira. Estava muito nervoso por conta da fome, pior ainda em ver ser arqui-inimigo imaginário na frente dele. - Está tudo bem.

Tom deu um sorrisinho e Owen não pode deixar de notar o quanto aquele sorriso era ridículo.

Antes de ir encontrar Claire, levou Clarisse na aula de balé e mais do que depressa correu até um foodtruck na calçada e pediu um hot dog duplo.

Chegou no escritório da esposa com o terno todo imundo.

- Oi amor.

Claire estava muito concentrada em seu notebook, resolvendo várias coisas. Corria contra o tempo, queria deixar tudo resolvido antes de viajaram. Não teve tempo nem para ir almoçar.

E foi quando ouviu aquela voz.

Aquela que fazia seu coração disparar. O homem de sua vida. O único que conseguia ter sua total atenção quando estava concentrada trabalhando. Ela levantou a cabeça e seus olhos brilharam, sorriu imediatamente.

- Oi amor...

- Aquele folgado do Tom estava debochando de mim, acredita?

- Por que acha isso? - se segurou para não rir. Levantou e foi até ele, passando a mão em seu terno. - Comeu hot dog duplo?

- Hey, como sabe disso? – Arqueou a sobrancelha surpreso.

- Te conheço perfeitamente, Owen. - riu. - Precisamos conversar...

- Deixei a Clarisse no balé como me pediu. - Guiou a esposa para sentar em seu colo. - Pode contar.

- Obrigada. - sentou e o deu um selinho. - Falei com a Karen. O natal não vai mais ser na casa dela, e sim na casa de uma tia... - revirou os olhos.

- É o que? Vou conhecer sua família agora?

- Owen... eu não os vejo há anos. E não me sinto a vontade com essa ideia... nem toda a família é igual a sua. - levantou e foi sentar em sua cadeira.

- Eles são... pessoas ruins?

- Não, só... não somos próximos... - suspirou. - Não pensei que teria que voltar aonde cresci...

- Não gosta de lá por causa dos seus pais?

- São muitas lembranças... - limitou-se a dizer e desviou o olhar para seu notebook.

- E isso deveria ser uma boa coisa.

- Talvez... nosso voo é amanhã a noite. Vou mais cedo para casa fazer as nossas malas. O restante já está tudo pronto.

- Pode deixar que eu arrumo minha mochila.

- Nem pensar. - riu.

- Quantos dias?

- Eu vou arrumar, Owen.

- Por que?

- Porque eu te conheço, sempre falta algo seu. Pode deixar comigo. E eu sei exatamente quais roupas usar lá...

- Ou será que é por que eu vou usar as roupas que eu quero, que você julga inapropriadas, velhas e rasgadas?

- Também. Mais você não tem mais esse tipo de roupa, depois que arrumei todo seu armário. - riu com a lembrança de indignação dele na época.

- Tenho umas camisas no bangalô. - Rebateu.

- Não me provoque, Grady. - sorriu. - E como está sua agenda hoje e amanhã?

- A Tyna me deu um papel, mas eu perdi.

- Amor... - o repreendeu. Pegou o telefone e ligou para Tyna, pedindo para encaminhar a agenda do marido por e-mail. Não demorou para ela receber. - Pronto, sua agenda está praticamente vazia. Parabéns.

- O que você fez?

- Eu? Por que?

- Tem certeza que não tinha nada na agenda?

- Tenho. - mentiu.

- Estranho... bom, vou buscar seu almoço e depois ir pegar a Clarisse.

- Vai trazer ela para cá?

- Sim.

- Está bem.

*

Quando Claire terminou de comer, Owen chegou com uma Clarisse saltitante pelo escritório. O collant cor de rosa estava do avesso, inclusive as sapatilhas de meia ponta estavam uma de cada cor.

- OI MAMÃE! CHEGUEI!

O loiro veio logo atrás com a mochilinha de raposa pendurada no braço. Claro que aquilo não passou despercebido, fazendo Claire rir.

- Princesaaa... - a pegou no colo a abraçando forte. - Mamãe estava morrendo de saudade!

- Eu também. Eu chorei um pouquinho... - Confessou com o dedinho indicador na boca.

- Oh meu anjinho, lembra do que conversamos? Que não precisa chorar, é só um tempinho sem a mamãe e o papai. Mas logo estaremos os três juntos. - a encheu de beijos.

- Mas eu fiquei triste mesmo assim...

- Tudo bem, agora estamos juntos. Conta para a mamãe... quem te vestiu? - estava se segurando para não rir.

- Papai.

Owen, que estava distraído no telefone, levantou a cabeça com aquela conversa.

- O que tem eu?

- Nada não... Na próxima vez, a mamãe vai deixar sua roupa separada. - sussurrou para a filha. - Está empolgada para viajar?

- Sim, sim, sim! - Bateu palminhas.

- Claire, quando acabar, me avisa. Vou tirar um cochilo. - O marido foi se deitar no sofá todo preguiçoso.

Claire pegou uma garrafinha de água e deu para a filha beber. Não demorou para Owen dormir e ela riu com aqui.

- Quer dar uma volta do prédio, princesa? - indagou sabendo que a pequena amava tanto aquele lugar quanto eles. Assim como os funcionários também adoravam a garotinha.

- Sim, mamãe... - respondeu empolgada já puxando a mãe pela mão.

A ruiva fechou a porta cuidadosamente. Todo mundo que passava por elas, Clarisse dava “oi”, alguns ficavam um pouco sem jeito por a chefe estar junto, mas não tinha como não se encantar por aquela doce menina.

Então Claire a levou até o refeitório, pegando um Danone na geladeira que tinha uma variedade de coisas. Acabaram encontrando Rebecca.

- Claire. - acenou para a ruiva.

- Oi. - foram até ela.

Rebecca sorriu para Clarisse que parecia um pouco tímida com a nova assistente da mãe, agarrava forte a mão de Claire.

- Nossa Claire... Essa é a sua filha? - disse toda boba. - É a menina mais linda que eu já vi...

Todo mundo sabe que para agradar uma mãe, é só tratar bem seus filhos. E com Claire, óbvio que não era diferente.

- Obrigada, Rebecca. - sorriu orgulhosa. - Como se fala filha?

- Muito obrigada... - olhou para a mãe e ela entendeu o que a pequena queria. Saber o nome daquela estranha.

- Rebecca.

- Muito obrigada, Rebecca. - sua voz era meiga, assim como seu sorriso.

- Ah que linda... olha Clarisse. Nós vamos nos ver bastante, então me chama de titia Becca.

A pequena olhou para a mãe, que recebeu um sorriso de aprovação.

- Tá bom, titia Becca. - A morena sorriu.

- Rebecca, eu já estou indo. Qualquer coisa me liga.

- Okay, Claire. Até logo Clarisse.

- Tchau... - a pequena acenou com a mãozinha.

Quando voltaram para a sala, Owen ainda estava dormindo.

- O papai é um dorminhoco. - riu assim como a mãe.

- Sim, meu amor. - a sentou em sua cadeira. - Come todo o Danone, enquanto eu chamo o papai... - a garotinha assentiu começando a comer imediatamente e Claire se aproximou do marido, sentando ao seu lado. - Hey, amor... acorda. Vamos para casa.

- Não mãe... - Resmungou dormindo. Owen realmente as vezes era um menino grande.

Claire se aproximou de seu ouvido.

- Se me chamar de mãe mais uma vez, vai ficar sem sexo. - sussurrou.

Ele abriu os olhos imediatamente.

- O que?

- Agora você acordou, né... - riu. - Vamos para casa.

- Logo agora que estava sonhando que estava no puteiro...

- Ah é? - se afastou e levantou. - Então fica aí. - foi até a filha. - Vamos princesa... - A desceu da cadeira e pegou sua bolsa.

- Nem terminei de contar... - Levantou todo descabelado.

- Prefiro não saber...

Owen pegou a bolsa das duas e as levaram para casa. Já no apartamento, ele foi separar as roupas limpas das sujas em um monte, quando caiu um papel amassado de algum bolso. Era a planilha com seus horários que achou que tinha perdido.

Enquanto isso, Claire estava dando banho em Clarisse. Quando terminou e a vestiu com seu pijama de raposa. Começaram a arrumar a mala da pequena.

*

Pensando na mentira da esposa, Owen foi tomar banho e depois foi tomar cerveja enquanto via TV. Seu ritual de todas as noites.

Claire apareceu na sala. Por trás do sofá e se debruçou sobre ele, descendo as mãos por seu peitoral.

- Amor, o jantar está na mesa. - beijou sua bochecha.

- O jantar é de mentira também?

- O que? - perguntou sem entender.

Owen colocou o papel na mão dela.

Ela suspirou e sentou ao seu lado.

- Eu posso explicar.

- Explique-se.

- Como pode ver... sua agenda está cheia com pesquisas e treinamentos com os raptores e outros dinossauros... sabemos que quando sua agenda está assim, você perde a noção do tempo e não tem hora para chegar em casa. - respirou fundo. - Estamos nas vésperas da viagem e eu preciso de você aqui, então pedi para o Barry ajudar com esse assunto e duas reuniões que tinha amanhã, eu mesma fiz hoje.

- Era só me falar, não tinha necessidade de ter mentido. Eu não quero mentiras nessa casa. Está me ouvindo? - Disse firme.

- Não precisa me dizer isso.

- Acho que sim, já que anda mentindo por aí. Sabe o que mais você aprontou comigo. Vai saber!

- Do que está falando, Owen? – o encarou com os olhos cerrados.

Com os olhos fixos na TV, tomou outro longo gole de cerveja. Claire se sentindo ofendida com aquilo. Levantou e foi jantar sozinha com Clarisse. Ele foi pouco depois. Comeu pouco, o que era anormal.

O jantar foi em completo silêncio, quando Claire terminou, levantou e saiu. Isso também era anormal, já que sempre um deles só se levantavam, quando todos já haviam terminado.

Owen limpou a bagunça, lavou tudo e pegou 5 garrafas de cerveja. Depois voltou para a televisão. Clarisse apareceu minutos depois pulando no sofá.

- Vim dar boa noite, papai...

- Oi meu amor. - Aninhou a filha no colo, todo carinhoso. - Boa noite... dorme com os anjinhos.

- Você também papai... a mamãe disse que amanhã vou para o trabalho com ela... - disse empolgada.

- Que bom, vai ajudar ela a fazer planilhas?

- Que é isso, papai?

- Umas listas de coisas... no computador.

- Vou sim. - deu um beijo na bochecha do pai. - Boa noite papaizinho... - correu para o quarto.

Claire foi com ela escovar os dentinhos e depois a colocou na cama. Não demorou para a pequena dormir. O que foi bom para a ruiva, que foi fazer as malas.

- Vamos ver... - disse olhando para as várias roupas dos dois.

Então se concentrou, lembrando como era Branson. Os lugares que poderiam ir, a temperatura, a festa de natal e outras atividades. Quando metade das coisas estavam organizadas, ela resolveu ir dormir. Acordaria cedo para terminar o resto. Owen foi deitar de madrugada.

Alguns sons de notificação de mensagem foram ouvidas, era o celular de Claire. O som a fez acordar imediatamente, ao ler as mensagens, Revirou os olhos e riu. Voltando a fechar os olhos.

- Que é?

- Nada da sua conta. Afinal seu eu falar, pode ser mentira.

- Tem razão.

Ela não disse mais nada e voltou a dormir.

*

Owen acordou cedo no dia seguinte e foi trabalhar antes mesmo dela acordar.

Quando Claire despertou e notou estar sozinha, ficou ainda mais triste. Sua manhã foi longa, terminou de arrumar as malas e na parte da tarde passou no escritório junto com Clarisse. Precisava finalizar algumas coisas antes de ir viajar.

O marido só voltou pra casa depois de jantar no restaurante, 11 da noite. Tomou banho e foi direto para cama. Claire apareceu no quarto com o rosto vermelho e inchado.

- Você fez isso de propósito, não é? Para se vingar de mim...

- É seu castigo por ter mentido, estou fazendo exatamente o que você não queria que eu fizesse.

- O voo era às nove, Owen.

- O que? - Se sobressaltou desacreditado. - NÃO ERA AMANHÃ?

- ERA HOJE! - jogou as passagens na cama, chorando e saiu.

Owen foi atrás dela.

- Custava me avisar? Você simplesmente compra as passagens, arruma as malas e pronto!

- EU TE FALEI ONTEM! - gritou soluçando. - Passei a tarde inteira te ligando, mas como sempre seu celular estava desligado. Se não quer ir, me fala. Eu vou sozinha com a Clarisse.

- Não, não falou. E não grita comigo, você não ia gostar que eu gritasse com você. Isso não impedia de pegar o carro e ir lá.

- Não vou ficar correndo atrás de um homem que me acha mentirosa. Eu não vou esquecer o que me disse ontem. - Passou a mão no rosto. - Quer ir para a sua mãe?

- Eu vou ver se consigo adiar a passagem para daqui no mínimo 2 horas.

Owen se afastou e ligou para a companhia aérea. Claire pegou o telefone da mão dele.

- Não precisa!

- Precisa SIM, para de ser birrenta Claire Grady!

- Eu já resolvi, Grady! O voo ficou para amanhã às 7 de manhã.

- Ótimo. - Suspirou e foi dar um beijo na filha.

Claire foi fazer um chá, Owen tinha sido muito injusto. Ficou lá chorando. Ele apareceu na cozinha mais tarde.

- Estou ouvindo seu choro do banheiro do nosso quarto.

- Desculpe estar te incomodando, irei chorar mais baixo. - disse irônica.

- Eu sei que você está esperando que eu te coloque no colo, mas quero que saiba que foi errado sim o que fez.

- Sinceramente, Owen. Eu não espero nada. E depois do que fez hoje para se vingar...

- Não? De verdade?

- Só quero que me deixe sozinha.

- Não é verdade.

Ela o olhou nos olhos.

- É verdade sim. Não quero falar com você...

- Feliz Natal adiantado.

Owen deu as costas e foi dormir.

Claire foi deitar algumas horas depois. Logo teriam que acordar, já que o voo seria cedo.

*

A família Grady chegou no aeroporto Internacional da Costa Rica bem adiantados. Owen estava com Clarisse dormindo no colo, olhando os próximos vôos no painel.

Claire estava sentada mais distante, fingindo concentrada em seu celular. Não podia negar que se sentia mal com tudo aquilo, nem negaria.

Era estressante para ela, voltar a sua cidade natal depois de tantos anos e nem sequer tinha o marido ao seu lado para apoiá-la. Sabia que aqueles dias poderia acontecer qualquer coisa, precisa estar prepara para lidar com isso.

Então o voo para Kansas City, Missouri, foi anunciado. Eles embarcaram.

Não demorou para o avião decolar, seria no mínimo seis horas de voo. Clarisse permaneceu dormindo. Claire colocou a mão sobre a de Owen.

- Eu errei... confesso. E você também, por se vingar de mim. Mas eu te amo demais e não posso viver sem você. E vou precisar muito de você esses dias... - disparou.

- É mesmo?

- Sim.

- Certo. Perdão.

- Vai ficar assim?

- Eu pedi perdão, meu Deus, Claire!

- Tudo bem... - soltou a mão dele.

- Você que está diferente...

- Por que acha isso? - o encarou com os olhos cerrados.

- Tirou a mão daqui.

- Estou insegura Owen, só isso.

- Pode conversar comigo. Estou ouvindo.

- Acha mesmo que eu minto para você?

- Dessa vez você mentiu. Fato.

- E você nunca mentiu para mim?

Owen suspirou, olhando pela janela.

- Acho que estraguei nosso casamento...

- Não seja exagerada. Por favor. Podemos encerrar esse assunto? Olha para mim. - Ela o encarou com os olhos marejados. Owen a beijou docemente nos lábios algumas vezes.

- Combinado?

- Combinado. - segurava o rosto dele com as duas mãos. - Eu te amo muito.

- Também te amo, Claire.

A ruiva sorriu e o beijou mais uma vez.

- A viagem do aeroporto até Branson é longa, vamos ter que dormir em um hotel.

- Já olhou qual hotel tem disponível?

- Não precisa, no caminho tem vários... vamos poder escolher.

- Pode ser até um cafofo com uma cama velha e um banheiro entupido.

A ruiva riu alto, só Owen poderia fazer ela rir naquele momento. Claire estava muito tensa, o último encontro com sua tia não tinha sido muito agradável e tinha prometido para si mesma que não a veria novamente. E lá estavam eles, indo passar o natal na casa de Eleanor.

Aquele estado de espírito da esposa não passou despercebido pelo marido, a fez dormir um pouco durante a viagem.

Clarisse acordou quando estavam quase pousando. O que foi muito bom, já que ela era impaciente. Assim que desembarcaram, Claire suspirou ao entrar no aeroporto internacional da cidade do Kansas.

Na saída, já tinha um carro de aluguel reservado para eles. Tinha pensado em cada detalhe. Enquanto Owen checava a cadeirinha da filha no banco de trás. Ela aproveitou para observar ao seu redor, muita coisa tinha mudado.

Apesar do marido estar com a atenção na filha, vez ou outra observava a esposa olhando para a paisagem.

- Muitas lembranças?

Claire virou o rosto para ele e sorriu.

- Muitas... por um lado, foi bom a gente ter vindo. Você precisa conhecer tudo o que fez parte da minha vida.

- Fico contente com isso, vida. - A beijou discreto.

Ela sorriu e o beijou também.

- Eu que vou dirigir...

- Não vou brigar por isso...

Claire então entrou no carro e quando Owen se acomodou no banco do passageiro, ela deu partida. Quando estavam há apenas duas horas na estrada, Clarisse começou a ficar agitada.

- Falta muito para chegar?

- Sim, princesa. Só vamos chegar amanhã na casa da Eleanor... é... da titia... - se corrigiu. - Estão com fome?

- Sim!

- Um pouco... será que vamos ter neve por aqui?

- Sim amor, provavelmente até amanhã teremos neve.

Mesmo com o frio do Missouri, ainda não tinha neve. O que era normal já que geralmente só começa a nevar na noite de natal, como nos filmes de Hollywood. É só de pensar nessa comparação, Claire ria e não ousava falar aquilo em voz alta. Depois de alguns minutos, ela parou o carro em frente a um grande campus que tinha uma grande placa.

“ Bem-vindo a universidade da cidade do Kansas.”

- Nossa... - murmurou em admiração. - Está exatamente igual... Foi aqui que fiz minha faculdade e me formei em administração.

- Sério? Então aqui que a nerd mais gata começou a empinar o nariz?

Claire gargalhou e balançou a cabeça.

- Foi sim... Querem que eu mostre uma coisa?

- Quero sim.

- Eu também, mamãe.

- Okay.

Claire saiu do carro e foi até o portão, falar com o segurança. Após pedir autorização para entrar no campus e provar que estudou ali, mostrando seu diploma pelo celular. O guarda permitiu a visita, mas só teriam trinta minutos. Então assim que colocou o carro no estacionamento, os três começaram a caminhar pelo campus. Até que chegaram em uma grande árvore, suas raizes eram tão grandes que saíam do solo. Claire sorriu e foi imediatamente tocar a árvore.

- Hmmm... bela árvore. - Comentou sem entender.

Clarisse estava catando as folhas e colocando no bolso do casaco. Claire riu e sentou em uma das grandes raizes.

- Existia dois lugares que eu passava muito tempo aqui... na biblioteca e sentada aqui, lendo e estudando. Essa árvore era a minha confidente...

Owen sentou do lado dela.

- Então, está me dizendo que sua melhor amiga da faculdade era uma árvore?

- Sim... bom, eu tinha uma amiga. A minha colega de quarto. Mas sempre foi difícil para mim me abrir cem por cento com alguém. E já que a árvore não podia me julgar, foi uma ótima companheira... por quatro anos...

Com um sorriso torto, pegou a mão direita dela e a colocou entre as duas mãos cobertas pela luva de couro.

- Você é incrível. Obrigado por dividir esse momento comigo. É muito importante para mim também...

- Eu fico muito feliz de poder compartilhar isso com você. E tem tantas coisas que quero fazer com vocês... Você já me conhece perfeitamente, e finalmente me sinto preparada para voltar ao meu passado e dividir com você. Vai conhecer a Claire do passado..

- Está? Ainda te vejo um pouco nervosa...

- Reencontrar minha família, vai ser um pouco complicado... não falo com minha tia, desde o enterro dos meus pais. Quando brigamos. E tem meus primos que não vejo há anos...

- Vou estar do seu lado independente de tudo, sabe disso...

- E é por isso que te amo tanto. - sorriu. - Sabe o que isso merece?

- O que?

Ela levantou e o puxou pela mão.

- Um beijo... vou ter uma linda lembrança dessa árvore.

- Ah, mas não pode ser um simples beijo.

Owen ergueu a ruiva nos braços, a rodou algumas vezes, depois a colocou no chão a beijando com uma certa urgência que deixava nítido a saudade que ele estava dela.

Claire retribuiu na mesma intensidade. Fazia dois dias que não se beijavam e não se tocavam assim, para eles era uma eternidade. As línguas se acariciavam não mais perfeita sintonia. Suas mãos acariciavam o máximo que conseguia do corpo do loiro.

Enquanto isso, Clarisse estava longe distribuindo folhas amareladas pelo inverno para os funcionários da Universidade.

E quando o ar se fez necessário, cessaram o beijo com muita luta, já que não queria se desgrudar.

- Nunca vou esquecer essa árvore. - sussurrou com um sorriso. E foi quando recuperou totalmente o ar. - Espera... cadê a nossa filha?

- Ora, ela está ali... - Virou-se na direção onde tinha visto a filha pela última vez e só encontrou a boneca dela jogada na grama. - CLARISSE?!

Claire sentiu as pernas bambas só de pensar na hipótese de perder a filha.

- Amor, vai para aquele lado que eu vou por esse. Quem achar ela primeiro liga para o outro e nos encontramos aqui...

- Combinado!

Owen pegou o caminho contrário, chamando pela filha. Sentia-se que estava a beira de um infarto.


Notas Finais


Até a próxima.


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