Capítulo 3 — Chapter Three.
Ele continuava me encarando perdidamente. Só então me toquei que eu estava o olhando demais, balançando a cabeça e calculando tudo que estava acontecendo, ele está tão lindo e.... Forte, ai puta que pariu, que merda gigante, eu estava tão desnorteada quanto ele, não sabia nem o que pensar, se controle ________, ele continua sendo o mais errado da história.
— O-O que você tá fazendo aqui? — Perguntei, colocando Yumi ao meu lado, mas ela se afastou indo para vitrine atrás de mim.
— Eu... — Ele continuava me encarando e sorriu de lado, abaixando a cabeça e coçando a nuca, típica mania dele quando ficava tímido. — Estou voltando para ficar, acabei me tornando o novo CEO da empresa. — Não sabia o que sentir, eu sentia um ódio tão grande da cara do Jeon, mas eu de certa forma me sentia feliz por saber que ele estava de volta. Ah, _________ você tá louca, seu foco agora é a Yumi, a filha que ele não quis assumir.
— Ah... sei, foi bom te ver, Jeon, legal que você voltou pra cá. — Fingi tal felicidade, pegando a Yu no colo e me afastando.
— Então, a Yumi é sua filha? — Perguntou de repente, me fazendo parar e voltar o olhar para ele. — Você superou tudo bem rápido, não é? — Jeon me encarou pensativo, olhando no fundo de meus olhos.
— O que você quer dizer com isso, Jeon? — O encarei séria confusa, ele com certeza já sabia que é o pai dela, então não entendi o motivo de sua pergunta, talvez estivesse se fazendo de louco.
— Mamãe, vocês se conhecem? — Yu perguntou inocentemente, e eu neguei com a cabeça.
— Não, não nos conhecemos, foi só uma coincidência. — Ri sem graça. — Vamos filha, você está atrasada.
— _________, espera! — Antes que eu saísse ele segurou meu braço, me arrepiando por completo. Estávamos tão perto, ele me encarava de uma forma tão intensa que eu acabei me perdendo em seu olhar, ele pareceu esquecer o que ia dizer e eu voltei para mim, balançando a cabeça.
— Jeongguk, eu tenho que ir.... — Falei, o ignorando e saindo com Yu, paguei as coisas às pressas e sai dali.
Bom, não sei o que me deu, mas eu não queria causar uma confusão na frente da minha filha, ainda estava tentando entender porque ele agiu daquela maneira, como se não soubesse da Yumi, talvez ele estivesse só disfarçando, mas eu estava confusa demais para chegar a uma conclusão.
Eu e minha bebê continuamos nosso caminho, na verdade eu, já que ela foi o tempo todo em meu colo, chegamos em sua escolinha e quando eu ia entrando, o porteiro apareceu e me chamou.
— Com licença, se veio trazê-la para a aula, desculpe, mas as aulas de hoje foram suspensas. — Disse ele, me fazendo o encarar séria.
— Como assim? Por quê?
— Por conta da neve, ficou muito difícil até mesmo para o resto da gestão chegar hoje, então começaram a ligar para os pais para informar que as aulas começarão somente daqui alguns dias, quando a neve diminuir e for mais fácil de se locomover por aí. — Ele falava calmamente, segurando a porta de vidro com a maior cara de preguiça.
— E por que não me informaram disso antes? — Suspirei emburrada, olhando para Yu que não entendia completamente nada. Meu celular tocou e eu o tirei do bolso, era a gestora, informando que hoje não haveria aula. Encarei o porteiro com cara de tédio e ele deu de ombros.
— Informaram agora. — Fechou a porta. Eu juro que poderia tacar um tijolo nessa merda de vidro... Se ao menos houvesse um aqui agora.
— Meu Deus filha, e agora? Eu tô muito atrasada pro trabalho pra ainda ir em casa te deixar. — Falei irritada, voltando pra frente da escola completamente brava.
— Vamos pro 'tlabalho da mamãe! — A pequena se empolgou, levantando os bracinhos empolgada.
— Eu não posso te levar pro meu trabalho Yu, é um local sério. — Suspirei pensativa. — Mas aparentemente eu não tenho escolhas... — Comecei a fazer o caminho do hospital, que também não era longe daqui.
— Eba, 'tlabalho da mamãe! — Ela falava animada e eu apenas ria baixo de sua animação.
Quando cheguei ao hospital, pedi que a minha amiga da recepção ficasse com a Yumi por lá, enquanto eu me arrumava para começar a atender meus pacientes. Depois de muita luta, Yu aceitou ficar com MinHee e eu fui para a sala de descanso, deixei a bolsa sobre a mesa e tirei meu casaco, pegando o jaleco e me vestindo.
— Chegou atrasada, temos muito trabalho para fazer. — Tae simplesmente invadiu a minha sala, falando rapidamente.
— Poxa Taehyung, se você não tivesse me falado, eu nem imaginaria. — O encarei irônica fazendo-o rir, logo o acompanhando para fora da sala.
— Eu vi a Yumi na recepção, hoje não era o primeiro dia de aula dela? — Perguntou confuso, caminhando ao meu lado pelos corredores do hospital.
— Sim, era, mas foram suspensas por conta da neve. — Murmurei entediada.
— Hoje a nevasca está bem exagerada mesmo, aliás, estão chegando muitos pacientes por conta disso. — Ele me encarou preocupado. — Tudo bem? Parece desmotivada.
— Você nem sabe quem voltou... — Nós paramos no meio do corredor, e ele franziu o cenho, pensando um pouco antes de arregalar os olhos;
— Mentira... Quem? O Jeongguk? Ele voltou? — Ele sacou de primeira, e eu apenas assenti. — Por quê?
— Ele é o mais novo CEO da...
— Meu Deus, como você sabe disso? — Tae me interrompeu.
— Eu encontrei ele no mercado, estava comprando as coisas da Yu quando ela sumiu, a pequena tinha se perdido e ele ajudou ela a me encontrar... — Falava e Tae ficava cada vez mais surpreso. — Só que quando ele me viu e descobriu que eu sou a mãe da Yumi, disse que eu havia superado tudo muito rápido.... Eu não entendi, ele falou como se ela fosse filha de outro.
— Ué, e como ele poderia não saber de Yumi? — Coçou a nuca, confuso.
— Talvez estivesse só fingindo demência. — Revirei os olhos, cruzando os braços.
— Hm... Acho que não. — Ele disse simple,s e eu o encarei séria. — Não teria porque ele fingir, pelo menos eu acho né, ele não seria tão descarado a esse nível.
— Será mesmo? — Ri debochando.
— Bom, pelo que eu conhecia do Jungkook, se ele tivesse mesmo encontrado você sabendo de tudo, deixaria a Yumi ir pra você e caía fora, a não ser que ele tenha mudado tanto e pra pior, o que eu prefiro não acreditar. — Falou cruzando os braços. — Ele ter dito que você superou tudo bem rápido, foi realmente estranho, até porque ele falou se referindo a Yumi. — O encarei pensativa, suspirando em seguida e balançando a cabeça.
— Ok, que tal falarmos de trabalho agora? É bem melhor que imaginar coisas impossíveis. — Mudei de assunto antes que ele aprofundasse naquilo e me deixasse mais confusa ainda.
— Tudo bem, vamos trabalhar!
[...]
1:00 PM
— Você come como um monstrinho Yu. — Tae falava brincalhão, colocando Yumi no chão, havíamos acabado de voltar do almoço e estávamos prontos para atender mais pacientes, a neve lá fora havia diminuído mais e carros já passavam pra lá e pra cá.
— Não sou um monstrinho, tio Tae. — Ela fez um biquinho fofo e cara de choro.
— Se ela chorar, a culpa foi sua. — Avisei, observando os dois.
— Eu sei que não, você é uma princesa ok? A princesa do titio. — Ele a abraçou fazendo cócegas na mesma, ri e entreguei o danone dela.
— Filha, fica ali na recepção com a tia MinHee que a mamãe vai trabalhar agora. — Dei um beijinho na mesma, ela assentiu e foi para onde eu pedi, Tae foi resolver outras coisas no hospital e eu fiquei ali perto da recepção, de olho na Yu e também observando o movimento, vendo se chegava alguma emergência, já que aparentemente estava tudo mais calmo que de manhã, e eu não tinha nenhuma consulta para a tarde.
Estava apoiada no balcão da recepção olhando para Yumi, que andava toda desengonçada mexendo no telefone que não estava prestando, MinHee entregou a ela para distrair um pouco a mais nova. Estava tudo calmo até a porta de vidro abrir e uma voz alta soar ali.
— Por favor, ajuda! — Todos nos assustamos e eu virei de imediato, me assustando mais ainda com quem estava ali, se tratava de Jeongguk, que carregava uma mulher desacordada. Ele me encarou surpreso e eu desviei o olhar para a moça, assim como eu, os enfermeiros foram correndo pra cima dele, puxando a maca para que ele a colocasse em cima.
— O que aconteceu? — Perguntei sem manter contato visual com Jeon, me aproximando dela e testando o estetoscópio na mesma, vendo que seus batimentos estavam normais.
— Ela é alérgica a alguma coisa que estava na comida dela, começou a tossir sem parar até que desmaiou. — Ouvia atentamente e fiz apenas um sinal para que os enfermeiros a levassem para uma sala de primeiros socorros, acompanhando eles em seguida, virei e vi que Jeon não tirava os olhos de mim, de relance olhei para Yumi que estava completamente assustada com a situação, mas MinHee a abraçou e ela virou o rosto, trazer ela para o hospital realmente foi uma péssima ideia, mas não tive escolhas. Continuei meu caminho até entrar na sala.
Jeon Jungkook POV’S
Eu e Scarlett fomos almoçar antes de continuarmos o trabalho na empresa, ela estava ansiosa para almoçar em um restaurante que havia visto quando chegou, então fui obrigado a ir até lá com ela, porém ela comeu algo que era alérgica e começou a passar mal na hora, foi tudo bem rápido e quando me toquei, já estava carregando ela e entrando no hospital.
E agora eu me via desnorteado entre cuidar de Scarlett ou me perder totalmente ao olhar a médica que a atendia, __________. Ela fica linda nesse jaleco, e me fez ficar completamente hipnotizado com sua beleza, ela ainda mexia comigo da mesma forma que a três anos atrás. Voltei a realidade e observei a Scarlett meio preocupado com seu estado, teria que ligar para Hoseok e contar do incidente, já que com certeza não iríamos comparecer no serviço.
Os enfermeiros levaram a maca com ela para a sala de emergência, _________ os acompanhava e por um momento ela olhou para mim, olhando para a recepção e seguindo seus passos, até sumir de minha vista. Suspirei totalmente exausto, me sentando nas poltronas que haviam ali, Scarllet apesar de magra, era mais pesada que o normal e eu havia feito muito esforço para carregá-la até aqui.
— Titio Jungkook, voclê'! — Ouvi uma voz meio enrolada chamar por mim e olhei para o lado, vendo Yumi correndo toda desengonçada até mim.
— Uh, olá Yu, o que está fazendo aqui? — Perguntei sorridente, retribuindo o abraço que ela me deu, ou melhor, o abraço que ela deu na minha perna.
— Vim trabalhar com a mamãe, não teve escolinha hoje. — Ela disse sorridente, tentando subir na poltrona ao meu lado, tentando de todas as formas jogar a perna e subir, ri e a ajudei a se sentar.
— Entendi, como você está? Cuidado para não se perder novamente da _________. — Ri de sua expressão.
— Quem é ________? — Ela perguntou, e eu franzi o cenho, a encarando confuso.
— Ué, a sua mãe.
— Mas o nome dela não é ___________. — Pronunciou errado. — O nome dela é mamãe!
— Certo, a sua mamãe! — Ri com a resposta da mais nova e me encostei na poltrona, ouvindo Yu tagarelar pelos próximos minutos, me fazendo rir de sua mente fértil. A observei atentamente enquanto ela contava que seu ursinho de pelúcia se chamava Toby, e que ele tinha a idade dela. Yumi é muito parecida com a ___________, menos os olhos que eram característicos de origem coreana, o que me fez pensar em quem seria o pai da pequena, comecei a pensar um pouco enquanto ela tagarelava, até tentar lembrar a idade que ela disse ter.
— Yu, quantos anos você disse que tinha mesmo? — Perguntei curioso, me virando para ela.
— Três anos e meio. — Ela mostrou quatro dedos e eu ri baixo, ainda confuso. Três anos e meio.... Exatamente o tempo que eu estive fora da Coreia, _________ deve ter conhecido alguém depois que eu fui, o que me fez pensar que ela superou um relacionamento de cinco anos bem mais rápido que o normal, mas no momento eu queria de certa forma saber quem era.
— Hm, é mesmo... — Me senti receoso em perguntar, mas tomei a atitude. — Yumi, e o seu pai, onde ele está?
— Pai? — Ela fez bico confusa. — Eu nlão' sei, nlão' tenho pai. — A encarei completamente confuso com sua resposta.
— Como assim não tem pai? — Perguntei, até perceber as perguntas que eu estava fazendo a uma bebê de três anos que ainda nem tem muita noção da vida.
— Não sei, você pode comprar chocolate pra eu’? — Ela mudou o assunto de uma hora pra outra, como se não se importasse com o que conversávamos antes, o que é comum de bebês dessa idade.
Sorri e assenti para a mais nova, sendo arrastado até a máquina de doces que havia ali perto, coloquei umas moedas e peguei o chocolate para ela, que pulou de felicidade ao recebê-lo.
— Como se diz? — Pisquei pra ela que riu em seguida.
— Não sei. — Ri mais ainda. — Obligada'! — Sua pronúncia errada, a deixava mais fofa ainda.
Sorri e voltei a me sentar sendo acompanhado pela bebê, ela realmente gosta de conversar. Ouvia o que Yumi dizia, mas minha mente estava longe, imaginava quem poderia ser o pai dela e o que ela quis dizer com ‘’Não sei, não tenho pai’’, comecei a pensar várias coisas e chegar até mesmo a conclusões estranhas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.