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História Afterglow. - Hyukjae.


Escrita por: mand-y

Notas do Autor


Mais rápido do que eu esperava! A partir do próximo capítulo, terá playlist para vocês acompanharem junto com a história!
Boa leitura!

Capítulo 2 - Hyukjae.


Nem me certifiquei do horário quando cheguei em casa, mas o dia ainda não havia começado a clarear o formoso céu da cidade. Apenas me lembro de ter me jogado sobre a minha enorme e convidativa cama e ter deixado que o sono me levasse pra longe daquele mundo, onde os sonhos me envolviam de maneiras confusas, e faziam com que um sorriso diferenciado aparecesse no rosto de todos que estavam presentes em minha mente, porém ele não se encaixava em ninguém. E eu tinha a plena certeza de que aquele sorriso só poderia pertencer a somente uma pessoa que não quisera enfeitar meus sonhos por já ter enfeitado minha realidade.

- Ainda dormindo!? – A voz feminina e rouca me despertara em um susto, e antes mesmo que eu pudesse abrir por completo meus olhos, escutei o barulho das grandes cortinas brancas sendo abertas, tendo os raios de sol cegando momentaneamente minha visão ao que adentraram por completo em meu quarto através das portas de vidro da varanda, que agora eram abertas pela loira de cabelos longos.

- Santo Deus, Valeska! É sábado, me deixa dormir, sei lá, até amanhã pelo menos. – Resmunguei feito uma criança emburrada enquanto afundava a cara no travesseiro e desejava poder voltar ao sono e desvendar os mistérios dos meus sonhos.

- Meu querido, o sol está maravilhoso, está calor, você é puta rico. Levanta dessa cama e vá fazer algo que preste.

Valeska nunca mudara seu modo de falar desde o momento em que a contratei para trabalhar no meu apartamento, e incrivelmente aquilo nunca havia me incomodado. Ela era honesta, e sabia realizar suas obrigações com perfeição, me deixando mais do que gratificado em pagá-la o suficiente para que ela pudesse ter seu próprio apartamento e um carro do ano. Porém, ela sempre afirmava que preferia ficar por ali mesmo, em um dos quartos que eu disponibilizara, alegando estar devidamente confortável e que não queria ser incomodada com toda aquela falação. Nos meus piores dias ela era minha salvação e minha companhia de bebedeiras, por mais que sempre se mantivesse sã o suficiente caso algo acontecesse comigo em meio aos meus exageros.

- Valeska, todos os dias tem sol nesse lugar, não sei se você percebeu.

- Mas nem todos os dias são sábado, então levanta logo. – Proferiu-se uma ultima vez e saiu do quarto, me deixando largado sobre o colchão enquanto sentia a brisa suave do dia adentrar pelas portas e me dar uma sensação boa de frescor e animo para levantar.

Aproveitei para tomar um banho, já que não havia feito isso quando chegara de madrugada. A água levemente gélida, fazia com que meus músculos relaxassem e toda aquela tensão do dia anterior fosse levada embora de mim, a medida que eu revia tudo o que tinha acontecido naquela sexta-feira. E então parei, simplesmente fiquei estático fitando um ponto qualquer do piso branco azulejado, no momento em que a ida até Virgina Key, se fizera presente em minha mente. Eu havia mesmo conversado com um homem estranho, havia me encantado por seu trabalho e era mais certo ainda que eu o havia convidado para vir até meu apartamento. E nesse instante eu comecei a gargalhar tão alto que não me importava se Valeska iria escutar e o que iria pensar; apenas gargalhei o suficiente para sentir meu abdômen doer e sem que tivesse alguma razão para tais sons.

Assim que finalizei com meu estimado banho, vesti apenas uma bermuda preta e segui até a cozinha, onde Valeska fielmente preparava o café da manhã. A loira estava muito bem arrumada e pronta para enfrentar o verão, afinal, nos finais de semana ela nunca ficava por ali, e nem fazia questão de me dizer para onde iria, me pedindo inclusive para esquecer o número de seu telefone durante aqueles dois dias, nem me dando a chance de argumentos. Eu sabia que ela, tanto quanto eu, precisava de um tempo de descanso durante alguns dias da semana, por isso nunca a impedi de fazer o que quisesse nos finais de semana.

- Seu café está pronto, e é assim que eu te abandono mais uma vez. Não sinta minha falta, porque eu não sentirei a sua. – Sua fala já muito bem ensaiada de todo sábado de manhã, me fazia soltar uma breve risada enquanto recebia uma piscadela vinda daqueles olhos verdes.

- Vê se volta inteira, e não durma com qualquer um. – Brinquei, enquanto a fitava de maneira séria, a medida que me acomodava em uma das banquetas da bancada para desfrutar do café da manhã farto que ela sempre preparava.

- Vá se ferrar. Arrume uma fodinha ao menos esse final de semana, pra você relaxar, senhor das trevas.

E com essas palavras ela pegou sua bolsa de tamanho consideravelmente exagerado e ao me jogar um breve beijo no ar, saiu porta a fora, indo para seu rumo que eu jamais saberia onde que daria. E mais uma vez, minha segunda construção me fazia um super protegido e vazio. Meu café da manhã fora silencioso como ocorria em todos os meus finais de semana. Às vezes penso que se impedisse essas saídas de Valeska, eu me sentiria sutilmente melhor, porém logo essa ideia se esvaía ao que esse tempo sozinho me parecia agradável.

Meu sábado, como todos os outros, se prosseguira tedioso, onde eu passava as horas assistindo a diversos filmes e me entupindo de porcarias, por não saber fazer nem um ovo frito se quer, e por sorte eu sempre abastecia o estoque de comida congelada para que pudesse ao menos ter energia para que conseguisse levantar do sofá e ir para o banheiro, do banheiro para o sofá, do sofá para a cozinha, e assim seguir com esse ciclo durante o dia todo. Ninguém para ligar, nenhum problema para resolver, nenhuma fodinha atraente; apenas afundado no meu próprio mundo, entre as paredes seguras do meu apartamento, enquanto o sol começava a se esconder para que a lua fizesse seu espetáculo, e eu tinha a sorte de poder visualizar o mesmo através das portas de vidro que haviam na sala que davam para a outra varanda do apartamento. E tendo ainda mais sorte, por não precisar nem me levantar do conforto do meu sofá para que pudesse apreciar de tal obra da natureza.

No segundo seguinte, um beep vindo do meu celular jogado entre algumas almofadas sobre o sofá, chamara a minha atenção. Sem demorar-me, o alcancei, e ao destravá-lo, notei uma nova mensagem de um número que era desconhecido para mim.

“Estou chegando.”

Automaticamente, senti um medo me dominar. Naquele estágio da vida, receber uma mensagem como aquela, de um número estranho, faz você pensar diversas coisas, menos algo que faça sentido. Não tinha a certeza de que a porta estava trancada, mas tinha a certeza de que todas as janelas e portas do interior do apartamento estavam abertas o suficiente para que qualquer desastre pudesse entrar e acabar comigo ali mesmo. Nada respondi, apenas permaneci no sofá enquanto tentava pensar em algum plano, caso algo realmente estivesse prestes a acontecer. E em pouco menos de três minutos, o som da campainha me despertou de qualquer ideia que pudesse vir a dar certo.

Respirei fundo algumas vezes seguidas, antes de, pateticamente, me levantar do sofá e a passos silenciosos seguir até a porta, agradecendo mentalmente pelas luzes estarem desligadas caso fosse possível ver a sombra dos meus pés pela fresta existente em baixo da porta. Com o mesmo silêncio, criei coragem para olhar pelo “olho mágico” da porta, me surpreendendo no mesmo segundo, e fazendo com que toda minha coragem anterior, misteriosamente sumisse. Ele estava ali.

Quando voltei para meu próprio eixo consciente que ainda possuía seu juízo perfeito, destranquei a porta e a abri, recebendo de imediato aquele sorriso que enfeitara meus sonhos passados, e que quase fizera com que eu fechasse a porta novamente e procurasse um saco de papel para que pudesse respirar e controlar minha pressão. Sim, ele estava realmente ali. Seus fios de cabelo sutilmente desarrumados, e suas vestes de garoto que enfrenta mais de três baladas por noite em seus finais de semana. E seu perfume, eu jamais me esqueceria; certamente da marca mais barata que ele encontrara, me fizera prender a respiração por alguns momentos até que me acostumasse com aquele cheiro que eu mal sabia identificar, mas algo próximo a capim.

- Hey man! – Me cumprimentou de forma desleixada, enquanto começava a entrar no meu apartamento, me deixando fitando o ar na minha frente, da mesma forma que o recebera. – E não é que tu é rico mesmo!

Sua voz exclamava tais palavras que me faziam querer soltar uma gargalhada tão alta, que precisei me concentrar em somente fechar a porta e trancá-la novamente, para então, voltar a minha atenção àquele homem que agora se fazia parado no meio da sala, com o mesmo sorriso anterior, totalmente voltado para mim. Caminhei para mais perto dele, enquanto não resistia a ideia de esboçar um sorriso gentil nos lábios, afinal, agora eu tinha uma companhia para enfrentar a noite que, para mim, começava naquele momento.

- Não te falei para vir no domingo? – Perguntei enquanto me sentava desajeitadamente no sofá, começando a me sentir mais confortável comigo mesmo.

- Eu tava de passagem, e resolvi dar as caras por aqui. – Me respondera com a maior gentileza do mundo, enquanto seu olhar parecia atravessar todas as barreiras que eu havia construído durante todos aqueles anos, ao redor de mim.

E eu já não sabia mais o que falar, queria apenas enche-lo de perguntas desenfreadas, mas a forma como ele me olhava e sorria, me fizera vulnerável e eu apenas desejava entender tudo o que estava acontecendo comigo e com o clima que se instalara naquele cômodo em questão de poucos segundos. Eu não sabia seu nome, e o pouco que tinha conhecimento sobre sua vida, era que desde pequeno tinha um certo dom para coisas relacionadas a pintura. E eu sabia também que ele era lindo o suficiente para que eu tivesse inveja, principalmente do seu maxilar tão bem desenhado e da sua forma de sorrir que me fazia sorrir junto. E havíamos nos conhecido a menos de 24h.

- Por quanto tempo você vai ficar? – Deixei que tais palavras escapassem juntamente com o ar que eu havia prendido desde que meu olhar se fixara no dele, sem que tivesse razão alguma para isso. E eu desejava que ele dissesse que ficaria por ali, até que eu o mandasse ir embora.

- Hoje ainda não é domingo.

- Então, você vai embora? – Talvez meu olhar estivesse quase suplicando para que ele ficasse por ali, e quem sabe poderíamos jogar conversa fora e eu poderia esquecer das minhas riquezas e me concentrar em um mundo que não pertencia a mim.

E com um sorriso estampado em seus lábios ele apenas assentiu com a cabeça, antes de acenar da mesma forma que eu fizera na madrugada daquele mesmo dia, dando-me as costas e seguindo até a porta, me deixando ali, mais uma vez estático com sua presença e sua ausência ao mesmo tempo.

Porém, antes mesmo que ele pudesse partir daquela forma, corri feito um louco, tropeçando em algumas almofadas ali presentes pelo chão, até que o alcançasse e fechasse novamente a porta que ele acabara de abrir, fazendo-o me fitar com um olhar assustado e incrédulo; e mal sabia ele, que eu me encontrava tendo as mesmas reações internamente. E sem que eu acreditasse de fato com o que estava acontecendo, notei-o dar um passo para mais perto de mim, fazendo com que nossos rostos ficassem tão próximos que eu podia jurar que o cheiro do perfume dele estava impregnado em mim, e eu já não me importava de que qualidade o mesmo era.

- Hyukjae. Esse é o meu nome. – Sua voz saíra rouca em meio a um sussurro e eu pude ter a oportunidade de sentir seu hálito doce tocar meus lábios, fazendo com que me esquece completamente do importante detalhe de que agora sabia seu nome.

- Donghae. – Fora tudo o que conseguira proferir, tendo o mesmo tom que ele usara, mas de uma forma mais patética, como tudo o que eu estava fazendo. E em meio a isso, seu olhar me hipnotizava, me buscava e tentava me descobrir ainda mais.

E no momento em que seu rosto se juntou ainda mais ao meu, senti que o mundo já não me pertencia mais, porém, se eu estava esperando por algo, a única coisa que recebi fora um sutil roçar dos lábios carnudos e quentes do homem que me fazia perder qualquer tipo de juízo, e eu nem sabia quando que aquilo tudo tinha começado.

E com isso, ele me deixara. Abrira a porta e saíra, sem que eu tivesse a oportunidade de implorar de fato para que ele ficasse, para podermos dar continuidade em todas aquelas coisas sem sentido. E ali eu fiquei, mais uma vez estático, tentando recompor em minha mente tudo o que acontecera e tudo o que eu estava sentindo. Mas seu nome, eu o tinha, e isso me fazia querer chamá-lo a todo momento. Hyukjae.


Notas Finais


Obrigada a todos que já estão acompanhando!
E sim, o nome dela é Valeska, porque super combinou e desejo a todas as inimigas vida longa. n <3


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