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História Against all odds (malec) - Nós estamos juntos


Escrita por: ClauhMalec

Notas do Autor


Oi...
Demorei, mas volteiii!!!!!


Boa Leitura :)

Capítulo 25 - Nós estamos juntos


Fanfic / Fanfiction Against all odds (malec) - Nós estamos juntos

— Alexander Lightwood —

 

— Entendeu? — Magnus pergunta ao concluir sua explicação.

— Sim — respondo e balanço a cabeça freneticamente para enfatizar minha resposta. Magnus ergue a sobrancelha, em dúvida. Devo ter exagerado. Tento me redimir.  — Quero dizer... Eu acho que sim... Não tudo, mas uma boa parte, eu acho que... — Ergo uma mão e coço a nuca, sem graça. 

Na verdade eu não tenho a mínima idéia sobre o que Magnus estava falando, eu estava distraído, apenas sei que o que ele falava tinha algo a ver com natação, dicas e essas coisas. 

— Tá bom, não, eu não entendi nada. Desculpe-me.

Magnus inclina a cabeça para o lado, o brilho divertido em seus olhos me faz pensar que ele sabe que eu não estava prestando atenção, e acima de tudo sabe com o que eu estava me distraindo.

— Entenderia se prestasse atenção. — Ele diz em tom brincalhão.

É verdade, eu deveria mesmo, mas é muito complicado prestar atenção em algo, quando se tem um Magnus Bane apenas de sunga na sua frente. Convenhamos que é uma bela visão, e pode distrair qualquer pessoa, até a mais atenta.  

Ok. 

Não gosto da idéia de outras pessoas o olhando.

Deus, eu estou quase babando. No ímpeto, ergo minha cabeça e olho nos olhos de Magnus, eles são tão bonitos que eu poderia ficar olhando-os para sempre e jamais me cansaria de admira-los. 

Magnus é lindo, por completo.

Pergunto-me ocasionalmente, se um dia irei me acostumar com sua beleza, imagino que não.

Sorrio sem graça, sentindo minhas bochechas corarem. Então, baixo o olhar para o chão, encarando meus pés descalços.

— Acho melhor deixamos a aula para outro dia. — Sugiro quando junto um pouco de coragem e volto a olha-lo.

— Vai, deixa de ser medroso. — Ele pede carinhosamente como se estivesse lidando com uma criança.

Mordo o lábio inferior com força e olho para água reluzente.

— Não é tão complicado. – Magnus afirma.

— Para você é fácil falar. — Eu retruco um pouco frustrado.

— Não confia em mim?

Viro a cabeça em sua direção.

— Claro que confio, mas...

— Sem “mas” nem meio “mas”... Alexander. — Ele me interrompe.

Cruzo os braços na defensiva, e olho para ele de uma maneira nada contente.

— Você pode ir, eu ficarei aqui te olhando. — Digo convicto. — Juro que tentarei, mas será em outro dia.

— Se você não tentar nunca vai saber se consegue ou não.

— Vou tentar — afirmo. — Prometo que tentarei, só não será hoje.

Magnus olha-me fixamente por alguns segundos, depois suspira dramaticamente, desistindo – presumo – de tentar convencer-me a entrar na piscina. 

Embora eu confie muito nele, eu realmente estou com medo, quase morri afogado nesta mesma piscina, e, isso é o suficiente para ter medo. Certo?

— Vou cobrar. – Dizendo isto ele se inclina em minha direção e me beija, suavemente.  Logo em seguida, ele se afasta, e se posta na beirada da piscina, encarando a água, buscando coragem, então ele mergulha, como se fosse um profissional. Eu me sento na borda da piscina sobre minhas pernas, e o observo atentamente, totalmente admirado, ele é incrível.

Será que existe algo que ele não saiba fazer? Deve ser que não.

Depois de alguns minutos, necessários para que surgisse um pouco de coragem em mim, eu estico as pernas, colocando meus pés dentro da água. Apesar de fazer muito calor agora e o sol está quente, a temperatura de água é agradável.

Magnus se próxima, se encaixando entre minhas pernas, passando os braços em volta de minha cintura, e sorri travesso para mim. Oh, ele não vai... Não mesmo!

— Nem pense nisso. — Alerto antes que me puxe para dentro da água, bem não sei se ele ia realmente me puxar para dentro da agua, mas foi melhor prevenir.

Ele murmura algo inteligível, mantendo um biquinho fofo nos lábios. Rio para ele. Ergo a mão, e retiro os cabelos molhados de sua testa, estico meu outro braço e repouso-os em seus ombros e me abaixo, depositando um suave beijo em seus lábios, forçando minha língua entre eles, para dentro de sua boca.

— Vem, entra aqui comigo. — Ele tenta me convencer mais uma vez. — Prometo que não deixarei nada de ruim acontecer a você.

Nego balançando a cabeça.

Magnus suspira derroto.

Depois de alguns minutos ele sai do meio de minhas pernas e se senta ao meu lado, colocando a mão em minha coxa. Todo meu corpo se aquece com o contado mínimo, o calor parece mais intenso em minhas bochechas.

Será que ele tem noção do que faz comigo?

— A água está deliciosa. — Magnus diz, com um sorriso, sem retirar a mão de minha coxa. Tentando não dar muita importância para o calor crescente em meu corpo, eu balanço os pés dentro da água, brincando igual uma criança feliz. Magnus ri de minha atitude, sua risada é tão gostosa de ouvir.

— Estou com sede — murmuro comigo mesmo. — Vou pegar suco. — Magnus move sua mão da minha coxa. — Você quer também? — Pergunto, ele nega balançando a cabeça, trago minhas pernas para fora da água e ao me levantar para ir pegar o suco que a senhora Lewis trouxe para nós mais cedo, eu acabo me desequilibrando e caindo dentro da piscina soltando um grito nada discreto no processo. É claro que algo assim tinha que acontecer comigo! Já estou até acostumado. Antes que eu tenha tempo para me desesperar ou me afogar, Magnus está dentro da água também, agarrando-me e me puxando para cima. Ele mantém suas mãos na minha cintura erguendo-me para cima, enquanto eu seguro em seus ombros. 

— Peguei você — ele diz.

— Magnus, me tira daqui, por favor. — Eu estou tremendo levemente, no entanto é o suficiente para Magnus perceber.

— Ei, já está tudo bem, você estar a salvo. — Ele diz, trazendo-me para mais perto de seu corpo, uma de suas mãos nas minhas costas, acariciando levemente, eu me agarro nele como se minha vida dependesse disso e bem, no momento estar dependendo unicamente dele. — Fique tranquilo eu estou aqui... — Seu tom é reconfortante.

— Por favor, me tira daqui. — Peço mais uma vez.

Ele me leva até a borda da piscina, e me coloca sentado novamente, em segurança. Depois ele se senta ao meu lado.

— Você está bem? — Ele pergunta.

Respiro fundo, olhando para ele, percebo que meu medo passou. Então eu começo a rir feito um idiota, com Magnus me olhando sem entender absolutamente nada do que possa estar acontecendo comigo. Nem mesmo eu sei o que está acontecendo, só fiquei com vontade de rir.

— Você bateu a cabeça? —Pergunta, me examinando atentamente, a preocupação evidente em seu rosto.

Balanço a cabeça, negando. Tento me conter, mas é praticamente impossível parar de rir no momento.

— Eu estou bem. — Digo entre risadas. Sua expressão preocupada se desfaz, só um pouco. — Eu só... Acho que estou preparado para nossa aula de natação.

Agora Magnus parece muito confuso.

— Quê?

Paro de rir e encaro-o seriamente.

— Nós viemos aqui, para você me dar aula de natação. — lembro a ele. — Esqueceu?

— Não, mas eu pensei que você quisesse mais. — Ele diz de forma obvia.

Dou de ombros.

— Agora eu quero. — Falo, Magnus fica me encarando. — Vai ficar ai me olhando como se eu estivesse enlouquecido?

Ele rola os olhos. Deve está achando mesmo que eu sou doido.

— Está bem, Alexander.  Vamos à aula.

 

 

(...)


 

 

— Magnus Bane —

 

— E a nossa aula? — Alexander pergunta enquanto eu distribuo beijos em seu pescoço. Enfio uma mão em seus cabelos puxando de leve, e a outra eu mantenho em sua cintura, o ouço suspirar a cada beijo que deixo em sua pele.

— Podemos deixar para depois. — Murmuro próximo ao ouvido dele, fazendo-o estremecer por completo.

Eu não sei que momento, saímos da água, muito menos em que momento ele veio parar em meu colo. Mas o fato é que nós dois já estamos nos beijando há vários minutos, sentados em uma das espreguiçadeiras, bem eu estou sentado e ele está em meu colo, com uma perna em cada lado do meu corpo. 

Ao fim do beijo ele prende meu lábio entre os dentes, soltando demoradamente.

— Você é um péssimo professor, Magnus Bane. — Ele diz sorridente, olhando para minha boca.

Desço ambas as mãos para a cintura dele e aperto.

Ele ofega, apertando meus ombros.

— Meu único aluno não estava demostrando muito interesse com a aula, então achei melhor desistir da carreira de professor de natação.

Ele desce as mãos pelo meu corpo.

— Deveria se esforçar mais. — Diz movendo-se para mais perto, levando as mãos para minhas costas.

— Acredite em mim, — respiro pesadamente, quando ele se inclina, beijando-me no pescoço. — Eu estou me esforçando muito.

Só Deus sabe como!

— Não é o que parece. — Ele diz, posso sentir seu sorriso contra minha pela, muito sensível por sinal.

Um arrepio percorre todo meu corpo, parando em áreas particulares.

Engulo grosso.

Onde está o Alexander tímido, que estaria completamente vermelho em uma situação como esta?

Sua boca se encontra com a minha, e damos início a um beijo necessitado, com ele assumindo total controle. Eu largo o meu autocontrole de lado, e deixo minhas mãos vagarem pelo corpo dele sem pudor algum, igualmente ele faz com o meu.

— Vejo o quanto você se esforça. – Ele diz quando encerramos o beijo. Eu não digo nada. Não estou muito certo de que possa dizer algo coerente no momento.

O telefone dele toca, se eu não me engano, pela terceira vez, Alexander parece não se importar, mas eu acho que ele simplesmente está evitando a ligação.

— Alexander... — Seu nome escapa de minha boca junto com um gemido, ele ri e cobre minha boca com a dele novamente, ignorando completamente o som de seu celular. Mas, com um esforço exagerado, eu o afasto. — Seu telefone está tocando — digo, expondo o óbvio.

— Deixa pra lá. — Ele faz menção de voltar a me beija, porém eu o mantenho afastado.

Alexander pisca lentamente e franze a testa como se não entendesse minha ação.

— Atende, pode ser importante. — Peço com a voz calma, eu acho que ele tem a impressão de já saber quem possa está ligando.

Ele solta um suspiro de irritação, então sai do meu colo e caminha até onde havia deixado seu celular, pega o aparelho e fica encarando por tempo demais, até que ele pare de tocar.

Eu me levanto e me aproximo dele.

— Quem era? — Pergunto.

— Ninguém. — Murmura, sem olhar para mim.

— Alexander...

— Era a Maryse —  diz irritado.

— Sua mãe?

— Sim – responde sem demostrar qualquer emoção em seu tom de voz.

— Deveria ter atendido.

— Eu não quero falar com ela, Magnus. — Ele diz bruscamente. — Será que é tão difícil entender isso? — Pergunta, aumentando o tom de voz.

Puxo o ar com força.

— Querendo ou não ela ainda é sua mãe, vocês tem que conversar. — Digo calmamente.

— já conversamos Magnus... — Ele diz, e agora ele está muito irritado e parte desta irritação é por minha culpa. — E foi o suficiente para mim.

Passo uma mão por meus cabelos.

— Você sabe que eu estou certo –— digo a ele. — E amanhã quando você voltar para casa terá que lidar com isso.

— Eu sei, está bem? Mas eu só não quero pensar nisso agora. — Ele grita.

Por alguns minutos, permanecemos calados, apenas nos encarando. Por fim eu estendo minha mão para ele.

— Vem cá, querido.

Ele nega com a cabeça.

— Por favor, vem. — Insisto mais uma vez.

Ele me olha nos meus olhos, depois baixa o olhar para minha mão estendida, então a segura, e eu o puxo para meus braços.

— Desculpa ter gritado com você. — Pede, encolhendo-se em meus braços.

Deixo um suave beijo em seus cabelos.

— Tudo bem. Ás vezes isso acontece.

 

 

(...)

 


— Esqueceu-se dos amigos, Magnus Bane.

Ergo o olhar do livro que lia, ao ouvir a voz de Camille soar pelo escritório.

Sorrio para ela.

— Posso dizer a mesma coisa.

 Já são 07 horas da noite e eu estou sozinho, já que Raphael havia “sequestrado” o Alexander e o levado até uma inauguração de uma loja de Games. Eu fiquei surpreso por Raphael ter chamado o Alexander, e não o filho da Elaine, isso deve ter algo haver com o que aconteceu na piscina. Raphael me convidou também, mas eu recusei, por que não tenho o menor interesse nesse tipo de coisa e também porque, isso é algo mais para adolescentes, eu já deixei de ser um adolescente há muito tempo.

Largo o livro de lado, e levanto-me. Camille se aproxima e dá-me um beijo no rosto.

Depois de uma breve conversa no escritório, nós seguimos até a sala.

— Aceita uma bebida? — Pergunto educadamente.

Camille assente, largando sua bolsa sobre o sofá.

Sigo até o mini bar, e sirvo uma dose de Uísque para ela.

— Não vai beber? — Ela pergunta quando se aproxima para pegar o copo.

Nego balançando a cabeça. Ela movimenta os ombros, como se dissesse que não dar a mínima ao fato de estar bebendo sozinha.

— Vim até aqui para lhe fazer um convite. — Ela diz, sorridente, depois de tomar um gole de sua bebida.

— Diga.

— Aceitar ir jantar comigo hoje?

— Eu agradeço, mas essa eu passo.

— É apenas um jantar entre dois amigos, Magnus. — Pelo tom usado, eu sei que ela espera que nossa provável noite não termine apenas com um jantar.  — Nada demais. – Ela parece esperançosa.

 Eu não digo nada por longos minutos.

— Não posso. —  finalmente digo.

Ela solta uma exclamação de irritação.

 — Você Já foi mais divertido, sabia?

Mantenho-me em silêncio. Ela vira toda bebida na boca de uma única vez larga o copo sobre o balcão, então sorrir maliciosamente para mim.

Ai. Merda! Eu não gosto desse sorriso.

— Por que você sempre foge das minhas investidas? — Pergunta se aproximando.

Engulo em seco.

— Nos conhecemos há anos, e até já... 

— Somos amigos, Camille. – Digo  interrompendo-a.

— Eu já deixei bem claro que quero ser mais que sua amiga, será que você não enxerga isso?

Eu não quero ser indelicado com ela, mas se ela continuar tão próxima a mim,  essa será minha única opção.

— Você pode ter qualquer homem que quiser. — Digo sentindo-me desconfortável com a proximidade dela.

— O homem que eu quero não me quer. — Ela diz. — E eu quero saber o porquê, nunca se sentiu atraído por mim?

— Eu...

Não tenho tempo de terminar a frase por que ela me interrompe, selando nossos lábios. Eu fico surpreso demais para reagir, em um primeiro momento. Mas ao escutar a porta da sala ser aberta, eu a afasto rapidamente. Olho para em direção a porta, Raphael e Alexander estão parados na entrada, olhando para Camille e eu. A expressão no rosto de Raphael é de incredulidade e raiva, não sei se é por eu — aparentemente — ter beijado Camille ou por qualquer outra coisa, mas eu acredito que seja por causa da Camille, já que ele não gosta dela e também por que eu estou em algum tipo de relação com um dos melhores amigos dele.

Fixo meu olhar em Alexander, e a expressão em seu rosto me fez sentir muito culpado, embora eu não tivesse a intenção de ter beijado Camille.  

— Olá, Raphael. — Camille o cumprimenta, alegremente, ele não se importa em respondê-la. — Alexander...

— É Alec. — Alexander murmura sem tirar os olhos de mim.

— Que seja, é um prazer revê-lo. – Camille diz.

Ignorando-a Alexander vira-se para Raphael, entrega-lhe algumas sacolas e sobe, apressadamente, as escadas. Eu fico parado o observando até ele desaparecer pelo corredor.

— Magnus! — Viro-me para Raphael. — Faça alguma coisa.

Movimento a cabeça ligeiramente, então me afasto de Camille, seguindo em direção as escadas.

— O que há entre eles? – Escuto Camille perguntar a Raphael. Não ouço a resposta dele, mas posso ter certeza de que Camille não irar gostar dela.

Quando chego ao quarto encontro Alexander arrumando sua mochila.

— O que está fazendo? — Pergunto, percebendo tardiamente o quão estúpida minha pergunta soou.

— Arrumando minhas coisas, não deu para perceber?  — Alexander responde, sem olhar-me. — Vou para minha casa. Obrigado por ter cuidado de mim e por ter me ajudado. — Ele joga a mochila no ombro.

— Não aconteceu nada... – Começo a me explicar, mas ele me interrompe.

— Você não me deve nenhum tipo de explicação. — Ele diz.

— Mas eu quero te explicar. Por favor, me escuta.

Ele suspira, retira a mochila do ombro, senta-se na cama e finalmente me olha, assim eu percebo que olhos estão marejados.

Droga!

Eu me aproximo, e me sento ao seu lado. E como ele permanece em silêncio, eu tomo isso como um incentivo e  começo a me explicar. Conto tudo o que aconteceu desde o momento em que ele e Raphael saíram daqui, até o momento em que eles entraram em casa e viram Camille e eu. Ele não me interrompe em nenhum momento apenas fica me escutando, encarando suas mãos sobre seu colo.

— E, além disso, nós estamos juntos. — Digo ao final de minha explicação. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Seguro sua mão, ele ergue a cabeça, eu sorrio de volta para ele. — Não faria algo assim com ninguém. Você acredita em mim?

Ele balança a cabeça.

— Sim, eu acredito em você.

O alívio toma conta de mim. Inclino-me para beijá-lo, porém ele vira o rosto.

— Está me rejeitando?

— Alguma vez teria que ser eu, não é? — Ele diz, e simplesmente se levanta e sai do quarto, deixando-me para trás com a maior cara de bobo.  

 

 


(...)


 

Alexander está decidido a não me deixar dormir. A cada vez que eu estou preste a pegar no sono, ele me chama, ou começa a se mexer inquietamente na cama.

— Magnus... — Ele toca meu rosto.

Ai, meu Deus, já é a terceira vez, em menos de meia hora.

— O que foi? — Respondo sonolento sem abrir os olhos.

— Você está acordado?

Sério?

— Estou. — Digo resistindo a vontade de dizer que não estou acordado.

— Eu posso lhe fazer uma pergunta?

— Pode.

— Então abra os olhos. — Pede.

Contrariado e levemente irritado, eu faço o que ele pede. O quarto está iluminado pela luz do abajur que, obviamente  permanece ligado. A minha irritação desaparece quando vejo o enorme sorriso nos lábios de Alexander.

 — Você disse que estamos juntos, mas não estamos namorando ainda, certo? Então isso quer dizer que eu posso beijar outros caras, caso sinta vontade?

— Sem chances. — Respondo sem parar para pensar, apesar de saber que ele está apenas brincando. — Por que você ia querer beijar outros caras?

Eu não gosto de pensar nessa possibilidade.

— Por que eu não tenho namorado. — Ele responde como se fosse óbvio.

— Sem chances, você não pode beijar ninguém além de mim. — Falo seriamente, puxando-o para cima de mim e o abraçando possesivamente. — Assim como eu não posso beijar ninguém além de você.

Ele acaricia meus cabelos.

— Você ficaria chateado se eu beijasse outra pessoa? — Pergunta.

— Sim, eu ficaria com ciúmes, igual você ficou ao ver a Camille me beijando, ou melhor, ao ver a Camille me beijando.

Tento reprimir a risada ao ver a careta em seu rosto.

— Eu não fiquei com ciúmes. – Ele sussurra, com um biquinho fofo nos lábios.

— Claro que não. – Sorrio ironicamente para ele.

 Eu já percebi que ele é uma pessoa muito ciumenta, isso ficou bem evidente quando fomos a uma pista de Kart, e ele ficou muito irritado com a nossa primeira instrutora, acho que se ela continuasse conosco ele teria surtado.

— Não fiquei com ciúmes — reforça. Quando não digo nada ele completa: —  Estou sem sono.

— Já percebi. — Falo com uma risada baixa. Sei que ele não me chamou para falar sobre e possibilidade de beijar outras pessoas, mesmo estando junto comigo. — O que está te atormentando? — Movimento minhas em suas costas.

Ele repousa a cabeça em meu ombro.

— Estava pensando sobre minha família. Sobre como serão às coisas daqui para frente com a minha mãe, eu sinto como se estivesse ocupando um espaço na vida dela que não era para ser meu, na verdade eu sempre me senti assim, mas agora tudo é diferente.

Penso um pouco, de alguma forma consigo entendê-lo.

— A minha mãe adotiva não podia ter filhos, apesar de ter feito vários tratamentos, e também não queria adotar uma criança, mas o marido dela, o meu pai, depois de muita insistência a convenceu a ir a um orfanato. Era apenas para eles conhecer algumas crianças, mas ela já me disse que assim que ela colocou os olhos em mim, soube que eu seria o filho dela. Às vezes eu fico imaginado como seria a minha vida, se o meu pai não tivesse conseguido convence-la a ir ao orfanato onde eu estava, mas eu não consigo, não consigo imaginar, ver uma vida para aquela criança, sem a presença deles.. Eu...

— Você está me dizendo que eu devo agradecer por não ter sido largado em um lar adotivo?

— Não. Estou dizendo que tudo tem um porque para acontecer, Alexander. Talvez sua mãe queira apenas te proteger e acha que te deixar sem saber sobre o passado dela seja a melhor solução.

Ele fica em silêncio, não sei se é por que não tem nada a dizer ou por que esteja pensando no que eu acabei de dizer.

— Dê um tempo para ela...

— Já dei — ele me interrompe, sinto que a ironia presente em sua voz é somente para disfarçar outro sentimento. — Dezoito anos vivendo no escuro, sem saber de nada. Acho que já é tempo suficiente.

— Entendeu o que eu quis dizer. — Digo.

Ele respira pesadamente.

— Você precisa conversar com ela, agora que está mais calmo. Se as coisas ficarem ruins e você achar que não pode lidar com elas sozinho; eu quero que saiba que vou está aqui por você.

— Você é incrível, sabia?

— Claro que sim!

Ele ri.

— E idiota também.

— E você é muito carinhoso. —Digo, meu tom cheio de sarcasmo. 

— Claro que sim! — Ele soa desdenhoso, escondendo uma risada contra a pele do meu pescoço.

E então nós ficamos em silêncio, quando penso que ele dormiu, ele volta a falar.

— Me conte algo sobre você que eu ainda não sei, pode ser qualquer coisa.

Eu penso por alguns minutos.

— Quando eu tinha mais ou menos sua idade eu me apaixonei. — Meu tom de voz é baixo, não sei por que decidi contar isso ao Alexander, somente senti que deveria dizer isto a ele, mas eu ainda não estou preparado para lhe contar a história toda. — Nós ficamos juntos por quase três anos, mas as coisas não deram muito certo para nós.

— Foi ruim? — Pergunta, curioso.

— Eu acreditava que era o amor da vida dele, mas para ele  eu não significava o mesmo.

— Foi péssimo. – Afirma. — Esse cara deve ter sido um grande babaca.

— O que te faz pensar que não tenha sido eu o responsável pelo fim de nosso relacionamento?

— Intuição. Não vejo você como um destruidor de corações. E além disso, você disse que pensava nele como o amor de sua vida. 

Faz sentido.

— E você se imagina partindo coração de alguém?

— Meu ex-namorado ainda sofre pelo término do nosso relacionamento, então eu acho que sim.

— Eu acredito que existem várias formas de partir o coração de alguém, e ficar com uma pessoa apenas por não querer machuca-la, e uma das piores formas de fazer isso. Se você permanecesse com ele, chegaria um tempo em que a relação de vocês seria desgastante para os dois, teriam uma relação frustante. E pelo que você me contou, ele não foi totalmente honesto com você.

— Verdade, mas mesmo assim não quero que ele sofra. — Ele diz, bocejando ao final da frase.

— Acho que tem alguém com sono. — Comento carinhosamente.

Alexander resmunga algo incompreensível. E se aconhega mais em meu corpo.

 —  Boa noite, Magnus. — Murmura.

—  Boa noite, Alexander.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capitulo.

OBRIGADA PELOS 248 FAVORITOS, POR TODOS COMENTÁRIOS, PELAS VISUALIZAÇÕES... VOCÊS SÃO LEITORES INCRÍVEIS, AMO VOCÊS.

Beijos e até qualquer dia!


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