História Agora,minha vida vai mudar. - A bruxa do rio

*~~**~~**~~   PoV Narradora

O médico, Sandro, que havia ido ao quarto de Matheus para checar a saúde dele, se surpreendeu de que após quase beijar Lisa ele se acabava de rir.

— Se não lhe conhecesse bem acharia que ia beijar ela mesmo.— disse Sandro se escorando na porta.

— Ela... já estava me estressando...— disse tentando controlar a respiração depois de parar de rir da reação dela.

Rodrigo e Pedro chegaram, estavam muito cansados, tiveram que arrumar um jeito de conseguir respostas dos Demens o que não foi nem um pouco fácil.

Todos foram encontra-los na sala de reuniões. Eles pareciam bem cansados por terem se teletransportado muito.

Existem vários tipos de poderes no mundo sobrenatural. Os Demônios e anjos tem alguns poderes e podem se teletransportar mais facilmente. Cada um é mais forte em um quesitos. Os Demônios gastam menos energia ao usar alguns poderes, mas os anjos podem se teletransportar mais longe.

Os vampiros tem alguns poderes já conhecidos pelos humanos. Eles se teletransportam, tem super velocidade e só morrem se forem atingidos no coração ou com um veneno específico.

Existem bruxas e bruxos, eles vivem nas vilas e vendem poções. Alguns, bem raros, podem fazer profecias. Além disse existem lobisomens e fadas.

Elisabeth entrou na sala e Rodrigo à abraçou. Por algum motivo ela se sentia segura ao estar perto dele.

— Lisa, tem uma pessoa que chegou e quer te ver...— disse Shinka e a porta da sala se abriu e uma menina entrou.

A boca de Lisa se abriu de surpresa. Uma menina baixinha de longos cabelos pretos cacheados entrou na sala. Usava um vestido rosa, soltinho, um palmo e meio acima do joelho.

— Ana?— indagou a menina surpresa. — O que faz aqui?

Ana pulou encima de Elisabeth, que ficou surpresa por um tempo.

— Oie pra você também...— disse Ana fingindo estar ofendida.— Depois eu explico melhor.

— Tá, tá. Agora vamos falar do que viemos falar?— interrompeu Matheus.

— Hum... Lisa tem que ir falar com a bruxa do rio. Ela vai dar uns... conselhos.— lembrou Rodrigo.

— Sim, mesmo sendo arriscado... temos que fazer isso... Lisa?

— Sim, eu vou falar com a bruxa.— concordou Lisa, mesmo que no fundo ela estivesse com medo.

E se recebesse más notícias? E se descobrisse que não conseguiria?

Ela tinha que manter a calma, ficar com "e se..." não a ajudaria em nada.

Rodrigo à lançou um olhar de "Vai dar tudo certo'' como se lesse a mente dela.

— Então a noite nós vamos para a floresta.— anunciou Shinka.

A floresta. Aquele lugar não trazia nenhuma boa lembrança para Lisa. Lá fora onde encontrara Lewis e Alex e eles a sequestraram. Ela ainda tinha a cicatriz na perna.

Ela e Ana saíram e foram na direção do quarto para conversar e Lisa realmente queria explicações para o que que Ana faz aqui.

PoV Elisabeth

Muito coisa num dia só. Primeiro o Matheus quase me beijando.( Sandro me falou que não me preocupasse, pois foi só para me expulsar do quarto)

Depois ela descobre que Ana está no mundo sobrenatural e que vai ter que visitar uma bruxa do lago, que pelo que Matheus disse, pode enlouquece-la.

Ela sentou na cama e disse a Ana que fizesse o mesmo.

— Tá... Que Porra é essa?— Perguntou Lisa.

— Vou explicar. — disse pegando fôlego — Eu fui mandada para lhe observar lá no mundo normal. Ai com o tempo começamos a nos tornar amigas... Eu sou uma FADA.— disse abrindo os braços— Uma fada das flores!

— Não... Pera. Minha melhor amiga é uma FADA?— perguntei tentando associar os fatos.

— ...das flores...— murmurou Ana.— é complicado. Mas você já conhece a história da Mady. Eu conheci ela...

Nesse momento me veio uma luz. Alguem para perguntar as coisas do passado da Mady sem me sentir constrangida.

— A Mady tinha um... namorado chamado Lewis?— perguntei, me sentindo envergonhada.

— Sim. Você se lembra dele?

— É, e as lembranças não foram nada boas. Beijos, uma briga muito difícil... Entre tapas e beijos, literalmente.

— Aquele demônio, quer dizer ele era um demônio mesmo... Ah, você entendeu. — disse Ana. Sempre tao complicada.

Decidi encerrar o assunto aqui. E começamos a falar e rir sobre coisas banais.

A noite chegou. Meu coração não parava de acelerar so de lembrar que iríamos procurar a bruxa.

Tomei banho e vesti uma roupa comum. Uma blusa vermelha, uma calça e peguei uma jaqueta. Vamos para à floresta e lá é bem frio.

Desci as escadas apreensiva e Matheus, Rodrigo, Pedro e Shinka estavam lá. Um grupinho pra me ver cagar de medo. Legal!

— Come on, gente!— disse Shinka.

O resto do caminho foi silencioso. Eu andando atrás quase morrendo pra acompanhar os meninos e não me perder e eles lá na frente super concentrados e nem um pouco cansados.

— Lisa, acho que tu precisa de uns exercícios físicos. Já ta cansada?— perguntou Pedro, parando para que eu o acompanha-se.

— Estamos andando a muito tempo!— eu disse.

— Foram só meia hora Lisa. Falta pouco!— disse Shinka e eu fiquei olhando com uma cara de: Só?

Pedro praticamente me puxou para andar mais rápido o caminho todo. Até chegarmos perto de um riacho. Vi uma sombra em uma rocha grande perto do riacho e resisti firmemente ao impulso de correr e me esconder atrás de Rodrigo.

É uma típica cena de filme de terror, embora eu nunca tenha assistido um assim. Um riacho que parece emitir um luz dentro de uma floresta escura.

— Daqui pra frente você vai sozinha...— avisou Pedro.

Ótimo, vou me aproximar do rio estranho, falar com uma bruxa estranha e o melhor SOZINHA.

Comecei a andar na direção da sombra em cima de uma grande pedra, algo me dizia que eu devia ir pra lá. A sombra começou a ficar mais clara. Já estava tão longe dos meninos que nem os conseguia ver nem ouvir.

Na sombra surgiu uma linda moça. Eu imaginava as bruxas como mulheres velhas com nariz enorme e com uma verruga também muito grande nele. Mãos muito enrugadas com unhas enormes.

Essa moça era o contrário disso, tinha longos cabelos vermelhos com uma tiara de flores na cabeça(notas da autora: NÃO tiara nos pés). Usava um vestido curto branco estampado com flores de todas as cores possíveis. Tinha orelhas parecidas com as de elfo e olhos cinzas.

— Elisabeth Thompson... Se aproxime, querida.— disse ela, esticando a mão.

— Nem vou perguntar como sabe meu nome... Qual é o seu?— questionei.

— Eu sou Flora... A bruxa do rio. Você é a reencarnação da Madalena. Estava esperando por você.

— Sim, estou aqui por que me disseram que você ajudaria no meu objetivo... Derrubar os Demens.

— Sim, eu posso fazer isso.— confirmou Flora.— Você vai ficar em perigo nos próximos dias, esteja preparada... O objetivo dele é te matar.

Nossa... Eu realmente não sabia que os Demens queriam me matar... Estou tãooooo surpresa...!

— Tenho um... presente! — disse estendendo a mão com a palma pra cima. — Um colar de proteção.

Na mão dela surgiu um colar com pingente de flor vermelha, muito bonito.

— Esse colar lhe trará proteção, mas ele só funciona duas vez.

— Como assim?— perguntei confusa.

— Você é sempre lerda assim?— perguntou.— Vou explicar. Esse colar "afasta" pessoas com más intenções, você vai entender como ele funciona quando usar, mas depois de ser usado duas vezes ele some. Então não fique sempre com ele.

— Mas pessoas com ruins existem em todo lugar...— eu disse

Ela desceu da pedra e disse:

— Você vai entender que algumas pessoas só parecem más... E não vai querer afasta-las!

— Como assim? E como ele afasta as pessoas... Você faz profecias, pode até prever o futuro e só me diz isso...?— indaguei, ela poderia me dizer muitas coisas importantes para o futuro, mas não disse quase nada.

— Você vai entender que certas coisas não devem ser ditas, e saber sobre o futuro nem sempre é uma coisa boa...— ela disse, parecendo melancólica. — Mas, posso lhe dizer para tomar cuidado com algumas pessoas, nem sempre são confiáveis e algumas só querem o seu mal.

Enquando falava ela começou a se dissolver em flores.

— Algumas novas amizades, novos segredos descobertos sobre conhecidos e sobre sua vida passada. Madalena teve uma vida curta, mas viveu muita coisa. Você não viu nem um pouco da vida dela ainda. Vai viver muitas coisas aqui. O amor. A raiva. Tristeza. — disse muito rápido e quando ja estava quase desaparecendo disse:— Lembre-se: O futuro só depende de você.

E desapareceu, deixando várias flores espalhadas pelo chão e jogando o colar no chão, que eu corri para pegar. O peguei e guardei no bolso.

Corri de volta para os meninos que estavam um pouco distantes. Matheus brincava de bater uma faca em uma árvore, Pedro estava deitado no chão olhando as estrelas com Rodrigo ao lado dele e Shinka lia um livro, não sei como já que estava escuro.

Parei na frente deles ofegante.

— Oi, voltei.

—Lisa! Você demorou, já foram trinta minutos.— disse Shinka. — Ela lhe disse algo importante?

Trinta minutos? Pareceram só alguns minutos.

— Ela disse sobre um ataque dos Demens... Disse para tomar cuidado.— expliquei.

— Oh sim. Os meninos disseram que pelas informações que conseguiram souberam que os Demens atacariam, mas não tão cedo. — informou Shinka, que parecia tentar se manter calmo.

— Ela disse nos próximos dias...— eu disse.

— Vamos voltar e nos preocupar com isso lá dentro, com todos. Já está ficando frio.— sugeriu Rodrigo.

Nós voltamos para 'casa' e já fomos todos dormir, e eu tive "sonhos".

No sonho eu vi Mady, ela estava no riacho e se aproximada de Flora que, sentada na pedra e balançando os pés, brincava com seu colar de flores. Ela parecia bem infantil na época.

— Oi, eu sou...— Mady tentou dizer.

— Madalena Meyer... Eu já sei.— interrompeu Flora.

— Me disseram que você pode me ajudar no meu objetivo... Derrotar os Demens.

Isso pareceu um Dejavu, foi praticamente isso que eu disse para Flora.

— Sim, eu posso... Os Demens precisam ser derrotados. Tem feito muito mal para a população, para minha família. — disse Flora, meio distante.— Você namorou um dos Demens...

O rosto de Madalena corou, e ela abaixou os olhos.

— Foi um erro, um enorme erro... se eu pudesse voltar no tempo, não faria isso...— afirmou quase chorando.

— Não, você não deixaria de fazer... Tudo o que aconteceu com você faz com que você seja como é hoje. Conhecer os erros do passado, aceita-los e tentar conserta-los é a melhor forma de mudar o futuro.

Madalena fechou os olhos e respirou fundo e olhou para ela.

— Eu já aceitei esse erro, e não dá pra muda- lo..

— Lógico que dá querida, você vai descobrir... Você vai enfrentar perigos que jamais pensou e descobrir novos amores com o tempo...

De alguma forma meu sonho terminou aqui, pareceu que eu não podia completar essa lembrança