ALEXA VILLAR
Se era um sonho, eu não queria acordar! Depois de um mês e alguns dias, Chase estava na minha cama, deitado comigo abraçado após termos um sexo maravilhoso.
Ao mesmo tempo que eu estava revigorada e feliz, estava me sentindo tensa. Fazem quase dez minutos que terminamos e Chase até agora não disse uma palavra. Será que se arrependeu?
Lentamente ergo minha cabeça e observo Chase que olha pro teto com um olhar vago, pensativo.
— Tudo bem? — Pergunto preocupada e ele assente, dando um pequeno suspiro.
— Sim... só um pouco estranho. Fazia anos que... você sabe e eu prometi a Maya que seria fiel até o fim e, no entanto, ... — Percebo o tom de arrependimento de Chase e me sinto constrangida e chateada. Acabamos de ter um momento nosso e a única coisa que Chase mencionou foi sobre sua falecida esposa.
Me levanto em silêncio para começar a me vestir. Chase enruga a testa ainda deitado, me observando.
— Alexa, o que houve? — Forço um sorriso tentando esconder a minha feição desapontada. O que você queria Alexa? Carinhos e um eu te adoro pós foda com um cara que vive o luto e um amor interrompido fatalmente a anos?
Acostume-se, Alexa. Você nunca teve esse tipo de sentimento com nenhum outro homem antes, não é agora que seria diferente.
— Eu peço desculpas se ter... transado com você te fez mal. — Digo com a voz sufocada. Chase se levanta da cama enrolado no lençol e se aproxima segurando o meu braço cautelosamente.
— Ei, o que está dizendo? Se desculpando por algo que fizemos juntos e o único culpado sou eu. Eu que devo fidelidade a Maya, não você. — Assinto e ajeito meu cabelo bagunçado. Mais uma vez a sombra do passado.
— O que pretende fazer agora? Me demitir já que acabamos cruzando a linha que pra você, era impossível? — Chase ajeita o lençol e bufa.
— Não é pra tanto, podemos... nos distanciar, eu... não posso punir você quando o errado foi eu. — Mordo o lábio segurando a vontade de berrar na cara dele que ele não fez nada de errado. Sua esposa está morta a quatro anos e ele não a traiu!
— Certo. Como quiser. — Digo desviando o olhar. Chase retira a mão do meu braço, bufa novamente e se afasta pegando as roupas dele em silencio.
Ele sai batendo a porta e eu fecho os olhos inconformada. Me jogo na cama e passo a mão no rosto.
— Chase... por que você é tão difícil? — Suspiro e sinto o cheiro do perfume dele misturado ao meu. Sorrio com a lembrança da sensação dos nossos corpos unidos a tão pouco tempo. Logo meu sorriso se vai quando lembro o verdadeiro motivo da minha aproximação com Chase e o quanto isso tá se tornando cada vez mais difícil para mim...
[...]
CHASE
Apanho a garrafa de vodca do meu minibar e caminho em direção ao quarto completamente confuso.
É obvio que gostei de estar com Alexa, e é isso que está me matando. Eu não deveria ter reagido. Não deveria ter feito o que fiz. Rapidamente tiro o lençol do meu corpo, apanho a cueca, visto. Abro a garrafa e tomo direto dela.
— Me perdoe, Maya! Eu falhei! — Digo em voz alta como se ela pudesse me escutar nesse momento.
Eu prometi a ela que jamais me deitaria com oura mulher e muito menos dentro da nossa casa. Eu passei por cima disso.
Você é um imbecil, Chase!
[...]
DIA SEGUINTE
— Posso saber que olheiras são essas? — Lindsey pergunta colocando um copo descartável cheio de café na minha frente.
— Não consegui dormir direito. — Ela cruza os braços e me encara como se estivesse me investigando.
— Certo. Tá escrito na sua testa, ressaca. O que desencadeou isso? Geralmente você fica assim uma vez no mês e pela data.... não é mais um mês da morte de Maya. Diga logo. — Solto a caneta da mão e bufo deslizando a mão no rosto em seguida.
— Prefiro não falar sobre isso. — Lindsey revira os olhos.
— Vamos lá, Chase. Te conheço a alguns anos e sei que tem algo te atormentando. — Bufo estressado, sorvo um pouco do líquido forte e quente. Observo a sala e vejo que está vazia. Aponto para a cadeira na minha frente e Lindsey senta.
— O que vou falar pra você é sério e não quero brincadeiras a respeito. Eu preciso mesmo desabafar ou vou explodir! — Dessa vez Lindsey me encarou preocupada e assentiu.
— Claro, pode falar... — Ajeito a jaqueta e tomou outro gole do café.
— Eu vacilei ontem. — Lindsey franziu o cenho.
— Vacilou? Como assim vacilou? — Cocei o rosto e bati a mão contra a mesa de leve.
— Deixei de ser um homem de palavra e acabei dormindo com a Alexa. — Falei de uma vez e Lindsey arregalou os olhos como se eu estivesse soltado uma bomba.
— Você tá me dizendo que... transou com Alexa? — Afirmei em silêncio e ela respirou fundo. — Isso não poderia ter acontecido, Lindsey. Você sabe o quanto eu quis me manter fiel a Maya e acabei cometendo um erro. Foi tão grande que sonhei com a Maya me encarando com o rosto de decepcionada. — Lindsey apanhou a minha mão e acariciou.
— Meu amigo, você não fez nada de errado. Você sempre foi fiel a Maya e tenho plena certeza que ela está feliz vendo você se dar uma nova oportunidade. — Franzi o cenho.
— Não sei não, e ainda pior que tenho certeza que magoei a Alexa.
— O que você fez dessa vez?
— Praticamente disse que o nosso envolvimento foi um erro e mencionei a Maya. — Mordo o lábio percebendo o quanto eu fui indelicado.
— Bola fora, hein, meu amigo!
— Eu sei, mas a minha mente tá uma confusão, Lindsey. Não sei o que fazer. — Lindsey suspirou deslizando a mão em sua barriga.
— O que você sentiu quando estava nos braços da Alexa? — Devido a tensão pós foda, eu nem parei pra pensar nisso, mas agora...
— Me senti vivo pela primeira vez em anos, senti meu coração bater rápido, não pela adrenalina do trabalho, mas por estar nos braços de uma outra mulher que mexeu realmente comigo. — Concluí em voz alta e Lindsey sorriu parecendo aliviada.
— Então, meu amigo, vai atrás da sua felicidade. Eu sei que está sendo difícil para você por conta da Maya, mas tente. Aos poucos vai se permitindo a ser feliz... — Apanho a mão de Lindsey e sorrio para ela.
— Obrigada pela força. — Ela assobia baixo e sorri.
— O que seria de você sem mim, em meu amigo? — Caímos na risada com a frase pretensiosa de Lindsey.
Talvez ela esteja certa, eu preciso começar tomar as rédeas da minha vida...
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