História Ah, é tão errado assim te amar? - Líquido azul

Miguel-

Minha visão estava turva, arranquei minhas roupas para fora de meu corpo tentando aliviar esse calor que parecia queimar minha pele, minha cabeça zunia com o barulho das pessoas ao meu redor rindo e brincando que só faziam minha tontura piorar, parecia que eu estava queimando de desejo é isso estava atentando meu lado racional. Joguei minha cueca em meu armário olhando para baixo vendo uma ereção se formando. Soltei o ar de meus pulmões de uma vez, meu ventre formigava implorando por uma coisa.

Ou melhor, uma pessoa.

Caminhei cambaleando passando pelas grandes portas do banheiro público me sentindo pior ainda quando percebi o calor daquele local se misturar ao calor de meu corpo, peguei meu pênis pela base o apertando tentando inutilmente aliviar aquela dor, e que dor, aquilo queimava e doía como se estivessem passando brasa em cada centímetro de mim.

Gemi em frustação quase caindo no chão tentando andar sem ceder a tontura, tudo parecia girar ao meu redor e eu só conseguia distinguir borrões ao invés de pessoas, até que meu corpo todo entra em alerta, e meus sentidos se aguçam sentindo o cheiro inconfundível dele, aquele cheiro de canela e avelã, de repente minha visão tinha voltado ao normal e meu corpo parecia me guiar até aquele cheiro viciante como um imã é atraído ao metal.

-E-eu…preciso sentir ele… - Falei incoerente sem conseguir me controlar, o cheiro de canela parecia ficar mais forte a cada minuto e nem tive capacidade o suficiente para me perguntar o porque eu conseguia distinguir seu cheiro mesmo com tantos outros, eu só conseguia pensar e mais e mais coisas obscenas agora, meu cérebro não me obedecia mais.

Escutei um pequeno riso vindo em direção ao cheiro, e também a uma daquelas banheiras estranhas mais afastada e senti meu coração acelerar, minhas pernas bambearem e andei apressado até lá parando bruscamente quando o vi ali, com os olhos fechados é uma expressão serena no rosto apoiado a borda daquela banheira, ele parecia tão calmo…travei a mandíbula fechando os olhos quando senti algo fisgar meu pau, meu corpo parecia em ebulição e o calor daqui não estava ajudando em nada, sem pensar tentei parar essa queimação me jogando na banheira em um pulo fazendo a água espirrar para todos os lados, reprimi um gemido frustado quando percebi que a água também estava quente, parece que o mundo não quer apagar esse fogo de mim.

--E-eu não aguento mais! Eu não devia ter aceitado…eu…eu preciso disso! - Falei tonto e meio groge sem saber exatamente o que eu estava falando, a boca de Gabriel se abriu junto com seus olhos arregalados parecendo raivosos, me contorci na água tentando parar está sensação. Gabriel pareceu congelar quando me viu ali e depois pareceu confuso olhando minha aparecia - N-não consigo…parar… - Sussurei, tudo em minha volta parecia girar é uma voz insistente em minha cabeça me guiava até Gabriel, e como se eu estivesse no meio de um deserto sem beber água a uma semana e ele fosse um rio cheio e cristalino, um rio extremamente atrativo e saboroso, tão chamativo … NÃO! Pare, pare, pare! Joguei minha cabeça para baixo tentando não focar muito na agonia entre minhas pernas, eu preciso me controlar! Mas…eu não quero parar, eu não…não sei o que quero, não, eu sei sim, eu quero uma coisa, eu quero ele, eu quero Gabriel, agora.

Me levantei em um salto sentindo minha razão se esvaziar a cada segundo que eu olhava mais Gabriel, sua boca abria e fechava parecendo buscar ar, até que ele falou uma coisa - Eu não… - Senti algo quente em meu peito e meu estômago se contrair quando escutei sua voz, ela parecia veneno para minha racionalidade, não o deixei terminar a frase e me joguei em cima dele, quase gritei de alegria quando espalmei minhas mãos em seu peito sentindo sua pele macia, ah, é como tocar em algum tesouro sagrado que você demorou a vida inteira para encontrá-lo, logo essa sensação foi substituída por uma vontade incontrolável de sentir mais que sua pele, sentir seu verdadeiro eu.

- M-me desculpe, mas eu preciso te sentir…e-eu preciso! - Implorei com uma sensação de que algo estava explodindo em meu peito, ele me olhou assustado e confuso com o peito subindo rápido, e de repente senti como se minha mão ganhasse vida própria, quando eu menos percebi ela já estava descendo e agarrando seu pênis de uma forma bruta, ah, meu Deus, acho que meu coração vai parar.

-Miguel! Mas que diabos deu em voc- A fala de Gabriel foi cortada por um engasgo quando apertei aquele local mais uma vez e senti ele ficando um pouco maior em minhas mãos, grunhi igual a um animal feroz, parecia que meus instintos eram mais fortes naquela hora, desci minha cabeça em direção a seu pescoço e deu uma leve mordida ali logo depois lambendo o local, escutei um gemido abafado e sofrego de Gabriel - É-é sério…você…precisa…p-arar… - Grunhi mais uma vez irritado por ele ter pedido para parar quando suas mãos agora estavam em minhas costas perfurando minha pele com as unhas.

-Parar? Não…eu não consigo mais parar… - Falei em seu ouvido rosnando logo depois, eu estava parecendo um lobo agora, virei sua cabeça para a minha olhando seus olhos castanhos claros agora quase negros com as pupilas dilatadas, vi seus olhos descerem para meus lábios e não aguentei mais, puxei sua nuca a minha colando nossas bocas com brutalidade, era um beijo urgente e nada delicado. Me sentia cada vez mais quente, cada vez mais tonto, um zunido fino parecia estar dentro de meus ouvidos e ele ia ficando mais forte, até que senti todas as minhas forças de repente ficarem cada vez mais fracas, fracas demais, me afastei de sua boca tentando puxar o máximo de ar possível e choraminguei quando senti uma dor em meu ventre mais uma vez, oouh, tudo ao meu redor parecia ficar cada vez mais preto, a última coisa que me lembro de ver foi Gabriel me olhando assustado e preocupado, é um garoto loiro desfocado parecendo afastado dali me olhando com um sorriso maldoso atrás do rosto preocupado de Gabriel…ele parecia…Brad.

-Miguel…? Miguel, MIGUEL! - Me soltei de seu colo e fechei os olhos com uma necessidade fora do normal de dormir, e foi isso que fiz, Gabriel chamava desesperado meu nome, até que tudo parou.

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-Ele vai acordar?

-Sim, só não sabemos quando...

-OQUE?

-Caralho...ele tá parecendo um defunto

-NÃO FALA DESSE JEITO SEU MONGOL, QUER QUE EU MORRA DO CORAÇÃO?

-Meninos, acalmessem…

-Uma pergunta, porque ele está com uma ereção até agora?

-Tem razão…parece coisa de alienígena

Me remexi forçando meus olhos a ficarem mais fechados, mas o que? As vozes ao fundo pareciam ir ficando mais claras a cada segundo, assim como a dor por baixo do meu ventre parecia ficar mais perceptível, aonde eu estou?

-ELE SE MEXEU! AMÉM SENHOR!

-Cala a boca quatro olhos! Vai assustar ele quando acordar e ver essa sua cara de zumbi preocupado

Distingui as vozes de Gabriel e Tony parecendo discutir, me remexi resmungando irritado, falem mais baixo seus otários! Tentei abrir os olhos mas parecia extremamente doloroso agora, depois de um tempo escutando Tony e Gabriel discutirem e a voz de Lincon e uma mulher ao fundo tentando para-los eu finalmente conseguir abrir os dois olhos, logo depois me arrependendo quando percebi a luz ofuscante dali.

-Alguém apaga essa luz! - Falei com a voz mais rouca que o normal me sentando naquela cama…espera, porque eu estou em uma cama? Automaticamente depois de eu ter falado isso todas as cabeças das pessoas ali se viraram para mim.

-PORRA MIMI! SE FOR PRA DESMAIAR ME AVISA ANTES! - Tony gritou irritado mas com um rosto aliviado de me ver, Lincon tinha um sorriso discreto no rosto e Gabriel parecia estar quase infartando ali mesmo.

Cocei minha cabeça ainda meio confuso olhando ao redor, mas logo parei de me mexer e arregalei os olhos quando olhei para a minha cintura, quase gritei de susto quando vi uma ereção EXTREMAMENTE VISÍVEL sobre minha calça de moletom preta, eu nem sei de onde veio essa calça, mas não tive tempo de pensar nisso retirando o travesseiro que estava atrás de minha cabeça para joga-lo em minha cintura rápidamente.

-Não adianta esconder, todo mundo aqui precisou ver o que você tem entre as pernas por meia hora - Lincon falou sem demonstrar nenhuma expressão, senti meu rosto pegar fogo, eu só queria bater a minha cabeça em uma pedra e morrer e…espera aí, porque é que eu estou aqui nessa sala que parece uma enfermaria? E porque eu desmaiei? Espera, eu desmaiei por fucking meia hora?!

-EU DESMAIEI POR MEIA HORA SEM NENHUM MOTIVO E AINDA ESTOU DESSE JEITO? - Perguntei exaltado apontando para o meio de minhas pernas aonde o volume já não era tão visível mais.

-Como assim sem nenhum motivo? Você desmaiou no banheiro depois de ter agido todo estranho como se estivesse usando drogas, eu só te vi andar tropeçando por aí e depois sumir, aí o quatro olhos aqui do nada saiu do banheiro desesperado segurando seu corpo desmaiado, duuh - Tony falou com uma voz de óbvio.

-Mas eu nem fui ao banheiro - Respondi com o mesmo tom obvio e todos ali pararam de se mexer me encarando com expressões confusas e…estranhas.

-Senhor, você foi levado até aqui por esse rapaz aqui do banheiro, várias pessoas te viram também - Juntei minhas sombrancelhas, como assim eu fui ao banheiro? - O que você se lembra antes de desmaiar? - A mulher vestida de enfermeira perguntou com cautela.

-Eu estava no corredor do quarto ainda meio em choque pela aranha, depois disso eu…sai de lá e quando abri a porta Brad estava a minha frente, nós tivemos uma ...conversa e depois ele me desafiou a beber algo, um copo azul, eu bebi e…depois… - Fechei os olhos soltando um resmungo de dor, minha cabeça começou a latejar quando tentei buscar alguma lembrança, tudo depois do momento em que bebi o líquido estranho parecia…um borrão.

Flashback-

"Eu ainda estava em choque por conta do pequeno/grande incidente da aranha, sabe, eu secretamente tenho aracnofobia, mas não é como se as pessoas precisassem saber disso, e não é como se as pessoas precisassem saber também que quase tive um colapso assistindo homem aranha, tenho calafrios até hoje.

-Abraham Lincon, estamos saindo! - Tony gritou e escutei o barulho da porta sendo fechada com força. Tony tem vários apelidos para mim e dentre eles, por algum motivo que não sei qual é, Abraham Lincon está dentre sua listinha. Bufei tentando tirar a cena daquela aranha maldita vindo em minha direção, eu poderia jurar que meu coração parou por alguns segundos, e ainda mais agora que parei para refletir sobre o quão otário fiquei parecendo na frente de Gabriel, Tony já sabe que eu tenho medo de aranhas (mas não sabe que tenho aracnofobia) então está tudo bem ele ver eu surfando ali no chão do corredor, e Lincon…é, para mim ele é como uma estátua, vê tudo mas nunca fala nada, mas Gabriel…ah, aí e outra história, eu fiquei ali parado que nem um nada gritando ao invés de fazer algo útil, agora parece a situação mais constrangedora da face da terra, e da face dos outros planetas também!

TOC TOC! Olhei para trás no mesmo instante que ouvi batidas fortes na porta e franzi a testa parando de me sentir um cocô humano, será que é o nosso supervisor baixinho? Levantei de lá depois de um tempo abrindo a porta, eu já estava ficando irritado porque as batidas na porta não pararam até agora, abri pronto para dar uma voadora na cara daquele anão e ver ele decolar igual a jessie e James do pokémon, mas ao invés disso arregalei os olhos atônito olhando para a pessoa a minha frente.

-H-hey… - Tive vontade de abrir minha boca com tamanha incredualidade, Brad estava ali, parado, na minha frente, e ainda falando envergonhado.

-É sério isso? - Perguntei irritado apertando a lateral da porta em meus dedos.

-Eu vim te…convidar amigavelmente, sabe, para um desafio, como nós velhos tempos… - Falou olhando para os próprios pés, ah, se ele realmente acha que esse disfarce de bonzinho vai cair comigo agora…ou talvez seja o…esquece.

-Urgh, você está falando sério, mas já que já sabe a minha resposta para sua proposta é melhor já tirar essa sua cara de bunda da minha frente - Resmunguei já fechando a porta mas, do nada, Brad tremeu levemente e depois me olhou, não mais com aqueles olhos fingindo inocência (ou não fingindo) mas sim com total deboche é praticamente me desafiando com aquele olhar, ele botou o pé na porta me impedindo de fecha-la e o olhei irritado.

-Ah, vai amarelar Math? Eu vim aqui com taanto carinho te oferecer minha bebida especial para te desafiar a toma-la… - Falou com uma ironia tão grande que imaginei por um segundo se nós dois fossemos duas meninas brigando, Brad seria a rainha naja, eu conseguia sentir a falsidade a quilômetros.

-Urgh, não, obrigada - Respondi com uma educação falsa, minha raiva estava tomando proporções perigosas agora, eu não conseguia ficar muito perto desse cara sem me lembrar do acidente…e me lembrar do acidente me deixa irritado, e se eu ficar irritado...as coisas não irão ficar muito boas.

-Olha, eu juro que essa bebida não é nada demais, apenas coloquei uma substância…hum, digamos, a mais. Não posso falar o que botei nessa bebida agora, mas você irá descobrir - Tentou me convencer mas neguei com a cabeça impassível, Brad revirou os olhos vindo para mais perto de mim e sussurrando algo em meu ouvido, que automaticamente me fez sentir uma raiva fora do normal e vontade de concluir seu desafio idiota, ótimo, se ele quer que eu tome uma bebida 100% suspeita que ele mesmo preparou, que seja então! Puxei o copo grande e com um líquido azul agora 110% suspeito tomando tudo de uma vez, arregalei os olhos suspirando, Uou, essa bebida é forte...me agarrei a porta com mais força sentindo minhas pernas fraquejarem, olhei para frente vendo Brad me olhar com um sorrisinho de canto, maldito! Aah, se ele acha mesmo que eu irei mostrar que estou me sentindo um cu depois de tomar isso, ele está muito enganado, soltei uma risadinha me apoiando melhor na porta fingindo que estou normal, mesmo sabendo que ele não caiu nessa, fechei a porta em sua cara me escorando na porta suando frio.

-Que merda eu tenho na cabeça para ter bebido aquela porcaria de bebida é... - Não consegui terminar minha frase quando comecei a me sentir estranho, fechei meus olhos com força e depois…nada, não me lembro de mais nada"

-Fudeu - Exclamei com uma cara assustada, todos ali me encaravam com expressões extremamente confusas.