História Airport - Seven

- É mesmo necessário que eu feche os olhos? – ele falou enquanto andava com os olhos tampados pelas enormes mãos dela.

- Sim... – sussurrou ao ouvido dele. - ...não crie expectativas ok? É apenas um lugar.

- Impressão minha ou está cheirando a vela aqui?

- Uma vela. – retirou as mãos dos olhos dele – Surpresa!!!

- O que é isso? – ele começou a rir da tosca decoração de um quarto do que parecia ser uma cabana.

- Foi o que deu para arrumar. – se sentou na esteira. – Eu tenho amigos surfistas e não ricos. – apontou para ele se sentar e ele o fez.

- Espero que isso esteja limpo. – olhou para ela que fez uma cara feia. – É brincadeira. – piscou para ela.

Os dois se encararam por um tempo, ele pegou na mão dela e começou a passar os dedos pela palma dela que começou a rir.

- Faz cócegas.

- Um pouco fraco então?

- Sim. – mordeu o lábio e ele ficou de joelhos, se debruçou sobre ela e deixou o rosto próximo ao dela.

- Tem algum outro ponto fraco?

- Talvez você tenha que descobrir.

- Não vou achar ruim em tentar.

Ele a deitou na esteira carinhosamente e colocou o corpo sobre o dela passando a beijar a bochecha, depois se ocupou do queixo e, por fim, deu um pequeno selinho nela ficando a encará-la.

- Isso é algo que pode mudar muita coisa, sabe disso não é? – ele colocou uma mão em cada lado do corpo dela.

- Não vai, acredite. – ela sorriu um pouco nervosa.

Sem falar mais nada se apossou dos lábios dela começando por beijá-la delicadamente e depois aumentando o ritmo. Desceu então os lábios pelo pescoço dela chupando um pouquinho até chegar a clavícula onde repetiu com mais força, aquilo provavelmente deixaria alguma marca.

Os dedos hábeis dele passeavam pelo corpo fino dela até encontrarem com a barra da blusa úmida que ela usava, tirou a peça e fez o mesmo com a dele, fazendo seu abdômen quente se chocar com o gelado dela, ambos se arrepiaram e voltaram a se beijar.

Sigrid mudou de posição com ele ficando acima do mesmo, ficou se movimentando sobre o mesmo, e batia a virilha contra a dele sentindo um leve volume sob o shorts que ele usava, ela o olhou de forma maliciosa e de maneira atrevida começou a desamarra o biquíni, ele a encarou e colocou a mão em uma das nádegas dela dando um leve tapa, porém um barulho interrompeu, era o celular dela, ambos se olharam.

- Atende, pode ser importante.

- Um segundo. – ela disse ao pegar o telefone e ver escrito Laurel, devia ser algo importante, pois tinha mais nove mensagens ali. – Desculpe... – disse apenas com os lábios e atendeu. – Alô? – ela estava sentada em cima dele que segurava suas finas coxas. – Que? – os olhos dela se arregalaram mais e a impressão que ele teve foi de estar entrando em um buraco negro que não conseguia ter fim.

- Que foi? – ele perguntou para ela que pareceu não vê-lo, apesar de estar olhando para ele.

- Não, não... – começou a chorar. - ...eu estou indo já.

Sigrid vestiu a blusa rapidamente e levantou meio perdida, Shannon apenas colocou a camisa e pegou na mão dela preocupado.

- O que aconteceu? – ele não entendeu nada.

- Meu pai ele... – ela respirou fundo. - ...ele sofreu um infarto. – o choro se tornou mais forte e ele a abraçou e acariciou as costas dele.

- Vamos para Sydney então.

Do caminho ele pediu para a assistente do irmão pegar duas passagens e mandar as malas direto para o aeroporto, ela obedeceu e quando chegaram lá foi apenas fazer o check-in e embarcarem.

Em menos de 7 horas já estavam no hospital onde Laurel dormia em um dos bancos do lado de fora do quarto onde o pai dela estava, Sigrid saiu correndo e acordou a irmã mais nova.

- O que aconteceu Laurel? – a balançava de maneira leve.

- Sigrid... – acordou meio sonolenta e abraçou a irmã. - ...ainda bem que você está aqui! – começou a chorar. – O papai ele, ele teve um infarto, eu estava vendo tv na sala enquanto ele fazia a janta, quando dei conta de mim ele estava no chão já. – a abraçou mais forte. – Me desculpe!

- Ei, linda, a culpa não foi sua ok? Essas coisas podem acontecer com qualquer um. – a afastou, acariciou o rosto dela e deu-lhe um beijo demorado na bochecha direita. – Eu prometo para você que vai ficar tudo bem. – a olhou. – A Anne e o Ethan estão ai fora, vão te levar para casa dela para dormir, eu vou ficar aqui esperando por notícias e vou falar com o médico.

- Eu não quero ir, quero ficar aqui com ele.

- Não, você vai para casa e amanhã eu te pego para vir aqui. Laurel, por favor?

- Vai me avisar mesmo?

- Eu prometo.

- Shannon... – olhou para ele que estava meio ao longe vendo tudo. - ...vai cuidar dela?

- Ok. – ele limitou-se a dizer.

Aquilo pareceu o suficiente para ela dar um outro e último abraço na irmã e ir embora deixando-a ali. Ela esperou Laurel sair do seu campo de visão, sentou na cadeira onde estava a irmã e começou a chorar, Shannon sentou ao lado dela e a abraçou.

- Ei, acalme-se ok? – afagava o rosto dela. – Ele vai ficar bem.

- Não, não vai Shannon. – ela apertou o braço dele. – Não é o primeiro e o médico disse que se ele sofresse outro e não fosse fulminante bem provável que não aguentasse.

- Médicos erram Sigrid.

- Eu já passei por isso ok? Não diga que vai ficar bem porque não vai. Não posso aguentar isso novamente.

- Ei, não vai precisar porque não vai acontecer. – encostou na parede e a deitou em seu peito. – Dorme um pouco, vai precisar estar bem.

- Tenho que ficar de olho nele.

- Está bem, então descanse apenas.

- Quem vai tomar conta da Laurel se ele se for? Ela precisa tanto dele...

- Não só ela, como você também. – acariciou a cabeça dela. – Prometo cuidar de vocês se algo acontecer, o que não vai. Prometo para o seu pai.

- Você não precisa fazer isso, nem me conhece direito Shannon.

- Conheço o suficiente para saber que precisa de alguém que tome conta de você, e da sua irmã; - ela ficou em silêncio após isso e o abraçou bem mais forte.

- Me desculpe por tudo isso, quando eu disse que queria que fosse uma viagem legal não tinha nada disso em mente.

- Eu sei que não, mas para mim é o suficiente. Eu encontrei uma amizade legal, para mim está perfeito. – ele sorriu e afagou a cabeça dela.

- Obrigada.

- Não por isso amor...

Shannon e Sigrid ficaram ali durante alguns minutos até o médico voltar com uma prancheta na mão, ele olhou para os dois e decidiu falar. O pai dela não estava mesmo bem, mas não podiam fazer nada durante as primeiras 24 horas além de medicá-lo e observá-lo, mas o mesmo poderia sair daquela situação, ela ficou um pouco mais aliviada e os olhos castanhos escuros ficaram um pouco mais calmos.

- Viu? Tudo vai ficar bem. – ele a abraçou e deu um beijo na testa dela.

- Talvez você tivesse razão.

- Eu sempre tenho. – piscou para ela que sentiu algo nele vibrar.

- Ficaria feliz se isso fosse outra coisa, apesar de ser doentio visto o local e a situação em que estamos. - se afastou. – Acho que a Emma quer que você vá embora.

- É, ela já ligou algumas outras vezes.

- Então vá, eu vou ficar bem.

- Está bem. – deu um selinho demorado nela. – Eu te telefono, afinal, tenho seu número, de verdade.

- Ok, boa viagem e mais uma vez obrigada e desculpa.

- Não por isso. – afagou a bochecha dela. – Fica bem e se cuida.

- Você também.

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Horas depois...

- Finalmente casa... – Shannon se jogou no sofá da casa do irmão.

- Corrigindo...finalmente MINHA casa.

- Desculpe se a minha está em reforma.

- Espero que esteja pronta em alguns dias, não quero ninguém que não seja minha convidada andando seminua por aqui.

- Porque foi lembrar? - passou a mão no rosto.

- Você não me disse o que aconteceu com a Sigrid na praia. – Jared mudou o assunto.

- Nada demais, afinal a irmã dela ligou interrompendo o que era o começo de algo. – pegou o telefone. – Por falar nisso, vou mandar uma mensagem e ver como o pai dela está.

Ele ligou o aparelho e uma das primeiras coisas que viu foi uma mensagem de Sigrid.

“Parece que você estava errado, ele morreu. Queria que estivesse aqui. :(“

O semblante dele tomou uma expressão indecifrável, colocou uma das mãos na boca

“Sinto muito...e também por não ter estado ai, mas saiba que vou cumprir o que prometi, vou cuidar de vocês, te ligo mais tarde...”