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História Ajudante da Humanidade - 4


Escrita por: alemaya

Capítulo 4 - 4


Fanfic / Fanfiction Ajudante da Humanidade - 4

Poderiam existir n motivos para eu poder ver Lauren-agora-com-sobrenome Jauregui. Mas estes cinco estavam passando pela minha cabeça diariamente:

1 — Eu estou tendo alucinações.

2 — Tumor dos grandes no meu cérebro.

3 — Eu matei Lauren no meu sonambulismo desconhecido e ela está atrás de mim por vingança.

4 — Eu estou completamente pirada, o que faz de mim uma esquisitona de primeira.

5 — Eu estou morrendo. Afinal, muitas pessoas dizem ver espíritos quando estão em seus últimos dias. Vai saber, essas dores de cabeça, cansaço, vômito e outros sintomas poderiam significar que estou doente, e que provavelmente vou morrer.

Esperei Lauren pelos próximos dias e nada de ela aparecer, estava começando a ficar nervosa. Por que eu estava nervosa? Por que eu queria vê-la novamente? Será que ela só estava aqui entre os vivos para dizer à tia que a amava? Eu queria pensar que sim, mas eu sentia ali no fundo do meu coração que havia mais na história em relação a Lauren. Talvez ela estivesse passando mais tempo perto da tia, observando-a, ou ela podia ter perdido a noção do tempo. Ela estava morta, afinal de contas, tudo pode mudar no outro lado. Odeio, odeio admitir isso, mas eu PRECISAVA vê-la e isso já estava bem evidente para todos.

— Está procurando alguém? — perguntou Niall, meu lado, na aula de histologia.

— Nope. Ninguém, por quê? — eu sabia o porquê dessa pergunta. Meus olhos ficavam perambulando por toda a sala a procura de Lauren. Até a minha esquisitice estava agora visível para todos.

Niall estava prestes a dizer algo extremamente maldoso quando Bradley começou a dar sua aula. E todo mundo sabe que quando Bradley começa a falar absolutamente ninguém pode interrompê-lo ou atrapalhá-lo. Fiquei contente por esta interrupção, não queria responder a Niall que estava à procura de uma pessoa que todos já sabiam estar morta.

 

— Eu ainda não consigo acreditar que ela esteja morta — disse Lucy no refeitório toda tristonha. — Ela podia não ser uma mina totalmente legal, mas ela iluminava esse lugar por ser tão gatinha.

— Por mim, ela está bem onde deve está, no fundo daquele cemitério. Esse mundo está melhor por não haver mais uma pessoa idiota e sem noção como ela — confessou Niall bruscamente, o que me deixou muito zangada.

— Como você pode falar isso? Ninguém está melhor morto, Niall. A tia dela está arrasada — eu queria sair correndo para não ouvi-lo mais falar, ou até mesmo socar o Niall bem aqui na frente de todos por dizer algo tão maldoso.

— Ah, qual é meninas, não...

— Desculpe Loiro, mas tenho que concordar com a Menor — Lucy o interrompeu, deixando-o constrangido.

— Claro que concorda — ele murmurou secamente e se levantou. Jogou a mochila no ombro e caminhou até o lixo com sua bandeja. Depois que jogou fora os restos de comida, ele largou a bandeja quase que furiosamente na mesa das bandejas usadas. Nem olhou para trás quando saiu porta afora do refeitório, parecendo muito bravo conosco. Ou só comigo?

— O que há de errado com ele? — eu perguntei depois que assisti àquela cena.

— Talvez seja ciúme. Você não para de falar na Lauren desde que ela morreu.

— Isso não é verdade — respondi boquiaberta.

— É sim, querida — ela confirmou sacudindo sua enorme cabeleira. — Lauren isso, Lauren aquilo. Você adora comentar de quando viu ela morta naquela mesa no necrotério, isso realmente não é agradável. E você sabe, Menor... Niall tem uma grande queda por você. Então, por favor, pare de falar de uma mina morta e vai se divertir, você está precisando.

— GRAÇAS A DEUS! — eu gritei. Mas eu não estava gritando por causa do que Lucy havia dito, mas porque Lauren havia aparecido. Ela estava sentada ao lado de Lucy, gargalhando perante minha expressão de felicidade por tê-la visto. E também porque todos perto de minha mesa no refeitório estavam olhando para mim com olhos curiosos. — Ahhhh, ehhh, hummm, graças a Deus alguém está me entendendo. Você leu a minha mente, Lucy. Estou precisando me divertir — eu sussurrei porque as pessoas ainda olhavam para mim com as testas franzidas. Lucy era uma delas, mas, depois do que eu disse, ela pareceu acreditar que eu realmente estivesse falando com ela e não sendo uma maluca que grita no refeitório chamando a atenção de todos.

— Bom. Vou conversar com alguns dos amigos de Lauren mais tarde para descobrir se tem alguma festa marcada para esta semana — disse Lucy encarando sua comida. Ainda bem que Lucy não estava prestando atenção em mim, porque meu olhar estava preso na pessoa que estava sentada ao lado dela, e eu sorria sem parar.

— Vai ter uma festa amanhã à noite no dormitório da Alexa. — informou Lauren para o que Lucy havia acabado de comentar.

— Vai ter uma festa amanhã à noite no dormitório da Alexa. — eu repeti o que Lauren disse.

— Como você sabe? — perguntou Lucy parando de comer e me encarando.

— Ah, a notícia está correndo por aí.

— Realmente, Camila, você tem que aprender a mentir melhor — murmurou Lauren descansando seus cotovelos na mesa e se inclinando para ficar mais perto de mim. Eu limpei minha garganta para não rir e tentei não encará-la.

— Legal, está marcado então — Lucy disse sorridente. Nós duas não íamos a uma festa desde o começo do semestre, então eu podia ver que ela estava animada. — Keana pode estar lá — ela sorriu mais ainda, eu não pude deixar de sorrir também.

— Coitada da Lucy, essa tal de Keana está transando com uma garota qualquer da sala dela. Mas, se serve de consolo, ela tem uma quedinha pela Lucy, afinal, ela é bonitinha — cantarolou Lauren parecendo estar com muito tédio. Ela segurava a cabeça com as mãos diante de mim. Ela estava quase tapando a minha visão de Lucy. Eu tenho a total certeza de que ela piraria se escutasse Lauren dizendo que ela era bonitinha.

— Acho melhor você esquecer essa garota. Que tal o Brian? Ele é um cara legal — eu tentei convencer Lucy a tirar Keana totalmente de seu caminho, Ela não merece ficar arrasada por uma garota que provavelmente irá quebrar seu coração em milhares de pedacinhos.

— Por quê? Você está tão estranha ultimamente! — Lauren riu com o comentário de Lucy, como se estivesse dizendo: Viu, eu disse que você tem que aprender a mentir melhor, Camila. Eu queria responder pra ela que eu nunca menti assim tão descaradamente antes em minha vida. Mas eu acho que teria que me acostumar, porque quem vai acreditar em mim quando eu disser que estou falando com uma fantasma?

— Só estou comemorando. Vi Keana com uma menina no outro dia, não queria te contar porque não queria te magoar — acho que essa mentira foi até acreditável. Pelo menos Lucy acreditou, enquanto Lauren me encarava com um sorriso no rosto.

— Ah, eu não acredito... Bom, mas a gente nem estamos juntas — disse Lucy, mas, depois de pensar seriamente no assunto, continuou: — Acho que você tem razão, Brian parece ser muito legal — admitiu Lucy, terminando sua refeição.

— Na verdade você não tem razão, Camila, Brian fica com umas dez garotas a cada festa.

— E agora que você me diz isso? — sussurrei de volta para Lauren sem olhá-la.

— O quê, menor?

— Nada, apenas me lembrei que tenho que ligar para a senhora A... vou chegar mais tarde hoje.

— Essa foi até convincente — murmurou Lauren quase que orgulhosa — Sabe, Camila... você é realmente muito, muito bonita. Eu deveria ter ficado com você quando eu era... — e ela bufou. Ela estava tão perto de mim que agora eu não conseguia mais ver Lucy. Lauren estava praticamente em cima da mesa, a centímetros de meu rosto.

— Você está bem, menor? Você está muito, vermelha — ouvi Lucy dizer.

— Ahhh... sabe... eu v-vo-vou para a aula, estou praticamente atrasada — levantei-me aos trancos e fui caminhando até a porta. Ouvi Lucy gritar:

— MAS AINDA FALTAM 15 MINUTOS, MENOR!

Mas eu segui em frente com Lauren a meu lado. Ela acabou de dizer que eu era bonita e isso me deixou sem jeito. Como Lucy disse, eu estava vermelha, eu podia sentir que estava como um tomate. Eu só via Lauren rindo em minha visão periférica.

Lembram-se quando eu queria mesmo poder ver Lauren novamente? Isso se dissipou no instante que ela começou a falar comigo em público. Eu não podia simplesmente falar com ela nos corredores da universidade e nem podia pedir que ela calasse a boca. É realmente muito estranho estar caminhando com ela quando de repente as pessoas atravessam ela. Quando eu olho para Lauren ela parece estar viva, nada em sua aparência sugere que ela esteja morta, então é estranho para mim quando vejo as pessoas passando através dela e nem sentirem nada, nem mesmo um arrepio.

— Você deve vestir uma roupa bonita para a festa de amanhã — ela falava e eu claramente não respondia. — Não quero ser chata, mas já sendo... Você pode vestir sei lá, uma saia curta pra mostrar essas pernas magricelas. Você parece ser uma líder de torcida. Você foi uma, na época da escola? — ela perguntou, mas eu não respondi. Minha paciência estava quase se esgotando quando entrei na sala de aula e sentei em meu lugar de sempre. Niall apareceu depois de um tempo. — Aposto que você foi líder de torcida. Você não é loira de olhos azuis, quase todas as líderes de torcida são assim. Mas você é inteligente, pelo menos eu acho que é, está cursando medicina afinal de contas... — Lauren começou a falar e não parou mais.

— Por que você nunca para de defender a garota morta? Sinceramente Cabello, ela nunca foi uma mulher decente, ainda mais com você... — Niall também começou a falar e não parou mais. Minha cabeça estava prestes a explodir.

— E agora eu começo a pensar, estou morta, eu nunca vou ser uma médica, o que é uma pena porque eu iria salvar tantas vidas...

— A garota não ia nem ser uma médica boa, pra começo de conversa. O jeito arrogante dela iria espantar todos os pacientes...

Os dois deviam estar sincronizando suas conversas. Eu estava prestes a explodir a qualquer momento.

— Não gosto desse cara, Camila; quero dizer, olha para ele. Todo engomadinho, e ainda tem uma queda por você. Ele devia arrumar uma vida ao invés de ficar te perturbando...

— A garota tá morta Cabello, esquece ela. Eu tô aqui, você sabe, não é?

— Eu não acredito nesse cara. Eu poderia socá-lo, se pudesse — retrucou por fim Lauren.

— EU PRECISO SAIR DAQUI - eu gritei já me levantando.

— Aonde você vai, Cabello? A aula nem começou ainda — perguntou Niall enquanto descia as escadas.

— Dor de cabeça — gritei quando estava prestes a sair pela porta.

Eu corri para o meu quarto a toda velocidade.

— O que você está fazendo? — perguntou Lauren e eu me assustei, e quase esbarrei feio em uma garota. Lauren não estava correndo, ela estava apenas flutuando ao meu lado.

Quando cheguei ao meu quarto, larguei minha mochila na cama e fui verificar se Lucy não estava por ali em algum lugar.

— O que você está fazendo, Camila? Você tem aula, não pode perder. Você quer ser uma boa médica ou não? — enquanto Lauren falava, eu fui fechar e trancar a porta do quarto.

 

— CALE A BOCA! CALE A BOCA! CALE A BOCA, LAUREN! — gritei desesperada e irritada. Dei graças a Deus por quase todas as pessoas do alojamento estar em aulas naquele horário, ou então eles iriam acabar me ouvindo e saberiam de fato que eu estava louquinha da silva. — Por favor, apenas cale a boca — sussurrei cansada e sentei em minha cama. O silêncio não durou nem cinco minutos.

— O que foi que eu fiz? — perguntou ela seriamente provavelmente pela primeira vez, mas meu olhar se encontrava no chão e não nela.

— Como vou estudar se você não cala a boca? Como vou prestar atenção em minhas aulas se você não cala a boca? Como vou conversar com meus amigos quando você não CALA A MALDITA BOCA? — gritei por final, agora a encarando.

— Desculpe — ela pediu, mas agora eu estava à flor da pele.

— Você não pode ficar conversando comigo quando estou conversando com outras pessoas. Você sabe que eu não posso olhar e nem conversar com você, Lauren. Ninguém pode te ver a não ser eu. Você não está viva, por favor, lembre-se disso — ela parecia prestar atenção no que eu dizia e até concordou com a cabeça enquanto encarava o chão.

— Vou tentar. Isso é novidade pra mim.

— Pra mim também.

Caminhei até ela, e como ela encarava o chão, e eu entrei no lugar que ela estava encarando, quase encostando nela, até que seus olhos caíram nos meus. Eu queria tocá-la, mas não podia. Minha mão iria provavelmente passar através dela, como se nada houvesse ali.

— Eu vou para a aula. Encontro-te aqui mais tarde? — sussurrei. Reparei que ela levantou a mão esquerda até meu rosto, mas deteve-se ao pensar que não conseguiria me tocar, assim como eu.

— Claro — ela respondeu depois de segundos de constrangimento.

 

 


Notas Finais


E ai??


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