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História Akai ito (Vmin) - Metades divididas


Escrita por: Kimik182

Notas do Autor


Voltei
Espero q gostem do capítulo

Capítulo 5 - Metades divididas


Se eu tivesse que dizer se sou um garoto muito sortudo, eu afirmaria categoricamente que sim. Namjoon estava a cada dia mais carinhoso e atencioso comigo, e tinha uma pegada incrível pra completar. Nas tardes em que eu ia pra casa dele, sob o pretexto de estudar para alguma prova, podia experimentar aqueles lábios deliciosos sobre os meus, que a cada novo encontro se tornavam mais ousados, explorando qualquer pedaço de pele que eu permitisse.

No entanto, se eu tivesse que dizer que sou um garoto muito azarado, também afirmaria com a mesma convicção que sim. Enquanto estava dormindo com Taehyung, nossos corpos quase colados depois de mais uma sessão de beijos com direito a mãos bobas, eu pensava sobre isso. Eu adorava ter aqueles dois me desejando, mas sabia que se Namjoon resolvesse dar um passo naquela relação, eu teria que parar com essas brincadeiras com meu melhor amigo. As coisas com ele sempre iam mais longe do que com o arroxeado, talvez por termos tanta intimidade, eu não tinha medo nem vergonha de fazer nada com ele. Mas sabia que ele nunca seria meu, não de um modo romântico, e era isso que me preocupava.

Por mais que eu gostasse sim do Namjoon, meu coração sempre batia mais forte pelo Taetae, e eu estava mesmo me apaixonando, o que seria um problema, considerando toda a heterozice ridícula que ele julgava possuir.

– Taetae... – chamei baixinho, temendo que ele já tivesse dormido.

– Sim. – ele resmungou no meu ouvido, já que estávamos abraçados.

– Eu acho que o Nam vai me pedir em namoro.

– Como assim você acha?

– Ele me chamou pra sair amanhã. Disse que quer me falar uma coisa importante. – expliquei.

– Mas poderia ser qualquer coisa.

– Não vejo nenhuma coisa importante que ele poderia querer me falar. A não ser que fosse pra não ficarmos mais, só que isso parece bem improvável. – a julgar por como estávamos indo bem, eu duvidava dessa opção.

– E você vai aceitar? – ele tentou parecer displicente, mas senti o tom inquisidor em sua voz.

– Isso depende.

– Do que?

– Se outra pessoa me dissesse que gosta de mim, e que eu não deveria aceitar, eu concordaria. Por que eu gosto do Namjoon, mas essa outra pessoa, eu amo.

Esperei que dissesse alguma coisa, mas Taehyung ficou totalmente mudo. Não sei se ele entendeu o que eu quis dizer, mas acho que sim, e acho que fui um tolo por achar que teria alguma possibilidade dele tentar me impedir de correr para os braços de outro. Por um instante eu quis chorar, mas me segurei.

– Se você gosta dele, deveria aceitar. – por fim ele disse.

– Isso significa que não iremos mais brincar juntos.

– Você vai continuar sendo meu amigo mesmo assim?

– Claro.

– Então, por mim, tá tudo bem. – ele me soltou, virando para o outro lado afim de dormir.

Aquele gesto disse muita coisa. Significava que ele não se importava mesmo, que eu era só um passatempo, e que ele não estava nem aí para o fato de eu ter um namorado.

[...]

Eu nem me lembrava da última vez que tinha ido em algum parque da cidade, pois só fazia isso com meus pais, quando era criança. Mas Nam disse que a tarde estava muito bonita e quente, e que gostaria de caminhar um pouco. Realmente a paisagem estava linda, o sol refletia na água do lago, deixando-o brilhante, e todo o verde parecia muito intenso. Depois de alguns minutos dando uma volta, paramos para sentar no gramado, perto da água.

– Esse dia está mesmo perfeito. – ele segurou minha mão do modo mais discreto possível, pois sabíamos como olhares preconceituosos podiam surgir quando estávamos em público.

– Estou feliz, fazia tempo que eu não vinha aqui. – eu olhava as crianças que brincavam ali perto, recordando da minha infância.

– Jimin, eu queria te falar uma coisa. – dificilmente eu via o maior nervoso ou tímido, mas dessa vez ele parecia ansioso.

– Pode falar. – apertei sua mão mais forte.

– Faz um tempo que a gente tá junto, mas nunca conversamos sobre o que isso significa pra nós. Eu gosto muito de você, de verdade, e queria saber o que sente por mim.

– Eu também gosto de você Nam, muito mesmo. – respondi com sinceridade.

– Se é assim... – ele pigarreou, ainda nervoso. – Você não acha que seria legal se fôssemos namorados?

– Isso é um pedido de namoro senhor Kim? – brinquei.

– Eu queria te dar alguma coisa de presente, pra fazer um pedido mais romântico, só que minha mesada não foi suficiente, tô economizando pra outra coisa.

– Não precisa de nada disso. – abracei ele, encostando a cabeça em seu ombro. – Só seu carinho por mim é suficiente. Claro que aceito.

Dei um selinho rápido em sua boca, não consegui resistir. E ambos estávamos sorrindo feito bobos quando levantamos para ir tomar um sorvete, de mãos dadas como namorados de verdade.

 

Nossos amigos ficaram felizes quando contamos, e gostaram ainda mais de ficar usando isso pra nos provocar sempre que podiam.

– Cara, vamos assistir animais fantásticos e onde habitam no cinema? –Yoongi estava ansioso por aquela estreia.

– Sei não, cinema com esse casalzinho aí, que ficam se agarrando bem do nosso lado. – Hobi disse brincalhão.

– A gente nem faz isso. – revirei os olhos. Namjoon estava do meu lado, como sempre com seu braço ao redor do meu ombro.

– Ah não, imagina. – Taehyung estava mais chato do que nunca. – Só fazem a gente passar vergonha.

– Se você tem vergonha de ter amigos gays, fique à vontade para não ir, nós não temos preconceito com heteros escrotos. – Nam também não deixava barato.

– Não tem nada a ver com isso tá, fica na sua. – ele quase rosnou. – E acho melhor eu não ir mesmo.

– Não Taetae. – eu reclamei. – Você tem que ir, não somos os mesmos se não forem os cinco.

– Eu não faço diferença, você só fica pendurado no Namjoon mesmo.

Eu não entendia porque ele sempre agia assim. Ele mesmo tinha dito que era pra eu aceitar o pedido do nosso amigo, que isso não iria mudar nossa amizade, mas o fato era que ele parecia me evitar. Nunca mais ele foi dormir na minha casa ou eu na dele, toda vez que eu não estava com o meu namorado e queria ficar um pouco com ele, Tae dizia estar ocupado, estudando ou algo do tipo. Aquilo me deixava triste, tudo que eu mais temia na vida era perde-lo, mas aos poucos, era isso que estava acontecendo.

No fim da aula, fui embora com ele, sob alguns protestos de Namjoon, que sempre queria me acompanhar. A cara de poucos amigos não mudou durante todo o percurso.

– O que tem de errado contigo? – meu tom de voz era o mais suave possível, não queria ser mal interpretado.

– Nada. – a resposta seca evidenciava o quanto aquilo era mentira.

– Você mudou comigo, quero as coisas como eram antes. – queria não transparecer tanta tristeza, mas era difícil.

– É complicado quando você não tem mais tempo pra mim. Mas acho que é normal também, afinal seu namorado tem que vir em primeiro lugar. Quem sabe quando eu arranjar uma garota eu fique menos chato.

– Eu tenho tempo pra você, ele não está em primeiro lugar, porque você chegou na minha vida muito antes.

– Desculpa Chim, eu que faço tudo errado mesmo. – pela primeira vez ele parou de ser apático naquela conversa, e pareceu triste.

– Para com isso, vamos lá em casa jogar, como nos velhos tempos. – dei meu melhor sorriso, pra ver se lhe convencia.

– Nada vai ser como nos velhos tempos. – a sentença saiu tão baixa que eu quase não ouvi.

De toda forma, ele foi na minha casa, e por algumas horas esquecemos o resto do mundo, e éramos só nós dois, iguais as crianças que se conheceram no pré escolar, jogando e xingando os personagens por nossos próprios erros, rindo à toa, tomando o milk shake que minha mãe tinha feito.

– Chim, eu vou no cinema com vocês, mas acho que a gente podia ir juntos, só nós, um outro dia, ver outro filme.

– Claro, faz tempo que não saímos. – fiquei empolgado, eu sentia falta de nós dois.

– Na quarta feira depois da aula então. Combinado?

– Combinado.

 

Tudo correu tranquilo na medida do possível o dia que todos fomos ver animais fantásticos. Ainda que vez ou outra Namjoon e o Taetae se cutucassem, porque meu namorado às vezes tinha ciúmes também, o que era bem complicado pra mim, já que nunca deixaríamos de ser Jimin e Taehyung. Pelo menos era isso que eu pensava.

No meio da semana, meu namorado quis ir num show do monsta x, ele sabia como eu amava o grupo, e nunca perderia a chance de ver o Hyungwon. Então ele comprou nossos ingressos, e disse que era meu presente de aniversário adiantado. Lógico que eu fiquei muito animado, e por pouco não perdi a virgindade naquela mesma tarde. A gente estava indo cada vez mais longe nas preliminares, só que eu ainda não me sentia preparado pra ir até o fim. Só que aquele presente tão fofo e bem pensado quase me fez ceder.  

Me produzi todo, e quando me vi no espelho, até me assustei. Meu cabelo lilás combinava demais comigo, e a roupa toda preta, com alguns rasgos na calça, o choker no meu pescoço, a maquiagem levinha nos olhos, tudo compunha uma imagem tão bonita que eu até esqueci minhas inseguranças adolescentes, e me senti lindo pra um caralho.

Provavelmente Nam achou o mesmo, pois ficou de boca aberta quando eu o recebi na porta de casa. Ele também estava maravilhoso. O garoto era alto, seu corpo sólido e forte era muito bonito, suas covinhas davam um charme pro seu rosto lindo, chamava a atenção onde quer que a gente passasse.

– Se não fosse o risco de seus pais verem, eu te agarraria aqui mesmo. – ele falou baixinho, o que me fez corar.

– Besta. – dei um tapinha no peito dele, só pra tirar uma casquinha.

– Você sempre é lindo, mas hoje tá de tirar o fôlego! Vão confundir você com algum idol.

– Quem me dera.

Fomos logo para o local do show, e os lugares eram ótimos, eu estava exultando de alegria, babando por aqueles homens, um mais lindo que o outro, mas óbvio que meu bias era o que mais me empolgava.

– Porra, você grita tanto pelo Hyungwon que vou ficar com ciúmes. – Nam brincou quando estávamos indo embora.

– Obrigado obrigado obrigado. – eu vinha saltitando pela calçada. – Por me levar nesse show, eu tô muito feliz.

– Você é muito fofo mesmo. – ele me abraçou.

Nos despedimos de forma mais discreta quando ele me deixou em casa, e a primeira coisa que fiz foi ligar pro Tae, pra contar como tinha sido, só que ele não me atendeu.

Na escola ele também nem sentou perto de mim como era de costume. E no intervalo ele não foi pro lugar que a gente costumava ficar no refeitório. Estranhei e até perguntei pros outros garotos, mas ninguém sabia dele.

Foi só na volta pra sala que o encontrei novamente, e mudei de lugar, pra sentar ao seu lado, sendo que ele nem olhou na minha cara.

– Taetae. – chamei baixinho. – Onde você tava no intervalo?

– Não te interessa. – levei um susto devido a um baita trovão estourou do lado de fora, fazendo a janela tremer, pelo jeito a chuva seria forte.

– Por que não me atendeu quando te liguei?

– Porque eu não quis. Agora para de me atrapalhar que quero prestar atenção.

Fiquei quieto no meu canto, ele estava mesmo de mau humor, e eu não ia ficar cutucando. Só que aquela chuva forte me deixou preocupado na hora de ir embora. Ele nem esperou, colocou a mochila nas costas e saiu a passos rápidos, comigo em seu encalço.

– Tae, espera! – chamei. – Seu pai vem te buscar?

– Não. – ele nem parou de andar, mas fui atrás dele, ainda que me molhasse com a tempestade. – Meu pai está trabalhando como sempre.

– Mas minha mãe tá vindo de carro, te damos carona até sua casa.

– Não quero, obrigado. – ele continuava andando, sem olhar na minha cara.

– TAEHYUNG! – acabei gritando. Por sorte não tinha ninguém perto, já que estávamos debaixo de chuva. – Fala comigo direito caralho!

– Me deixa em paz! Vai lá com seu namoradinho e para de me encher, já que não se importa mais comigo. – finalmente ele parou de andar, ficando frente a frente comigo. Seu olhar era tão gelado que me fez tremer.

– Para, a gente já falou sobre isso. – Fui tirar uma mecha de cabelo encharcada da frente de seus olhos, mas acabei tomando um tapa na mão.

– Não me toque! – a raiva continuava em seu olhar.

– O que aconteceu?

– Hum. – ele riu ironicamente. – Parece que esqueceu totalmente mesmo né.

Continuei piscando, sem entender porque ele estava tão puto. Mas não demorou muito para a compreensão cair sobre minha cabeça, ainda mais forte que aquela chuva que nos deixou encharcados e tremendo. Arregalei os olhos, me sentindo tão culpado que nem conseguia me conter, ainda bem que a chuva esconderia minhas lágrimas.

– Desculpe, Taetae. Não, não pode ser. – podia nem ser grande coisa, mas naquela época da minha adolescência tudo era motivo para drama. – Eu fiquei tão feliz quando o Nam me chamou pro show que esqueci completamente.

– Justamente como você prometeu que não faria. Você disse que nunca me trocaria por ele, mas me deixou plantado na porta do cinema, enquanto se divertia com seu namorado, sem nem se dar ao trabalho de desmarcar comigo! – eu achava que ele também estava chorando, mas a tempestade era tão intensa que eu não tinha como me certificar.

– Me perdoa, por favor, eu juro que não foi por mal.

– Não foi por mal, mas você fez, e sempre vai ser assim. Sempre o Nam vai estar a minha frente. Só me deixa em paz Jimin. – ele voltou a me dar as costas e andar.

– Só te deixo em paz se me desculpar. – continuei correndo atrás dele.

– Eu te desculpo então, não vou guardar mágoa sobre isso. Mas não quero mais ser seu amigo. – aquelas palavras pareciam uma faca em brasa entrando no meu coração. – Acho melhor a gente se afastar. Vai ser melhor pra mim, e pro seu relacionamento, o Namjoon também não gosta da nossa proximidade excessiva.

– Mas eu não quero isso. – agora era evidente meu choro, pois minha voz denunciava.

– Mas eu quero, e espero que respeite meu espaço. – seu modo firme de falar deixava claro que não haveria negociação ali, era sua decisão final.    

– Taetae. – segurei seu braço, mas sem firmeza suficiente, pois eu estava tão quebrado por dentro que mal tinha forças.

– Chega. – ele se soltou. – Tchau.

O vi ir pra longe de mim em meio à chuva, ficando cada vez mais distante, e algo me dizia que nunca mais ele voltaria. Era tão difícil pensar nisso. Taehyung era meu alicerce, sempre esteve ao meu lado pro que desse e viesse, viver sem ele, seria como viver sem uma parte de mim. Eu me acostumei desde muito cedo a sermos como um só, como eu poderia viver sem a outra metade?

Minha mãe me deu uma bronca quando entrei no carro todo molhado, e pelo resto do dia, ignorei as mensagens de Namjoon. Eu só queria ficar quieto no meu canto, e sabia que ele ia me entender. Minha mão coçava para ligar pro meu ex melhor amigo, e para não ceder a vontade, pensei em mandar apenas uma mensagem, um meme bobo ou algo assim, mas ele tinha me bloqueado, em todas as redes sociais e no kakao. Joguei o celular num canto qualquer, e afundei a cara no travesseiro, pra poder chorar novamente. Do meu lado na cama, estava o cachorrinho de pelúcia que ele me dera tantos anos antes, bem ao lado do ursinho de Namjoon. Peguei o presente de Taehyung, louco para rasgar ele ao meio e jogar no lixo, mas nunca conseguiria. Apenas abri a parte mais alta do meu guarda roupa, e taquei ele lá, num canto bem escondido, na esperança que meus sentimentos pelo garoto também ficassem escondidos num canto da minha alma, que no momento sofria de um modo que eu nunca tinha imaginado antes. 


Notas Finais


:(

Eu sei q isso é muito triste, mas vai passar, prometo

Digam se gostaram e me contem qual o momento favorito Vmin de vocês?
O meu hj em dia é aquele q eles estavam dançando juntos na apresentação de fim de ano acho q da kbs.

Bjos e até logo


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