Depois de uma caminhada incessante por parte do garoto, Hero conseguiu enfim alcançar a Tumba do Primeiro Imperador. Ele demorou cerca de um dia apenas porque percebeu que se esforçasse o bastante para chegar lá em minutos acabaria se cansando e iria afetar gravemente na performance de luta. Durante algum tempo, ele vagou entre as colunas de pedra de diversos tamanhos e formatos. Mas não encontrou sinais aparentes por um tempo, até que seu nariz encontrou um cheiro bem familiar e conhecido pelo seu olfato: o cheiro de sangue, sangue fresco coagulado recém-saido da ferida. -(Tem alguém aqui ferido... Alguém da unidade do Bill ainda está vivo?)- Hero pensou consigo mesmo enquanto por segurança cerrou o punho canhoto em volta da bainha da espada e começou a andar em direção a origem do cheiro, pronto para retalhar qualquer um que tentasse se aproximar dele. Segundos seguindo o rastro, começou a ouvir barulhos, como gemidos de dor e risadas sádicas de origem masculina, ele soube identificar o óbvio: alguém estava travando um duro confronto. Correr, foi isso que ele fez quando percebeu que vidas estavam em risco nesse momento e sua presença poderia salvar ou destruir alguma delas. O caminho que seguiu o levou a quatro pessoas que estavam se confrontando, uma delas era um homem alto e musculoso com cabelos longos e claros, pontudos e espetados como espinhos, garras grandes como as de um animal, bandana e marcas no rosto, ele também usa um longo lenço e uma jaqueta preta. Outro detalhe proeminente nele era que ele tinha três crânios alojados na cintura. Os demais eram uma jovem garota com cabelo prateado preso em um longo rabo de cavalo que usava um sobretudo sem mangas com cinto escuro, meia-calça preta, botas e luvas que segurava uma espada cujo formato da lâmina lembraria uma faca enorme, uma garota de longos cabelos claros e bem esguia, com espinhos fincados nos ombros, cochas e um no pulso direito e sem nenhum arma, e o último era um garoto loiro que usa uma jaqueta e um cinto com várias bolsas presas a ele, bem como calças e sapatos normais armado com uma lança. Hero permaneceu escondido entre as colunas esperando a chance certa de atacar, prestando atenção nos movimentos vindos tanto dos inimigos quanto dos possíveis aliados, que já pareciam estarem encurralados. Parecia que o cabelo dele havia simplesmente ejetado da cabeça dele, como um porco-espinho disparando as armas acopladas ao corpo. Hero nesse momento não teve escolha se não intervir e salvar a garota ferida da morte, ele simplesmente pulou na frente dela e ergueu a guarda em pose X.
Tanto os sons de passos que Hero fez quanto sua imagem apareceu diante da garota que já se via morta chocaram a todos os quatro. E para o azar do guerreiro mais experiente entre ele e seus aliados, os espinhos eram afiados o bastante para perfurar sua carne dos antebraços mesmo com os músculos endurecidos, mas não perfurou nenhum ponto vital, e muito menos atingiu quem ele tentou proteger, agora caída no chão chocada com alguém que simplesmente surgiu das sombras e se jogou na frente do ataque para salvar sua vida. -Olha só, mais um. Com vocês eu terei conseguido 7 crânios. E com isso poderei subir de rank- vangloriou-se o inimigo se ava bando outra vez antes dos espinhos que antes seriam seus cabelos ficavam mais e mais juntos até parecerem seu cabelo normal. Hero tentou estreitar os olhos para ver se mais alguém entre eles tinha se ferido, e como imaginou, ambos haviam se ferido. Dois espinhos haviam acertado a cocha do garoto loiro e um no pulso direito na outra garota empunhando uma arma desproporcional para o seu tamanho. -Tio Bill me enviou para ajudar vocês, não se preocupem, esse cara não é nem grande coisa- riu Hero asperamente caçoando da cara do seu inimigo. Duas veias saltaram na testa do Gravekeeper quando ele escutou que aquele que iria tentar matá-lo disse que ele não era grande coisa e ainda mais estava retirando os espinhos fincados na carne, descontraidamente e com a guarda aberta para um ataque em cheio que com certeza o mataria. -Eu não sou grande coisa!? Vou fazer você engolir essas palavras com...!- o homem arrogante não pôde terminar a frase por intervenção do seu inimigo que estava a segundos rindo da sua cara. Hero não deu a mínima chance do seu adversário completar o discurso clichê e com os espinhos reunidos em sua mão como um amontado de gravetos, enfiou no queixo do Gravekeeper, não o bastante para matá-lo de imediato, mas a quantidade de sangue que escorria do ferimento tão grande quanto uma mão, dos olhos, bocas, nariz e ouvidos dele mostravam que ele já estava condenado a morrer. O adversário estava pasmo com o que aconteceu, como ele conseguiu chegar perto dele, ainda mais atacá-lo sem nem gerar som!? -Ouça, eu realmente tenho que admitir que o seu povo tem habilidades bem interessantes e que eu desejaria descobrir e aprender. Mas você perdeu porque confiava demais nas próprias habilidades. Quero que me responda uma coisa: de que adianta coletar crânios de pessoas se não deram desafios de verdade? Isso só prova que não apenas suas habilidades são precárias, mas que você é um fraco- ao término do seu pequeno discurso, grosseiramente Hero enfiou os espinhos até atravessarem a cabeça do Gravekeeper desafortunado. Os olhos dele reviraram e sua boca permaneceu aberta, seu semblante permaneceria agora em um estado de choque de uma morte rápida mas dolorosa.
-(Ele, é bem forte. Deve estar no Rank 1 de assassinos, não seria nenhuma surpresa ele estar na Elite Nine com esse nível de velocidade e sabe-se lá mais do que ele é capaz) Você é o reforço?- perguntou a garota ficando sua faca no chão, com seu pulso que a segurava agora livre do espinho que a perfurou. Hero se virou para encará-la e largou os espinhos que seguravam o cadáver de pé, e quando o fez, ele caiu no chão como um saco pesado jogado grosseiramente. -Sim. Eu vim sozinho- ele respondeu enquanto ia até a garota mais ferida e se agachava. O garoto loiro e a outra arrojada ficaram irritados com a forma que o novo aliado agia, ele parecia um adolescente que agia com ar de superioridade e sentia nojo só de estar na presença deles. -Você sozinho!? Esse lugar está repleto de inimigos e mandaram apenas você!?- o loiro perguntou. Hero ignorou ele e se agachou na frente da garota machucada. -Deixe-me examinar suas feridas, pode me dizer o seu nome e o de seus companheiros?- ele perguntou a garota enquanto pegava a mão da mesma e puxava alguns curativos do bolso. -*suspiro* Meu nome é Gin, esse garoto que você ignorou se chama Natala e a que você está socorrendo se chama Balluck- respondeu a garota de cabelos prateados segurando seu companheiro o máximo que podia, o loiro parecia estar em uma espécie de ataque de fúria por ter sido ignorado enquanto a garota no chão estava desnorteada por ter perdido tanto sangue. -Muito bem, façamos o seguinte, vamos cuidar das feridas da Balluck e em seguida vamos sair e reagrupar. Só sobraram vocês?- ele perguntou enquanto enfaixava as múltiplas feridas da Balluck em sua velocidade máxima. Ele esperto e do jeito que era, não era nada burro, e sabia que enfrentar sabe-se lá quantos inimigos com um membro ferido e desmaiado e os demais dependiam de drogas e poderiam sofrer com os sintomas de abstinência rapidamente era o mesmo que se suicidar. -(Ele é bem rápido... Ele enfaixou os ferimentos dela em um instante) Infelizmente sim- respondeu Nalata, já calmo e livre do aperto da Gin. -Nem precisam se dar ao trabalho de tentar fugir- respondeu uma voz misteriosa que assustou quase todos ali, menos um que em vez de dar um pulo ou abrir a boca e ficar com cara de espanto se levantou e sacou a espada agora apontada para os inimigos. Eram três deles, um deles tinha o cabelo cacheado grande e um cavanhaque reto que ia até o final do queixo, não usava roupas na parte superior do corpo, apenas uma calça simples, o segundo era alguém com o cabelo junto em uma linha que ficava no centro do couro cabeludo, usava um manto que cobria quase todo o corpo e uma faixa na região da cintura sob a calça e a terceira era uma garota de baixa estatura que usava um top e calças leves, também tinha um anel apertado em volta do pescoço e muitas tatuagens na barriga e nos braços. -Sim, agora que Arathi está morto é bom para nós- respondeu a garotinha friamente enquanto seu colega quase calvo puxava o morto pelos cabelos como alguém puxaria um saco de lixo, o detalhe que mais assustou a todos os três eram que todos tinham quatro ou cinco crânios. E Hero que já tinha um leve dom de saber quando alguém era ou não forte, sabia que esses eram diferentes do que ele matou. -Eles parecem divertidos, vamos capturá-los vivos- ordenou o de cabelo cacheado ao seus companheiros, que nem demonstraram mudanças nas poses, deixando as guardas abertas. -Eles não vão ser nada fáceis. Eu espero que vocês dois ainda tenham força restante- disse asperamente Hero aos outros dois com exceção de Balluck, que se encontrava inconsciente pela perda de sangue. Os três assumiram uma pose de batalha com suas armas em punho.
Ao raiar do Sol do dia seguinte, Akame e Green andavam lado a lado em rumo a Tumba onde Hero tinha como rumo no dia anterior, como promessa de Gozuki de que eles iriam até ele após 2 dias de vantagem. O encarregado da Elite Nine refletiu no último dia com cada um deles sobre a estratégia que teriam que seguir para que eles tivessem êxito nessa jornada, e concluíram que o mais eficiente seria atrair o máximo possível deles para fora da fortaleza subterrânea e eliminá-los em um ambiente em que pudesse ter a vantagem a favor, e se possível, capturar um vivo para poder obter mais informações vantajosas sobre o terreno inimigo contra artimanhas a qual não conheciam. No entanto decidiram que quem deveria se aproximar antes de todos era Guy, que nesse momento estava escavando com seu Shingu Terno Rhea um túnel até a tumba. Como tiveram o tempo para discutirem a estratégia, Gozuki também mostrou e os fez estudar o mapa do local, no entanto só mostrava o primeiro nível inferior, então Guy teria que se virar com o que tinha. E quanto a Akame e Green, decidiram que eles seriam os mais eficientes para servir de "isca" dada as suas personalidades, habilidades e armamentos. Enquanto isso os demais ficariam um pouco mais afastados esperando a chance de atacar caso precisem de suporte.
Green olhava para Akame com preocupação. A mesma havia ficado calada a maior parte do caminho, talvez por preocupação com Hero que não deu notícias ou pelo fato dela ter falado com Kurome e perguntado o motivo para o desaparecimento repentino, mas nenhuma informação foi fornecida, e seus instintos de irmã mais velha apenas a deixavam mais preocupada, o que com certeza não ajudava em nada. Inicialmente Green queria tentar falar com ela puxando algum assunto para distrair a assassina de olhos escarlates dos pensamentos nebulosos, mas não veio nenhum assunto que pudesse ser bom na mente, e então simplesmente resolveu dizer a Akame o que grande parte das pessoas que estariam na situação dela gostaria de ouvir. -Akame... Eu tenho plena certeza que Kurome está bem, talvez tenha sido somente uma dor de barriga bem forte por causa dos doces que ela consumia, ou um resfriado simples(Preciso tomar cuidado com as minhas palavras)- Green disse tentando ser minuciosamente cuidadoso a medida que falava, já que uma palavra errada poderia fazer com que Akame se sentisse pior com o assunto da Kurome. Akame escutou as palavras do companheiro de olhos verdes e se virou para encará-lo. -Lembre-se, ela está aqui com a gente e quando acabarmos você vai ter a chance de obter uma resposta adequada do que houve com ela, vai ficar tudo bem- Green tentou consolá-la com um sorriso simples estampado no rosto. Akame ainda se sentia meio insegura e cética com o que Green falou, mas ela não poderia mentir dizendo que o que ele disse para ela não melhorou seu humor e tirou a nuvem de chuva de sua cabeça. Mas infelizmente tal momento de alegria para ambos não durou pouco. Antes que Akame pudesse dizer um simples "obrigado", quatro figuras desconhecidas apareceram para eles. Três deles eram homens, com idades distintas e uma mulher. O detalhe que Green mais se espantou ao ver era que três deles tinham dois crânios, enquanto o homem mais alto e que mais parecia um verdadeiro assassino... Tinha quatro. -Esses aí parecem ser diferentes- o mais baixinho com o cabelo ajeitado em um corte chanel comentou para os demais. Junto dele, mais dois se moveram em direção a Green e Akame. -Não importa, vamos cercar e matar todos eles- a garota comentou enquanto Akame sacava sua espada para lutar. Mas antes mesmo que a mesma tivesse chance para um ataque, ou antes mesmo que o inimigo demonstrasse suas Artes Secretas, Green usou sua Shingu Sidewinder para acertar todos os pontos de pressão presentes no tórax dos três de uma única vez quando adentraram no raio de alcance. -Green... Sobrou apenas mais um- Akame apontou para seu companheiro. Green então olhou para o homem que parecia desinteressado em lutar enquanto o mesmo mantinha as mãos para trás das costas como se abrisse a guarda propositalmente. Green ajeitou seus óculos enquanto pensava em não falhar agora, afinal, sua amada estava olhando para ele, e passar vergonha não era uma opção. -Fique aí e me deixe capturá-lo-
Apesar dos conselhos do inimigo, o Gravekeeper não o obedeceu. -Eu sou diferente de todos eles(Eles deixaram os demais inconscientes e pretendem entrar. Vou ter que acabar com eles)- ele pensou. O inimigo saltou para trás e se transformou, mudando seus braços que se transformaram em asas negras e seus pés que viraram garras de pássaro afiadas. Primeiro ele manteve distância no ar para não ser agarrado pelo chicote do garoto, e imaginava que a garota não tivesse uma arma de longo alcance como uma pistola, já que teria percebido. Refletindo sobre a situação em que se encontrava, ele avançou contra o rapaz de óculos, já que em sua visão era melhor se livrar dele para que a garota não conseguisse se defender. No entanto, apesar da furiosa investida, ele não conseguiu atacá-lo em cheio. A garotinha não ficou quieta e se posicionou na frente de seu aliado para salvá-lo com um corte de sua espada. No entanto, apesar disso, o homem pássaro não teve escolha se não recuar para não levar um ataque em cheio. -(Como alguém pode ser tão rápido mesmo sem saber minha Arte Secreta...) Mas o quê?!- primeiro ele apenas pensava que seus adversários eram sortudos, totalmente confiante em suas habilidades. Mas não imaginava que havia sido enganado. Naquele instante em que a garota quase conseguiu ferí-lo quando ele atacou o quatro olhos, esse idiota franzino havia enrolado uma parte do chicote na perna direita. Apesar da velocidade dele no ar, não foi o suficiente para conseguir desviar do ataque da Akame que sem dar brecha ao seu inimigo saltou e acertou um golpe na nuca do Gravekeeper, e com isso, sua mente entrou em um completo blecaute e ele apagou, indo de encontro ao chão árido. Ao fim da batalha quando Green percebeu que ele apagou, ele e sua pequena paixão secreta bateram um nas mãos do outro trocando olhares e sorrisos gentis. Apesar de Green a agradecer, Akame continuou dizendo que só conseguiu porque ele a ajudou. Infelizmente para o azar do assassino, o ângulo em que ela se encontrava e o braço esticado pra cima deu a ele uma bela e magnífica visão de sua axila direita, e com isso Green não conseguiu conter o jato de sangue que espirrou de seu nariz. -G-Green! Seu nariz está sangrando!- exclamou Akame correndo para ver se ele havia ferido. Ele a afastou esticando o braço para ela não entrar no seu espaço enquanto cobria o nariz com a mão livre. -E-Eu só estou emocionado com a batalha! Eu não me feri- disse o quatro-olhos pervertido tentando dar uma desculpa para que Akame não reparasse em seu fetiche estranho, apesar de ela já saber disso sem que ele tivesse conhecimento. Ele se amaldiçoou por passar a impressão de ser alguém que sangra pelo nariz quando fica emocionado no meio da luta, mas pelo menos não passou a impressão de ter fetiche por axila, e isso já era um pouco reconfortante.
Malditos! Imbecis! Fracotes! Inúteis! Imprestáveis! Fracassados! Ele podia amaldiçoar as três pessoas que arriscou o pescoço para salvar de 1.000 coisas em 4 línguas diferentes, mas infelizmente ele não podia fazê-lo já que não era muito diferente deles, apesar de odiar a ideia de se misturar. Mesmo sendo apenas 2 contra 3, Hero, Gin e Natala foram derrotados pelos Gravekeepers que cruzaram. Apesar de ele culpar os dois por suas drogas de reforço terem acabado bem mais rápido que o esperado, ele também não pôde deixar de se sentir pior porque quando no meio da luta tentou capturar a garotinha para tentar obter dela algum segredo sobre as Artes Secretas. Mas maldita seja, quem imaginaria que ela tinha veneno como uma cobra sobre as presas? Naquele instante ele abaixou a guarda e acabou sendo nocauteado antes de perceber mesmo sendo tão rápido quanto era, apesar que velocidade não iria ajudar contra esse tipo de pessoa, e sejamos francos, como mais forte dos ali presentes, a maior parcela de culpa era dele por saber que as drogas iriam atrapalhar. Agora, só o que restava era esperar ser resgatado ou uma brecha, perturbado pelo olhar daquele homem de cabelos crespos e a garotinha minúscula, acorrentado como um animal ao lado de 3 pessoas que respiravam tão pesado que pareciam ter corrido uma maratona. -Eles parecem estar acabados... Tendo dito isso, não fizemos nada com eles até agora- disse o homem tocando o queixo com os dedos meio pensativos. Sua amiga ao lado nem sequer alterou a face que demonstrava um tédio absoluto. -Deve ser por causa de drogas, lembra que antes deles matarem aquele imprestável eles tomaram algumas pílulas? Eu acho que isso são os efeitos de abstinência delas, e o que reforça isso é que aquele cara não está sentindo nada já que ele não tomou nenhuma- sugeriu a baixinha para seu amigo que finalmente percebeu. -E o que você acha? Damos ervas medicinais ou algo do tipo?- ele perguntou. -Não podemos deixá-los simplesmente morrer. Seria muito chato- ela respondeu. Como mágica, o homem tirou algo enrolado em um papel do bolso. Quando ele abriu, Hero, Natala e Gin viram que era alguma espécie de flor. Balluck estava tão desnorteada que parecia que estava dormindo de olhos abertos. Apesar de nunca terem visto isso, eles tinham certeza que essa planta estranha tinha propriedades medicinais. -Aqui está, essa é a especialíssima erva medicinal do Jamo, isso vai fazer você se sentir melhor. Abra bem a boca- ele disse agarrando a bochecha de Gin e enfiando a força a flor dentro do interior carnudo dela. Lágrimas e um leve rubor apareceu no rosto dela enquanto tentava respirar, e foi quando o tal Jamo a soltou que ela viu a chance de retribuir a grosseria, cuspindo a flor bem na cara dele, apesar de só ter pego na bochecha.
-Quem comeria algo assim?- ela perguntou sem esperar uma resposta, com apenas a clássica intenção de ofender mesmo sabendo que não sairia ilesa após um ato desse. Inesperadamente, Jamo corou com a atitude dela, e ficou boquiaberto. -Que demais! Que demais! Fiquei todo arrepiado! Eu adoro mulheres teimosas como você! Apesar de que também gosto de homens- ele disse para a surpresa de Gin, agarrando sua roupa e a erguendo. A força exagerada fez o tecido rasgar e liberar seus seios enormes para todos verem, Hero não conseguia libertar os olhos daquela visão, apesar de querer agir. -Ei Jamo...- a garotinha tentou interceptar seu companheiro, mas ele a interrompeu. -Está tudo bem, se eu matar esses caras todos vão pôr a culpa em você- Jamo explicou friamente para ela, que com um suspiro se virou e deu de costas para ele enquanto se retirava, declarando que diria que não viu nada. -Sabia que você me entenderia- ele disse triunfante e alegremente enquanto passava a língua no mamilo esquerdo de Gin. A garota lutava para esconder a vergonha e as lágrimas que se acumularam em seus olhos enquanto seu olhar se dirigia ao nada, tentando desesperadamente sair daquele pesadelo. -Além de covarde também é estuprador? Ver esse tipo de gente me faz sentir vergonha de ser um homem- provocou Hero soltando um suspiro. Jamo se sentiu um pouco ofendido com a declaração do rapaz, desviando a atenção pra ele por um segundo e largando Gin. -Ora, você fala isso mas você gostou muito disso aqui lá trás, não é?~- ele disse apontando seu braço para Hero. Que como mágica, se transformou em um tentáculo de lula viscoso e cheio de ventosas. Da mesma forma como ele fez para imobilizar Gin quando estavam lutando, o tentáculo entrou por dentro de suas roupas e enrolou as grande parte de Hero. Seu rosto agora apesar do esforço em manter a calma, estava vermelho já que ele estava tocando em certas áreas privadas. -Hohoho, você realmente gostou~- ele disse lambendo os lábios enquanto deu um tapa na bunda da Gin. "Eu vou matar esse cara". Pensaram ambos em uníssono. Hero estava pra arrancar aquela parte do braço dele, quando alguém de fora resolveu se intrometer no assunto. Um homem surgiu por de trás de de Jamo, o terceiro membro que acabou por ajudar na captura dos três elitistas do Império. -Ei Jamo, o que pensa que está fazendo?- trovejou o recém-chegado ao que poderia ser dito como seu companheiro, o mesmo agora parou de mover seu tentáculo e dirigiu seu olhar para o que chamou sua atenção de maneira grosseira. -Sabe que primeiro o chefe tem que decidir o que vamos fazer com eles. E isso é uma de nossas regras- explicou ele tanto para Jamo quanto para os "convidados". Naquele instante, por poucos segundos, o clima parecia pesar. -Sabe que se quebrar uma única regra, não vou ser misericordioso com você-
-Ahhhhhh~... Me desculpa, estávamos apenas brincando. Eles disseram que se interessavam por lulas e eu acabei exagerando- mentiu Jamo, achando que podia se safar dessa situação, já que de todos os Gravekeepers, não queria Kimatsu como seu inimigo. O coveiro suspirou enquanto olhava o braço de seu aliado voltar ao normal e começou a relatar a situação. -Se deu conta que Melutosegero foi derrotado no subsolo?- estava mais para um questionamento essa informação que Jamo recebeu. -O que!? Estamos sendo invadidos?- ele perguntou enquanto ia até o Kimatsu, que se virou e começou a sair daquela sala. -Ao que tudo indica sim. Precisamos de sua ajuda pra lidar com isso- respondeu ele, guiando Jamo para fora do cômodo para onde quer que fosse o lugar que estavam indo. Mesmo que ainda estivesse com o orgulho em pedaços, Gin conseguia respirar melhor. Assim como Natala. -Mandaram grupos de execução para nós tão depressa? Eu achei que iriam esperar mais um pouco para isso- gesticulou o cansado guerreiro. -Devem ser pessoas do outro esquadrão, do mesmo que esse exibido aí do seu lado. Muito mais provavelmente um resgate que uma execução- gesticulou Gin, contrariando seu companheiro. O mesmo tentou controlar a respiração enquanto tentava se recompor, acreditando na mínima possibilidade deles serem salvos. -Quem precisa ser resgatado aqui é vocês dois, eu não. Já tô livre- constatou Hero, ao seu modo de ver. Ao modo de ver a situação, tanto Gin quanto Natala poderiam jurar que o veterano estava tão preso quanto eles, tendo o ferro cobrindo fortemente seus pulsos. Até que de repente, algo pingou no chão. Quase como uma gota d'água pingando de uma goteira, e a origem desse som era das algemas de Hero. Algo escorria entre elas, era vermelho, como sangue. -Isso é sangue? Mas como é possível se você nem se cortou?- questionou Natala que olhava incrédulo para o garoto. O mesmo não respondeu de imediato, esperou o sangue se acumular entre as algemas para então forçar os pulsos pra baixo. Que como em um passe de mágica, passaram pelas algemas, claro que cobertos pelo líquido carmesim. -Tenho certeza que fazendo parte da unidade do Bill já ouviram falar dos Demônios Rakshasa. Assim como os Gravekeepers, eles podem manipular seus corpos devido a terem ingerido o sangue de uma Danger Beast. Eu, quando criança, também sou capaz de fazer isso quando recebi o sangue. E tudo que tive que fazer foi furar meus pulsos com espinhos de sangue curtos para passar pelas algemas e fechar eles com sangue coagulado- explicou ele, mostrando o pulso com uma linha vermelha escura cobrindo o mesmo como uma pulseira. Pouco a pouco, foi começando a soltar eles. Primeiro Natala e depois Gin, com quem teve mais cuidado para não tocar onde não devia. -Muito bem, hora de fugir- disse Gin animada, cada célula do seu corpo fervia só de pensar na chance de se vingar daquele maldito. Até pelo menos Hero a interromper. Sua mão repousava levemente sobre a cabeça da garota desnorteada demais para conseguir entender a situação. -Ainda não-
Do lado de fora, estavam quase todos os membros da Elite Nine reunidos. Com as claras exceções de Hero e Kurome, Gozuki começou a falar como seria o plano de ação, questionando também se memorizaram o mapa que fizeram a partir das informações do inimigo capturado. Guy também colaborou com as informações de como era o interior daquela fortaleza. Claro, todos se sentiam receios em enfrentar um inimigo em um território que desconheciam. Cornelia mais que eles, ainda mais depois do incidente com Taeko, o qual ela teve que omitir para que Gozuki não percebesse que ela sabia demais. E já que era uma missão perigosa, ele também iria com eles. -Guy, você é o único que seguirá um caminho diferente. Você vai criar uma distração no piso intermediário- coordenou Gozuki. Guy afirmou com a cabeça. Por baixo do capacete do Terno Rhea, em sua cabeça rolava um problema. Uma preocupação. Ele claramente tinha confiança em suas habilidades e não acho que precisaria de ajuda para conseguir sair inteiro, mas o problema era mais com Cornelia do que com ele. Como sentia algo forte por ela, se preocupava com ela mais do que todos os outros. Mas mesmo assim, Gozuki não permitiu que ele ficasse com ela e ordenou que seguisse o plano... Mas não falou nada sobre fazer companhia a ela depois disso. -Começaremos o ataque! Comece a distração Guy!- ordenou com um tom divertido Gozuki, tirando um pouco de graça da situação para diminuir o peso da mesma dos ombros de seus filhos adotivos.
Lá dentro, três membros do alto escalão de Gravekeepers se reuniram no cadáver desfalecido do Melutosegero avaliando a situação. A garotinha avaliava os túneis cavados nas paredes, teto e chão com cuidado, apesar de já ter chegado a conclusão óbvia de que o inimigo conseguia cavar o solo como uma Danger Beast. Kimatsu observava que o inimigo conseguiu até mesmo desarmar as armadilhas de piso. -Ele até removeu as rampas do chão com força bruta- observou ele, fascinado com o como um humano poderia ser capaz de fazer isso. -Você não poderia se transformar nesse cara se ele consegue se esconder na terra?- interrogou Jamo para Kimatsu, o mesmo pensou nessa questão com cuidado. Só que era meio tarde para isso. Naquele instante, um coveiro que não possuía crânios chegou correndo para o grupo de três guerreiros. -Senhor Kimatsu-sama... Eles... Há intrusos na pirâmide- ele relatou, ofegando cansado de tanto que correu. Umber sugeriu que ela fosse ativar as armadilhas de emergência, entretanto, o recém-chegado havia dito que todas foram desativadas. Para o espanto de Umber. -Tsk... Parece que é nossa vez, convoque Anubis- ordenou Kimatsu para o coveiro não lutador, que aceitou a tarefa e saiu correndo para realizá-la. Jamo sorriu, excitado com a ideia de matar cada um deles brutal e dolorosamente. Claro que Kimatsu permitiu, assim como fez com Umber.
Com a Elite Seven, a situação não estava nada boa. Os membros desviavam de várias armadilhas das quais não foram informados sem parar. Os tipos eram diversos, como espetos saindo do chão, pesos de parede sendo soltos do teto, lâminas que saiam do teto e das paredes. Apesar de não terem dificuldade de desviar delas, uma atrás da outra era muito mais difícil do que uma de cada vez. Poney achava aquilo um pouco divertido, visto que se chegassem até eles tão fácil não teria graça. Mas obviamente isso se perdeu quando a mesma avistou vários escorpiões maiores que um ser humano normal vindo em sua direção. -Afaste-se peixe pequeno- ordenou Najasho para ela, e em um piscar de olhos fatiou aquelas bestas como se faria com pedaços de carne em uma cozinha. Só que, o que não sabiam era que um Gravekeeper com capacidades similares a um camaleão estava se aproximando deles. Ele viu a oportunidade perfeita de perfurar a Akame com sua língua, mas foi aparado por Green, que enrolou seu chicote em sua língua para dar espaço a Tsukushi, que pode atirar despreocupadamente na cabeça de seu inimigo à queima roupa. -Que recepção calorosa essa que recebemos ein, fiquem alertas todos vocês- ironizou Gozuki, abrindo um sorriso da mesma natureza estampado no rosto. Tudo estava indo como antes, até que de repente, parou. Tudo ficou em absoluto silêncio, mais nada ia contra eles, até que, então ouviram um barulho de algo sendo acionado. Alguma coisa ia em seu encontro. E Tsukushi foi a que teve o desprazer de ver uma esfera que ia do chão até o teto ir em sua direção. Gozuki apontou que não havia nada a ser feito se não correr, e foi o que todos fizeram. -É nesses momentos que dói não ter o Guy e sua força conosco- reclamou Green, indignado por ter que correr de uma armadilha tão ridícula.
Guy, nesse instante, estava bem longe dali. Com sua Shingu, o Terno Rhea, ele se sentia um peixe nadando na água conforme se movia nas paredes naturais dali. A habilidade de seu Shingu era manipular a terra, mas seus sentidos e instintos sobre-humanos ele adquiriu sobrevivendo naquela floresta intensa. Apesar disso, ele estava perdido. Ele estava certo de que tinha mergulhado no centro do templo. Ou não. Mas estava decidido quanto a uma coisa: ele levaria a cabeça do chefe inimigo com ele e mostraria a todos os demais o quão forte ele é, principalmente para sua paixonite. Graças a eles, sentiu algo vindo em sua direção. Algo que conforme se se mexia, era possível ele notar que estava cada vez mais perto dele. Apesar de ser capaz de manipular o solo, ele não iria querer enfrentar um inimigo do tipo-toupeira naquele lugar. E isso o levou a ir a superfície. Instantes depois, seu inimigo saiu do chão, procurando e exclamando para o que acreditava ser sua presa. -Como ele pôde se desenterrar do meu território!? O grande Ragu irá rasgá-lo em pedaços com suas próprias garras- ele uivou. Sua aparência física era similar a de uma toupeira, com um cabelo espetado penteado pra cima e óculos tampando os olhos. Com o tronco para fora da terra, além de suas garras, só era visível sua roupa superior que parecia uma regata. Um pouco mais a frente dele, estava Guy. Parado com a guarda baixa, totalmente despreocupado. O Gravekeeper avançou contra ele e o atacou com suas garras, partindo ele em dois. Mas foi aí que o verdadeiro Guy apareceu por de trás dele e o agarrou como se estivesse em um abraço. -Mergulhar na terra não é a única coisa que sei fazer!- ironizou ele, antes de dar um suplex com força o suficiente para conseguir explodir a cabeça do tal Ragu. Matando-o instantâneamente. Quando pensou que tudo havia acabado, ouviu o barulho de galopes indo em sua direção. Olhou para eles e viu que vindo em seu encontro, estavam um homem com metade do corpo transformada em cavalo como um centauro e uma garota com a parte inferior transformada em um corpo mais aracnídeo. -Vamos pegar ele nós dois juntos- sugeriu a garota para seu companheiro. Ele assentiu, indo de encontro ao seu inimigo o mais rápido que podia. Guy tocou o chão, e, o mesmo começou a tremer como se fosse um terremoto. Isso distraiu o coveiro centauro tempo o suficiente para Guy desferir um potente up em seu pescoço e quebrá-lo. A menina caiu, assutada pelo que em sua frente, era um monstro. Guy gerou uma parede de terra e então mergulhou na mesma. Como um fantasma, surgiu atrás da garota, tudo para então agarrar seu pescoço e quebrar ele em um mata leão. -Não me subestime. Em questão de força eu sou muito mais forte que todos os outros(Apesar do meu Rank de mortes estar em terceiro)-
Com os demais, não era muito boa a situação. Isso porque todos, ou a maioria haviam se separado e ido em direções diferentes. Akame estava seguindo sozinha indo em uma parte que lembraria um labirinto, só que haviam várias paredes sem conexão espalhadas em o que parecia ser um padrão. Só que não havia um. Por detrás de uma delas estava Jamo, aguardando a chance de acabar com ela. Era óbvio que ele percebeu que, se enfrentasse eles em grupo não teria a mínima chance. Mas, parece que por obra do destino, a situação virou ao seu favor. E agora ele só tinha que lidar com uma única pessoa. Mas ele não teria o elemento surpresa ao seu lado desta vez. Akame acabou sentindo sua presença e ouviu o barulho do ferro batendo suavemente contra os tijolos. Isso por si só já era razão para tirar Kiriichimonji da bainha para acabar com ele. -Tsk, parece que você me encontrou, mas não é como se isso importasse. Agora que as armadilhas separaram vocês, terei a chance de esmagá-los um por um- ele cantarolou feliz, avançando contra a assassina mais jovem. O confronto de espadas entre eles foi bem simples, ele, usando sua espada Khopesh para tentar agarrar a espada de Akame e desarmá-la. Obviamente ela reparou nisso, seus movimentos eram bem óbvios tais como suas intenções. Chegou um momento em que ele conseguiu erguer sua espada contra a dela, para então em um forte movimento desarmá-la. Mas não saiu como previsto. Akame conseguiu usar de sua velocidade superior para desaparecer e reaparecer atrás dele. Que por pouco se defendeu com sua espada, não conseguiu encaixar ela em uma de suas curvas para desarmar Akame. -(Uou, ela é bem rápida. Com certeza não iria querer um confronto de espadas com ela)- ele ponderou, inflando suas bochechas como se ele estivesse com a boca cheia de algo. Por natureza, mesmo que custasse um golpe definitivo, Akame se jogou para o lado para desviar do que quer que ele tivesse tentando jogar nela. E funcionou. Se ela não tivesse feito isso, teria tomado um jato de tinta preta e só Deus sabe qual seria o efeito disso nela. -Você conseguiu antecipar o meu ataque!?- questionou o incrédulo Jamo. Sem nem mesmo se dar o trabalho de responder, a estóica assassina realizou uma fração de segundo um ataque com sua espada no braço esquerdo dele. Mas ao contrário do que pensou, o braço dele começou a expelir uma espécie de substância viscosa e a espada pareceu deslizar no braço, agora parecendo feito de borracha. A espada da assassina deslizou no braço dele, mas antes mesmo que tocasse o chão, ela tomou o espaço com um pulo pra trás. Seu inimigo não pareceu afetado por nada, e por isso, sorriu para ela. -Eu não imaginava que uma garotinha como você parecia ser tão experiente em combate. Mas o fato de ter subestimado minha Arte Secreta... Só prova que é uma pirralha!- trovejou o triunfante Jamo. Das costelas dele, surgiram longos tentáculos ventosos, assim como os próprios braços dele se tornaram esses. -Isso é... Uma lula?- questionou Akame, antes de um tentáculo tapar sua boca. Agora, ela estava a mercê dele. Imobilizada pelos grudentos e viscosos membros. -Hahaha. Vitória do Tio Jamo! Você agora é mi--... GWAHHH- berrou Jamo. Inicialmente era de vitória, pois achou que finalmente tinha capturado ela. Mas isso acabou por mudar drasticamente. Ela... Literalmente estava comendo ele! Literalmente! -Lula é uma das minhas comidas favoritas- ela admitiu mastigando um dos tentáculos com gosto. Jamo soltou ela como se soltasse uma bomba prestes a explodir e saiu correndo. -Vai fugir? O que houve com "eu vou esmagar vocês um por um"?- ela perguntou, ironizando ele enquanto ainda mastigava o pedaço que pegou dele. Claro que a essa altura Jamo estaria correndo pela sua vida dela, e ela atrás dele. Mal sabia ela que ele estaria levando ela a Anubis.
-Papai! Akame!- berrou uma desesperada e sozinha Tsukushi. Assim como alguns membros de seu esquadrão. Nesse momento, ela se encontrava em um corredor apertado em que mal duas pessoas conseguiram andar lado a lado e ainda com muita dificuldade. De repente, vindo da direção que ela ia, ouviu passos. Olhando mais a frente, viu seu causador. Era Kimatsu, que se aproximava lentamente dela com as mãos nos bolsos da calça. -Você é minha oponente pelo jeito. Eu aceito- ele disse para ela. Tsukushi sacou a pistola Prometheus e apontou para ele segurando com ambas as mãos. -Você vai me servir de várias formas quando eu te capturar- ele declarou enquanto tirava as mãos dos bolsos. Tsukushi disparou todo o pente do revólver nele enquanto o mesmo investia contra ela. Mesmo que a pistola tivesse a capacidade de conseguir manipular a trajetória das balas que estava nela carregada, nenhum dos tiros acertou seu alvo. Todos acertaram o chão, o teto ou as paredes. E infelizmente, Kimatsu acabou acertando Tsukushi. Uma potente joelhada de direita foi desferida no estômago da atiradora, tudo que ela viu antes de perder a consciência enquanto cospia saliva, era a perna dele transformada em o que lembraria a pata de um gafanhoto. -Não se preocupe, você não vai morrer. Apesar de que... Vai desejar isso quando eu acabar com você- ele decretou sorrindo maliciosamente para a garota desnorteada em sua frente.
Em outro cômodo, mais aberto que a maioria do complexo, Poney lutava fortemente contra sua inimiga Umber. Ambas lutavam luta corporal, Poney com seus chutes e Umber usando golpes mistos. -Você não sabe no que está se metendo!- ameaçou Poney investindo contra sua adversária enquanto desferia um forte chute. -Essa fala é minha!- indagou Amber enquanto encaixava perfeitamente seu cotovelo contra o pé de Poney. A assassina cabeça-oca ficou confusa pelo feito, mas logo entendeu quando a sua inimiga enrolou seu corpo contra o dele como uma serpente faria com sua presa. -Peguei você... Ninguém nunca escapou de uma cobra- triunfava feliz Umber enquanto estalava sua língua de cobra. Poney abriu um sorriso determinado em seus lábios enquanto olhava dos cantos do olho para ela. -Então eu vou ser a primeira-
Horário Desconhecido
Complexo subterrâneo
Croc. Croc. Croc. Croc. Esse era o som que preenchia o salão em que Poney e Umber estavam. A assassina jovial fazia todo o possível para se libertar do agarrão. Mas era quase impossível para ela aos olhos da inimiga sequer tocar no chão. -Ouve? Esse é o "estalando", meu terceiro som favorito. O segundo é "quebrando". E o terceiro é "mordendo"- sussurrou Umber no ouvido de Poney que pela expressão, não pareceu entender o porquê dela falar isso. Mas logo ficou explicado o porquê. Poucos instantes após sua inimiga falar, ela sentiu um enorme par de presas perfurar seu pescoço. -Não te falei que era uma cobra? Agora, com essa toxina eu duvido você aguentar- ela decretou sorrindo maliciosamente, adorando ouvir seus sons prediletos. Ela queria mais que tudo agora ouvir os deliciosos gritos de dor e de suplício dela. Mas não aconteceu. Poney, sem explicação, se soltou da submissão e se afastou dela. -Como?- questionou Umber. Agora em pé, pronta pra lutar de novo se necessário. -Temos treinado para adquirir resistência a todos os tipos de veneno, isso incluindo o de cobras. Aliás, meu corpo está flexível como sempre- Poney assumiu enquanto em uma exibição, sustentava seu peso corporal com uma mão enquanto deixava ambas as penas eretas para o alto, encarando sua adversária. Indignada e furiosa, Umber avançou furiosamente contra Poney. A mesma decidiu correr pelo salão até alcançar uma parte onde já havia mais paredes irregulares no teto e chão, onde achou que tinha vantagem. A batalha se seguiu como antes, Poney com seus chutes reforçados pelo seu Shingu e Umber tentando agarrá-la. Apesar de que, todas as tentativas eram frustradas e falhas, visto que mal conseguia chegar perto dela. Poney, reparando o desespero dela de levar ela ao chão, abriu propositalmente uma brecha para ela avançar. Umber viu a oportunidade e avançou. Poney aproveitou essa chance para dar uma potente joelhada de direita no queixo da mesa, arremessando ela para trás. Umber de pé, passava as costas do pulso nos lábios, por onde escorria sangue. Mas claro, Poney não deu oportunidade da mesma sequer se recompor. -Vou repetir: Não pense por um segundo que pode me derrotar com as mãos nuas... SUA PUTA CONVENCIDA!- exclamou Poney desferindo o golpe final. Um chute no pescoço de Umber que arrancou a cabeça da mesma, fazendo a mesma sair voando. Eventualmente, ela acertaria o chão. E assim o fez, deixando um pequeno rastro de sangue enquanto rolava como uma bola normal. Um som estridente de impacto foi captado pelos ouvidos de Poney, que percebeu que aquilo não só não foi causado por uma parede, e sim por encostar em algo vivo. Os olhos estreitos de Poney capturaram a figura que chegou ali na sala. Era Kimatsu, carregando na mão esquerda o vestido familiar da Tsukushi arrastando no chão. E uma de suas pistolas na mão direita, encostada no ombro como se ele estivesse fazendo pose.
-Você derrotou Umber... Bem impressionante da sua parte. Seu estado mental parece ser melhor que o da menina das pistolas- ele elogiou aquela que via ele como um adversário. Poney o interrogou assutada, perguntando se ele estava falando da Tsukushi, apesar da resposta ser bem óbvia. -Eu a levei como prisioneira, se quiser salvá-la o melhor é se render. Eu pouparei sua vida também se fizer isso- ele disse friamente. Poney nem levou tempo para analisar e responder. Como uma adolescente falando com um estranho desconhecido que a abordou. -Eu recuso- ela disse em um tom enjoado. Como se uma criança recusasse um doce que um homem que ela nunca viu. O Gravekeeper arqueou uma das sombrancelhas. Confuso, estranhando em como ao mesmo tempo aquela resposta parecia sincera quanto parecia ingênua. -Você não entendeu? A vida da sua companheira pode depender da sua resposta. Olhe este vestido e essa arma. São da sua amiga, não são? É só usar a sua imaginação para juntar os pontos- ele fez um esforço para explicar a ela como um professor faria com um adulto que está tendo dificuldade em entender a matéria proposta. -Eu realmente estou preocupada com minha amiga... Mas meu pai e chefe sempre disseram para recusar qualquer proposta vinda de inimigos. Então eu recuso- ela repetiu, dando mais satisfação para ele explicando de modo cômico a sua resposta. Ela também cruzou seus braços na frente do corpo como um X, parecendo uma garotinha. -Você teve uma educação muito rigorosa pelo que posso ver...- ele disse em um tom sombrio. Largando os objetos pessoais que usurpou com as próprias mãos das mesmas. Como um lutador de sumô, ele se posicionou e começou a alterar seu corpo com sua Arte Secreta. -Esta será minha segunda luta consecutiva... Só preciso acabar com você à moda antiga- e como em um passe de mágica, ele desapareceu ao fazer seu movimento. Mas para olhos de Poney, que eram tão rápidos quanto um tiro, acompanhavam seus movimentos. Mesmo que por um fio, e conseguia enxergar os pulos que ele dava nas paredes, teto e chão. Apesar do modo dele se mover fosse semelhante a de um inseto, ela podia ver que ele só fazia isso para exibir sua velocidade como um certo alguém que conhecia. No entanto, a vontade de ferro da garota não se abalou. Isso pois assim como ele, estava confiante nos seus pulos e sua própria velocidade.
Ao ativá-lo, um a um, os movimentos dela estavam se igualando aos dele. O acompanhando como uma sombra. Os olhos do guardião de arregalaram de surpresa, pois em toda sua vida, nunca viu alguém com esse nível. Isso tudo porque seu Shingu, o Yocto-Bottoms, tinha como a habilidade única e básica aumentar a potência das pernas de sua usuária. -Eu também consigo fazer isso!- urrou a ansiosa Poney, se sentindo superior a seu adversário. Aos olhos dele inicialmente, ela era medíocre. Tão interior quanto uma formiga para um humano. Mas agora, ele parecia estar lidando contra alguém idêntico a ele, como um reflexo cuspido e só com poucas diferenças em comparação a ele. Os olhos arregalados, a respiração ofegante. Ele estava assustado. Poney se aproveitou disso e sorriu de triunfo. -Não importa o quão rápido você consiga ser. Em uma luta de pernas, é impossível para alguém como eu perder!- ela declarou, vangloriando-se enquanto avançava. Ele, em queda no ar, tentou se defender com de uma saraiva de chutes que ela estava desferindo contra ele. Alegria e nostalgia encheram a cabeça da garotinha. Isso porque desde que suas memórias alcançavam, ela sempre vencia em uma corrida, sempre dava os chutes mais fortes e sempre estava a frente nesse tipo de disputa. Mas suas esperanças se esvairam. Os olhos de Kimatsu se afiaram. -Você achou mesmo que era só isso que eu tinha?- ele declarou, sorrindo cruelmente. Poney não teve como se defender. Em pleno ar como uma pena, sem chance contra os poderosos chutes dele. Cada um foi como ser atingido em cheio por uma marreta de aço, mas se garantiu defendendo seu corpo com seus braços. Quer dizer, ela se garantiria, se Kimatsu não tivesse propositalmente agarrado um de seus braços e puxado ela contra ele. O peso de ambos desabou a defesa dela. E impotente, só restou ao coveiro finalizar ela com um chute potente nas costelas. Esse movimento a atirou contra a parede, deixando uma pequena cratera onde a mesma estava. Agora em pé, com sua Arte desfeita, o coveiro olhava para o cadáver. Não sabia explicar, mas seus instintos de guerreiro gritavam que ainda não havia acabado. Ainda havia perigo. Poney, sentindo imensa dor, se contorceu. Agarrou sua barriga com seus próprios braços, tentando suprimir sua dor, enquanto sangue jorrou de sua boca como uma cachoeira. -Ainda está viva? Isso é inesperado- admitiu ele, quase soando como um elogio. Poney não conseguia se mexer direito. Por isso não reagiu muito com o seu inimigo indo até ela e a agarrando pelos cabelos e a observava de ponta a ponta. Seu estado era deplorável, a confiante cabeça-oca agora era uma garotinha com mais de uma marca de impacto no corpo com mais da metade do rosto branco pintado de vermelho carmesim. -Você tem muita sorte de ainda estar viva, muita sorte mesmo. Mas você tem mais forte ainda de ser bem jovem- ele disse. Seus lábios se contorceram e formaram um sorriso malicioso. Fitando com desejo a garota que agora mal conseguia se manter consciente devido a gravidade do ferimento. -Eu sou o próximo na linhagem de sucessão para ser o chefe daqui. Então vou te levar como um cachorrinho e te fazer minha esposa. Se sinta honrada- essa declaração gerou em Poney nojo. Ela cuspiu no rosto dele o sangue na sua boca, mantendo todas as forças possíveis para falar. -Q-Q-Quem em mente sã... Seria voluntária pra isso?-
-A sua opinião não está em questão aqui... Entretanto, não gosto de ser contrariado!- qualquer que fosse o sinal de calmaria que o coveiro havia demonstrado antes, se perdeu. Ele, agora com a paciência por um fio em relação a cabeça oca, deu uma joelhada em seu estômago. Sua perna não estava transformada, ele ainda não queria ocasionar em sua morte. Pelo menos por enquanto. -Eu vou repetir só uma última vez. Você vai ser a minha esposa, não vai?- Poney precisou tomar um pouco de ar enquanto ele fazia a pergunta. Mal se recuperará do chute anterior e agora havia recebido outro ferimento. Velocidade e força nas pernas era seu forte. Sua durabilidade se comparada com as de um humano normal, eram altas. Mas aquilo era algo que até ela teria dificuldade obviamente. Apenas lutar para manter a consciência era sua única opção, visto que nem que isso salvasse sua vida, aceitaria. -N...N... Nunca...- a palavra que saiu de seus lábios junto a um gemido de dor não agradou nem um pouco Kimatsu. Pelo contrário, só serviu para deixá-lo ainda mais furioso. Ele apertou sua cabeça com força como alguém faria para segurar bem um alvo e desferiu outra joelhada no estômago. Também na hora do impacto, a soltou. Assim ela, sem ter como se defender, foi de encontro a parede, formando uma cratera na mesma. -Então não há porque te manter viva. Morra de uma vez- ele condenou. Cada chute que ele desferia nela era mais doloroso que o anterior. Mais forte que o anterior. Seria até mesmo um milagre ela ainda estar viva depois de tanto dano que tomou. Após vários e vários golpes, só o que restou dela era um corpo coberto de hematomas. A camisa quase rasgada e ensopada de sangue, cobrindo apenas os seios minúsculos. Contudo, quem mais deveria estar derrotada e morta, mesmo que suave e determinada, respirava lutando pra viver. Poney, inacreditavelmente ainda estava viva. E apesar de não estar na melhor situação, suavemente, sorriu. -Por que está sorrindo sua criancinha ingênua?- ele questionou. Tomou aquele sorriso como uma ofensa e retraiu o pé pronto para dar um fim a ela. Entretanto, como um humano se sente diante de um dragão, ele congelou. -Ichi no Kata: Sumaugu!- exclamou o chefe da Elite Nine, Najasho. O mesmo chegou bem a tempo de salvar sua companheira e, claro, tirá-la dali. -Mas o qu...!- exclamou Kimatsu, antes de sua visão começar a se alterar. Agora, era como se ele estivesse com apenas um olho funcional, com apenas metade de seu peso e este mesmo agora o fazia cair. Ele não entendeu. Apenas ficou repetindo em sua cabeça, "Eu não posso morrer aqui! Eu sou o próximo chefe... Eu sou...". E então, a vida definhou de seu corpo até não sobrar mais nada. Najasho cortou seu inimigo ao meio sem a mínima dó. Na verdade, pela primeira vez sentia um profundo desprezo e nojo com relação a quem acabou de matar. Mas é claro que sua atenção não estava naquele corpo partido em dois, e sim na sua companheira de equipe caída no chão. Ele, colocando sua espada na mão, foi até ela e a tomou nos braços. Ele aproximou os lábios dela do ouvido, tentando ouvir sua respiração. Fraca, fraca como uma barata que acabou de ser esmagada várias vezes, mas Poney ainda estava viva. Ele agradeceu que além de ser dotada de uma força descomunal nas pernas, a jovem também foi dotada de uma determinação pra viver quase que incomparável.
-Entendo. Ouvi dizer que conseguimos capturar algumas prisioneiras vivas e vim dar uma olhada. Quantas opções disponíveis temos aqui- disse uma figura alta, se aproximando dos prisioneiros. Apesar de Hero ter libertado eles antes, ele aparentemente os traiu e os desnorteou. Mas como foram treinados para resistir a duros combates e não para dormir, não demorou muito para recobrarem a consciência. Inclusive Balluck, que agora apenas usava algumas bandagens ao redor da parte superior do corpo para cobrir seu sexo e seus ferimentos fatais. Acompanhada dos outros 3, estava Tsukushi, desnorteada após ter sido capturada. Infelizmente seu estado agora era humilhante, apenas usando a parte superior do vestido e expondo sua calcinha depois de Kimatsu ter arrancado a parte inferior. Aquele que dirigia a palavra para eles era um homem de meia-idade alto. E inesperadamente era musculoso, como um jovem, com longos cabelos negros onde no topo de sua cabeça tinham duas mechas que pareciam orelhas de gato e olhos azuis. Suas roupas pareciam de um de faraó e tem símbolos vários símbolos de origem desconhecida para os alheios como os de seus prisioneiros. Acompanhado dele, estava um homem curvado pra frente abraçando a si mesmo, claramente com medo dos olhos deles, que pareciam transbordar instinto assassino. As roupas dele lembrariam a de um escravo egípcio, junto de uma faixa branca que cobria sua cabeça como um chapéu. -Eu me perguntava que tipo de pessoa o líder era... Mas no fim é só um velho sujo- declarou Gin para o líder. Ainda estava envergonhada por ter que ser vista daquele jeito. Ao contrário dos demais Gravekeepers que encontraram antes de virem para cá, este não aparentava ser sádico ou ao menos ter uma paciência curta. Na verdade, ele riu quando Gin disse visto. Na verdade, foi mais do estado dela do que a forma como ela ofendeu. -Eu sou sujo? Até onde eu saiba, você com seus peitos de fora é a única suja aqui... Pequena mocinha- retrucou o líder. Seu tom era quase soando como uma criança que acabou de ofender um valentão de espírito fraco. Gin corou horrores com aquilo, e lutou para tentar cuspir ofensas. Mas não conseguiu pensar em uma melhor para ele. -Eu realmente estou grato por terem vindo aqui. Estou em busca de uma mãe forte para os meus filhos, que possa carregar este fardo. Mas vocês voluntariamente vieram até aqui, muito obrigado- ele agradeceu, curvando o corpo suavemente para frente como de fosse uma reverência. -Não poderia ser qualquer uma desse lugar?! Como aquela idiota que nos atacou na entrada?- retrucou, indignado o jovem Natala com a forma como o líder dos coveiros se comportava. E ele querendo ou não, tinha um ponto. Mas não era isso que o líder achava. -Isso não envolve humanos normais. Por isso não podemos contar com pessoas comuns nisso- explicou o líder para o curioso garoto. Natala ficou tanto chocado quanto surpreso com o que ele disse. Humanos normais? Ele havia dito isso como se ele nem se considerasse um humano. Eles eram tão diferentes assim?
Os olhos experientes e exigentes do líder dos Gravekeepers parou sobre Gin. Ela parecia ser a única da equipe de prisioneiros que atendia aos seus padrões: forte, determinada e portadora de espírito forte. -Você entre todas as opções parece ser a melhor de todas. Será você. Os homens podem ficar com o resto- ele proferiu, e logo em seguida olhou para seu homem que ainda estava encolhido de medo. O mesmo foi até ele e retirou um pote de vidro com maçãs cortadas envolta de água como uma conserva e entregou a ele. Logo em seguida, se retirou para o canto, encolhido de pavor dos prisioneiros. -O meu nome é Weneg. E meu maior hobby é desenvolver não-perecíveis- ele disse mostrando o pote para Gin, deixando-o bem próximo do rosto da mesma. Qualquer que fosse o constrangimento que antes sentia, agora se transformou em confusão quando de repente o líder começou a se apresentar com empolgação comparável a de uma criança fazendo um novo amigo. -Na verdade, sou do tipo "saúde em primeiro lugar". Como vê, posso estar meio velho mas ainda está em forma- apresentou Weneg, flexionando o antebraço para mostrar seus bíceps musculosos. Que claramente não pareciam condizer com sua idade. -Minha cor favorita é azul. Sempre que a aprecio me sinto mais tranquilo- certamente essa conversa estava levando Gin a confusão total. Já não mais entendia o motivo de Weneg estar se apresentando de forma tão descontraída, de forma tão casual. -Estou me apresentando para que você me conheça melhor. Afinal, quero mais que tudo que minha esposa entenda que tipo de homem sou...- ele fez questão de soar a última frase com um tom sinistro. -E a atração que tenho como homem- esse comentário fez não apenas Gin suar frio, mas também sentir um calafrio na espinha. Qualquer que fosse o assunto que ele abordaria a seguir, ele mudou. Assim como o olhar para o chão alguns metros a frente. -Vou demonstrar minha força... Derrotando o inimigo que se esconde abaixo de nossos pés- ele proferiu. O solo aonde ele estava encarando começou a se rachar, até que se quebrou e se abriu como uma flor desabrochando. De lá, o juvenil Guy saiu e se projetou ajoelhado até ficar de pé. -Estou surpreso que você tenha conseguido me rastrear, deve ter um olfato muito bom. A besta que você se transforma tem essa habilidade não é!?- questionou o jovem com um sorriso. Isso parecia ser contagiante, pois na mesma hora o Gravekeeper ali presente começou a gargalhar. -Eu sou o Gravekeeper número 1. No momento em que eu me transformar, sua morte será certa- previu o mais experiente guerreiro. Naquele instante, sua metamorfose começou, apesar de parar no meio. Parte do cabelo se transformou em pelos, os tufos antes parecidos com orelhas se tornaram verdadeiros, muito maiores que antes. E presas surgiram nos dentes de ambos os maxilares. Por fim, suas unhas se tornaram do tamanho de garras. -Você é do grupo da Elite?- questionou a fraca Balluck para o Guy. Por baixo do capacete, estreitando os olhos, ele piscou. -Sim, estamos do mesmo lado. Vou acabar com esse cara e tirar vocês daí- ele disse com um sorriso. Mas seus olhos pararam mais sobre Tsukushi, a garotinha inconsciente. Assim como sua real preocupação era com quem a havia deixado naquele estado.
-Estou impressionado jovem... É mais que um motivo para te fazer em pedaços!- rosnou o meio-monstro Weneg, fitando Guy como uma ave olhando para um passarinho. O assassino mais jovem ficou sem reação, espantado com a transformação dele. Já que nunca viu algo que sequer parecesse com aquilo. -Eu sou a besta divina cultuada nesta terra, Anubis. Suas habilidades físicas e de recuperação são incomparáveis, um poder proibido que apenas os líderes podem usar!- urrou o líder dos coveiros, avançando contra o jovem Guy. O assassino até tentou contra-atacar, mas não funcionou. Weneg foi mais rápido, e o soco dele fez Guy ser jogado contra a parede e gerasse uma cratera com o impacto. Mas não era como se aquilo fosse o bastante para nocalteá-lo. Ele se recuperou e investiu para tentar devolver o favor, mas o líder desviou do golpe e jogou Guy para o lado com uma forte joelhada. No ar, o rapaz lutava para conseguir localizar ele. Mas não encontrava. Não era possível, ele tinha que estar lá de alguma forma. -Estou bem atrás de você- debochou Weneg fazendo o sinal de paz como um jovem descontraído, mostrando a vantagem que exercia sobre a luta. Guy foi atingido novamente na cabeça com um soco de esquerda e jogado contra o chão. Nem tendo tempo de se recompor, enquanto ainda estava no ar. -Nada faz efeito?- questionou o decepcionado Natala. Apesar de saber que Guy era da Elite, a forma como ele lutava não demonstrava isso. Mesmo sendo contra um inimigo formidável como aquele. -Não... Ao contrário daquele bastardo que deixou a gente aqui, esse parece muito forte- elogiou Gin. Guy foi erguido por seu inimigo pelo pescoço. De seus lábios sujos de terra, saíram as seguintes palavras. -Realmente, você é diferente deles. Faz sentido que seja o líder- Guy elogiou enquanto era erguido. Entretanto, ao contrário daquele que estava sendo o superior em meio a luta, as coisas não aconteceram conforme planejou. -No entanto... Agora já estou aquecido- essa afirmação vinda de Guy fez o líder dos Gravekeepers arquear uma sombrancelha, confuso com a mesma. O jovem assassino apenas agarrou seus braços como uma figura espelhada com suas grandes mãos, parecidas com garras de algum monstro e inverteu sua situação. Ao contrário do que Weneg imaginou, Guy foi capaz de se colocar no chão e jogou o mesmo contra o piso. -Se tratando de forças nas pernas, eu sou mais forte ainda-
Weneg percebeu que o rapaz com quem está a lidando não era normal, e sim uma pessoa com força sobre-humana. Enquanto o rapaz ainda estava para se levantar, Weneg saltou para longe como um gato assutado. -Se você está tão aquecido, então farei o favor de lhe aquecer de verdade!- urrou o líder. Assim como faria um dragão, a boca dele se abriu e dela uma enorme cortina de fogo saiu. Guy ficou, na visão dele, imóvel. Parecia que o combate estava decidido, mas não foi isso que ocorreu. Uma figura vinha correndo ávida e imponente em sua direção. Era ele, com uma grossa camada de terra cobrindo sua armadura e quase todo o corpo. -Aguenta essa!- exclamou Guy. A armadura de terra que o mesmo fez ao redor do corpo começou a trincar. E como uma arma de pressão, a parte superior da armadura foi atirada contra Weneg. E estes sem esforço, foram aparados pelas mãos do líder dos coveiros. O mesmo soltou aqueles pedaços inúteis de terra e segurou seu bastão ao contrário, usando a ponta dele como se fosse uma arma para perfurar Guy. Mas foi falho, aquele não era o verdadeiro, e sim uma réplica de terra. O Guy de verdade surgiu do solo como uma toupeira, atrás do desatento Weneg e desferiu um potente direto de direita nele com o punho reforçado de terra endurecida. Além de ser jogado contra a parede, Weneg também tinha uma profunda marca de impacto em sua face. Os 4 demais ali presente estavam chocados. Testemunhando a força de um verdadeiro membro da Elite Imperial. O quarto, o serviçal do líder, apenas sorria conforme a luta de ambos se prolongava, obviamente tramando algo em mente. -Você de fato é um adversário formidável meu jovem. A história da tumba do rei Putra é vasta, muitos outros mercenários já vieram até aqui para tentar a sorte contra o destino. Mas sem exceção, todos conheceram a morte- explicou Weneg, saindo da parede com os ferimentos que havia sofrido quase que completamente curados. Guy sorriu com aquele esclarecimento, achando graça e só retrucou dizendo que eles apenas foram mortos por ele. Mas quase uma regra, há uma exceção para tudo. Também especulou em voz alta que Weneg apenas dizia isso para ter mais tempo de se recuperar. -Deveria escutar os mais velhos jovenzinho- aconselhou o lutador mais experiente. O mesmo quase que como um raio avançou ele com as mãos cruzadas para desferir uma cotovelada contra seu oponente com todas as suas forças, já tendo abandonado sua arma secundária e usando agora suas principais, as mãos. O líder sorria, achando que tinha vantagem na velocidade contra o jovem. Tais motivos de comemoração se foram tão rápidas quanto lágrimas na fogueira. Guy havia se enterrado na terra momentos antes do ataque e agarrou os braços do inimigo para então puxá-lo e acertar um golpe com força máxima. Obviamente o líder não iria ficar parado. A cauda que surgiu como resultado da transformação continha uma arma oculta e esta mesma foi usada contra o assassino. O jovial de armadura agarrou bem a tempo antes de levar uma estocada que poderia lhe custar a luta. -Usando armas escondidas... Não é assim que homens lutam!- ele cuspiu, urrando de raiva contra a tentativa de um ataque as surdinas. Como um homem ao mar agarrando uma corda jogada para se salvar, ele pegou a cauda e a puxou enquanto jogava Weneg com um soco para a parede. O guerreiro mais velho trincou os dentes de dor, mas antes de seu corpo ir de encontro com o pilar que sustentava o teto, ele fez questão de profetizar. -Sua vida acaba aqui... Garoto- e então sua cabeça afundou na parede tijolada. Só que, não na direção de onde ele havia atirado. Pouco antes de Weneg ser atirado, Guy jurava que podia sentir o deslocamento de ar empurrar seu corpo na mesma direção. E quando ele viu quem era, ficou surpreso e aliviado por ver quem era o atacante enxerido.
-Francamente Guy, você deveria ficar de olho nos adversários antes de atacar dessa forma- disse a voz grossa, irritante e familiar da figura a quem referia como ser seu irmão mais velho. Ele poderia rir, se não fosse pelo lenço enorme que cobria sua cabeça e as roupas ridículas que tinha trajado. Como se fosse maquiagem seca, pedaços de pele começaram a cair do rosto do garoto. Assim como o lenço da cabeça, revelando o cabelo de tom preto e branco para os demais. Era Hero, que havia se disfarçado. -ERA VOCÊ!? SEU DESGRAÇA/@! VOCÊ DEIXOU A GENTE AQUI SÓ PRA FAZER CENA?!- urrou Gin irritada com a aparição de quem a deixou ali e fugiu. -Relaxa, dessa vez eu vou salvar vocês-
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