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História Akame ga Kiru! - A Assassina de Olhos Vermelhos - Mate a Resistência


Escrita por: KathKlein

Notas do Autor


Música: The Resistance (A Resistência) por Skillet
Link: https://www.youtube.com/watch?v=VyNHHaZpDOA
Está bem é um amv de Assassin's Creed, mas está valendo pq tá aí uma enterna fonte de boas lutas.

Capítulo 5 - Mate a Resistência


Fanfic / Fanfiction Akame ga Kiru! - A Assassina de Olhos Vermelhos - Mate a Resistência

Akame Ga Kiru!

​A Assassina de Olhos Vermelhos

Por Kath Klein

 

Mate a Resistência

 

Tatsumi caminhou devagar até Akame que estava parada com o olhar fixo para a vista além da janela. Estavam a sul da Capital do Império, num dos refúgios de um grupo revolucionário  que apoiava os Night Raids. Parou ao lado dela, observando o perfil bonito da jovem ao seu lado.

Akame estava distante. Mais do que o normal. Ela normalmente era mais calada quando comparada a Leone e Mine. Mas agora estava mais que o normal. Estava sentindo falta dela.

Ele não soube bem o que aconteceu entre a morena e Chelsea mas havia percebido que as duas até que trocavam algumas palavras com o tom mais gentil nos últimos tempos. Soube que Boss havia enviado as duas em uma missão enquanto eles estavam exterminando os monstros que andavam atacando ao redor da capital. Tanto eles quanto os Jaeges.

Já tinha reparado que as duas inclusive algumas vezes conversavam em voz baixa e não podia negar que se perguntava se estavam falando de alguma coisa do passado. Desviou os olhos para a vista que a mesma observava. Na verdade, perguntava-se se elas falavam do tal Green. Não tivera coragem de perguntar a morena quem era o rapaz de óculos e por que ela havia ficado tão desnorteada inicialmente pensando que ele realmente estava próximo a ela. Definitivamente não tinha coragem de saber sobre o passado romântico dela. Soltou um suspiro, abaixando os olhos.

Akame se preocupar com os outros não era novidade mas perceber Chelsea se preocupar com Akame estava aí sim uma surpresa. Tinha ouvido a ruiva perguntando para Leone hoje como Akame estava. Se estava menos nervosa por conta da próxima missão. Leone pelo jeito também estranhou o interesse da recente integrante do grupo, mas percebeu que a preocupação era genuína. Leone tinha este sexto sentido aflorado. Ele tinha mesmo era apenas desconfiança pelo interesse da ruiva sobre Akame.

Chelsea se mostrou uma pessoa que tinha no fundo um “coração mole” como ela adorava dizer que era uma fraqueza para os Night Raids. Apesar da ruiva irritar sistematicamente Mine de forma a se divertir, com Akame a coisa era mais profunda. Chelsea não procurava irritar apenas Akame por diversão. A intenção inicial realmente era atingir a morena, mas depois a situação se suavizou e passou por aquela de até certo ponto “camaradagem”. Mas que merda tinha acontecido com as duas no passado e agora?

No fundo… era uma merda constatar que o que o irritava realmente era saber que estava fora de alguma coisa da vida de Akame. Não que isso fosse novidade. Ela não era de sair contando seu passado como assassina. Leone já tinha feito um excelente trabalho contando sobre a história da jovem para ele. Akame apenas havia confirmado. Assim como o tempo que ele havia convivido com Kurome quando era refém de Esdeath. Era estranho constatar que a convivência com a irmã caçula dela só lhe trazia mais vontade de voltar para ela… quer dizer, para os Night Raids.

Kurome. Ele sabia que este era o grande e dolorido problema de Akame agora.

[I] am a nation, [I] am a million faces

([Eu] sou uma nação, [eu] sou um milhão de rostos)

Formed together, made for elevation

(agrupando-se, pela dignidade)

[I] am a soldier, [I] won't surrender

([Eu] sou um soldado, [eu] não vou me render)

Faith is like a fire that never burns to embers

(A fé é como um fogo que nunca queima em brasas)

‘Você está bem?’ Perguntou quase sussurrando. Olhou de esguelha para ela e a viu ainda com o olhar fixo para a vista. Não tinha nada de interessante, era apenas a vegetação típica das montanhas.

Ela não respondeu. Ele deduziu que ela não tinha nem mesmo percebido a aproximação ele. Soltou outro suspiro, cruzou os braços sobre o peito e encostou-se no batente da janela de forma a tentar relaxar. Estar ao lado de Akame, mesmo que ela o ignorando, lhe dava aquela sensação de que tudo ficaria bem.

‘Não.’ A resposta veio uns bons segundos depois. Também em tom baixo.

Tatsumi virou-se para Akame que virou o rosto finalmente encarando-o e fazendo o rapaz finalmente ter uma noção do quanto estava sendo dolorido aquele futuro encontro com a irmã. Ela não estava chorando, mas os olhos transmitiam tanta dor. Engoliu em seco. Desencostou-se do batente da janela e fez menção de se aproximar apenas para a abraçar e tentar de alguma forma dar a certeza a Akame que ele estaria ao lado dela. Que eles estariam enfrentando aquilo juntos. Quer dizer… que todos do grupo estariam ao lado dela. Evidente. Travou o movimento por vergonha e embaraço.

‘Não está sozinha… Akame…’ Foi o que conseguiu dizer.

Ela inclinou a cabeça de leve, daquela forma que sempre fazia quando parecia analisar alguém. Ele endireitou o corpo e desviou o olhar sentindo-se constrangido e… frustrado por não ter a coragem de simplesmente fazer o que queria:  abraçá-la.

‘Gostaria de estar sozinha…’ Ela replicou em tom baixo. ‘Não gostaria de expor ninguém a Kurome.’

Tatsumi franziu a testa. Não era também aquilo que gostaria de ter ouvido de Akame. Não teve como não olhar para ela com reprovação.

‘Você acha que é certo apenas você lutar contra Kurome?’ O tom não era para ter saído tão agressivo, mas não se controlou.

‘Sim.’ Ela foi direta, como sempre.

O rapaz cerrou os punhos e deu um passo a frente encarando-a de perto. ‘E você acha que todos os seus companheiros vão permitir que você lute contra um Jaeger sozinha? Não confia em nós? Não confia em nossa força?’

Akame soltou um suspiro desanimada e desviou o olhar de Tatsumi. ‘Não quero perder ninguém… Kurome… ela é uma questão minha.’

‘Ela é uma Jaeger!’ Ele rebateu. ‘É um problema dos Night Raids!’

Akame ainda tinha o olhar vago. ‘Acho que tem razão… Desculpe-me.’ Falou por fim, sem mudar o tom de voz. O mesmo tom de voz calmo e controlado e tão diferente do dele. Ficaram alguns instantes em silêncio até ela o chamar e voltarem a se fitar. ‘Por favor… mantenha-se vivo. Não banque o herói.’

Ele piscou algumas vezes apenas observando-a. Akame sorria de leve. Desviou os olhos. ‘No fundo… você acha que eu apenas atrapalho, não é? Assim como Mine pensa e não tem o menor pudor em gritar para qualquer um ouvir… principalmente, eu.’ Falou com a voz triste. Sabia que ainda não estava no nível dos outros integrantes do grupo revolucionário.

Akame arregalou os olhos e deu um passo a frente para poder pegar o rosto do rapaz entre suas mãos fazendo com que ele a fitasse. ‘Você nunca atrapalha! Apenas não quero perdê-lo.’ O tom de voz havia mudado.

Fitaram-se de forma profunda. Ele sentia as mãos dela segurando seu rosto de forma tão firme mas ao mesmo tempo tão delicada e o olhar dela era tão intenso que por alguns instantes pensou que estava completamente perdido dentro de seus próprios sentimentos em relação a ela. Começou a sentir o rosto esquentar. Ele estava ferrado, terrivelmente e completamente ferrado.

[Who's gonna stand up, who's gonna fight?]

([Quem vai ficar de pé, quem vai lutar?])

The voice of the unheard

(A voz dos não ouvidos)

[Who's gonna break these chains and lies?]

([Quem vai quebrar estas correntes e mentiras?])

Love is the answer

(O amor é a resposta)

I gotta speak it, believe it, that's how I feel inside

(Tenho que falar, acreditar, é assim que sinto por dentro)

‘Incursio é poderosa e você está mais forte. Mais rápido. Mas entenda… nosso inimigo… não sei nem mais o quanto humano ele é. Por favor… Tatsumi… controle-se.’ Ela falou de forma firme, mantendo o rosto do rapaz entre suas mãos para que ele prestasse atenção em suas palavras. ‘Se durante a luta, perceber que não há como ganhar, fuja.’

‘Não sou covarde…’ Rebateu entre os dentes e fazendo-a segurar mais firme o seu rosto.

‘Não é covardia… é mudança de estratégia. Retirada para tornar-se mais forte para enfrentar o inimigo. Não podemos perder a Guerra… não se importe em perder algumas batalhas. Lembre-se das palavras de Bulat: Orgulho não o manterá vivo.’

Tatsumi estreitou os olhos nela. ‘Isso vale para você também, Akame.’ Rebateu e como bem imaginou viu os olhos avermelhados se arregalarem de surpresa com a colocação bem petulante.

I [I] can't [can't] sit here quiet

([Eu] não [não] posso ficar sentado em silêncio)

Ela soltou o rosto dele e se afastaria se agora não fosse a vez dele a segurar pelos braços de forma firme e inclinar o corpo a frente para ficar com o rosto bem próximo ao dela.

‘Não lute sozinha. Acredite na estratégia de Boss. Se ela traçou o plano… Siga-o. Entendeu?’ Terminou a frase aumentando a pressão de seus dedos nos braços dela. ‘Entendeu?’ Repetiu a pergunta depois do longo silêncio de Akame.

Ela assentiu com a cabeça e abaixou os olhos.

Tatsumi estava para finalmente puxá-la para que pudesse abraçá-la. Tinha tomado coragem de fazer o que queria desde o começo, o que não contava era com a intervenção de Lubbock que se aproximou chamando os dois e fazendo-os se afastarem constrangidos.

‘Boss está chamando. Identificaram Kurome e mais dois caras saindo da capital em nossa direção. Está na hora.’ Lubbock alertou os dois.

Akame assentiu com a cabeça e soltou o último suspiro, porém este claramente doloroso. ‘Sim… Está na hora de reencontrar minha irmãzinha.’

You can take my heart, you can take my breath

(Você pode tirar o meu coração, você pode tirar meu fôlego)

When you pry it from my cold dead chest

(Quando você arrancar isso do meu peito sem vida)

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

Estava finalmente a frente dela. Depois de tanto tempo. De tanta mágoa entre as duas.

‘Onee-chan.’ Kurome a chamou.

A voz dela ainda era doce como sempre foi. Como nunca deixaria de ser.

‘Kurome…’

Kurome bateu as mãos a frente do rosto e abriu aquele sorriso tão meigo que ela sempre esperou ver na irmãzinha.

‘Queria tanto te reencontrar! Que bom!’ Kurome exclamou com a voz alegre, fazendo o coração de Akame fisgar de dor. Ela levantou os braços a frente mostrando Yatsufusa e retirando-a da proteção.  O olhar já não era mais de sua doce irmã, era de outra assassina do Império. ‘Pois eu mesma faço questão de te matar.’

Akame franziu a testa retirando Murasame da proteção sem desviar os olhos da irmã. Tinha que ignorar aquela dor. Tinha que fazer o que era o certo. Tinha que salvar a alma de Kurome.

‘E adicionar onee-chan a minha coleção.’ Kurome falou com um sorriso perigoso nos lábios. Ela levantou a katana para o alto e a energia terrível de Yatsufusa foi liberada, fazendo com que raios negros se manifestassem em torno de seu corpo e fazendo a terra tremer sob os pés de todos. Vultos negros emergiram da terra, erguendo-se como zumbis enquanto a jovem de olhos negros observava satisfeita a invocação do poder de sua teigu macabra.

‘O-o que é isso?! Um terremoto?’ Tatsumi perguntou alarmado observando o que acontecia.

Akame sentiu o suor no rosto. Olhou para trás rapidamente e sobre o ombro direito viu Susanoo, Tatsumi, Leone e Boss. Mine estava afastada e Chelsea e Lubbock estavam em posição estratégicas segundo o plano de Najenda. Engoliu em seco. Não queria que nenhum deles morresse. Não queria que nenhum deles se transformasse em fantoches pelo poder tétrico de Yatsufusa.

Kurome estava contente reconhecendo  a apreensão no rosto de sua irmã mais velha. ‘Diferente de antes, agora posso transformar qualquer morto em uma marionete minha.’ Começou a esclarecer a Akame a extensão de seu poder agora.

Os vultos ainda estavam negros não se revelando quem eram, mas atrás deles o gigantesco esqueleto de um Death Tagool surgiu das entranhas da terra.

Akame franziu a testa e trincou os dentes. Onde Kurome havia encontrado um demônio bestial do passado para transformar em um de seus fantoches? Havia rumores que uma das teigus foi feita a partir de um Death Tagool abatido no passado, mas em teoria, eles não existiam mais.

A enorme besta se inclinou a frente e Kurome pulou na palma da mão dela que a levantou com cuidado.

‘Onee-chan…’ Ela chamou-a novamente. ‘Isso vale até mesmo para uma besta de classe tão elevada como Death Tagool… Então vamos… o confronto de teigus vai começar… Quantos será que vão morrer?’

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

Heavy as a hurricane, louder than a freight train

(Devastador como um furacão, mais barulhento que um trem de carga)

Akame apertou mais forte a empunhadura de Murasame. ‘Controlar oito corpos é o máximo que ela pode chegar. Ela está no limite.’

Tatsumi prestou atenção na jovem. Droga… Ela agiria como estava planejando desde o início. Trincou os dentes. Conhecia bem até demais Akame para saber que essa seria a reação dela.

‘Não posso perder esta chance!’ Akame alertou já correndo em direção ao enorme esqueleto e saltando para conseguir alcançar a irmã que estava posicionada no ombro dele. Ela tinha que chegar até Kurome.

Flexionou os joelhos de leve, pegando impulso e saltando no joelho da fera e logo depois no braço. Mais uma vez pegou impulso até chegar finalmente até Kurome. Ergueu Murasame acima do seu ombro direito e a abaixou para golpear a irmã de uma vez. Sabia que Kurome havia se tornado uma boa espadachim… mas nunca havia sido completamente páreo para ela. O problema era que a irmã não estava sozinha agora e sim com pelo menos oito fantoches. Tinha que ser rápida antes da manifestação de qualquer um deles depois daquele Death Tagool.

Tentou atingir Kurome que se defender com sua katana fazendo as poderosas teigus faiscaram energia quando em contato violento. Afastaram-se alguns passos. Akame pegou impulso novamente e voltou a se aproximar de Kurome que tentou golpeá-la, mas a irmã mais velha desviou das duas investidas da caçula que não conseguia acompanhar seus movimentos rápidos.

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

Heart is beating faster, feels like thunder

(Coração batendo mais rápido, parecendo um trovão)

Akame finalmente viu a brecha para contra atacar de forma efetiva em Kurome que ainda se encontrava de costas depois dos frustrados golpes quando um rapaz se colocou a frente protegendo-a.

Akame arregalou os olhos não conseguindo acreditar no que enxergava. ‘Na-Natala?!’ Falou sentindo o ar lhe faltar aos pulmões perplexa em constatar o que a irmã tivera coragem de fazer com o amigo de infância.

O rapaz tentou golpeá-la com sua lança obrigando-a se afastar de Kurome. Ela saltou para trás ainda desnorteada com o que descobria sobre a irmã. Ela ter o controle de uma grande besta não era nada comparado a sua surpresa pela desprezo da irmã a vida de um amigo querido delas.

Ainda conseguia ver o rosto gentil do jovem de cabelos loiros e olhos azuis que no final havia se tornado um assassino como elas depois de ter passado também por aquele maldito teste a que foram submetidos após serem vendidos para aqueles loucos que protegem o Império.

Kurome não tinha o direito de não deixar o amigo descansar depois de ter morrido de forma tão cruel. Depois de ter vivido de forma tão cruel, sendo submetido a tantas drogas para melhorar seu desempenho em matar, assim como Kurome. Ela tinha que deixá-lo descansar em paz. Ela tinha que libertar a alma dele!!!

‘Eu a ordeno, Kurome! Deixe-o descansar!!!’ Akame gritou irada para a irmã que ainda mantinha o rosto calmo de sempre.

‘O que foi Onee-chan?’ Kurome falou aproximando-se dela para assim como seu fantoche atacá-la fazendo novamente Yatsufusa e Murasame chocarem com violência. ‘Justamente por ele ser meu amigo, que eu o quero sempre comigo.’ Explicou. ‘Também vou te adicionar a minha coleção, Onee-chan. Assim poderemos finalmente ficar juntas do jeitinho que era a muito tempo atrás.’

Magic, static, call me a fanatic

(Mágica, estática, me chame de fanático)

It's our world, they can never have it

(É nosso mundo, eles nunca podem tê-lo)

Akame trincou os dentes. ‘Pare de falar besteiras!’ Gritou irritada com Kurome. Não queria acreditar que a irmã agora dava tão pouco valor a vida.

Estava para golpeá-la quando Natala se colocou novamente a proteção de Kurome fazendo-a ter seu ataque frustrado e a jogando para fora do ombro do Death Tagool onde lutavam.

‘Que pena…’ Akame ainda ouviu a irmã falar enquanto caía de costas em direção ao chão. Estava tão atordoada pelas ideias de Kurome que apesar de não ter sido atingida nenhuma vez, sentia-se como se tivesse recebido um poderoso golpe na boca do estômago.

Virou o rosto para trás olhando sobre o ombro direito como poderia diminuir o impacto da queda, quando arregalou os olhos observando a rajada de fogo da teigu de Bols na sua direção. Trincou os dentes, pensando que não teria como se desviar da rajada do poderoso lança chamas no ar. “Outra arma imperial de longo alcance. Droga!” Associou rapidamente com a arma de Mine.

Sentiu quando Tatsumi a pegou pelos braços conseguindo desviar os dois da rajada de fogo.

Ela sentiu ele a apertando nos braços com mais força do que antes. Estava nervoso… ou irritado.

‘Não aja sozinha! Esta não é você, Akame!’ Ele gritou com ela. E estava certo.

Desviou os olhos e encolheu os ombros. ‘Desculpe-me…’ Foi o que conseguiu falar.

Assim que tocaram o chão ela se afastou e virou-se para os inimigos.

‘Eles não são inimigos fáceis de se derrotar.’ Tatsumi falou ao lado dela. ‘Precisamos estar unidos.’

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

It's our resistance, you can't resist us

(É a nossa resistência, você não conseguirá ir contra nós)

Akame franziu a testa estreitando os olhos em Kurome que logo solicitou que a enorme besta mórbida a colocasse junto com Natala, ou pelo menos o corpo do ex amigo, em uma das montanhas ao redor. Conhecia a irmã. Ela ficaria assistindo a tudo e atacaria assim que encontrasse qualquer distração dos inimigos. Kurome não era de atacar de frente, isso elas sempre foram diferentes. Akame sempre agiu na linha de frente e Kurome logo atrás, por isso faziam uma excelente dupla de assassinas impiedosas.

Death Tagool, assim que recebeu o comando de Kurome, preparou-se para mostrar a dimensão de seu poder como besta de uma das classes mais elevadas.

‘Droga…’ Tatsumi soltou entre os dentes. Sabia que o principal alvo de Kurome seria Akame. Todos sabiam disso. Por isso Boss tinha solicitado para que a assassina lutasse contra Bols enquanto todos os outros se concentrariam em Kurome e Wave. Apenas não contavam com o poder macabro e poderoso de Yatsufusa.

Ele arregalou os olhos vendo a criatura começar acumular energia pela boca e logo soltaria na direção deles. Aproximou-se de Akame. Tinha que protegê-la.

‘O quê?’ Ela falou sem entender quando ele a pegou pela cintura jogando-a pelo ombro direito.

Ele flexionou os joelhos para pegar impulso e saltar evitando assim de serem atingidos pela rajada violenta que Death Tagool soltou contra eles, literalmente destruindo grande parte das montanhas que compunham o cenário daquela batalha.

Akame levantou a cabeça ainda contrariada pela atitude de Tatsumi e estava para reclamar quando arregalou os olhos vendo a destruição causada pelo poder da besta. Merda! Como poderiam parar aquele titã? Desviou os olhos do gigante para a irmã atrás deles que olhava a destruição rindo. A resposta era óbvia: Tinha que eliminar Kurome.

Tatsumi pousou no chão ainda segurando Akame. ‘Não adianta pedir desculpas depois. Não aja sozinha! Siga o plano!’ Gritou com ela mais uma vez.

‘Me coloca no chão agora.’ Ela ordenou e foi atendida. Encarou-o mais uma vez  trincando os dentes contrariada e apertou a empunhadura de Murasame mais forte. Desviou os olhos dele. ‘Não vou sair do plano. O incinerador é meu. Ainda mais por ter tentado me acertar pelas costas.’  Ergueu o rosto de forma determinada. ‘Depois… Acerto as contas com Kurome. Faça com que eles… descansem em paz.’ Disse referindo-se aos fantoches da irmã que começaram a mostrar suas formas e como ela bem imaginou eram almas que clamavam por descanso e que eram usadas como armas de forma tétrica e nojenta pela irmã. Kurome não tinha perdão.

Tatsumi tentou falar algo para Akame mas ela já corria em direção a Bols. Seguiria o plano de Boss. Najenda tinha receio que a luta contra a irmã afetasse a assassina. A experiente ex-general sabia o limite de seus soldados e tinha ordenado que Akame se encarregasse do antigo membro do esquadrão de incineração. Já tinha levantado a ficha dele depois que Tatsumi passou as informações sobre os Jaegers.

Bols foi responsável por diversas execuções ordenadas pelo Império. Queimando suas vítimas até a morte ou destruindo aldeias inteiras. Ele tinha que pagar por estas atrocidades. Era um inimigo poderoso e precisava ser parado.

O rapaz soltou um suspiro cansado. Sentia pelo grandão. Tinha ido com a cara dele apesar dos conselhos idiotas que tinha dado para a louca da Esdeath. Franziu a testa observando o musculoso Apeman a sua frente. A aparência da grande besta era de um enorme gorila parrudo. Muita força e pouco cérebro.

Estava pronto para enfrentá-lo quando reparou num vulto de capa negra que corria por trás.

‘Outro?’ Espantou-se materializando a lança, arma secundária de Incursio. Esperava que os outros companheiros estivessem bem e que Akame seguisse o plano. Queria que todos seus amigos voltassem vivos.

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Akame correu pelo desfiladeiro em direção a Bols que havia assistido a destruição causada pelo Death Tagoo. Ela apertou a empunhadura da katana, correndo até ele, mas diferente do grandão que gostava de atacar pelas costas, ela detestava este tipo de estratégia. Gostava de matar seus alvos de frente. Olho no olho.

Saltou, aterrisando num rochedo ao lado direito dele e chutou uma pedrinha atingindo a tanque da teigu incendiária fazendo o barulho oco e chamando a atenção de Bols que se virou para ela.  Os dois se encararam e ela ergueu a espada a frente, flexionando os joelhos pronta para o ataque.

Bols apontou a arma para ela. Havia  percebido que ela tinha chamado sua atenção para iniciarem o combate. Tinha ouvido várias histórias sobre a assassina número um do Império que havia trocado de lado e agora lutava com os revolucionários.

Akame avançou na direção dele que logo começou a atirar as rajadas de fogo da poderosa teigu na direção dela que saltou de um lado para ou outro desviando. O cara não tinha uma boa mira, pensou para si.

‘Estas chamas são realmente um perigo.’ Soltou de forma irritada. Estava com ele entalado na garganta por no final ter recebido um sermão de Tatsumi por conta dele. ‘Eliminar.’ Disse de forma decidida, posicionando a perigosa katana para executá-lo.

Bols olhou assustado para ela que vinha direto na direção dele. Apontou a arma tentando mirar na pequena jovem que corria pronta para acertá-lo. ‘Merda! Ela vem direto em mim!’ Soltou alarmado, sem acreditar na estratégia ousada.  Atirou com tudo a rajada de frente acreditando que realmente acertaria-a, mas se surpreendeu com a velocidade que a jovem desviou do ataque, saltando por cima dele. Definitivamente ela era mais ousada e rápida que a irmã.

Akame tocou no chão, arrastando os pés alguns centímetros e logo pegando impulso para atacá-lo sem ele nem saber o que estava acontecendo. Levou Murasame para atrás do seu ombro esquerdo para que pudesse desferir o golpe com tudo no grandão.

‘Ah!’ Soltou golpeando-o, mas atingindo outro alvo que não estava esperando. Um dos fantoches de Kurome se colocou a frente, recebendo o talho da teigu da assassina.

O sangue do fantoche se espalhou pelo ar. Ela trincou os dentes, sabendo que contra o corpo de um fantoche, Murasame era uma katana comum. Eles não tinham vida. Reparou que o homem careca levantou a perna direita para golpeá-la e colocou os braços a frente para protegê-la do contra golpe.

O fantoche atingiu-a em cheio fazendo-a ser lançada para trás alguns metros devido a sua estrondosa força.

‘Akame!’ Ela ouviu o grito de Leone e logo um barulho. A Loira estava para ir ajudá-la mas foi interrompida provavelmente por outro fantoche da irmã. Inferno!

Akame se levantou e viu Leone enfrentando um inimigo que tinha como arma um chicote. A usuária de Lionel estava tentando se proteger dos golpes do cara.

‘Que divertido, não? Oneechan!’ Kurome gritou de onde observava as batalhas.

Akame virou-se para ela e franziu a testa. Doía demais perceber que tipo de ser humano havia se tornado a irmã. Se é que ela era realmente humana ainda. ‘Kurome…’ Soltou entre os dentes.

‘Viu? Os meus brinquedos não são uma maravilha?’

Brinquedos? Ela via aquela almas presas e impedidas de descansar como brinquedos? Desviou os olhos para o rosto da irmã que falava sem parar sobre as almas que manipulava pelo poder de Yatsufusa. Observou Natala atrás dela e trincou os dentes. Como ela tinha coragem de transformar um amigo de infância num brinquedo?

Apertava a empunhadura de Murasame tentando controlar sua vontade de sair fora do plano de Najenda e tentar libertar pelo menos Natala daquele sofrimento. Sabia que Yatsufusa transformava almas em escravos. Sabia que o poder daquela maldita teigu fazia com que aquela almas apenas agissem pela vontade de seu mestre. Elas se debatiam por dentro em desespero e imensa vontade de descansarem daquele sofrimento, mas apenas eram manipuladas de forma insana pela irmã. Havia se recusado a usar Yatsufusa quando ofereceram-na. Murasame era o demônio de um só corte, corrompia o corpo, envenenando-o com as trevas e fazendo o coração daquele que fora atingido parar. Mas não predia e nem manipulava a alma. Esta se libertaria do material para o infinito como gostava de acreditar. Trincou os dentes observando Kurome falar mas não a escutando, até que…

‘Natala como você bem conhece é nosso amigo de infância, né?’ Kurome falava satisfeita. ‘Quando uso Yatsufusa ele me protege de maneira impecável.’ Ela inclinou a cabeça observando a irmã. ‘Ele sempre está ao meu lado… diferente de você que me deu as costas… mas isso logo será resolvido, oneechan… Logo você e eu estaremos juntas para sempre.’ Completou sorrindo mais ainda. Depois colocou um dedo no queixo de jeito delicado. ‘Tenho mais uma carta na manga, mas acho que não há necessidade de usar ainda meu último brinquedinho.’ Riu ecoando sua risada pelas montanhas.

‘Isso é o que vamos ver…’ Akame em tom baixo. Tinha que seguir o plano. Sua missão inicial era Bols, depois cuidaria de Kurome.

Desviou os olhos da irmã que ainda estava cantando vitória e olhou para Bols e o tal do ex guarda-costa Wall que estavam a sua frente. O careca estava agora com um escudo a sua frente, não era uma arma imperial, então não seria o problema. A questão era que ele não era vivo. Não poderia se aproximar precipitadamente, teria que achar uma brecha para atingir Bols. Kurome agiu com estratégia ao colocar o guarda costa para protegê-lo. Precisava desorientá-los. Sorriu de lado e começou a correr em volta deles com a velocidade que conseguia atingir e que lhe rendia a fama.

Bols mirou em um dos pontos do círculo que ela havia criado em torno dos dois e atirou fazendo-a parar e finalmente encontrar a brecha que procurava. Avançou na direção dele e como bem imaginou Wall parou a frente de Bols para protegê-lo com seu escudo. Ela se abaixou e passou por baixo das pernas dele deixando-o completamente perturbado que mal entendeu o que havia acontecido.

Akame se levantou rápido, estava próxima suficiente de Bols e tentou acertá-lo de frente. Atingiria-o se o grandão não tivesse uma proteção na palma da mão que impediu a perfuração de Murasame no seu corpo. Trincou os dentes percebendo que ele estava preparado para se proteger de Murasame.

Bols logo mirou sua teigu em Akame para atingi-la a queima roupa e atirou. A assassina jogou o corpo para trás se desviando da rajada de fogo e surpreendo-o novamente com sua velocidade.  Ela girou o corpo evitando assim ser atingida por ele e voltando a se afastar saindo do perigo eminente. Tinha que tentar achar outra brecha.

‘Que maneira de se desviar incrível!’ O incinerador gritou assustado observando o pequeno corpo da jovem frustrar todas as suas tentativas em acertá-la.

Wall se aproximou percebendo que a adversária estava com a atenção nas rajadas de Bols e tentou acertá-la com um poderoso chute alto, que foi defendido novamente pelos protetores nos braços de Akame, ajudando-a inclusive a se afastar mais deles.

Ela girou o corpo dando uma cambalhota no ar e pousando no chão como um gato. Encarou os dois adversários pronta para reiniciar novamente o combate. Agora já tinha uma informação extra que era as proteções nas mãos de Bols. Acharia logo uma nova brecha e eles estariam ferrados.

‘Por favor…’ Ouviu a voz de Bols lhe chamando e franziu a testa. ‘Me responda uma pergunta?’ Estreitou os olhos no grandão e abaixou a guarda informando de forma silenciosa que ele prosseguisse. ‘Akame-sama, por que você se uniu a força revolucionária? Se fossemos aliados, seria de um grande primor.’ Ele perguntou de forma respeitosa. Todas as histórias sobre ela eram verdadeiras, não conseguia entender como aquela jovem conseguia ser tão precisa em seus movimentos, sabia que não sairia vivo dali sem usar sua trump card.

[Hey] can you hear me? [hey] are you listening?

([Ei] você pode me ouvir? [Ei] você está ouvindo?)

Sleeping in the shadows, could be making history

(Dormindo nas sombras, poderia estar fazendo história)

Akame abaixou os olhos e por alguns segundos conseguiu novamente se ver em cima da pilha de corpos que havia mutilado em sua carreira como assassina imperial. Assim como Bols, havia executado sem piedade uma a uma milhares de pessoas. Milhares de inimigos do Império. Pessoas que provavelmente lutavam por sua liberdade e que ela havia simplesmente degolado-os ou mutilado-os, muitos inclusive ela havia torturado para obter informações dos revolucionários. No fundo, não era tão diferente de Bols. Tinha sido o verdadeiro demônio na vida de milhares de pessoas.

Não! Ela tinha visto a verdade que ele ainda não via. Ela pagaria pelo seus erros viva! Continuando a causa daqueles que antes ela havia exterminado e esperava que um dia suas almas pudessem perdoá-la pelo que fez.

Bateu a mão no peito e levantou o rosto de forma decidida a responder finalmente a pergunta do adversário. ‘Me uni porque o meu coração decidiu que era o caminho certo!’ Respondeu firmemente. ‘A decisão foi minha! Do meu coração! E não uma ordem dada de forma inquestionável por aqueles que só querem dinheiro, poder e luxúria! Sem se importarem com o sofrimento dos mais fracos. É preciso seguir o que se escolhe!’

[Walk] through the fire, [walk] on the water

([Andar] através do fogo, [andar] sobre a água)

Used to be a slave, but now you are a conqueror

(Era um escravo, mas agora é um conquistador)

‘É um motivo muito forte e compreensível.’  Bols respondeu com sinceridade. ‘Obrigado por me responder.’ Agradeceu inclinando de leve a cabeça. Respeitava e admirava a força daquela jovem. Força esta que ele não tinha. Ele tinha uma família que queria voltar. Que havia prometido voltar e para isso sua missão era eliminar a assassina traidora do Império. ‘Infelizmente, minha missão é incinerar você, junto do que você acredita e que a fez se tornar traidora do império.’ Declarou apontando sua teigu na direção dela para reiniciar o combate.

They can take my heart

(Eles podem tirar  meu coração)

They can take my breath

(Eles podem tirar meu fôlego)

When they pry it from my cold dead chest

(Quando eles arrancarem isso do meu peito sem vida)

Akame franziu a testa, levou Murasame para o lado do corpo e deslizou a perna esquerda para ficar na posição esperando o ataque quando para variar, Leone pulou na sua frente em posição teatral. A Loira ultimamente andava bastante no pé dela.

‘Também quero entrar nesta luta!’ Leone falou de forma petulante olhando para os dois adversários antes apenas de Akame. ‘Agora são dois contra duas! Nada mais justo, não é bonitões?’

A morena arregalou os olhos observando a falta do braço da companheira. ‘Leone!’ Exclamou preocupada.

A loira virou rapidamente para ela e deu uma piscadinha. ‘Não se preocupe com o braço. Pense apenas na batalha. Isso depois eu resolvo.’

‘Eles são fortes!’ Alertou a companheira. ‘Tenha cuidado.’

‘Pode deixar.’ Ela respondeu. ‘Vamos eliminar logo Bols e ir direto na Kurome.’ Akame arregalou os olhos. ‘Ordem de Boss.’

A assassina de olhos vermelhos sorriu de leve. Agora não seria mais impertinência. Najenda havia dado a ordem, só tinha que se livrar de uma vez do grandão a sua frente.

‘Lá vamos nós!’ Leone gritou avançando junto com Akame na direção dos adversários.

‘Vamos.’

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

Heavy as a hurricane, louder than a freight train

(Devastador como um furacão, mais barulhento que um trem de carga)

Bols tentou atingi-las com uma rajada de fogo mas as duas desviaram, uma para cada lado. As duas saltaram fazendo-o pensar que não poderia se esquivar no ar de suas investidas, mas se assustou quando mirou nelas e viu a loira segurar o calcanhar de Akame rodando-a no ar e jogando-a na direção dele com toda a força.

‘Vai nessa!’ A loira gritou projetando a companheira na direção de Bols.

‘O quê?!’ Ele soltou assustado vendo Akame literalmente voar na sua direção com Murasame já preparada para acertá-lo.

Akame estreitou os olhos no seu alvo. Como bem imaginou o guarda costa se meteria novamente na sua frente precisava enganá-lo e eliminá-lo primeiro. Atingiu com toda força o corpo sem vida de Wall sabendo que era inútil, porém conseguindo desviar do obstáculo para novamente seguir na direção de Bols.

Leone percebendo que o incinerador prestava atenção em sua companheira tentou aproximar-se para pegá-lo de surpresa, só não contava que Wall ainda tivesse uma arma escondida que atingiu o único braço que a loira tinha agora para atingir Bols. Se os dois pensavam que o leão tinha sido abatido estavam muito enganados.

Bols percebendo a aproximação de Leona, virou-se para tentar acertá-la a queima roupa mas teve sua teigu literalmente abocanhada pela adversária danificando-a completamente.

‘Vo-você mordeu Rubicante!’ Ele soltou completamente estarrecido observando a arma danificada.

Leone cuspiu a parte danificada do lança chamas e sorriu de lado. ‘Eu sabia que tinha um gosto horrível! Prefiro mal passado.’ Brincou como só ela conseguia naquelas horas.

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

Heart is beating faster, feels like thunder

(Coração batendo mais rápido, parecendo um trovão)

Akame tocou no chão e saltou na direção de Wall decapitando-o e esperando assim que aquele fantoche ficasse inutilizado.

‘Wall-san!’ Bols gritou observando pelo ombro direito o golpe de misericórdia da assassina.

‘Agora não dá mais para usar sua arma imperial, né?’ Leone falou, levantando-se sem tirar os olhos de Bols. ‘Você tá ferrado agora, grandão.’

‘De fato não dá.’ Ele falou irritado e jogando no chão o lança chamas danificado. Puxou para cima de suas costas o grande cilindro que atuava até o momento como captador de oxigênio e alimentador das terríveis chamas. ‘Já que é assim… vou destruir tudo!’ Falou jogando o grande cilindro para cima.

Akame e Leone observavam surpresas o homem lançar mão de sua trump card.

‘Ai caramba! Vai me dizer que ele vai usar mesmo?!’ Leone mostrou-se surpresa com a coragem dele.

Bols estava para apertar o botão para finalmente liberar todo o poder de explosão da autodestruição de Rubicante e assim levar a destruição tudo a sua volta, principalmente suas duas adversárias.

Akame e Leone se entreolharam, tinham que ser rápidas, seria impossível deter Bols, tinham que se proteger da explosão.

A morena olhou em volta e reparou no maldito escudo de Wall. Era a única coisa que tinham para se proteger. Leone virou o rosto percebendo o que a amiga tinha prestado atenção. As duas correram até o que poderia ser a proteção para elas.

Houve uma implosão e logo depois uma super explosão provocada pela trump card de Rubicante, literalmente abrindo as portas para o verdadeiro inferno em chamas. Um cogumelo de fogo subiu aos céus com a bomba de longo alcance, obrigando a todos que estavam em volta se protegerem.

Tatsumi e Susanoo pararam a frente de Mine e Najenda, protegendo-as das chamas enquanto Natala pegou Kurome nos braços e partiu, saindo rapidamente do alcance da explosão.

A poeira devido a explosão começou a ser dissipada pelo vento. Akame deixou o escudo de Wall cair no chão, no final, a arma do guarda costa havia sido eficiente para protegê-las. Entretanto, a morena sabia que a companheira havia dado prioridade para ela se proteger atrás do pequeno escudo. Seria impossível ele proteger as duas de forma eficiente, Leone priorizou a amiga já que confiava de forma plena no poder regenerativo de Lionel.

Magic, static, call me a fanatic

(Mágica, estática, me chame de fanático)

It's our world, they can never have it

(É nosso mundo, eles nunca podem tê-lo)

‘Leone!’ Akame chamou a amiga preocupada. ‘Como você está?’

A loira colocou a sua única mão no ombro de Akame. Estava muito ferida. ‘Está tudo bem…’ Falou tentando sorrir para passar confiança. ‘Só vou precisar que você trabalhe em dobro agora, Akame.’

‘Leone… o que está falando?’

‘Sabe, eu confio muito nas minhas habilidades regenerativas. Vá atrás daquela pirralha da sua irmã.’ Falou antes de perder os sentidos.

‘Leone…’ Akame chamou a amiga, sacudindo-a de leve. Arregalou os olhos pensando no pior. ‘Leone!!’ Gritou tentando reanimá-la. Socou o chão com raiva. Não perderia mais nenhum companheiro. Ir atrás de Kurome ficaria para depois, sua prioridade agora era ajudar Leone.

Puxou o único braço da loira, levantando-a e jogando-a nas suas costas para poder carregá-la. Respirou fundo, pegando impulso para levantar com o peso da amiga nas costas.

‘Eu sempre soube que você era mais pesada do que eu.’ Murmurou começando a caminhar.

Lembrou-se quando carregou Kurome daquela forma depois que atravessaram aquela maldita floresta onde viram tantas crianças morrerem dilaceradas e onde enfrentaram tantos perigos juntas. Deu os primeiros passos e olhou de forma decidida para frente. Kurome… ainda acharia a irmã e a libertaria daquela maldade toda.

‘Akame…’ Ouviu a voz fraca de Leone perto do seu rosto, fazendo-a sair dos seus pensamentos e lembranças da irmã.

‘Aguente firme. Logo encontraremos os outros e você poderá se recuperar.’ Falou apressando o passo em direção a  um dos refúgios do grupo revolucionário que os apoiava. Era uma cabana no meio da floresta. Sabia que todos se encaminhariam para lá depois da luta conforme orientação de Najenda.

Leone suspirou e aconchegou-se melhor nas costas da amiga. ‘Detesto quando você fala do meu peso.’ Resmungou ainda, fazendo Akame sorrir de leve.

This is how we rise up

(É assim que nos levantamos)

It's our resistance, you can't resist us

(É a nossa resistência, você não consegue  ir contra nós)

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

‘Chelsea!’ Lubbock gritou assim que conseguiu chegar no ponto de encontro com o resto dos Night Raids.  Tentou pegar fôlego depois da corrida.

‘Relatório, Lubbock.’ Najenda ordenou.

O rapaz de cabelos verdes levantou o rosto e ajeitou o corpo. ‘Encontramos Bols ferido depois da explosão e Chelsea acabou eliminando-o. O problema é que ela resolveu ir atrás de Kurome antes que chegasse até Esdeath.’

‘O quê?!’ Akame levantou-se da cadeira que estava ao lado do leito de Leone que se recuperava dos ferimentos. A loira aguardava Lubbock para costurar o braço perdido. ‘Do que está falando?’ Perguntou se aproximando do rapaz, sem conseguir acreditar no que o rapaz informava.

Lubba reparou o semblante tenso de Akame a sua frente.

‘Ela ficou na floresta… foi atrás de Kurome.’ Repetiu levantando os braços. ‘Eu tentei convencê-la a desistir, mas você sabe como ela é. Toda cheia de si e marrenta.’ Deu de ombros.’

Akame trincou os dentes.

‘Sabe, Akame…’ A voz da ruiva invadiu sua mente. ‘Sua irmã, Kurome, ainda acredita que o Império é o certo, né?’

Up, up, up, up, up

(Levantando, levantando, levantando, levantando)

Akame cerrou os punhos irritada ao se lembrar das palavras de Chelsea. A idiota realmente cumpriria aquela promessa besta.

‘Sei sobre Yatsufusa… a Katana que transforma seres humanos em fantoches.’ Chelsea falava com aquele tom irônico dela. ‘Acha capaz de conseguir derrotar todos os fantoches que protegem Kurome?’

We're rising up, up, up, up, up

(Estamos nos  levantando, levantando, levantando)

‘Merda!’ Akame soltou irritada. Não queria ter mais aquela morte nas costas. ‘Precisamos ir atrás dela.’ Falou decidida e já estava para sair quando Najenda pegou seu braço com força.

‘Akame-chan!’ Najenda a chamou. Era raro Boss chamá-la daquela forma, principalmente na frente de todos. ‘Chelsea é esperta, deve estar apenas vigiando Kurome. Ela é uma assassina experiente. Não tentará nada contra um Jaeger sozinha.’

Akame fitou o rosto tenso de Boss. Ela tinha razão. Chelsea era uma assassina esperta.  Não faria aquela besteira. Fechou os olhos tentando se controlar. Sabia que uma missão contra Kurome mexeria mais com ela do que estava preparada.

‘Você não será capaz de matá-la.’ Novamente ela ouviu a voz da ruiva na sua mente. ‘Eu farei isso por você. Assim pago esta dívida que tenho contigo. Não gosto de ficar devendo para ninguém. Principalmente alguém que eu gostaria que fosse um alvo meu.’

[The voice of the unheard]

([A voz dos não ouvidos])

Abriu os olhos e olhou séria para Boss. Empurrou de leve a mão de sua supervisora. ‘Vou atrás dela.’ Decretou decidida. ‘Chelsea precisa de cobertura de qualquer forma.’ Tentou ser prática para não ir contra uma ordem de Boss abertamente na frente de todos, mas tinha certeza que a ruiva tentaria algo ousado. Era uma droga admitir que conhecia bem a espevitada e arrogante ruiva nos últimos meses.

Najenda colocou um dedo no queixo pensativa. ‘Entendo… Bols finalmente já foi.’

‘E aquela louca foi sozinha atrás de Kurome.’ Mine repetiu as palavras de Akame. ‘Boss, quando Kurome se desviou do meu tiro, me pareceu que tinha mais coisa envolvida além das drogas que sabemos que alguns assassinos do Império utilizam para aprimoramento.’ A jovem comentou e olhou para Akame. ‘É capaz de ter mais coisa em jogo que nem mesmo você saiba.’

Akame desviou os olhos de Mine. Ela possivelmente estava certa, tinha percebido que havia mais do que apenas alguns remédios para melhoramento da performance dos assassinos. Ela, como fazia parte da Elite dos Sete, fora submetida a um treinamento onde era exposta a todos os venenos possíveis para que o corpo tornasse imune. Havia sido treinada junto com os outros para chegar ao limite. Sempre no limite. Talvez até ultrapassando-o, mas sobrevivendo. Um dia de cada vez para voltar a rever Kurome.

‘Não dá para saber se a Chelsea vai conseguir.’ Mine comentou observando Najenda. Realmente estava preocupada com a ruiva. ‘Melhor enviarmos logo reforços.’

‘Mine tem razão.’ Akame falou chamando a atenção. ‘Preciso ir.’

Najenda cruzou os braços observando-a por alguns instantes. ‘Ainda não está completamente recuperada do último combate.’

Akame olhou para trás e fitou rapidamente Leone que tinha deixado-a mais protegida com o escudo de Wall. ‘Estou bem.’ Falou de forma convicta. ‘Leone me protegeu.’ E sorriu de leve para a loira que deu uma piscadinha para ela. As duas eram parceiras incríveis.

‘Eu vou com Akame!’ Tatsumi declarou dando um passo a frente.

Rising up, up, up, up, up

(Levantando, levantando, levantando, levantando)

Akame já estava para retrucar que era melhor ele ficar e se recuperar, mas ele a interrompeu.

‘E não adianta falar que é para eu ficar.’ O rapaz falou erguendo o queixo e devolvendo o olhar fulminante que a morena lançou para ele.

‘Akame. Tatsumi.’ Najenda os chamou. ‘Vão logo ajudar a Chelsea. Os dois!’ Falou olhando para a morena que rodou os olhos. ‘Akame! Mantenha-se viva.’ Desviou os olhos para Tatsumi. ‘Mantenham-se vivos.’

We're rising up, up, up, up, up

(Estamos nos  levantando,levantando, levantando)

Akame não teve como não pensar que gostaria de acreditar que Chelsea tivesse isso em mente. Pegou Murasame que estava encostada na entrada do chalé e correu para fora do chalé acompanhada por Tatsumi que carregava Incursio.

‘Vamos.’ Ela falou começando a correr na direção da floresta onde Lubback tinha dado as coordenadas que haviam encontrado Bols.

[Love is the answer]

([Amor é a resposta])

Akame corria a frente, a respiração ofegante, segurava Murasame com força. Ouvia seus passos fortes e rápidos pela floresta, pisando nas folhas secas que estavam caídas pela chão.

‘Use Incursio.’ Ela recomendou ao rapaz e aumentou a velocidade para chegar logo ao local.

Tatsumi olhou o corpo da jovem se afastando e estacou reparando na velocidade que ela conseguia alcançar quando dava tudo de si. Franziu a testa. Ela e Chesea andavam bem ligadas ultimamente depois que tinham superado suas diferenças.

Também sabia que o encontro com Kurome afetaria de alguma forma Akame.

Tinha convivido pouco tempo com Kurome e fora fácil para ele perceber que elas eram irmãs. Os mesmos traços finos e delicados. O mesmo sorriso quase infantil e aquela gula sem igual. Tinha no fundo que se manter perto de Akame pois sabia que ela estava no seu limite. Ninguém aguentaria aquela situação que a morena tentava enfrentar literalmente de frente. Era triste como a loucura do Império colocou duas irmãs que claramente se amavam tanto uma contra a outra.

Respirou fundo e solicitou que sua Teigu se manifestasse sendo assim capaz de literalmente voar para alcançar a jovem. Pararam apenas quando chegaram ao que parecia o local onde Lubbock havia descrito.

Akame olhou em volta e reparou a destruição que a arma imperial de Bols e os ataques de Death Tagoo haviam provocado nas montanhas a frente. Olhou em volta procurando algo estreitou os olhos em alguns detalhes. Havia sido treinada de forma violenta para sobreviver numa floresta.

‘O que foi, Akame?’ Tatsumi perguntou parando ao lado dela e olhando em volta.

Ela deu alguns passos e afastou algumas plantas como as mãos. Logo encontrou o corpo de Bols que havia sido atingido na nuca. Respirou fundo pensando que o grandão tinha sido até um adversário de valor. Na verdade, ele tinha uma enorme gama para sobreviver. Que descansasse em paz. Sorte que ele não tinha sido encontrado por Kurome ou era capaz de virar um novo fantoche já que vários “brinquedos” da irmã haviam sido destruídos. Ela com certeza logo estaria procurando outros.

Tatsumi observou o corpo de Bols e balançou a cabeça de leve. ‘Chelsea foi realmente precisa.’

Akame levantou-se e olhou em volta, voltando a estreitar os olhos nos detalhes.  Tinham que pegar o rastro da ruiva. Olhou para o céu, logo choveria e isso poderia atrapalhar.

‘Vamos, Tatsumi.’ Falou começando a caminhar e tentando conseguir acompanhar o rastro da jovem, esperava que chegassem a tempo. O que infelizmente não acontecia.

Sabia que a irmã seguiria para a Capital. Elas deveriam estar se encaminhando para o portão sul da capital. Tinha esperança das duas estivessem ainda nos arredores, mas não encontravam-nas. Começaram a seguir em direção a Capital quando a chuva começou a cair cada vez mais forte. Abrigaram-se abaixo na copa de uma árvore, assim que alcançaram os arredores do centro do Império.

‘Merda.’ Akame soltou novamente.

‘Nós vamos achá-la.’ O rapaz falou tentando ser positivo.

A jovem olhou para ele e trincou os dentes. Já tinha se passado muito tempo.

‘Capaz da Chelsea ter voltado para o refugio e apenas se desencontrou de nós. Ela sabe o que faz.’

Akame abaixou os olhos. Não conseguia mentir para ele. Sabia que pelo tempo, pela situação, o mais provável era que a teimosa ruiva já estivesse morta. Ela tinha falhado. Tinha perdido mais um companheiro. Teria mais esta culpa nas suas costas. Chelsea resolveu enfrentar Kurome por conta dela. Era orgulhosa. Orgulho nunca manteve um assassino vivo.

‘A chuva não para.’ Tatsumi comentou olhando para o céu acinzentado. Olhou para Akame que permanecia calada. ‘Vou ficar invisível e dar uma olhada no local.’

Ela respirou fundo. ‘Tome cuidado.’ Recomendou. ‘Uma olhada já basta.’

‘Certo.’ Falou já correndo e se distanciando da jovem.

Rising up, up, up, up, up

(Levantando, levantando, levantando, levantando)

Akame observou-o se afastando e caminhou em direção a estrada pela qual partia a saída sul. Olhou em volta e deu alguns passos observando as marcas nas árvores. Ouviu vozes e se escondeu, atrás de uma delas. Deixou os guardas imperiais passarem e olhou em volta até que finalmente viu um brilho no chão. Caminhou até ele e reparou nas manchas de sangue. Abaixou e pegou com a ponta dos dedos o objeto que parecia parte de um kit de maquiagem.

We're rising up, up, up, up, up

(Estamos nos  levantando,levantando, levantando)

Fechou os olhos e apertou-o na mão sabendo que fazia parte da Gaea Foundation, a teigu de Chelsea. Sentiu um bolo na garganta.

‘Hei Akame! Você é tão bonita! Deveria se arrumar mais. Sente-se aqui que eu vou te ensinar uns truquezinhos que toda mulher inteligente deve saber para deixar qualquer homem aqui óh…’ Via o rosto sorridente da ruiva a sua frente mostrando a palma da mão e depois a fechando com força. ‘Nas nossas mãos. Qualquer um! Vamos logo… olha só este cabelo… tão bonito e tão mal cuidado. Assim não tem como você arrumar um namorado. Aquele quatro olhos deveria ser cego mesmo.’ Akame observava Chelsea através do reflexo do espelho da penteadeira que a jovem adorava se sentar e que havia obrigado-a a se sentar. Ela falava sem parar, tentando instruí-la a usar aquelas maquiagens que tanto gostava, enquanto passava a escova nos cabelos dela.

[Love is the answer]

([Amor é a resposta])

Akame voltou a sua realidade no meio da floresta, encostou-se no tronco de uma das árvores, mas a chuva estava tão forte que mal conseguia protegê-la.

‘Eu… eu sinto muito, Chelsea…’ Murmurou sem conseguir evitar que lágrimas quentes saíssem de seus olhos misturando-se a água fria da chuva que molhava seu rosto. ‘Eu realmente… sinto muito.’ Apertou mais forte parte da Teigu da ruiva entre seus dedos.

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(É assim que nos levantamos)

It's our resistance, you can't resist us

(É a nossa resistência, você não consegue ir contra nós)

~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~KK~*~*~

Akame olhou para os lados, arrumando o capuz que usava para se proteger melhor da chuva. Estreitou-se no muro, tornando-se invisível aos guardas que faziam a segurança da praça.

‘Akame…’ Ouviu Tatsumi chamá-la num sussurro. ‘Ao seu sinal.’

Ela assentiu a cabeça. O plano era simples: Ela dava cabo dos guardas enquanto ele pegaria o membro esquartejado de Chelsea. Não permitiria que a cabeça dela continuasse como adereço para a diversão de gente com gosto macabro.

Os Jaegers já deveriam estar de volta a capital, mas obviamente não imaginavam que tentariam o resgate de parte do corpo de um companheiro. Os Night Raids não eram um grupo de se preocupar com aqueles sentimentalismo. Pelo menos era o que todos gostariam que pensassem e era inclusive o que Boss acreditava. O problema era que a coisa tinha saído do controle naquela missão.

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(Devastador como um furacão, mais barulhento que um trem de carga)

‘Agora.’ Akame deu a ordem puxando Murasame da sua proteção. Saltou em direção a um dos guardas completamente desorientados pelo ataque surpresa e  que nem conseguiu reagir sendo degolado. O destino de todos os outros foi o mesmo.

Akame atacava e se escondia nas sombras da noite matando um por um.

Tatsumi usando Incursio e invisível, foi até a cabeça de Chelsea e a cobriu com o pano que havia pego no varal de uma das casas da capital, cobriu-o e retirou do mastro descendo logo em seguida. Quando olhou em volta, arregalou os olhos vendo todos os corpos dos mais de dez guardas caídos no chão degolados. Levantou o rosto para Akame que se aproximava enquanto cortava Murasame no ar para limpar o sangue que escorria pela lâmina.

Ela tinha matado todos em questão de instantes e sem fazer sequer um barulho. Reparou que ela tentou relaxar o pescoço, estava tensa demais. Olhou novamente para o guardas e pensou que a fúria com que ela atacou todos daquela forma fora o recurso que Akame usou para livrar da raiva que sentia por conta do trágico fim da missão. Ela não chorava na frente dele. Evitava ao máximo que a vissem frágil. Akame sempre se fazia de forte, sempre se comportava daquela forma fria e mortal. Apenas quem realmente a conhecia, perceberia o estado emocional dilacerado dela.

‘Vamos.’ Ela ordenou já começando a correr e sendo acompanhada pelo rapaz de armadura. ‘Logo aparecerá novos guardas e perceberão as marcas de Murasame nos corpos.’ Esclareceu.

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(Coração batendo mais rápido, parecendo um trovão)

Assim que atravessaram o portão sul, ela reteve-se. Estendeu os braços para Tatsumi.

‘Eu levo e você me leva. Usando Incurso você é capaz de saltar mais alto e mais distante sem deixar pistas. Não podemos arriscar que os Jaegers nos persigam agora. Estamos com companheiros ainda se recuperando.’

Tatsumi olhou para ela e assentiu. Entregou para a jovem o embrulho no lençol. Não sangrava mais por conta do tempo que ficou pendurado. Estava apenas molhado por conta da chuva que não dava trégua.

Akame segurou com carinho e apertou de leve. Não teve como não se lembrar de quando havia abraçado a cabeça decapitada de Martha em sua primeira missão como assassina. Pensou na ironia de estar chovendo também. Chovendo e frio. Como se estivesse tentando congelar todos os ossos do seu corpo.

Deixou pela primeira vez que Tatsumi a pegasse no colo sem reclamar, apenas se encolhendo nos braços dele, enquanto segurava o pacote com as mãos.

‘Hum…’ Ela murmurou se encolhendo nos braços dele. ‘Nunca havia percebido que a armadura de Incurso é quente.’ Comentou fazendo Tatsumi a segurar mais forte, reparou que ela tremia.

‘Não é o comum das armaduras, né?’ Ele falou saltando e pousando em lugares que evitaria deixar rastros.

‘Não… mas Incurso não é uma armadura qualquer.’ Ela replicou com a voz embargada enquanto apertava nos braços a cabeça de Chelsea.

Tatsumi percebeu o tom de voz dela. ‘Não foi culpa sua.’

Akame fechou os olhos de forma dolorida, enquanto sentia os solavancos da corrida. ‘Eu realmente queria acreditar nisto.’ Respondeu apertando de leve o embrulho entre as mãos.

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(Mágica, estática, me chame de fanático)

It's our world, they can never have it

(É nosso mundo, eles nunca pode tê-lo)

‘Tatsumi…’

‘Sim?’

‘Não conte a Boss o que fizemos. Ela nos repreenderá e com razão.’

‘Certo. Mas eu faria de um jeito ou de outro. Não deixaria uma companheira daquela forma.’

‘Eu sei… Não é a toa que você usa Incursio.’

‘Como assim?’ Ele perguntou, franzindo a testa enquanto saltava novamente e segurando firmemente Akame para que ela não caísse de seus braços.

Ela soltou um suspiro. ‘Você não é um homem qualquer.’

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(É assim que nos levantamos)

It's our resistance, you can't resist us

(É a nossa resistência, você não consegue ir contra nós)


 


Notas Finais


Vou te dizer que aqui começou o meu calvário em AgK. Depois destes dois episódios (16 & 17), começou a avalanche de desespero pelos personagens... Acho que sou louca mesmo em ainda reescrevê-los... fazer o quê?


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