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História Akame ga Kiru! - A Assassina de Olhos Vermelhos - Mate a Esperança


Escrita por: KathKlein

Notas do Autor


Último capítulo!!!
Para variar eu fui revisar e acrescentei uma cena. Foi mal! Por isso que eu não gosto de revisar, acabo acrescentando coisas em vez de realmente revisar.
Também... acrescentei uma música.
Música: Part of Mine por American Wolves

Capítulo 27 - Mate a Esperança


Fanfic / Fanfiction Akame ga Kiru! - A Assassina de Olhos Vermelhos - Mate a Esperança

 

Akame Ga Kiru!

A Assassina de Olhos Vermelhos

Por Kath Klein 

Mate a Esperança

 

Akame observava com cuidado a cidade. Não visitava a capital desde a derrubada do Império. Reparou que havia um clima de tensão. Leone tinha razão, as coisas ainda estavam suspensas e indeterminadas. Najenda deveria estar numa situação muito delicada e tentando usar de toda a sua influência e diplomacia para evitar confrontos entre as alas militares com objetivos opostos. Soltou um suspiro. Gostaria de estar ao lado dela mas sabia que era muito importante permanecer nas sombras. 

Haviam voltado da vila de Tatsumi fazia algum tempo. As pessoas ficaram infinitamente felizes em receber uma quantia tão grande em dinheiro. No entanto, os dois acompanharam toda aquela alegria de longe.

Tatsumi estava reticente em voltar e se mostrar para seus antigos amigos. Depois do descontrole da missão contra o aliado de Doursen, ficou mais recluso. Usou a desculpa de não querer contar para todos a verdade sobre o que aconteceu com Sayo e Ieyasu. Também não queria contar que pertencia a Night Raid, que havia se tornado um assassino e não um soldado imperial como era o sonho dele quando saiu dali. 

Akame sabia que eram apenas desculpas. O que mais Tatsumi gostaria era de voltar a viver em sua vila natal tranquilamente depois que a revolução acabasse, mas agora ele tinha medo de se tornar um perigo para aquele povoado. 

A assassina de olhos carmim soltou um suspiro dolorido. Sabia que ele estava sofrendo e principalmente estava com medo de perder o controle novamente, mas o que Tatsumi precisava entender é que medo não resolvia a questão. Além disso, por mais perigoso que fosse para ela ficar ao lado dele, ela não deixaria de estar. Tinha demorado muito para entender e aceitar seus sentimentos por ele e agora que tudo era claro para ela, não queria abrir mão do que estava vivendo. Perigo sempre foi algo normal na sua vida. Perigo não a assustava.

Tiveram mais duas missões depois daquela. Foram efetivamente limpas como a primeira estava planejada para ser. Leone ficou com receio em envolver Tatsumi nelas, mas a morena alertou a amiga que Tatsumi precisava aprender a se controlar e simplesmente afastá-lo faria o rapaz ficar cada vez mais frustrado. De um jeito ou de outro, Tatsumi teria que aprender a controlar a si mesmo e era muito melhor que elas estivessem ao lado dele do que tentar fazê-lo sozinho.  Leone concordou por fim, mas não escondeu sua preocupação em relação ao amigo e principalmente a integridade física de Akame.

A assassina passou a mão de leve no pescoço. Não tinha mais as marcas da tentativa de sufocamento. Durante o tempo, usou o máximo que pode o lenço no pescoço, pois já havia visto Tatsumi olhar fixamente para as marcas com os olhos tristes demais. Quase todas as noites ele pedia desculpas, mesmo ela reafirmando que não havia porque se desculpar. Até quando se amavam, ela percebeu que ele tinha um cuidado redobrado com ela, estava a tratando com um boneca de porcelana que pudesse quebrar a qualquer momento caso ele a forçasse demais. Estava farta. Tinha que fazer alguma para que o rapaz superasse o episódio. Não era esquecê-lo mas superá-lo para encontrar uma solução e evitar que acontecesse novamente.

Chegou uma vez a se perguntar se Esdeath quando viu Tatsumi antes de morrer já havia percebido o poder e o descontrole dele. Franziu a testa recordando das últimas palavras da general. Ela havia lhe perguntado se ela conseguiria matá-lo ou ele que a mataria.

Tatsumi a fez prometer matá-lo caso a teigu corrompesse totalmente sua alma. Droga. Tinha concordado e sabia que caso fosse necessário seria capaz de fazer isso. Já tinha tomado a mesma resolução em relação a Kurome. Parecia que sua sina era sempre estar com sua espada no pescoço das pessoas importantes para ela. Era como se estivesse vivendo numa corda bamba. Um passo em falso, ela mataria quem amava.

Um bêbado saiu de um dos bares e mexeu com ela. Não precisou falar nada, apenas o olhar de reprovação de Akame já fez o homem arregalar os olhos e calar-se voltando para o estabelecimento que havia saído. A capital precisaria ainda de mais tempo para que velhos hábitos mudassem. Pelo visto, ainda não era um lugar completamente seguro para uma mulher “indefesa” sair a noite. 

Arrumou melhor o capuz que cobria sua cabeça e resolveu apressar o passo, sabia que a amiga não gostava de atrasos. Logo chegou ao beco que sempre encontrava com Pavati. 

A ex-espiã havia tido alta do hospital a algumas semanas e apesar de ter a opção de se afastar de tudo e voltar para o Norte, resolveu continuar na capital ajudando Najenda. Ela tinha vivido muito tempo nas sombras do antigo regime e sabia exatamente quem Najenda poderia ou não confiar quando lhe “juravam” lealdade. 

Akame sorriu assim que entrou no beco e reconheceu Pavati já a esperando. Olhou rapidamente para trás checando se tudo estava tranquilo e se havia alguém por perto. Caminhou devagar até ela sem conseguir fechar o sorriso. 

Pavati a esperou e assim que a jovem assassina parou a sua frente, a ex-espiã a abraçou apertado, assustando a jovem que não contava com uma recepção tão calorosa. Pavati não era disso. Levantou os braços e retribuiu o abraço com carinho, fechando os olhos. Estava realmente feliz em revê-la e muito agradecida pelo que fez por Kurome.

Demorou alguns minutos para que a ex-espiã se afastasse da assassina e a jovem se surpreendeu ao perceber que Pavati secava os olhos, bem constrangida inclusive por não ter conseguido segurar a emoção de revê-la.

‘Quando acordei me falaram que tinha morrido.’ Pavati esclareceu. ‘Disseram-me que não havia resistido a trump card de Murasame.’

‘Ah…’ Akame entendeu o porquê da reação da amiga quando a viu. ‘E como soube que eu estava viva?’

Ela encolheu de leve os ombros e sorriu de lado. ‘Não sou idiota. Najenda não conseguiu me enganar quando “alguns inconvenientes” para a implantação da república começaram a ser eliminados.’

Akame soltou um suspiro. ‘Então já estão desconfiados que o Night Raid ainda está ativo.’

Pavati meneou a cabeça. ‘Não exatamente. Alguns generais podem estar desconfiados, mas sem provas, não podem fazer nada. Além disso…’ Ela reteve-se por alguns segundos fitando Akame. ‘A chacina dos seguranças do nobre ligado a Doursen deu muito o que falar.’

Akame só soltou um murmúrio. 

‘Eles acreditam que é um grupo maior. Muitos não sabem exatamente o que aconteceu com Murasame, não sabem se ela foi destruída. Não há como ligar você diretamente a chacina ou aos outros alvos.’

‘Entendo.’ A assassina respondeu pensativa. ‘Então acham que existe um grupo paralelo agindo a favor da república?’

‘Ai que está o problema, grupos paralelos não possuem objetivos claros. Isso assusta muitos militares.’

‘Se eles não fizerem nada errado, não há necessidade de se preocuparem.’ Ela tentou ser prática.

Pavati riu da ingenuidade da jovem. ‘Ninguém é completamente limpo, Akame-chan. Todos têm rabo preso. Por isso não me aposentei ainda.’

Akame concordou com a cabeça. ‘Não acha que está se arriscando?’

Pavati soltou um suspiro. ‘Estou me cuidando. Não sou ingênua e aprendi a me proteger. E também…’ Ela comprimiu os lábios. ‘Aqueles ex-jaegers tem se mostrados bem confiáveis… inclusive Kurome…’ Akame sorriu com o comentário e Pavati franziu a testa, mostrando que estava realmente contrariada com o que admitia. ‘Mas isso não quer dizer que eu confie totalmente neles.’

‘Obrigada pelo que fez por Kurome. Ela me contou.’

‘Não fiz por ela, fiz por você.’ Foi grossa como sempre.

‘Por isso mesmo, eu que devo lhe agradecer. Acho que não aceitou os agradecimentos de Kurome.’

‘Não aceitei mesmo.’ 

Akame abafou uma risadinha com a rabugice de Pavati, não queria provocar a amiga naquele assunto.

Ficaram um tempo em silêncio observando a saída do beco.

‘Sabe… não queria voltar a encontrar você desta forma.’ Pavati falou com sinceridade. ‘Eu tinha como sonho… sei que é bobo… mas gostaria de encontrá-la… sei lá… na casa que eu montaria quando voltasse para minha terra. Faria um bolo de carne que você tanto gostava quando era menina.’

Akame sorriu, no fundo também tinha aquele sonho bobo. ‘Quem sabe um dia, né?’

Pavati assentiu a cabeça devagar. Voltaram a ficar em silêncio por algum tempo novamente. 

‘Aquele rapaz… que usava Incursio…’

‘Tatsumi.’

‘Isso… Ele foi muito corajoso ao derrotar a teigu suprema. Ele honrou a memória de Bulat.’

‘Bulat sempre acreditou que Tatsumi conseguiria desenvolver Incursio de forma infinita. Sempre acreditou nele.’

Pavati assentiu concordando. ‘Me contaram que ele não resistiu aos ferimentos…’

Akame contraiu os lábios, sem saber o que falar. Não gostaria de mentir para amiga, mas não sabia o que era melhor a fazer. Ficou em silêncio.

‘Fui dura com ele quando o encontrei… Não me arrependo do que disse a ele porque era o certo naquela hora,  mas…’ Soltou um suspiro. ‘Confesso que subestimei a força dele. Mesmo depois de ter visto ele encarar aquele demônio da Esdeath-sama de forma tão assertiva.’

Pavati voltou-se para Akame que olhava fixamente para a saída do beco.

‘Ele gostava muito de você.’

A assassina abaixou o rosto e apertou as mãos. Pavati franziu a testa de leve observando-a.

‘Akame-chan…’ Chamou a jovem que voltou-se para ela. 

‘Sim?’

Pavati fitava-a com intensidade, fazendo a jovem sentir-se nervosa e desviar o olhar. 

‘Ele não morreu, né?’

Akame encolheu os ombros. ‘Por que acha isso?’

A ex-espiã balançou a cabeça de leve com o que constatava. ‘Seus olhos… estão brilhando porque estamos falando dele.’

‘Não entendo o que você está falando.’

Pavati sorriu de leve. ‘Que você não consegue esconder a sua felicidade, então é fácil deduzir agora que ele também não morreu…’ Ela estreitou os olhos na jovem que se encolhia mais ainda dentro do sobretudo. ‘E que você dois estão juntos. Estão namorando?’

‘Deduziu isso tudo só olhando para o meu rosto?’

Pavati soltou uma gargalhada. ‘Você é transparente demais. Principalmente para mim.’

Akame ficou sem graça com o comentário, resolveu ficar em silêncio sem saber exatamente o que fazer. Se deveria ou não confirmar que Tatsumi estava vivo. Tinha ido encontrar-se com Pavati porque a ex-espiã praticamente colocou Najenda contra a parede quando suspeitou que Akame estava viva. Pavati queria revê-la de qualquer forma, obrigando no final a ex-general revolucionária acertar o encontro das duas.

‘Estou preocupada com você.’ Pavati novamente quebrou o silêncio. ‘As marcas do seu corpo… foi apenas isso a consequência da trump card de Murasame?’

Akame soltou outro suspiro. ‘Não sei ao certo.’ Respondeu com sinceridade. ‘Minha força e velocidade não foram afetadas enquanto luto, na verdade, acho que algumas vezes estão mais desenvolvidos, porém meu corpo fica mais cansado. Minha recuperação não é tão rápida quanto antes.’ Ela abaixou os olhos para sua mão direita. ‘As vezes sinto como se todo o meu corpo estivesse pegando fogo, como se as marcas na minha pele fossem queimaduras recentes. É quase insuportável.’

‘Contou isso para alguém?’

Akame balançou a cabeça negando. ‘Não quero preocupar ninguém. Por enquanto, estou aguentando sozinha. Quando me sinto assim, prefiro me afastar de todos.’

‘Até mesmo do rapazinho de olhos verdes?’

‘Principalmente dele. Tatsumi está com problemas maiores que os meus. Incurso está exigindo dele muito mais que Murasame de mim.’

‘A chacina… foram vocês dois, não?’

Akame negou com um gesto. ‘Foi apenas ele. Era para ser uma missão limpa. Como as outras.’

Pavati arregalou os olhos, surpresa. ‘Ele sozinho?’

Ela confirmou com um gesto. ‘Ele perdeu o controle. Matou todos. Mataria qualquer um que cruzasse seu caminho.’ 

‘Merda.’ Pavati soltou. ‘Ele machucou você?’

‘Não era ele.’ Ela respondeu num sussurro.

‘Tem certeza?’

‘Absoluta.’

Pavati tinha o semblante contrariado. Na verdade estar encontrando-se com Akame naquele beco sujo da capital estava incomodando-a mais do que pensou inicialmente. Sempre havia exigido de Akame uma reparação pelo que a jovem fez quando atuava pelo Império e Akame fez o que todos esperavam dela. Estava com sequelas que sabe-se lá se conseguiria superar pelo que fez mas agora… agora aquela menina linda ao seu lado merecia ser feliz. Merecia ficar com seu namoradinho e tentar ter uma vida normal. Akame não merecia continuar naquela vida cheia de dor e sangue.

No fundo, não achava certo o que Najenda estava fazendo, sabia que a general não tinha outra opção por ora. Porém que a general lhe desculpasse, mas tentaria fazer o que sempre fez por Akame, tentaria ajudá-la no que podia e agora não era uma questão política, era sobre a vida dela.

‘Flagrei os jaegers na biblioteca imperial procurando alguma coisa. Não quiseram me falar o que era mas sei que estavam procurando alguma coisa sobre as teigus.’

‘Tatsumi pediu para Wave achar alguma coisa sobre Incursio e Murasame.’

‘São uns idiotas... Claro que não vão achar nada ali.’ Pavati disse rodando os olhos. ‘Trump cards das teigus não foram registrados justamente porque depende de cada usuário.’

Akame soltou um suspiro desanimada. Pavati tinha razão, pensou olhando para seus próprios pés. Não sabia o que fazer para achar uma solução para Tatsumi.  Sentiu quando empurraram para ela um objeto. Levantou o rosto e franziu a testa observando Pavati estender um livro velho na direção dela.

‘Este livro…’

‘Rongo-Rongo.’ Pavati esclareceu. ‘O livro do Mundo.’

‘Eu peguei ele de Saikyuu quando o matei. Entreguei para Najenda para que achasse um usuário para ele.’ Akame esclareceu. ‘Por que está me entregando?’

‘Porque quando se abre este livro em todas as páginas está escrito o seu nome.’ Pavati respondeu. ‘Obviamente, a teigu escolheu você como usuária. Najenda quando percebeu isso deu um jeito de sumir com o livro, mas eu o peguei. Estava pensando se seria correto entregar ou não a você.’

‘Por que diz isso?’  Estranhou pegando o livro e abrindo-o. 

Sentiu como se uma leve carga de eletricidade percorresse seu corpo, arrepiando todos os pêlos do seu corpo. Franziu a testa, observando as páginas e arregalou os olhos vendo que as imagens começavam a se formar nas páginas anteriormente em branco do livro. Fechou o livro sentindo-se cansada. Era como se de alguma forma, aquele objeto começasse a sugar sua energia.

‘O que… o que foi isso?’ Ela perguntou ainda sentindo-se desnorteada. Foi obrigada a dar um passo para trás e apoiar as costas na parede de pedras.

‘Você está bem?’ Pavati perguntou preocupada observando que a jovem ficou pálida. Segurou os braços dela oferecendo apoio.

‘Estou bem… preciso de um minuto apenas.’ Akame pediu, apertando de leve o livro nas mãos. 

Pavati estava atenta a jovem. ‘Você ainda está se recuperando da trump card de Murasame. Talvez usar uma outra teigu exija muito da sua força.’ A ex-espiã comentou. ‘No entanto, se você está querendo saber alguma coisa sobre a origem das teigus, acho que Rongo-Rongo é sua única fonte possível de informação.’

Akame franziu a testa. Desviou os olhos daquela capa sinistra do livro e fitou Pavati. ‘Acha isso mesmo?’

‘Tenho certeza.’ Falou com convicção. ‘Rongo-Rongo se adapta a cada usuário como qualquer teigu. Com aquele escroto do Saikyuu informava a ele sobre ouro, pedras, riquezas minerais que ele poderia explorar pois era o interesse daquele verme. Se Rongo-Rongo escolheu você como usuária é porque lhe dará a informação mais preciosa para você que agora é…’

‘Ajudar Tatsumi!’

‘Não só ele como você também, Akame! Por Deus! Agora pare para pensar um pouco em você e não só nos outros.’

A assassina arregalou seus olhos vermelhos. ‘Pensar em mim?’ Sorriu de lado. ‘Nunca imaginei você me dando este conselho.’

‘Antes eu falava para pensar nos mortos, agora…’ Ela encolheu de leve os ombros. ‘Pense em você. Os vivos sempre podem decepcioná-la.’

‘Tatsumi não me decepcionaria… não por vontade própria.’

‘Puta merda! Você está mesmo apaixonada por ele.’ Ela falou rindo. ‘Já transaram pelo visto também.’

Akame se encolheu completamente constrangida. ‘Ah que saco. Vai me dizer que deduziu isso só olhando para o meu rosto?’

Pavati arregalou os olhos. ‘Peraí! Eu falei brincando!’ Parou em frente a jovem assassina segurando-a pelos braços. ‘Vocês já transaram? Você não é mais uma menina?’

‘Para com isso, Pavati…’ Falou mais encabulada.

‘Ele vai casar com você, não?’

‘Casar? Como assim?’ Ela não entendeu.

‘Oras! Casar! No papel… oficializar… essas coisas, Akame. Ele desvirtuou você! Tem que casar! Ele pensa que você não tem ninguém no mundo mas ele está muito enganado! Vou tirar isso a limpo com aquele frangote.’

‘Mas a pouco tempo você falou que estava impressionada com ele?’

‘Antes de saber que ele desvirtuou você. Você é… era uma menina pura. Não é como sua irmã que já tinha ficado com aquele marinheiro sem estar casada. Agora ela está casada como deve ser. Você também tem que estar.’

Akame soltou um suspiro. ‘Não entendo o que você está falando. Eu e ele estamos juntos… acho que é o que você está chamando de casar, não?’

‘É diferente.’ Pavati tentou esclarecer para ela. ‘Enfim… você não entende isso e ele está se aproveitando. Quando esta confusão acabar, quero tirar satisfação com ele.’

Akame riu. ‘Você está parecendo minha mãe.’ Parou de rir e franziu a testa quando se deu conta do que tinha dito. Comprimiu os lábios de leve, sentindo-se sem graça. Logo sentiu novamente Pavati a abraçar apertado. Ficou em silêncio sem saber exatamente o que aquele gesto significava.

A ex-espiã se afastou ainda segurando-a pelos braços e sorrindo para Akame. Um sorriso bem diferente de qualquer outro que tinha lhe dado antes. Deu um demorado beijo no seu rosto e voltou a encará-la.

‘Logo que isso tudo passar, vamos marcar um almoço. Quero saber as intenções desse rapazinho com você. Conheço você desde que tinha menos de 10 anos. Ele tem que me dar explicações.’

‘Para você?’ Akame falou rindo ainda. ‘Não imaginava que me considerasse tanto…’

Pavati a fitou com o rosto sério. ‘Você é o que eu tenho mais próximo a uma família, Akame-chan. Talvez por isso cobrei tanto de você antes… e é justamente por isso que agora me dói demais saber pelo que está passando. Que Najenda me perdoe, mas ela vai ter que entender que agora, você tem como prioridade sua vida. Não mais este maldito país.’

Pavati voltou a abraçá-la com carinho, talvez nem ela mesma tinha noção de como se importava com a jovem assassina mas quando mentiram para ela informando que Akame tinha morrido no confronto contra Esdeath tinha sentido a mesma dor de quando teve sua família destruída. Tinha se apegado demais a jovem.

‘Está bem.’ Akame concordou por fim. ‘Vou falar com ele, está bem?’ 

‘Assim está melhor. E farei o bolo de carne para você.’

A jovem fechou os olhos ainda abraçada a Pavati. ‘Será maravilhoso.’

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‘Você está bem?’ Tatsumi ouviu aquela pergunta pela enésima vez de Leone. Resolveu apenas assentir com a cabeça, respondendo também pela enésima vez.

Chegava a ser irritante para ele perceber a preocupação da loira. Claramente se dependesse dela não estaria envolvido naquela missão. 

Akame se aproximou. ‘São apenas alguns guardas. Os dois alvos estão em reunião no segundo piso.’ Ela comentou apontando para uma janela com a luz acesa. ‘Estão com duas prostitutas.’

‘Precisamos saber onde estão os arquivos que Boss está querendo.’ Tatsumi comentou, tinha prestado bastante atenção quando leu as instruções de Najenda.

‘Será um problema se não estiverem no cofre.’ Akame ponderou. ‘Precisaremos verificar isso primeiro antes de atacar os alvos. Caso não esteja, precisaremos descobrir através deles onde está.’

‘Eu arranco isso deles rapidinho.’ Leone falou estalando os dedos. ‘Estou doida para dar uns socos em gente babaca como aqueles dois.’

‘Estava pensando em fazer uma operação limpa, mas acho que vamos ter que eliminar os guardas.’ Akame comentou. ‘São 12 no total. E tem 10 criados na casa. Algum deles pode reagir.’

‘Não são muitos.’ Tatsumi comentou.

‘Acha que consegue se controlar?’ Leone perguntou. ‘Consegue usar Incursio sem sair matando todo mundo?’

‘Ele consegue.’ Akame respondeu. ‘Vou estar ao lado dele. Se não conseguir, eu o paro.’

Tatsumi soltou um suspiro frustrado. Sem querer percebeu que as mãos tremiam. Balançou a mão esquerda com força para aliviar, quando sentiu a mão de Akame segurando a dele. Levantou o rosto e fitou a assassina.

‘Lembre-se do que eu falei.’ Ela falou séria e o viu assentindo.

‘Olhe para o alvo.’ 

‘Exatamente. Quem são seus alvos?’

‘Os guardas.’

‘Exatamente. Apenas eles.’

Tatsumi desviou os olhos dela e voltou a fitar a residência a frente. Akame havia conversado com ele sobre como deveria agir em relação a influência de Incursio, ou de Tyrant. Não era para deixar de matar como ele sempre pedia. Ele mataria mas quem deveria morrer era uma decisão dele e não de Tyrant.

A assassina de olhos vermelhos explicou que era assim que ela conseguia focar a mente quando ímpeto de matar tomava conta de sua mente. Ela matava, mas quem ela matava não era uma decisão aleatória ou influência por sua teigu e sim por quem ela considerasse seu alvo.

Leone ainda se mostrava incomodada com a instabilidade de Tatsumi, até porque tinha visto as marcas no pescoço de Akame, mas a morena convenceu a amiga de que Tatsumi precisava treinar seu autocontrole. As vezes ela achava que Akame era louca ou era mais viciada que ela em perigo.

‘Leone você vai para o segundo andar e neutraliza os alvos. Eu e Tatsumi cuidaremos dos guardas.’ Akame deu as instruções já que estava no comando da missão.

Os dois concordaram.

Tatsumi olhou para a espada de Incursio e apertou mais forte o cabo da arma. Não podia negar que estava com medo, mas tinha que enfrentar aquilo. Confiava em Akame e tinha certeza que ela saberia pará-lo. O problema era o preço disso. Ativou a teigu e sentiu seu corpo ser coberto pela armadura. 

Começou a ouvir a maldita voz do dragão pedindo para matar. Daria o que ele queria. Mataria todos aqueles idiotas.

Leone também ativou Leonel e diferente de Akame e Tatsumi que começaram a caminhar em direção a porta principal da construção foi pela lateral, esgueirando-se nas sombras para que entrasse pela lateral e pegasse os alvos de surpresa.

Akame estava atenta a Tatsumi, sabia que estava se arriscando, mas deixar o rapaz fora daquela missão só o deixaria mais frustrado. 

‘Vamos nessa, Akame.’ Tastumi falou já com a arma auxiliar de Incursio em sua mão direita. Ela assentiu também com a katana já desembainhada.

Assim que os guardas perceberam a aproximação do casal começaram a atacar.

Akame saltou para o lado afastando-se um pouco do rapaz. Abaixou-se para evitar de ser atingida pelo adversário, e girou o corpo chutando as pernas dele com força. O homem caiu no chão e teve o peito fincado pela ponta de sua katana. Akame foi precisa, sabia que sua arma não tinha o recurso de corrupção de Murasame, então tinha que atingir os adversário de forma a não sobreviverem. Atingiu o coração do soldado em cheio.

Levantou-se já se defendendo de outro ataque. As armas se chocaram com força duas vezes antes dela saltar para trás, afastando do segundo adversário. Percebeu a aproximação de um terceiro pela esquerda e outro que estava armado do lado oposto. Assim que este começou a atirar, desviou dos projéteis. O homem atirava enlouquecido de medo e não percebeu que  a jovem havia ido justamente em direção a um dos seus companheiros. Acertou o outro soldado com vários tiros. 

Akame contou os disparos. Estava sem munição agora. Aproximou-se dele que como um idiota continuava a apertar o gatilho. Foi degolado sem nem tentar se defender. A assassina percebeu que o primeiro que a enfrentou com a espada voltou a tentar atacá-la, era o mais forte e maior conhecimento em combate de espadas. Os estilos eram diferentes, mas os dois lutaram por alguns minutos até a assassina finalmente achou a brecha no ataque dele. Assim que ele abriu a guarda, ela acertou-o com um chute alto no rosto fazendo-o se desequilibrar, aproveitou aquele momento e deu uma joelhada nas costelas dele que se dobrou de dor. Por fim, atingiu-o com a espada no pescoço fazendo-o cair morto no chão.

Olhou em volta e viu que Tatsumi também já tinha eliminado com facilidade seus adversário. Arregalou os olhos, percebendo que ele seguia em direção de dois criados que tinham saído da residência, provavelmente por conta do ataque de Leone. 

O rapaz levantou Neutrone e na direção deles pronto para baixar a arma e retalha-los assim como fez com os adversário.

‘Não são seus alvos, Tatsumi!’ Ela gritou correndo na direção dele. 

Parou ao seu lado quando viu que o rapaz freou o ataque. 

‘Não são seus alvos.’ Ela repetiu devagar, segurando mais forte sua katana. Estava pronta para se colocar na frente dos dois rapazes para protegê-los se fosse necessário. 

Tatsumi abaixou a arma e ela desapareceu em seguida. Ainda tinha os olhos vermelhos nos dois rapazes que estavam se borrando de medo.

‘Caiam fora.’ Akame falou para eles e foi prontamente obedecida. 

‘Akame…’ Ouviu ele a chamando.

‘Sim… sou eu Tatsumi. Estou aqui… na sua frente.’ Ela falou parando a frente dele. Tinha a arma abaixada mas estava atenta a qualquer movimento dele.

Tatsumi ergueu o braço e Akame engoliu em seco quando as garras de Incursio passaram de leve na pele de seu rosto, arranhando-a de leve. Apertou mais forte ainda sua katana. Ele deu um passo a frente e a abraçou contra o corpo dele.

‘Akame.’ Ele repetiu.

‘Sim… sou eu, Tatsumi.’ Respondeu. Sabia que a mente dele deveria estar nublada naquele momento. Percebeu que Incursio continuava quente como na outra versão. Mas diferente do aspecto de armadura de antes, agora era como uma malha de aço que cobria o corpo dele. Apertada agora contra o corpo dele conseguia até mesmo sentir o peito do rapaz respirando. Era como se a armadura agora se tornasse uma segunda pele que cobria Tatsumi. 

Levantou o braço esquerdo, e tocou de leve as costas dele. Conseguia sentir os músculos do corpo do rapaz. Franziu a testa constatando isso. A Teigu estava realmente se tornando parte do corpo dele. Percebeu que sentia a respiração dele perto do seu pescoço. Merda! O processo de fusão estava mais adiantado do que ela poderia seguir imaginado. Não era só uma questão de corromper a alma do usuário. Tyrant queria o corpo de Tatsumi para renascer.

‘Desative Incursio.’ Ela pediu.

Ele a abraçou mais apertado e ela sentiu desconfortável. ‘É bom sentir você assim… O seu perfume… fica melhor…’

‘Está me machucando.’ Ela comentou e tentou se mexer mais não conseguiu. O braço direito estava preso pelo abraço de Tatsumi. Sentiu quando as mãos deles passaram pelas suas costas, arranhando. 

‘Você é tão quente.’ Ele comentou. 

‘Desative Incursio.’ Pediu mais uma vez, agora forçando sair do abraço de ferro, mas ele percebeu e a apertou fazendo-a trincar os dentes. ‘Tatsumi, está me machucando.’ Repetiu.

Ele deu um passo para trás finalmente a soltando, fazendo-a voltar a conseguir respirar novamente. Tatsumi colocou as mãos na cabeça e soltou um grito. Caiu de joelhos no chão.

Akame se aproximou abaixando-se a frente dele. ‘Tatsumi.’

‘Afaste-se de mim!’

‘Desative agora!’

‘Não consigo!’

‘Consegue sim!’

Ele gritou mais uma vez se encolhendo. Akame colocou as mãos nos seus ombros.

‘Vamos… fique calmo e desative. Você é tem o controle.’

Ainda precisou de alguns instantes para que Tatsumi conseguisse desativar sua teigu. Akame percebeu que o corpo dele tremia de dor. Tyrant tinha lutado bastante para se manter ligado ao rapaz. 

Ela o abraçou com carinho. Estava orgulhosa dele.  ‘Você conseguiu.’

‘Dói muito.’

‘Fique calmo e passará.’ Ela o orientou, ainda abraçada a ele. 

Akame levantou os olhos e viu Leone se aproximando com os papéis nas mãos. A missão tinha sido concluída com sucesso. Beijou com carinho a cabeça de Tatsumi que ainda estava em seus braços. Duplo sucesso.

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Tatsumi soltou um suspiro assim que terminou de arrumar a cozinha. Olhou para o salão da sede dos Night Raid e soltou um suspiro. Olhou para sua mão, abriu e fechou algumas vezes sentindo-a levemente dormente. Tinha voltado a sentir aquele formigamento algumas vezes. Caminhou até a janela e pelo reflexo do vidro reparou no seu rosto, mas especificamente no seu olho direito. Agora com a íris vermelho sangue e a pupila em forma de cruz, assim como a jóia que era cravada na espada de Incursio. 

Akame havia conversado com ele sobre a suspeita dela de que Tyrant gostaria de renascer através do corpo dele. Não era só uma questão de corrupção como Murasame. De alguma forma a assassina suspeitava de que Incursio estivesse de fundindo ao corpo dele e pediu para que ele não usasse mais a teigu. Disse que tinha lido sobre esta possibilidade em Rongo-Rongo. 

O estranho era que quando sentia-se envolvido pela armadura, além de sentir-se mais forte e rápido, sentia seus sentidos mais aguçados. Lembrava-se claramente de sentir a respiração e o calor da pele de Akame quando a abraçou. Balançou a cabeça forte. Ela tinha razão. Incursio estava de alguma forma querendo sobrepor sua consciência. Usar começava a se tornar perigoso. Sorte que a assassina de olhos vermelhos estava ao seu lado. 

Sorriu olhando para o segundo andar onde Akame tinha se recolhido um pouco antes. Eles tinham aberto uma garrafa de vinho, na verdade Leone tinha aberto várias mas os dois tomaram apenas uma taça.

Começou a caminhar em direção ao seu quarto. Na verdade, ao quarto dele e de Akame. Os dois tinham colocado já uma cama de casal para que ficassem juntos. Não tinham porque dormirem em quartos separados. Sorriu de lado e respirou fundo. Akame tinha ficado dois dias fora com Leone. Estava com saudades. Muitas saudades.

Entrou no quarto e franziu a testa vendo a jovem parada perto da janela com o lençol cobrindo seu corpo do pescoço para baixo.

‘Você está bem?’ Ele perguntou, estranhando. Não estava tão frio para a ela ficar entrouxada daquela forma. 

Akame se virou para ele e sorriu sem graça. ‘Estou bem, sim…’ Desviou os olhos e ele percebeu que ela encolheu os ombros. Tinha alguma coisa errada. 

‘Não parece bem.’ Falou caminhando até ela e colocando sua mão na testa da jovem afastando a franja negra. Não parecia com febre. Porém percebeu que ela estava usando perfume. Akame normalmente não usava perfume. ‘A temperatura parece normal.’ Ele sorriu para ela. ‘Você sempre foi mais quente que o normal.’

‘Ah… acho que sim… hum…’ Akame respondeu sem encará-lo.. 

‘Por que está coberta? Está tudo bem?’ Insistiu, intrigado. 

Akame soltou um suspiro e comprimiu os lábios de leve, mostrando-se tensa. Fitou-o rapidamente, desviando os olhos em seguida e finalmente deixou o lençol que a cobria cair no chão.

Tatsumi arregalou os olhos e deu alguns passos para trás. ‘Ai Caramba!’ Ele falou observando a jovem a sua frente vestida com uma lingerie rendada preta. Na verdade, o pacote completo: Meias 7/8, espartilho, cinta-liga, sutiã meia taça… nunca em sua vida imaginou vê-la vestida daquela forma. Correção: em seus sonhos sim… algumas vezes… muitas na verdade. Mas na vida real sabia que as roupas íntimas de Akame eram sempre simples, tops confortáveis e esportivos.

Ele abriu a boca para falar alguma coisa mas nada vinha a sua mente. Era simplesmente lindo demais vê-la vestida daquela forma. Era como se tivesse voltado a sonhar como antes. Algo irreal. Inatingível. 

Akame endireitou o corpo e observou ele sem graça. As bochechas estavam rubras o que a tornava mais ainda encantadora para o rapaz. ‘Leone…’ Ela começou a falar sem graça. ‘Leone me falou que você gosta… os homens acham bonito deste tipo de roupa.’ 

Tatsumi conseguiu apenas assentir com a cabeça.

A jovem assassina ainda tinha os ombros levemente encolhidos. ‘É um pouco desconfortável.’ Ela comentou. ‘Aperta um pouco.’ Mostrava-se incomodada principalmente com a calcinha fio dental. Foi obrigada a arrumar tentando fazê-la ficar menos desconfortável. No fundo não sabia como era possível as mulheres usarem aquele tipo de roupa.

Agora Tatsumi abriu um sorriso sacana e voltou a se aproximar dela, admirando-a. Levantou o braço e tirou os cabelos da jovem que estavam a frente do corpo para que pudesse admirá-la melhor. ‘É porque a intenção é justamente tirar.’

Akame levantou o olhar para ele e desviou em seguida. ‘Ainda bem.’ Falou com sinceridade.

Tatsumi inclinou o corpo beijando-a no pescoço e fazendo-a abrir um sorriso molinho. ‘Está linda demais, Akame…’ falou ao ouvido dela antes de morder de leve o nódulo da sua orelha. ‘E o que mais Leone andou conversando com você?’

Akame fechou os olhos apreciando o carinho dele. ‘Hum… me explicou algumas coisas…’

‘Mesmo?’ Já tinha ideia da conversa constrangedora que as duas devem ter tido para que Akame concordasse em estar vestida com aquela lingerie, mesmo mostrando-se encabulada.

Akame tocou no peito dele e afastou-se,  fitando-o com intensidade. Tatsumi não entendia o que se passava na cabeça dela, mas sabia que ela estava decidida ou tentando se decidir em algo e isso no fundo deixava-o inseguro, principalmente depois do episódio do descontrole dele. Sentiu ela empurrando-o, obrigando-o a dar alguns passos para trás até que batesse no móvel mais perto onde normalmente eles deixavam as armas e fazendo-as tilidar. Ela ficou na ponta dos pés descalços para poder beijá-lo na boca. 

Tatsumi não se fez de rogado. Envolveu a cintura da jovem apertando-a contra o seu corpo. Sentia na ponta dos seus dedos a renda macia que cobria o corpo dela. Desceu tocando uma das nádegas descoberta pela calcinha fio dental que ela usava. Droga, estava louco para transar com ela. Apertou com vontade.

Sentiu quando Akame começou a levantar sua camisa e a ajudou a se livrar da peça de roupa, passando-a pela cabeça e a jogando no chão. Voltou a beijá-la com paixão. Logo sentiu quando Akame começou a beijá-lo no rosto, pelo queixo e descendo até seu pescoço. Sorriu de lado apreciando o carinho dela, mas abriu os olhos arregalando-os de leve, quando sentiu a pequena mão da jovem descendo pelo seu abdômen até tocar seu membro já ereto por conta das carícias que trocavam e pela roupa sensual que ela usava. Ela nunca foi ousada daquela forma. Trincou os dentes sentindo a mão dela tocando-o de forma atrevida.

A morena se afastou novamente e o fitou de forma profunda. Ele engoliu em seco, parecia o mesmo olhar quando ela estava decidida a algo ou a entrar numa luta. 

‘Se doer você me avisa, está bem?’

‘Doer?’ Ele perguntou arregalando mais ainda os olhos. ‘Está me assustando, Akame.’

‘Prestei muita atenção no que Leone falou. Acho que consigo fazer direito.’

‘Fa-Fazer… o quê?’ Ele perguntou olhando-a desconfiado. 

Ela não respondeu, voltou a se inclinar beijando-o no pescoço e tocando-o. Deu alguns beijinhos delicados, quase um roçar de lábios pelo peito dele descendo pelo abdômen bem definido do rapaz.

Tatsumi prendeu a respiração quando ela começou a baixar suas calças e se ajoelhou a sua frente. Foi obrigado a se apoiar no móvel atrás de si e se segurar na beirada com as mãos para não cair. Gemeu mais alto fechando os olhos e jogando a cabeça para trás quando sentiu os lábios de Akame.

Qual era o nome daquela bebida que Leone e Lubba adoravam mesmo? Compraria uma garrafa para loira na primeira oportunidade. Abaixou os olhos vendo Akame e trincando os dentes tentando não gritar de tanto prazer. Merda! Encheria a dispensa inteira com aquela bebida para Leone. Ela definitivamente merecia.

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Leone saiu do banho e caminhava pelo corredor quando passou pela porta do quarto do casalzinho, como ela gostava agora de chamar os dois. Arregalou os olhos ouvindo os gemidos de Tatsumi. 

Aproximou-se esticando o pescoço, para ouvir melhor. Abafou uma gargalhada, cobrindo a boca com a mão e voltou a caminhar em direção ao seu quarto.

Sorriu sabendo que a amiga tinha prestado bastante atenção nas instruções dela em como agir com um homem. Foi um pouco difícil no começo pois Akame não conseguia entender indiretas fazendo a loira perder a paciência algumas vezes, mas se fosse diferente não seria Akame. 

Ouviu um grito de Tatsumi que estava muito longe de ser de dor e riu.

‘Boa menina.’ Ela falou satisfeita com sua aluna, pelo jeito Akame estava conseguindo colocar em prática tudo que aprendeu direitinho.

Entrou no quarto e se deixou cair na cama.  Soltou um resmungo por estar sozinha enquanto aqueles dois estavam se divertindo. Realmente era uma pena eles não deixarem ela participar, mas nada que ela, mesmo sozinha, também não conseguisse se divertir um pouquinho, pensou sorrindo de lado.

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Leone caminhava devagar pelo salão principal da sede dos Night Raids. Por mais que tentasse não pensar nas lembranças dos antigos companheiros, voltar a viver ali fazia com que as memórias traíssem sua resolução de não ficar triste com a ausência deles.

Espreguiçou-se de forma de demorada, esticando as costas. Pensou em abrir mais uma das garrafas que Tatsumi havia pedido para ela comprar na última vez que foi a Capital. O rapaz tinha lhe dado uma quantidade enorme em dinheiro solicitando a estranha encomenda a alguma semanas atrás. Estranhou o pedido já que sabia que ele não era muito de bebida mas já que ele tinha pedido, quem era ela para dar sermão em alguém por gastar dinheiro com uma boa bebida. Surpreendeu-se ainda mais quando voltou com a encomenda e o rapaz informou que era um presente para ela. Novamente, não entendeu, mas não se fez de rogada. Não era de recusar presentes. 

Pelo jeito o rapaz parecia que tinha superado aquele episódio de descontrole. Ainda se mostrava preocupado mas pelo menos não tinha sempre aquele olhar triste no rosto. Isso era bom. Pensamentos negativos atraiam negatividade. E por falar em negatividade… seu olhos focaram o Rongo-Rongo que estava em cima da mesa da sala. Não gostava daquele livro. A capa dele com pele humana e aquela boca cheia de dentes lhe causava calafrios. 

Caminhou devagar até o objeto sem desviar os olhos. Akame estava estudando ele quase todos os dias. Não adiantava ela olhar para as páginas pois só conseguia vê-las amareladas sem nada escrito ou desenhado. 

Akame tinha dito que havia achado algumas coisas interessantes. Desviou os olhos para um caderno de anotações onde a amiga havia rabiscado algumas palavras. Pegou o caderno e leu: Pedra Filosofal, Amestris, alquimia, Xing, alkahestría, Hohenheim… 

Franziu a testa batendo de leve o caderno nas mãos. Não estava gostando disso. Amestris e Xing eram países além mar do Império. Já tinha ouvido falar deles. O que Akame tinha achado de interessante para anotar aquilo? 

Voltou a fitar Rongo-Rongo. Definitivamente não gostava daquele livro. Quando Akame ficava debruçada em cima dele, folheando-o percebia que a energia da amiga diminuía, mas sabia que aquilo era a melhor fonte para eles acharem uma solução para a corrupção de Murasame como também para frearem a influência de Incursio em Tatsumi. Soltou um suspiro, não tinha como ajudar a morena naquela tarefa. A teigu apenas se mostrava para seu usuário então para ela, aquele objeto feioso era apenas um objeto feioso. 

Ouviu um barulho vindo por trás e observou Tatsumi parando na porta.

‘Consegui caçar o jantar, nee-san.’ Ele falou animado. ‘Acho que você e Akame vão gostar. Vou prepará-lo daqui a pouco.’

‘Você estava caçando?’ Leone perguntou franzindo a testa. 

Tatsumi estranhou a pergunta idiota. Leone não era disso. ‘Exatamente. Passei a tarde fora. Não foi fácil achar um jackaleo.’

Leone desviou os olhos dele e voltou-se para a escada que levava para o segundo andar. ‘Pensei que estava com Akame na sala de banhos.’ Ela comentou e começou a caminhar em direção ao segundo piso.

‘Por que achou isso?’ Perguntou acompanhando-a. ‘Ah sim! Você agora acha que eu e ela só ficamos de sacanagem.’

Leone não respondeu a provocação, apenas apressou o passo subindo parando a frente da porta da sala de banhos. Bateu com força. ‘Akame.’ Chamou a amiga e estranho não ter resposta. 

‘Que merda está acontecendo?’

‘Ela está a tempo demais. Por isso pensei que estivessem juntos.’ Leone clarificou.

Tatsumi empurrou ela de leve e praticamente socou a porta. ‘Akame! Está tudo bem?’

Não obtiveram resposta. Observaram que o vapor saía ainda por baixo da porta.

‘Merda.’ Ele soltou, dando um passo para trás. ‘Se afasta, Nee-san.’

Leone arregalou os olhos. ‘O que vai fazer?’

Agora quem não respondeu foi ele. O rapaz literalmente deu um chute na porta finalmente conseguindo abri-la. A porta bateu com força na parede fazendo um estrondo. 

‘Akame.’ Ele a chamou novamente entrando na sala de banho e tentando focar a visão com o nevoeiro provocado pelo vapor d’água. Abaixou os olhos e encontrou Akame caída no chão, encolhida. Foi até ela sentindo o coração apertado. Constatou que ela estava ainda inconsciente. As marcas de Murasame estavam fortes pelo corpo dela. Percebeu que quando a pegou nos braços, ela tremeu como se estivesse com dor. ‘Hei… o que há com você?’ Perguntou afastando os cabelos do rosto da jovem para poder vê-la. Estava pálida. Os lábios normalmente com o tom forte vermelho estava num rosa fraco. 

Tatsumi engoliu em seco e voltou-se para Leone. ‘O que ela tem?’

A loira estava com o semblante tenso. ‘Traga-a para o quarto.’

Ele a suspendeu nos braços e novamente perceber ela tremer. Estava começando a ficar mais assustado. Carregou-a até o quarto depositando-a na cama com delicadeza, Akame voltou a se encolher.

Tatsumi sentou ao lado dela e a abraçou, afagando de leve a cabeça dela. Olhou para Leone que mantinha o rosto sério. ‘O que acha nee-san? Você é bem mais esperta do que eu para ter uma ideia do que está acontecendo com ela?’ Foi objetivo. Precisava saber o que estava acontecendo com Akame e Leone mais que ninguém conhecia a jovem assassina. 

A loira soltou um suspiro e cruzou os braços sobre o peito apertando de leve as mãos. Ela sempre fazia isso quando estava nervosa. ‘Akame está ainda se recuperando da trump card de Murasame e agora está usando outra teigu que é Rongo-Rongo.  Deve estar sendo muito para ela. No final, é como se ela estivesse usando duas teigus.’

Tatsumi franziu a testa. ‘Mas isso é possível? Usar duas teigus ao mesmo tempo?’

‘Em teoria, não. Mas na prática é outra coisa. Teoricamente Murasame foi destruída, não?’

O rapaz concordou. ‘Então porque as marcas no corpo dela não desaparecem?’ Ele abaixou o rosto, observando e constatando que elas estavam mais nítidas agora. ‘Estão mais fortes.’ Franziu a testa e passou o dedo de leve na marca vermelha abaixo do ombro de Akame e arregalou os olhos ao perceber que ela se encolheu mais. ‘É como se estivessem doendo…’

‘Queimando.’ Leone clarificou. ‘Akame não falou nada contigo sobre isso?’

Ele negou com um gesto. Franziu o cenho pensativo. ‘Reparei que ela anda mais cansada. Ela tem ficado muitas horas estudando aquele livro esquisito.’

‘Ela fica tempo demais sobre aquele livro.’ A loira falou com o mesmo tom chateado que Tatsumi. ‘Eu realmente não sei o que podemos fazer…’

‘Merda… Estava tão preocupado em não perder o controle que não percebi o que estava acontecendo com Akame.’ Falou fechando os olhos de forma dolorida. No final, Akame era quem sempre se colocava em perigo para tentar ajudar os outros. Principalmente ele e Kurome. 

‘Culpar-se não vai resolver o problema, Tatsumi.’ Leone o recriminou. ‘Akame nunca contou suas dores para ninguém.’

‘Ela deveria contar para mim. Pedi que não me escondesse nada.’

‘Talvez nem ela saiba o que está acontecendo com ela mesma. Além disso, você andava com tanto medo e remorso do que aconteceu na primeira missão que provavelmente Akame ponderou que não estava pronto para ajudá-la.’

‘Merda.’ Ele soltou novamente sentindo-se frustrado. ‘Você tem razão, nee-san.’ Concluiu olhando para o rosto da mulher que amava deitada tentando vencer seus próprios demônios. ‘Que tipo de homem sou eu que deixo a mulher que amo enfrentando sozinha suas dores enquanto choramingo pelas minhas.’

Leone franziu a testa observando o rapaz, pelo jeito entendeu exatamente a situação. 

‘Não sou um moleque.’ Levantou o rosto e encarou a loira decidido e até mesmo assustando-a. O olho vermelho direito do rapaz brilhava. ‘Akame é minha mulher, não vou deixá-la sozinha. Nunca mais.’

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Akame sentiu o vento bater de leve nos seu rosto. Não conseguia abrir os olhos, ainda sentia o corpo dolorido, mas pelo menos não sentia mais suas marcas queimarem daquela forma enlouquecedora.  Respirou fundo e soltou o ar devagar. Abriu os olhos, piscando algumas vezes para focar melhor a visão. Levantou a mão passando no rosto e apertando um pouco os olhos. Tentou abri-los novamente. Estava noite. A iluminação do quarto era a luz do abajur aceso ao lado da cama.  A janela estava aberta, e as cortinas leves estavam voando devido ao vento fresco que passava por elas. 

Tentou se levantar mas ainda sentiu o corpo fraco. Trincou os dentes irritada pela perda dos sentidos e por aquela súbita fraqueza.

‘Está na hora de me contar o que está acontecendo, não acha?’ Ouviu a voz de Tatsumi e virou-se para o outro lado. 

O rapaz a fitava sério. Estava sentado numa cadeira perto da cama deles. Ela desviou os olhos. 

‘Não está acontecendo nada de importante.’ Tentou minimizar e ouviu o barulho da cadeira sendo arrastada e logo depois ela cair no chão com força. 

‘Para de me esconder as coisas.’ Ele falou entre os dentes. Estava com vontade de gritar mas não queria. ‘Você acha ainda que eu sou incapaz de ajudar você? Você realmente acha que… enfim…’ Ele passou a mão pelos cabelos, tentava controlar a irritabilidade, voltou a fitá-la. ‘Você continua me achando tão incapaz desta forma, Akame?’

‘Não!’ Ela gritou. Levantou-se ignorando qualquer dor no corpo e se aproximando dele de joelhos na cama. ‘Não é isso!’ Não era isso que ela pensava dele. Nunca.

‘Então o quê é?!’ 

Ela encolheu os ombros. ‘Eu apenas não queria preocupar você…’ 

‘E que tipo de homem você acha que eu, porra?’

‘Você estava com tanto medo…’

‘Sim! E estou! Com medo de enlouquecer! Com medo de machucar você! Eu sei os meus medos e estou tentando enfrentá-los com a sua ajuda… porque não me deixa fazer o mesmo por você?’

Akame sentou-se sobre os calcanhares. Colocou as mãos em suas coxas e ainda tinha os olhos baixos. ‘Tem razão… eu deveria ter contado para você. Eu achei que conseguiria enfrentar sozinha.’

‘Não foi este o conselho que você me deu.’ Ele rebateu, ácido.

Ela sentiu o tom. ‘Eu sei…’ Soltou um suspiro. ‘Achei que conseguiria…’

‘No fundo, você continua se cobrando mais que todos, Akame. Por que não pára com isso?’

Ela franziu a testa. ‘Não é bem assim.’

‘É exatamente assim.’ Rebateu e se sentou na cama a frente dela. ‘É maravilhoso transar com você, Akame. Mas sinceramente, não é assim que eu gostaria que você me visse.’ Falou tocando de leve no seu peito. ‘Quero muito mais que isso. Quero ser seu parceiro para a vida. Quero sempre estar ao seu lado e não apenas deitado ao seu lado.’

Ela assentiu. Ele tinha razão. No final, ela tomava as decisões sozinha. Ponderava todas as suas alternativas e tomava a decisão que achava correta ou com maiores chances de sucesso. Não considerava conversar ou discutir as possibilidades com outra pessoa. Ela havia pedido para que ele aceitasse a ajuda dela, mas ela não havia cogitado pedir ajuda a ele. 

‘Me desculpe.’ Falou com um fio de voz. 

Tatsumi estendeu o braço para poder tirar uma mexa do cabelo dela do rosto, colocando-a atrás da orelha. Sorriu de leve, suavizando o semblante. 

‘Agora me conte o que está acontecendo com você.’ Voltou ao início de toda a conversa.

E desta vez, Akame contou. Contou sobre as dores, sobre as queimação das marcas de Murasame. Sobre a fraqueza que sentia logo após usar Rongo-Rongo. Contou sobre o que havia lido no livro e sobre a possibilidade deles encontrarem uma cura através de uma tal Pedra Filosofal que era criada a partir de Alquimia no Estado Militar de Amestris que ficava além mar do Império ou talvez poderiam tentar ainda a técnica de Alakahestría, que os habitantes do país de Xing usavam para curar feridas tanto físicas quanto de suas almas. Xing era um país também além mar, que fazia fronteira com Ametris através de uma faixa larga de deserto. 

Tatsumi ouviu tudo com atenção, sem interrompê-la. Pensou que não saberia dizer se era possível ou não o que ela falou pois ele mesmo era ignorante em geografia. Sua vida a um ano atrás se limitava a uma vila no interior do Império. Não saberia dizer sobre os países além daquele que viviam. 

‘Foi tudo que encontrou naquele maldito livro?’ Perguntou por fim e ela confirmou com a cabeça. ‘E você acha que é confiável?’

‘Eu quero acreditar que sim.’ Respondeu com sinceridade. ‘Acho que talvez a tal técnica do país de Xing pode ajudar Kurome a superar as sequelas das drogas e também…’ Olhou para os braços, agora as marcas estavam claras mas ela se perguntava por quanto tempo até a próxima crise. ‘E também para as queimaduras de Murasame.’

‘Os dois países são além mar. Precisaremos de um navio para chegar neles… e bem…’ Ele encolheu os ombros de leve. ‘Conhecemos um bom marinheiro, não?’

‘Wave!’ Akame respondeu. Tinha esquecido completamente que o rapaz era um marinheiro. ‘Acha que ele concordaria em nos levar de forma discreta, sem chamar a atenção dos militares?’

‘É a nossa melhor opção. Além disso, se ele vislumbrar uma possibilidade de recuperar a saúde de sua irmã, ele não pensará duas vezes.’

Akame concordou.

‘Precisaremos de um navio pequeno para não chamar atenção mas com o tamanho suficiente para atravessar a faixa de água que liga os dois países. Rongo-Rongo lhe deu uma ideia de distância?’

‘Não me preocupei em ver isso, mas posso…’

‘Não!’ Ele a cortou. ‘Não tem porque você usar a teigu para obter esta informação. É arriscado você usar Rongo-Rongo. Vamos consultá-lo apenas quando não tivemos nenhuma outra alternativa, certo?’ Akame concordou, ponderando que era o melhor realmente. ‘Wave com certeza sabe e poderá inclusive decidir pelo melhor tamanho de navio para que possamos usar para a travessia.’

Tatsumi ficou um tempo em silêncio pensando nas possibilidades, voltou-se para Akame decidido. ‘Precisamos avisar Boss sobre nossa resolução. Ela terá que entender que agora precisamos achar uma cura para nossas feridas. Voltaremos assim que for possível para ajudá-la.’

‘Pavati me disse o mesmo.’ Akame comentou e Tatsumi ergueu uma sobrancelha incrédulo. 

‘Aquela mulher cobra demais de você.’ Falou sem esconder o ressentimento que tinha dela.

‘Ela é dura, mas tem bom coração e eu sei que se preocupa comigo… além disso, ela sempre me ajudou.’

‘Está bem…’ Falou por fim, mas sem ser convencido por ela. ‘Vou mandar uma mensagem para Wave por Leone. Vamos tentar agilizar o quanto antes a viagem para este lugares.’ 

Akame sorriu e concordou. ‘Você tem razão…’ Ela falou por fim fazendo-o levantar o rosto para fitá-la. ‘É mais fácil realmente resolver as coisas juntos, né?’ Ela soltou um suspiro longo. ‘Além de se sentir bem mais leve.’

‘Acho que sim.’ Ele respondeu sorrindo. ‘Vamos resolver tudo, Akame. Vamos conseguir vencer todos os nossos demônios juntos.’

‘Sim… vamos.’

Ele se aproximou e deu um beijo estalado nos lábios. ‘Não me esconda mais nada, Akame.’

‘Não farei mais isso.’

Tatsumi assentiu. ‘Assim espero.’

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Leone caminhou cambaleando em direção ao guarda corpo do navio. Colocou uma das mãos na boca tentando se controlar para não vomitar. Inferno! Abaixou-se sentando encostada no guarda corpo a bombordo do navio.

Run se aproximou dela devagar. O sorriso era irônico.

‘Realmente Gatos não gostam de água, não é?’

Leone estreitou os olhos nele. ‘Não sei o porquê de você ter vindo?’

‘Foi um pedido da general Najenda.’ Ele clarificou mais uma vez para ela. ‘Um grupo peculiar como este viajando em direção ao país vizinho de uma nova república havia necessidade de alguém diplomático para evitar problemas para o novo país.’

‘Blá, blá blá.’ Ela retrucou. ‘Você veio para ficar atrás do marinheiro.’  Ergueu uma sobrancelha. ‘Acha que me engana?’

‘Ah! E você veio por que mesmo?’ Ele rebateu.

‘Para ficar de olho no meu casalzinho.  Não confio ainda em vocês. Não deixaria Tatsumi e Akame à mercê de Jaegers.’

‘Sei.’ Run falou desviando os olhos dela e voltando-se para trás onde conseguia ver Wave conduzindo a embarcação.  ‘Ele está muito feliz em voltar para o mar. Não foi a toa que assim que recebeu a mensagem de Tatsumi aceitou de imediato e agilizou tudo.’

Leone também observava o rapaz. Ao lado dele estava Kurome. O rapaz explicava alguma coisa para ela e via se claramente que a jovem não estava acompanhando a explicação. Assim como a loira, Kurome não se sentia muito à vontade no balanço do mar, mas se controlava bem mais que ela sabendo que Wave estava muito feliz.

‘Achei que ele estava feliz por terem conseguido achar uma possível solução para Kurome.’ Leone rebateu.

Run meneou a cabeça. ‘Também. Wave iria até o inferno por Kurome-chan. Calhou de ser de uma maneira que ele pudesse voltar para o mar. Mas isso é por pouco tempo, logo chegaremos às margens de Xing e a coisa pode ser complicar.’

‘Ah! E é aí que você vai entrar com a sua diplomacia?’

‘Talvez. Se for preciso, com certeza. Mas acho que o melhor é tentarmos ser o mais discretos possíveis. Nosso grupo é formado por um ex-soldado completamente ingênuo, uma ex-drogada em recuperação, um assassino que está perdendo o controle com um olho de cada cor, uma assassina com marcas estranhas por conta uma maldição, uma mulher leoa que se veste de forma obscena para chamar a atenção...’ Ele balançou a cabeça de leve. ‘Teremos muitos problemas se formos descobertos.’

‘Forma obscena?’ Leone repetiu erguendo uma sobrancelha. ‘Ah esqueceu de incluir um metido que acha que só porque a teigu possui asas angelicais é o mensageiro dos céus... interessante é saber que você realmente roubou a teigu da usuária anterior, não foi?’

Ele franziu a testa encarando-a. Não gostou da colocação. ‘Mastena me aceitou como usuário.’

‘Mas você roubou, não?’

‘Obtive.’ Run tentou corrigir.

Leone soltou uma gargalhada irônica. ‘Não sabia que sinônimo de roubar era obter. Você realmente é muito diplomático em suas colocações.’

‘Por isso que estou aqui, minha cara. Para evitar que vocês entrem em confusão e possam de alguma forma prejudicar a república que Najenda-sama está lutando para formar.’

Leone rodou os olhos.

‘Além disso, temos um problema muito maior do que nossa implicância mútua.’ Ele falou com o rosto sério. ‘Não sabemos exatamente pelo que estamos procurando, não é?’

A loira confirmou com um gesto e voltou a seriedade do assunto. ‘Rongo-Rongo é uma teigu complicada. Ela não está dando as informações completas para Akame. Isso me preocupa.’

Run concordou. ‘Isso é um risco.’ Soltou um suspiro. ‘Andei estudando o pouco material que tinha disponível sobre a alquimia de Amestris e Xing. Eles usam os mesmo princípio militar que o primeiro Imperador para a criação das teigus.’

‘Humph… a probabilidade deles acharem que estamos atrás de segredos militares é grande?’

‘Exatamente.’

‘Isso é um inconveniente. Realmente tem razão em sugerir que façamos esta empreitada nos países estrangeiros de forma discreta.’

‘Seria excelente se começasse a usar roupas mais adequadas. Evitaria que chamasse tanta atenção’

Leone sorriu de forma travessa. ‘Você acha que eu realmente chame muito atenção, Professorzinho?’ Falou de forma dengosa, levantando-se e se aproximando dele.

Run estreitou os olhos. ‘Não gosto que me chame assim.’

‘Por que?’ A voz era lasciva. 

‘Porque eu sei que é de forma pejorativa.’

‘Ah! Então se importa sobre o que eu pense de você?’

‘Estou pensando no melhor para o grupo.’

A loira inclinou a cabeça de leve. Tinha o rosto mais safado do mundo observando o rapaz a sua frente que estava com os braços cruzados na postura defensiva. Ela rodou em volta dele, analisando-o clinicamente. O enjoo e mal estar já esquecidos já que tinha algo muito mais interessante para fazer agora. Leone não prestava mesmo.

‘Você não faz o meu tipo.’ Concluiu dando de ombros e se debruçando no guarda-corpo a frente dele.

Run ergueu uma sobrancelha. ‘E nem você o meu.’

Ela riu. ‘Tenho certeza de que não. Você prefere morenos e não loiras maravilhosas como eu.’

‘Você realmente é muito pretensiosa, não?’

‘Sou realistas, professorzinho.’

Run respirou fundo e soltou o ar devagar. ‘Arrumarei algo para você se vestir de forma mais adequada. Assim evitaremos problemas.’ Tentou ser objetivo.

‘E você vai me obrigar a vestir?’

Ele deu um passo à frente a encarando sério. ‘Se for obrigado a fazer isso, pode ter certeza que sim.’

‘Ah! E vai arrancar minha roupa e me vestir de freira?!’

‘Não duvide.’

‘Hum… Comecei a gostar.’

‘Você… você não existe.’ Ele falou por fim, afastando-se dela. 

Leona soltou uma gargalhada gostosa. Estava gostando a brincadeira de irritá-lo, a viagem começava a se tornar mais interessante, não só pelo perigo que sempre a atraiu como também pela diversão. 

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Akame observava o mar a sua frente. Era imenso. Parecia infinito. Sorriu abertamente vendo as águas brilhando a sua frente. O céu estava azul claro, o sol forte fazendo as aves marinhas voarem de um lado para o outro. Segurou-se no mastro na proa do navio e se inclinou a frente vendo a embarcação bater nas águas e produzir a espuma branca. Novamente levantou o rosto contemplando aquela imensidão. 

Sempre havia sonhado em viajar além mar. Desde pequena, tinha este sonho, e realizá-lo agora parecia milagre.

You got me with my back up against the wall

Você me pegou com as costas contra a parede

I try to walk away but I begin to fall

Eu tento ir embora, mas eu começo a cair

Push me to the edge of eternity

Empurre-me para a beira da eternidade

Out here on my own for the world to see

Aqui fora por conta própria para o mundo ver

And maybe this is it, maybe I'm afraid

E talvez seja isso, talvez eu esteja com medo

But I'm okay

Mas, eu estou bem

Percebeu quando Tatsumi parou ao seu lado também observando o mar. Virou-se para ele, sem fechar o sorriso. Na verdade, estar ao lado dele realizando aquele sonho tornava tudo mais especial ainda.

‘É enorme, não?’ Ele falou impressionado. Forçou a vista. ‘Não consigo ver o final nem com o meu olho direito.’

‘Sim!’ Ela respondeu sem esconder a euforia. Voltou a fitar o mar a sua frente sorrindo. O vento batia com força no seu rosto dando uma sensação tão maravilhosa de liberdade. Ela fechou os olhos apreciando aquilo. Respirou fundo sentindo o cheiro de maresia. Era o cheiro de liberdade.

Tatsumi acompanhou os movimentos dela, sorrindo de leve. Nunca pensou em vê-la tão feliz daquela forma. Estavam indo para o desconhecido, provavelmente enfrentariam problemas e perigos que nem imaginavam. Não sabiam exatamente o que procuravam em terras estrangeiras, mas parecia que nada daquilo importava para Akame naquele momento. 

I won't break, I'll never blister

Eu não vou ceder, eu nunca vou quebrar

You forget we're just the same

Você se esquece de que somos apenas o mesmo

And I know the better days are on their way

E eu sei que dias melhores estão a caminho

I was blind and you were broken

Eu estava cego e você estava quebrado

Now I can see the end of me

Agora, eu posso ver o fim de mim

And I will fight tonight to get up off my knees

E eu vou lutar hoje à noite para se levantar meus joelhos

With every part of me (oh oh oh)

Com cada parte de mim (oh oh oh)

With every part of me (oh oh oh)

Com cada parte de mim (oh oh oh)

With every part of me

Com cada parte de mim

Ela abriu os olhos como se percebesse que Tatsumi estava a observando. 

‘Estou muito feliz por estar aqui com você.’ Virou-se para trás observando rapidamente Kurome e Wave na direção da navegação. Depois Leone e Run que pareciam discutir. Voltou-se para Tatsumi. ‘Com todos vocês.’

‘Que bom.’ Ele respondeu. ‘Não sabia que gostava de navegação. Acho que isso você e Wave tem em comum.’

Ela assentiu. ‘Além de amarmos Kurome.’

‘Exatamente.’

‘Isso é bom. Ele é um bom homem. Fará Kurome feliz e isso é o que importa. Tivemos um começo difícil, mas quem sabe agora não teremos oportunidade para acertar as coisas entre nós.’ Ela falou encolhendo os ombros de leve.

‘Seria muito bom.’ Ele concordou. ‘Vocês pretencem à mesma família agora que ele é casado com sua irmã mais nova.’

Akame inclinou a cabeça de leve fechando o sorriso e observando Tatsumi. Lembrou-se da sua conversa com Pavati. Não queria casar com ele, na verdade, nunca pensou nisso antes. Mas não pode negar que realmente estava se sentindo melhor dividindo com ele o que se passava com ela. 

A dois dias quando ela novamente sentiu as marcas de Murasame queimando-lhe a pele não se trancou no banheiro dentro da banheira para tentar minimizar em vão a dor. Disse a ele o que estava acontecendo. Durante toda o período de dor, ele ficou ao lado dela, segurando sua mão e em silêncio. E diferente das outras vezes, a crise durou muito menos tempo e não foi tão dolorido. Ela sabia que era porque ele estava ao seu lado. 

Naquele momento ela entendeu o que ele quis dizer com querer ficar ao lado dela. Ainda era difícil para Akame aceitar isso, mas não pode negar que fora bom. Reconfortante saber que não estava sozinha enfrentando algo. 

You left me in the dark where I couldn't see

Você me deixou no escuro, onde eu não podia ver

Forced to be the person that I couldn't be

Forçado a ser a pessoa que eu não poderia ser

Out here in this world of uncertainty

Aqui neste mundo de incertezas

You used to my piece in my harmony

Você usou a minha peça, na minha harmonia

Maybe this is it, but I'm not afraid

Talvez seja isso, mas eu não tenho medo

I'm okay

Estou bem

‘O que foi?’ Ele perguntou reparando que ela estava observando-o.

‘Estava pensando que sou casada com você, não é?’

Tatsumi arregalou os olhos de leve com a colocação dela, direta como sempre. Encolheu os ombros de leve. ‘Você poderia pelo menos deixar eu fazer o pedido direito, não?’

‘Pedido?’ Ela não entendeu. ‘Mas você pediu para ficar ao meu lado, não é o mesmo?’ Ela soltou um suspiro. ‘Não entendo isso…’

Tatsumi sorriu e se aproximou dela, abraçando-a pela cintura e puxando-a. Akame sentiu o rosto esquentar, sabendo que estavam a vista de todos. 

‘Você tem razão. Você é minha mulher. É quem eu quero que esteja sempre ao meu lado.’ Abaixou o rosto ficando a milímetros do dela.

Akame se encolheu envergonhada, sabendo que tanto Kurome quando Leone estavam observando-os. Tatsumi riu observando o rosto rubro dela. Levantou o rosto e deu um beijo demorado na sua testa. 

I won't break, I'll never blister

Eu não vou ceder, eu nunca vou quebrar

You forget we're just the same

Você se esquece de que somos apenas o mesmo

And I know the better days are on their way

E eu sei que dias melhores estão a caminho

I was blind and you were broken

Eu estava cego e você estava quebrado

Now I can see the end of me

Agora, eu posso ver o fim de mim

And I will fight tonight to get up off my knees

E eu vou lutar hoje à noite para se levantar meus joelhos

With every part of me

Com cada parte de mim

‘Vamos achar a cura dos nossos males, Akame. E quando voltar vamos formar a nossa família.’

Ela sorriu. ‘Sim… vamos conseguir.’

‘Se estivermos juntos, com certeza.’

‘Sempre… sempre estaremos juntos, Tatsumi.’

O rapaz concordou sorrindo. ‘Sempre, Akame.’

 

The weight of this world won't last forever

O peso do mundo não vai durar para sempre

And every piece of me you will remember

E cada pedaço de mim você vai se lembrar

You will remember

Você vai se lembrar

You will remember

Você vai se lembrar


 

I won't break, I'll never blister

Eu não vou ceder, eu nunca vou quebrar

You forget we're just the same

Você se esquece de que somos apenas o mesmo

And I know the better days are on their way

E eu sei que dias melhores estão a caminho

I was blind and you were broken

Eu estava cego e você estava quebrado

Now I can see the end of me

Agora, eu posso ver o fim de mim

And I will fight tonight to get up off my knees

E eu vou lutar hoje à noite para se levantar meus joelhos

With every part of me

Com cada parte de mim

With every part of me

Com cada parte de mim

With every part of me

Com cada parte de mim

With every part of me

Com cada parte de mim

With every part of me

Com cada parte de mim

 


Notas Finais


Finalmente acabei a história. Ou pelo menos consegui alcançar o ponto que eu gostaria que é o paralelo ao final do mangá.
Vou ser sincera que realmente não está nos planos continuar. Eu tenho algumas idéias e tal mas não sei se terei tempo para colocá-la no papel. Também preciso finalizar outras histórias que eu prometi.
Bem... seria bem legal se você que chegou a ler até este ponto deixasse aí um comentário sobre o que achou da história. Sempre é legal saber o que o leitor acha: pontos positivos e negativos... estas coisas...
Enfim... como está na descrição da história o shipp é mesmo Tatsumi e Akame. Eu sempre os vi como um casal e um casal muito bonito por conta da cumplicidade dos dois. Tatsumi trouxe leveza para a vida de Akame e Akame trouxe seriedade para a vida dele. Acho que os dois formam um casal tão lindo... não me conformei de não ser oficial isso... mas está aí como eu gostaria que a história tivesse se encaminhado.


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