1. Spirit Fanfics >
  2. Além da aparência >
  3. Além da solidão

História Além da aparência - Além da solidão


Escrita por: Annaliju

Notas do Autor


ELA VOLTOUUUU
gente tô muito feliz em postar novamente essa preciosidade
espero que gostem, de verdade
gostaria de agradecer a MARAVILHOSA @Shirooi_- que fez essa capa linda, você tem meu coraçãozinho todo CAPISTA INCRÍVEL! MUITO OBRIGADA!
e as meninas que me apoiaram demais
naluiza por ler antes e sofi q tá quase me batendo porque tá curiosa.
BOA LEITURA

Capítulo 1 - Além da solidão


Capítulo 1 

Narrado em terceira pessoa 


 

Entrou na estação de desembarque do pequeno aeroporto de Konoha. As coisas pareciam estar exatamente da mesma forma que à anos atrás, lhe causando um sentimento estranho de inquietude. Porque ele tinha mudado completamente. Sasuke Uchiha foi embora a oito anos atrás, após ter se alistado no exército. Naquela época não haviam marcas em seu corpo, nem traumas em sua cabeça, ou um buraco em sua alma e claro, ainda possuía os dois braços. 

 

Ele não se arrependia de suas escolhas, tinha consciência do homem honrado que se tornou, mesmo que com a cabeça fodida. Foram seis meses de consultas frequentes em psiquiatras e psicólogos, e ele estava longe de ter se recuperado, no entanto conseguiu ser estável e minimamente saudável mental e emocionalmente, o suficiente para voltar para casa. A vida sem dúvida deixava marcas, mas a guerra arrancava a alma por completo. Sasuke saiu da cidade um garoto e voltou para ela um homem. 

 

Fazia oito anos que ele não pisava em Konoha. Oito anos que não via o rosto de sua família e de seus amigos. Como um hábito, ele observou cada canto e pessoa daquele aeroporto, seus olhos foram treinados para avaliar tudo dessa forma antes de tomar uma atitude, ele sempre tinha de lembrar a si mesmo que não estava em risco ou perigo. Suspirou cansado, seguindo em direção às escadas rolantes, segurando em um corrimão com seu único braço. 

 

Mesmo de longe, Sasuke conseguiu reconhecer a cabeleira loira e os braços levantados acenando sem parar, a pessoa ainda pulava freneticamente, como um louco. Naruto era um dos seus únicos amigos de Konoha, que manteve contato, muito mais por pressão do loiro do que por qualquer outro motivo. A verdade é que as histórias do loiro sobre sua vida simples e comum o afastava do precipício escuro que tinha em sua cabeça. 

 

Sasuke não se recorda com exatidão como exatamente tinha se transformado como ser humano até chegar naquele ponto. Entretanto possuía consciência que matar alguém, com facas ou tiros ma cabeça não era algo rotineiro e comum, assim como invadir locais, trocar tiros, resgatar civis e uma série de outras coisas que envolviam violência e tortura. Aquela foi a sua realidade durante muitos anos e agora não era mais. Não sabia se ficava triste ou feliz com o que tinha acontecido, afinal, ele não sabia como encarar as pessoas agora que sua alma era tão obscura e sombria quanto as imagens que habitavam suas memórias. 

 

Sasuke não era um assassino a sangue frio que sentia prazer em matar, mas foi um agente especial e capitão de diversas missões especiais, onde lidar e ver a morte era tão comum quanto beber café preto de manhã. 

 

— Cara, eu não acredito que você realmente está aqui. — A voz do loiro adentrou em seus ouvidos e o sorriso branco e largo quase cegou seus olhos, ele retribuiu com um repuxar de lábios sem mostrar os dentes. Ultimamente, aquele era o único sorriso que podiam ver em seus lábios. Sasuke Uchiha não sorria mais de forma aberta.

 

— Eu também não.

 

Apesar de muitas vezes ver o loiro como um escape da realidade à qual se encontrava, Naruto sabia muito mais coisas sobre ele do que qualquer um. Por esse motivo é que era ele quem estava aqui para recebê-lo. Ele notou que o mesmo não tinha mudado nada, principalmente quando sentiu o braço do amigo circular seu pescoço em um abraço desajeitado. Primeiro, porque era de conhecimento público que Sasuke não gostava que o tocassem, e essa característica ocorria desde que era um Uchiha pequeno e melequento. Segundo, porque era algo que estava aumentando periódicamente desde que o moreno saiu da cidade. 

 

Haviam outras coisas sobre ele que foram recém adquiridas na sua lista de características, o fato de só usar blusas de manga comprida e gola alta. Sasuke não gostava de atrair atenção, e as marcas e cicatrizes de bala, faca e o fato de não ter um dos seus braços era o suficiente para atrair todo o tipo de olhar: os de medo, os de julgamento e os curiosos. Por isso o moreno tinha uma infinidade de blusas de manga padrão com cores neutras, como por exemplo preto, branco e cinza. O loiro o soltou dando um sorriso, era nítido como o Uzumaki estava feliz, afinal, eles eram amigos desde que saíram da barriga de suas progenitoras. 

 

— E então, como Tia Mikoto está lidando com sua volta? Deve estar louca preparando o almoço com todas as suas comidas favoritas. — comentou Naruto andando ao lado do amigo até o carro. 

 

— Não contei para ela que voltei. 

 

— Sasuke… — Era engraçado a forma como a voz soou como uma repreensão, mesmo as vinte e seis anos, o Uchiha se recusava a ser repreendido pelo melhor amigo idiota.

 

— Como posso encarar minha mãe? Estou cheio de marcas e sem um braço, Naruto. — O amigo se calou, não tinha uma resposta para aquilo, era excepcionalmente comum não saber lidar com situações que nunca havia passado. 

 

Quer dizer, o loiro arrumava muita confusão quando menor, Sasuke mesmo, sempre acabava envolvido e foram diversas vezes que acabaram com os olhos roxos ou arranhões e até sem um dente. Entretanto, Naruto havia tomado um rumo diferente dele, tinha ido para uma universidade e se formado em Odontologia. Foi nessa mesma faculdade que conheceu a mulher à qual estava noivo, Hinata. Hoje em dia eram sócios e possuíam um consultório no centro da cidade. 

 

Naruto levava uma vida de paz, sossego e amor. Enquanto Sasuke…

 

— O cara, você não tinha que pegar sua mala, não?

 

— Essa é a minha mala. — O Uchiha apontou para a mochila e o Uzumaki quase caiu. Sasuke quis rir, Naruto era o tipo de pessoa que beirava a extravagância e o exagero, e inevitavelmente ele sempre fora assim. 

 

— Naruto! — Foram interrompidos por uma voz suave e melodiosa, obviamente Sasuke foi o primeiro a encontrar a garota pequena que surgia na frente deles. Observou o amigo abrir um sorriso do tamanho de uma melancia. Oh, seria ela Hinata? 

 

— Sakura! 

 

Não. Sasuke manteve seus olhos fixos na mulher que estava se aproximando, ela era diferente. Seus cabelos eram cor de rosa, uma cor um tanto inusitada e colorida demais na opinião do Uchiha. Ela possuía uma altura mediana, era magra, mas as pernas pareciam roliças. Entretanto, nada daquilo realmente o interessou, o que de verdade lhe causou um baque. Primeiro; a forma qual estava vestida e segundo; a vivacidade dentro dos olhos. 

 

A garota qual ele tinha acabado de descobrir que se chamava Sakura, usava um short jeans largo, uma blusa branca com estampa de abacaxi, que devia ser alguns tamanhos maiores que o seu, já que aparecia metade de seu ombro e estava para dentro do short, além da pochete verde – ele nem sabia que isso era possível – mas não supera as meias coloridas até os joelhos e o crocs cor de rosa. Céus, aquilo com toda certeza era um atentado à moda. 

 

Era bom que o rosto da mulher fosse muito bonito. Com o nariz empinado e lábios carnudos e cheios, haviam algumas sardas em seus nariz e bochechas. Mas o que realmente chamou atenção de Sasuke foram os olhos vibrantes, tão verdes que pareciam esmeraldas. Quando ela abriu um sorriso largo e duas covinhas aparecerem em suas bochechas, ele sentiu seu íntimo se contorcer em desespero. 

 

Deus realmente não dava asa a cobra. Imagina só se uma mulher com senso de moda e estilosa nascesse com uma aparência daquelas. 

 

— Caramba! E aí? — Ela colocou uma mão na cintura, já que a outra carregava uma mala rosa cheia de glitter e adesivos de pontos turísticos. 

 

Os cabelos róseos estavam presos em um rabo de cavalo, pareciam ser longos, havia uma franjinha emoldurando seu rosto e claro, uma bandana laranja em sua cabeça. Sasuke encarou o amigo loiro pelo canto dos olhos, e era nítido a pergunta implícita que fazia. Entretanto, não deu nem tempo para seu amigo notar e responder, já que os olhos da garota voltaram a si e ela franziu o cenho.

 

— Eu sinto que conheço você. — Disse ela. Sasuke possuía a certeza que nunca viu aquela mulher na vida, porque obviamente, ele lembraria. Naruto interrompeu o diálogo.

 

— Tô ótimo, viajando a trabalho? — Ela acenou sorridente e o loiro retribuiu. Sasuke perguntou mentalmente se as bochechas daqueles dois não doíam de tanto sorrir. — É o Sasuke, se lembra dele?

 

O Uchiha franziu as sobrancelhas, eles se conheciam mesmo? Acho que a mulher era doida. 

 

— Ah! Claro que sim! Quem não conhece Sasuke Uchiha? — sorriu abertamente em direção a ele. — Prazer, Sakura. — A mulher olhou o cara grande chispar os lábios, sem saber como reagiu aquilo, provavelmente porque não fazia ideia de quem era ela. Sakura começou a rir. — Relaxa, não vou te culpar por não lembrar de mim, afinal, quando cheguei na cidade você estava no seu último ano e eu no primeiro. 

 

— Prazer em conhecê-la, Sakura. — Foi a única coisa que ele conseguiu falar, a partir dali os olhos verdes voltaram a seu amigo.

 

— Veio buscá-lo então?

 

— Claro, o que pensou?

 

— Que estava fugindo do seu casamento, claro. — A garota brincou arrancando uma risada do Uzumaki.

 

— Só se eu fosse louco, e você, vai para onde agora? — A mulher bufou.

 

— Suna. Tsunade quer que eu tire foto de uns fósseis ou sei lá o que foi descoberto por lá. — Naruto fez uma careta.

 

— Fósseis? 

 

— Nem me pergunte, não entendo o que se passa na cabeça daquela mulher. — resmungou bem humorada — Entretanto, é ela quem paga grande parte do meu ganha pão. Se ela quiser fotos de fósseis, lá vou eu. 

 

— Quando você volta, faz um tempo que a gente não sai junto.

 

— Claro, não há ser humano que aguente você e Hinata. Fico diabética se ficar perto por muito tempo. — Sakura fez uma careta e eles riram juntos. 

 

— Ah, que isso, Sakura-tchan. — A Haruno revirou os olhos por causa do apelido, será que aquele maldito nunca iria esquecer aquela maldita festa da época da faculdade, que ela subiu em uma mesa e dançou a música brasileira “É o Tchan”? — Agora tem o Sasuke para te acompanhar. — Ele colocou a mão no ombro do amigo que até então estava quieto, o Uchiha ficou sem fala diante daquela situação, será que Naruto não percebia que constrangia as pessoas? 

 

Primeiro porque era claro como água que ele não tinha menor condição mental de estar com alguém. Na verdade Sasuke sentia que isso andaria sua vida durante o resto dela, ele já havia se adptado a noites de sexo casual ou qualquer coisa parecida. Segundo porque era nítido que eles não possuíam nada a ver e nem nada em comum. Claro que ele não conhecia a mulher, mas só de encarar sua aparência chamativa e o jeito como sorria e se expressava cheia de gestos e espontaneidade, ele concluiu que ela não possuía nada a ver com ele. Sasuke era uma pessoa reservada e calada, apreciava o silêncio é a tranquilidade e aquela mulher parecia ser o oposto de seus gostos. 

 

Para sua infame surpresa, ele escutou uma gargalhada alta, tão alta que as pessoas a encararam de cara feia e tempos depois veio a do loiro, mais escandalosa ainda do que a mulher. A diferença era que a dela era melodiosa e gostosa de se ouvir, ficou petrificado encarando os dois sem entender do que diabos estavam rindo.

 

— Sério, você não vai parar com isso nunca? É constrangedor.

 

— Ah poxa, você tem que admitir que é engraçado. — O loiro retrucou. Uma voz robótica soou pelo aeroporto, anunciando que era a última chamada para o voo para a cidade de Suna. A mulher à sua frente arregalou os olhos.

 

— Oh eu preciso ir. Ótimo papo, adorei conhecer você, viu? Até outro dia. 

 

Sakura saiu correndo, ele nem conseguiu dar uma resposta e a mulher já estava passando por ele.

 

— Volta quando? — Mas é claro que seu amigo berrou e acenou, fazendo-a se virar.

 

— Daqui a três dias! — Gritou de volta. 

 

— Boa viagem! — Berrou o outro. Céus, desse jeito ficaria surdo. Para o seu agrado ela apenas acenou e sorriu. 

 

No fim, estava achando engraçado a forma como mesmo a um bom espaço de distância ele conseguia ver a mala coberta de glitter cor de rosa que inesperadamente combinou com aquele cabelo. Parou de observar, se virando novamente em direção a Naruto, que para a sua surpresa o encarava com um sorriso prepotente e os olhos brilhantes e sonhadores. Ótimo, era só o que faltava. 

 

— Você gostou dela. — acusou de forma irritante.

 

— E daí? — franziu as sobrancelhas, a mulher era simpática e apesar de reservado, ele não era uma pessoa grosseira, talvez, antipático e calado, um pouco frio e distante, mas jamais trataria mal uma pessoa simplesmente por nada. Algumas pessoas confundem isso. 

 

— Ah, qual é Sasuke, você não é de simpatizar com todo mundo. Mas também, não tem como não gostar da Sakura. 

 

— Eu não me lembro dela no colégio. — soltou, começando a andar acompanhando o amigo. 

 

— Eu lembro, mas só fui me tornar próximo dela na faculdade. — O loiro contou e ele o encarou, com curiosidade. — Sakura era a companheira de quarto da Hinata, ela me ajudou muito na época. 

 

— Hum. 

 

— Mas sério, acho que ela seria uma ótima amiga para você. — O homem revirou os olhos, soltando um “tsc” Naruto bufou contrariado, odiava quando o amigo resolvia ficar monossilábico. — Não acredito que ainda não parou com essa mania!

 

— E você continua uma tagarela. 

 

— Eu tenho boca para falar! Seu ingrato. 

 

No fim, sua relação com Naruto Uzumaki não tinha mudado nada. Eles continuavam se implicando e bicando um ao outro como sempre. Naquele dia o loiro o deixou em seu apartamento, ele havia comprado já fazia um tempo, afinal recebeu muita gratificação ao longo dos anos, além dos salários, consideravelmente altos e a indenização por tudo que aconteceu. Ele possuía um belo dinheiro no banco e claro, possuía uma renda constante da aposentadoria gorda que recebia graças a sua posição superior. 

 

Para alguns, significava estar rico. Montado na grana. 

 

Sasuke não ligava muito para nada disso, afinal o dinheiro não era nada para ele. Era alguém simples e que sobreviveu a situações precárias, por isso seu apartamento era simplesmente, no centro da cidade, bem afastado da área residencial onde seus pais moravam. 

 

Todas as cores eram neutras, junto aos móveis escuros. Uma sala, uma cozinha ampla, dois banheiros e um quarto. Era o suficiente para um homem solteiro. Assim que se sentou no sofá ficou paralisado por alguns instantes, afinal, não estava acostumado com sua nova realidade.

 

Não havia som de bombas. Não tinha gritos, nem armas ou facas. Nem cordas e amarras. Ele não sentia frio ou fome, entretanto, ainda havia o mesmo vazio em seu peito e a enorme escuridão solitária perpetuava em sua alma corrompida. 



 


Notas Finais


opiniões??
tô com medo.
kkkkkkkkk


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...