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História Anomalia - Capítulo 1 - Não sou a única que falta azar...


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


Boa leitura!!!! :) :D

Capítulo 2 - Capítulo 1 - Não sou a única que falta azar...


 

Acordou com batidas violentas vindas da porta. 

 

Sua madrasta fez o mesmo de sempre. A mandou se arrumar e a xingou de todos os nomes possíveis por fazê-la ir para o seu quarto e acorda-la. A garota se espreguiçou, já acostumada com o modo que a sua madrasta a acorda durante anos e correu os seus olhos para o seu MP3, que ainda estava ligado com os fones de ouvido e que havia uma letra gravada em preto. "R", a letra inicial do seu nome. 

 

Raven guiou seus olhos para o seu despertador e arregalou os olhos ao ver que já estava atrasada. Tirou os lençóis de cima dela e deu um pulo, correndo para fora do quarto e indo direto para debaixo do chuveiro. 

 

Diferente da garota e o garoto que são os seus vizinhos, eles já acordaram faz tempo. 

 

 

 

*** 

 

Seus pés já estavam cansados de tanto correr. Ao contrário do garoto que estava mais à frente dela, que fazia a sua corrida matinal para chegar até a escola. Ele interpretava aquilo como um exercício. Era bom correr naquela hora da manhã, onde não tinha muitas pessoas no parque central. Corria enquanto ouvia uma música. Preferia aquilo do que ficar com os seus meio-irmãos e seu padrasto. 

 

Enquanto corria, Raven corria em disparada e passava direto por ele com uma rapidez incrível. Em algumas esquinas, Raven parava para descansar e ficava fora de vista de Jonas. Ele passava direto e Raven ultrapassou mais vezes. E toda hora, Jonas olhava para Raven e tentava ultrapassa-la. Na quarta, ele soltou: 

 

— Ah, fala sério! 

 

Raven riu baixo com seu comentário. Mais dez metros e os dois param cansados. Jonas e Raven se encostaram em uma árvore, arfando e suando por causa da correria. A garota sentada abaixo da árvore olhou para os dois, surpresa, ainda mantendo o caderno de desenhos no seu colo e desenhando o esboço do Superman. Ela olhou para os dois, os achando bem familiares. A garota, que aparentava ter a mesma idade que ela — 14 anos — vestia-se de preto. A sorte dela é que está nublado. Suas calças eram muito folgadas, presas ali somente por um cinto. Seus tênis esportivos, mesmo ela não aparentando ser uma garota esportiva, pareciam serem a única coisa ali que servia para ela, pois até o seu casaco era grande demais. E o mais bizarro é que ela estava toda de preto, sem nenhuma outra cor. Usava até luvas. Já o garoto, tendo 15 anos de idade, estava suado e tirava seus fones de ouvido. Passou a mão nos cabelos loiros cor de areia. 

 

— Você corre rápido! — admirou Jonas, pegando um pouco de água. Ele olhou antes para Raven se matando de sede e a entregou a água. — Toma! Você parece precisar mais!

 

Rae ia falar que não precisava, mas a sua sede era maior do que isso. Bebeu um pouco de água enquanto a garota observava a cena toda. 

 

— Ei! Eu já te vi em algum lugar, não é? — falou Jonas, olhando com mais atenção para a garota. 

 

— Vocês estudam na Barkely Good School — falou ela. — Você faz aula de química comigo. 

 

— Ah, é! Kimberly, não é — Jonas disse, recordando-se da menina que sempre fica no fundão e que mal levanta a voz na sala. Kim assentiu com a cabeça. 

 

A garota vestida de preto discordava deles. 

 

  — Eu conheço vocês dois de algum lugar — diz ela. 

 

— Vocês são meus vizinhos — falou Kim. 

 

— É mesmo. Meu padrasto é amigo da mãe de vocês. 

 

— E a sua irmã cuida da minha — falou Rae. 

 

Os três não eram de sair muito, mas sabiam quem eram. Rae prefere o seu império, mais conhecido como o seu quarto, Jonas, seu videogame, e Kim, os seus livros de fantasia.   

 

O trio ficou em silêncio. 

 

— Então... Vocês não vão para a aula? — perguntou Rae. 

 

Jonas olhou para ela, franzindo a testa. 

 

— A aula é daqui a uma hora. — disse ele, gesticulando com as mãos. 

 

— Que horas começa a aula? — perguntou Rae incerta. Será que fez aquela correria por nada? 

 

— 08:00. 

 

— São 7:57. — Rae respondeu a Jonas. 

 

Ela notou os olhares que ela e Kimberlly trocaram. Kim aprontou o seu material e se levantou. Rae entregou a Jonas a sua garrafa d'Água. 

 

  — Foi bom ver vocês duas — Jonas se arrumava para voltar a correr. 

 

— Você também — disse Kim. 

 

Assim, cada um seguiu o seu caminho.  

 

*** 

 

 

 

O som da porta se abrindo atraiu a atenção de Kim. 

 

Ao olhar em direção à porta, olhou o garoto que havia se encontrado antes, dessa vez com outra roupa. Atrás dele, vinha a outra garota. Ambos estavam em estados piores do que antes. Suas testas suavam e a respiração dos dois estava arfante. Estavam iguais aos jogadores de futebol que voltavam depois do intervalo, parecendo que haviam corrido uma maratona. A sra. Walker os mandou esperarem até a primeira aula acabar na sala de espera da diretoria. 

 

Jonas e Rae desabaram em um banco de madeira, onde Kim também estava. Jonas sentou-se bem do lado. 

 

— Que bom que não fui o único a se atrasar — Kim olhou pelo lado bom. Ele logo pensou o que falou e corrigiu — Não que eu esteja comemorando por vocês terem se atrasado. Mas é que pelo menos não me sinto tão solitário. 

 

— Eu digo o mesmo — murmurou Jonas, sem olhar para eles. Como se tem-se contato visual. 

 

Kim respirou fundo e reuniu coragem. Não gagueje, pensava. 

 

— Você faz aula de música, não é? 

 

Rae assentiu com a cabeça. 

 

— E você a de fotografia? — supôs Jonas. Kimberlly assentiu. — Eu vi as suas fotos no mural. Eu gosto delas. 

 

Kim sorriu para si mesma, orgulhosa e tímida. 

 

— O-Obrigada. 

 

Jonas conseguiu recuperar o ar perdido na corrida do parque até a escola. Escondeu mais o seu relógio do seu bolso. Kimberrly notou aquilo e preferiu não falar nada. Até mesmo os CDF's da escola zombavam dele quando Jonas um dia se esqueceu de esconder o seu relógio de bolso. Todos os chamavam de Senhor do Tempo. Ela, assim como os outros, achou estranho alguém como Jonas, e como qualquer um em Ohio, andasse com um relógio de bolso. Ainda mais quebrado. Jonas nem ousou abrir o relógio para consertá-lo porque nunca teve vontade de fazê-lo. 

 

Para ele, o relógio tinha algo em especial. Jonas nunca teve coragem de jogar fora, pois era a única coisa que ele tinha do seu pai. Ele não sabia o que aconteceu com eles, mas preferia ficar com o relógio. Achava pertencer ao seu pai, pois atrás estava gravado ''Rip Hunter''. Jonas pesquisou aquele nome na internet e ele não existe. Criou inúmeras teorias sobre quem seria o seu pai, mas de que adiantaria? Eles já estão mortos. Apesar do seu padrasto e dos seus meio-irmãos tentarem o forçar a jogar aquilo fora. O relógio era como se fosse o seu amuleto da sorte, por mais que a sorte não esteja com ele. E, mesmo que jogasse-o fora, ele aparecia do nada. Jonas já o perdeu várias vezes e do nada aparece no seu bolso. 

 

A sra. Walker os pediu para que falassem o número dos responsáveis deles. Quando a madrasta de Rae souber, tudo o que vai receber era uma bronca e a sua meia-irmã riria da cara dela quando levar um sermão. E levará outro só de tocar nela, pois ela e a madrasta sabem o que acontece quando Rae toca em alguém... 

 

Desde que o seu padrasto foi de uma para melhor, nenhuma das duas foi a mesma. A senhora Amanda já não ia com a cara de Rae, imagina agora que era somente as duas e a caçula da família. E pior ainda com o segredo que a família Wood mantém em relação a Rae. Aconteceu aos seus 11 anos de idade. Qualquer um acharia Rae, literalmente, fria. Muitos dos colegas de Rae já sentem frio só de ficarem do lado dela. 

 

Foi na época quando o seu padrasto ainda estava vivo, dando tempo para ele saber o que fazer em relação a radiação da pele de Rae. A mesma, quando alguém a toca, sente frio. E, a cada segundo que a pessoa tocava nela, o frio aumetava até ficar desconfortável. Começará a sentir calafrios pelo corpo, vibrações e vozes. Vozes que Rae um dia já ouviu. Quando a sua madrasta tocou nela sem querer, alegou que ouviu a voz do marido agora morto. Aquilo a deixou em choque por ter ouvido a voz dele. Também ouviu outras vozes aleatórias. O seu pai adotivo tentou de todas as formas ajudá-la. A levou para o médico da família. Ao padre da cidade que era seu amigo... Não adiantou. Era como se fosse uma radiação, eles chamavam disso. A pele de Rae também ficou mais pálida do que o normal. Tudo nela mudou. Seja lá o que era, seu padrasto disse que ela desafiava as leis da natureza. 

 

Ele então a levou para o seu tio, pois apenas o seu padrasto e ela sabiam o segredo de Joel. O tio adotivo de Rae era afastado da família por se envolver com coisas sobrenaturais, e por ser uma. Ele não pode fazer muita coisa, pois nem ele podia tocar nela, mas descobriram algo: preto diminui a radiação. Assim como a cor preta é uma cor neutra e absorve a luz solar mais do que as outras cores quando está sob ela. Independentemente de onde Rae esteja, podia ser na Antártida, as suas roupas pretas a deixariam mais quente, mas não o suficiente de impedir a mutação. Apenas diminuiu mais o que Rae se recusa de chamar de dom que ela ganhou. Se não se vestisse preto, a radiação seria quatro vezes pior. Mas continuava horrível. Rae nunca conseguiu fazer amigos na escola, e depois que surgiu essa radiação, ela tinha motivos para não fazer amizade com ninguém. Rae já usava roupas folgadas, e agora sim ela era obrigada a usar. Roupas coladas demais ao corpo aumentariam a proximidade entre sua pele e a de alguém. 

 

Era doloroso, mas não havia o que fazer. Se acostumou tanto a usar preto que desenvolveu um fetiche pela cor. Além de ter já ter sido antes fechada. Agora tinha motivos e razões para ser assim e de, literalmente, ser fria. E agora é ainda mais, já que está sem sua única figura paterna na sua vida. A pessoa que salvou sua vida enquanto seus pais biológicos a jogavamdo píer. Rae não sabia se os seus pais se vestiam apenas de amarelo e vermelho, pois era apenas isso que se lembrava. 

 

Disseram que Rae bateu contra uma rocha, deixando um ferimento grave na cabeça. Se seu pai não inventasse de viajar a Central City e arrumar seu barco a velas, já estaria morta. Não sabia quem a empurrou, apenas um vulto avermelhado. Não se lembrava de nada da sua antiga família e não sabia se queria se lembrar ou não, tudo aponta que os seus pais a abandonaram. Se não fosse por um colar que ela usava, nem saberiam o nome dela — gravado em uma pulseira rosa velha, mas as palavras escritas em preto estavam pouco legíveis e só dava para ler um ''Ra''. Seu padrasto a chamou de Rae, mesmo que todos saibam que tinham mais letras no seu nome. Logo descobriram as outras letras e logo souberam que o seu nome era Raven. Mas ela preferiu o que estava agora, afim de não deixar de chamarem com o nome que os seus pais biológicos te deram. 

 

Kimberlly também era alguém que não sabia fazer amizades. Era muito difícil para verem Kim com um sorriso no rosto na escola. Ela tira boas notas e era considerada uma CDF, mas odiava o lugar. Kimberlly podia escrever uma biografia sobre as pegadinhas, os nomes, os xingamentos, as piadinhas e as vergonhas que ela já passou na escola. E estudou durante toda a sua vida naquele lugar. Os seus pais adotivos achavam ser apenas drama dela, os outros dois filhos, também adotivos, se dão bem no lugar. Isso se dá porque eles são uma das pessoas a zoarem Kimberlly. 

 

O dia da sua formatura será o melhor de sua vida. Será quando Kimberlly vai sair daquela casa,bela mesma vai fazer as decisões de sua vida. E não tinha mais nada que a irritava além de sua família e daquela escola. 

 

O que ela mais odiava da sua família era dela querer controla-la. E não era pelo bem dela. Era para o bem deles. Era para os seus filhos serem reconhecidos com o sobrenome da família. Ninguém pensaria aquilo dos Bartons. O casal tinha três filhos. Kim, Jason — capitão do time de futebol americano — e Mack — líder de torcida e duas vezes em primeiro lugar em concursos de beleza. Jason já tem uma vaga na universidade de Oxford e o melhor aluno em química e ciências. Já Mack, ela tem talento musical e vai fazer no próximo ano um teste para gravar em uma gravadora. Seus pais não iriam permitir que Kim manchasse o nome da família. Até agora, o único interesse que ela demonstrou ter foi fotografia e astronomia. Eles acham que Kim queria se daria bem no time de futebol feminino. Mas ela nem queria chegar perto da bola. Seus pais achavam que ela fazia drama quando dizia que a bola tinha mais interesse no seu nariz do que nas suas mãos. 

 

E não só a colocaram no teste do time de futebol americano. A colocaram também no de vôlei, de basquete, de róquei, de futebol brasileiro... Até o de pingo pong ela tentou e não conseguiu. A cara de decepção dos seus pais era a pior. Ela não gostava de fracassar. E eles diziam toda hora que ela era um fracasso. Seus pais depois a inscreveram em um teste para fazer uma propaganda. Apenas Mack entrou. Kim não queria fazer aquilo, e nem precisou de tanto esforço. Ela temia que eles a inscrevessem em um concurso de beleza. Ou uma sessão de fotos para uma revista, apresentando trajes adolescentes. Nem de longe faria isso. Público não é bem algo que a fazia ficar tranquila, ainda mais câmeras voltadas para ela. Preferia ela estar atrás da câmera e tirar as fotos dos outros. 

 

Eles não aceitariam que a filha adotiva deles osse apenas uma mera fotógrafa. Kimberlly também não queria o seu rosto gravado nas televisões. Até a sua formatura, Kim teria de aguentar os dois a menosprezando e Mack e Jason se exibindo. 

 

  — Terão de levar uma advertência — avisou a sra. Walker, anotando algo na prancheta. —  Parecem que não sabem o que significa compromisso. Se os três levarem mais uma advertência, irão para a detenção. 

 

— Mas por quê? — indagou Jonas. 

 

— Você, Jonas, perdeu horário antes, e perder horário leva advertência. Já vocês duas, não trouxeram o jaleco para aula de química — explicou — Devo admitir estar surpresa com você, Kimberlly. Nunca é de se atrasar. 

 

  — Eu havia me esquecido do horário. 

 

— Pois nem você, e nem vocês dois, devem se esquecer. Devia seguir o exemplo dos seus irmãos, Kim. Eles não são tão irresponsáveis quanto você foi. 

 

Quando a sra. Walker desviou o olhar deles, Kim revirou os olhos. 

 

— Isso também vale para vocês dois também. 

 

Os três suspiraram. 

 

Ao olhar para os dois do seu lado, Rae se sentiu melhor ao saber que ela não era a única que o que não lhe faltava era azar... 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que gostem!!!!

Comentem!!!! :) :D


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