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História Além do Tempo (EM REVISÃO) - Um Pedido,A Viagem


Escrita por: GihCross

Notas do Autor


Olá my angels! 😍
Como prometido,chego hoje com mais uma att!
E essa tá linda linda,gente!Espero de verdade que vcs apreciem bastante! 💞

Como ja havia dito desde o começo,essa história não me pertence,uso partes fieis a cópia original.Mas como também disse,é adaptado a SwanQueen,então há muuitas alterações de minha parte,muita coisa que mudei e outras que permanecem fieis.Vcs me perguntam sempre quando chegará o tão esperado momento do começo da fic.Gente,peço de coração pra que não se apeguem a esse acontecimento,pois ele vai demorar ainda.Então,por favor,apreciem a histótia,há muuito a se acontecer,viveremos todas as fases da vida delas até chegar lá.Curtam e se emocionem com cada momento vivido por elas e esqueçam aquele momento,okay?Okay!

Então vamos para mais emoções do nosso casal tão amado!
Boa leitura,amores! 📚

Capítulo 28 - Um Pedido,A Viagem


Fanfic / Fanfiction Além do Tempo (EM REVISÃO) - Um Pedido,A Viagem

          


E chegou a hora da colação de grau; mas aquilo era um evento simbólico. A verdadeira colação, para mim, aconteceu na tarde do dia anterior. Para outros, aconteceria bem depois, no ano seguinte.

Minha turma elegeu um casal de oradores e eu fui indicada. Quando cheguei no púlpito não carregava um discurso preparado, mas falei com o coração. Ao final, lembrei minha avó e a todos os brasileiros vítimas da violência urbana, e isso desencadeou palmas que pareciam incessantes. Muitos ficaram de pé. Na homenagem a família, entreguei uma flor a seu Neneco e outra a dona Maria e ambos ficaram comovidos. A placa com meu retrato dei para Regina e ela chorou.

Ao final da cerimônia fomos para a festa no Jóquei Clube. Seu Neneco e dona Maria ficaram sentados papeando e comendo, mas seus filhos, as Feiticeiras,Kristin, Regina e eu nos acabamos de tanto dançar. Quase no final da festa, chamei minha morena para um cantinho destacado e criava coragem para tomar um passo importantíssimo na vida.

- O que é,amor? – ela sorria.

Estava linda com um vestido preto longo,tomara que caia. Eu usava um azul, de alcinhas, e bem decotado nas costas.

 - Eu queria te dizer uma coisa. Mas, por favor, espera eu acabar de falar porque tô treinando isso há não sei quanto tempo.

- Uhum! – mordeu o lábio inferior

 - Ontem você falou das minhas conquistas e do valor que elas têm. Mas pra mim, a maior e mais importante delas está aqui, diante de mim. -  peguei uma caixinha preta – Eu não sei como deveria fazer isso, mas meu coração está emocionado demais e eu mal posso me controlar, então… – abri a caixa – acredite quando digo que te amo demais e não vejo mais sentido na vida se não for com você e do seu lado, pro que der e vier. Eu sei que não posso te dar muitas coisas, mas dou minha vida se for preciso.Faço tudo o que você quiser,e não menti quando disse que estou em suas mãos,como agora também aos seus pés.  – ajoelhei-me. - Casa comigo,minha Rainha! Viva ao meu lado e passe o resto da vida comigo porque eu preciso, e prometo que vou fazer o meu melhor pra você ser feliz e nunca se arrepender de ter me escolhido! – meus olhos estavam marejados de lágrimas. Ela pôs a mão sobre os lábios e chorou balançando a cabeça. 

- Eu...eu nunca ouvi nada tão lindo a vida inteira! Levanta desse chão,sua maluca! – segurou-me pelas mãos. Eu me levantei.

- E isso quer dizer o que? - perguntei mais nervosa.


    - Claro que eu quero, meu amor! Você sempre foi tudo o que queria! Sim, sim, sim!!!

E nos abraçamos e ficamos assim por longos instantes.

 - Posso pôr a aliança em você? 

-Claro,Emmy! - falou emocionada.


Coloquei a aliança em seu anelar direito e o beijei em seguida. Ela pegou a outra aliança e me pôs no dedo. Beijou-me a mão duas vezes.

    - Eu arrumei uma quitinete em Copacabana, na verdade ela é de uma amiga da Kris. É pequena, tem uma sala, um quarto, um banheirinho e uma cozinha modesta. Pra mim é boa até demais só que você tem costume de coisa melhor! – abaixei a cabeça e depois tornei a encará-la – A dona acabou de reformar porque o inquilino anterior saiu, e eu pedi pra ficar lá, mas é claro que eu quero que você veja pra dizer se gosta ou não. Ela disse que no dia que a gente quiser ver é só telefonar uns minutos antes e ela nos mostra. Só pediu que fosse depois do ano novo. Aluga mobiliada e tudo!

        - E eu não vejo a hora! – mostrou-me um sorriso largo.

    - Vai ter coragem de ir morar comigo em um lugar mais simples?

       - Já estive com você e sua avó no morro, lembra? Só voltei para a casa de meus pais porque você pediu.

        - Eu sei! – sorri – Então eu posso marcar um dia com ela?

         ; - Quando quiser

 - Quando a gente se mudar, eu vou querer celebrar o nosso casamento. Assim, a gente sabe que vai se mudar em um determinado dia, aí na véspera a gente se casa. Que acha?


    - Maravilhoso! – abraçou-me emocionada.

Gastamos uns instantes apenas no olhando quando olhei para o salão e falei:

    - Vamos a festa que nossos convidados nos esperam!

Passamos no banheiro para nos recompor e voltamos a dançar. Lilith foi a primeira que reparou.

    - É impressão minha ou vocês noivaram?

    - Isso! E ano que vem a gente casa! – respondi.

    - Ih, Patinho, te pegaram de jeito mesmo, hein? E eu nunca imaginei que seria uma morena...Mas foi melhor assim. Se você abriu mão dos gatinhos eu aceito a missão de cuidar deles por você.

        - Fique à vontade,sua loba! - rimos

           - Vamos brindar! – disse Regina sorrindo – Garçom, por favor! Champagne aqui para nós!

        - Eu não bebo... Gente, e o pecado da bebedeira?

          - Nem a gente bebe,Tinker! É só um brinde! Sem bebedeira!– respondi.

Pegamos cinco taças: uma para cada Feiticeira e outra para Regina. Levantamos os copos para brindar e nesse momento um fotógrafo registra a cena. A foto ficou linda! Estamos sorrindo, felizes e cheias de entusiasmo. E esta é a foto de abertura do meu álbum de formatura.


                  ☆☆☆☆☆☆


Acordei sozinha na cama de Regina às 10:30h. Abri os braços e me espreguicei toda.

    - Esta é a primeira vez que eu acordo primeiro que você!

Olhei para a porta do quarto e Regina estava lá, vestindo uma camisola branca,estava deliciosa. Sentei na cama me encostando na cabeceira.

    - É, eu acho que já não sou mais aquela.

    - Ah, não? – caminhou até a beira da cama – Não teria acordado essa hora se não tivesse sido praticamente a última a ir embora da festa, depois de dançar a noite toda, e ainda ter feito amor às quatro e meia da manhã! – sorriu.

Continuei sentada, mas me desloquei para o meio da cama.

    - Se eu bem me lembro você estava comigo em todos esses momentos aí.

    - Ah, sim, alguém tinha que ficar de olho em você! – sentou-se no meu colo e me envolveu o pescoço com os braços – Dormiu bem, amor? Você tem dormido tão pouco desde o acidente...

    - Dormi. Principalmente depois de ter feito amor às quatro e meia da manhã. Pena que foi uma vez só! – mordi seu pescoço.

Ela riu e fechou os olhos.

    - Eu não tenho a sua disposição e nem o seu... apetite. – beijou-me os lábios.

Em um rápido movimento deitei a nós duas na cama e fiquei sobre ela.

    - Mas e agora? Ver você com essa camisola me fez pensar em monte de bobagens... – comecei a beijar seu pescoço e colocar a mão por debaixo da camisola. Estava sem calcinha. "Hum, como adoro..." – Aliás, hora de tirar essa camisola!

    - Pare,Emmy. – remexeu-se toda para sair de debaixo de mim – Temos muita coisa a fazer ainda hoje...

    - Temos? Pois pra mim, agora a gente só tem uma coisa a fazer... – deixei-a nua e admirei seu corpo – Você é gostosa demais, sabia? – abri suas pernas e me meti entre elas,começando a esfregar nossos corpos,meus olhos em chamas fitando os seus,roçando minha pélvis em seu sexo,sentindo-a lubrificar

    - Oh, Emmy, don’t... Oh, no, don’t... Please, oh, oh... yes, yes, oh, yes! (Oh, Emmy, não ... Oh, não, não ... Por favor, oh, oh ... sim, sim, oh, sim!)

Acho que ela não resistiu.Sorri maliciosa tomando seus lábios num beijo quente.

E assim começou nosso dia.

              ☆☆☆♧☆☆☆

Acabávamos de almoçar, pois, dada a hora não quis saber de café.

    - Até que a massa tava legal! Pensei que todo restaurante que entrega comida em casa só mandasse troço ruim.

    - Estava boa mesmo. – olhou o relógio – Ai, são duas da tarde, e temos muito a fazer! Se você não tivesse me agarrado daquela maneira...

     - Você não me pareceu insatisfeita! E afinal, o que tanto temos que fazer?

    - Eu ainda não pude dar o presente de formatura para você. Está guardado comigo. – correu para o quarto.


Voltou para a cozinha escondendo algo. Sorria e mordia os lábios.

    - Mas querida, eu disse que você não deveria se preocupar com isso!

    - Não adiantou dizer! – estendeu-me um envelope

Peguei-o e abri, observando que dentro havia algo como um talão de cheques. Abrindo o talão vi que se tratava de passagens aéreas, Rio-Londres-Rio. O retorno estava marcado para 10 de janeiro e a ida para...

    - Hoje???!!! - falo num pulo - Meu Deus Regina, isso é pra hoje??!!

    - Você retirou o passaporte naquela época que eu pedi?

    - Tirei! Você disse que era uma segurança e coisa e tal. Não sabia que tramava isso!

    - E onde está?

    - O passaporte? Na pasta de documentos meus que trouxe pra cá.

    - Que bom! Agora é só arrumarmos a sua mala e sair daqui para o Galeão às 16:30. - dizia animada.

    - Mas... Regina isso é muito caro! E aonde a gente vai ficar? Sua família sabe disso? E o frio? Lá é inverno e eu não tenho roupa de frio que sirva na Europa! E nem tenho mala, só as mochilas! E sapato?

    - Calma,Emmy, uma coisa de cada vez! Mala você tem, comprei uma azul com rodinhas, linda. Roupa você tem. Comprei um conjunto térmico de calça e blusa, além de meias, luvas, cachecol e gorro de lã. Ainda comprei dois casacos de couro: um preto e um marrom. No mais, você leva suas calças jeans, blusas e casacos que já tem. E sapato, comprei um par de botas marrom também, e você pode levar o tênis novo que comprou há pouco tempo. Minha vó Granny sabe que você irá, ela a convidou, e é o que basta.

    - Mas, e o retorno? Não é muito tempo?

    - Antes do dia 10 ninguém vai entregar seu diploma, então aproveite as férias que está tendo. Há quantos anos você não tira férias, heim? – sorriu como uma menininha.

Sorri e passei a mão pelos cabelos. Segurava as passagens incrédula balançando a cabeça.

    - Não deveria me dar tantas coisas, e tão caras! E se eu fosse uma mal caráter e aproveitadora? Você deve ter gasto uma fortuna com esse presente!


    - Gastaria mais! Você não é uma aproveitadora, é a mulher que eu amo e com quem vou viver daqui para frente. Não foi o que me prometeu? – mostrou a aliança.

    - Claro que prometi,meu amor e vou cumprir! – abracei-a – Eu te amo! Eu te amo muito! E obrigada pelo presente, e saiba que não é por coisas assim que eu te amo tanto. É por quem você é, e não pelo que tem e pode me dar.

    - Eu sei. E foi por isso que eu me entreguei a você; de corpo e alma! - conclui tomando-me os lábios num beijo terno.


                   ♧♧♧♧♧♧

O avião se preparava para decolar. Eram 19:05h e Regina me reservou um lugar na janela e sentou no meio. O assento da ponta permaneceu vazio. Estávamos no segundo piso da aeronave e achava tudo grande e com espaço. Vestia jeans e uma blusa leve. Nas bagagens de mão levamos as roupas de frio para vestir na chegada.

    - Vamos fazer conexão em Paris, linda?

    - Sim. Air France não tem vôos direto para Londres.

    - E dá pra ver a cidade?

- Só se o céu estiver limpo. Mas nessa época do ano há muito nevoeiro.

    - Eu só estive em um avião por duas vezes. A ida pra Salvador e o retorno. Quando eu fui jogar capoeira lá. Mas agora essa viagem dura um tempão!

    - Dez horas e cinqüenta e cinco minutos até Paris e depois uma hora, aproximadamente, para Londres.

    - Caraca!

O avião acelerou na pista e levantou vôo. O piloto falou algumas coisas sobre a viagem, mas eu nem prestei atenção. Estava tensa pensando em como seria encontrar a família de minha amada na Inglaterra, assumir nosso relacionamento e ainda dormir na casa deles.

    - Com medo?

    - Medo? Eu já passei desse estágio; eu tô com pavor!

Ela riu gostosamente.

    - Eu não sabia que alguém tão destemida quanto você tivesse medo de viagens de avião!


    - Não da viagem, mas da sua família! Não sei se vou me sair bem com eles. – esfreguei o rosto com as mãos - Regina, nós estamos noivas e todo mundo vai ver a aliança nos nossos dedos. Como vai ser isso? Além do mais eu vou comer, beber e dormir na casa dessas pessoas que eu nem sei se vão aceitar nossa realidade. E tem também o meu inglês, não sei se vou saber me comunicar direito. – respirei fundo - Sua avó sabe de nós, mas como você vai explicar nosso noivado?

    - Nem estou pensando nisso. E se alguém perguntar, eu respondo a verdade.

    - Rá! Seus pais vão ficar possessos.

    - Sinto muito por eles!

Rimos. Eu mais de nervoso que por qualquer outra coisa.

    - Regina, vamos recapitular: você disse que nós passaremos o natal na fazenda, e a fazenda não é da sua avó, é da irmã dela. E a dona Shelley não é obrigada a me ver com bons olhos porque a vovó Granny vê! Além do mais ela é casada e o marido dela pode não concordar também.

    - Emmy, você se preocupa demais! Eu não tomei essas iniciativas às cegas. Conversei muito com vovó antes. Ela me garantiu que na fazenda estará tudo bem.- a comissária nos interrompeu e entregou um papel com o cardápio e mais um pequeno kit com brindes da Air France – Se você estiver mesmo firme na sua decisão não deve se preocupar tanto com a opinião dos outros. – sua voz denotava certa decepção.

    - Perdoe-me,meu amor. – segurei sua mão – Eu tô completamente envolvida, não tenha dúvidas disso! É que nem sempre eu tenho essa sua coragem de assumir e encarar o que vier; vergonhoso, mas é verdade. Ás vezes eu dou essas bobeiras, mas eu te amo. Não duvide!

    - Eu não duvido. – entrelaçou os dedos aos meus – Mas sinto uma pontada de dor quando você esmorece. - abaixa a cabeça.

Beijei sua mão suavemente e ergui seu rosto entre as mãos.

    - Olhe pra mim,amor. – ela olhou – Prometo que nunca mais me verá fraquejando. Prometo! - disse convicta.

    - Eu sei que você é capaz de coisas incríveis quando quer. Eu acredito.

Beijei sua testa e seus lábios. Ela se assustou e corou.

    - Louca! – deu-me um tapinha no braço e olhou ao redor – Estamos em um avião, cercadas de gente de todo o tipo!

    - Promessa é dívida! Eu ajoelhei, tinha que rezar. – rimos – Mas, Regina, acha que os quatro mil que eu saquei no banco vão ser o bastante pra essa estadia? Lá no banco não tinha libra e não sei depois da conversão quanto vai sobrar.

    - Por volta de uns dois mil e trezentos no câmbio atual. Fique tranqüila, meu bem, seus gastos serão pequenos uma vez que teremos casa e comida.

    - Você não acha que é muita cara de pau da minha parte?

    - Claro que não! Você é minha convidada de honra!




O vôo foi tranqüilo e a conexão idem. O nevoeiro era intenso e não pude ver Paris. Trocamos de roupa ainda dentro do avião, antes do pouso, e fazia um frio danado: 2ºC!

    - No horário deles são 11:00h, não é isso?

    - Sim, e no de Londres são dez.

- Afinal, chegando lá, pra onde vamos?

    - Vovó nos espera no aeroporto e iremos de carro direto até a fazenda.

    - Nossa! E quem vai dirigir?

    - Ela! - disse despreocupada.

    - Velhinha danada! Mas, escuta, e seus tios avós sabem que eu irei?

    - Ela já deve ter dito a eles.

    - E seus pais?

    - Estarão lá com toda certeza.

"Oh, my!!!!"


Chegamos em Heathrow sem qualquer atraso. Eram 13:10h da tarde. Pegamos as malas e saímos, e não demorou muito para que um rosto conhecido despontasse no meio dos outros. Logo reconheci das fotografias: vovó Granny. Ela era da altura da neta, tinha cabelos grisalhos,um rosto redondo, pele bem branquinha e lindos olhos castanhos claros. Tinha um corpo roliço, compacto, mas não era gorda. Suas mãos eram pequenas e delicadas. Usava óculos de lentes redondas, como aqueles que os hippies gostam, e se vestia como estas vovós de filme, faltando apenas o xale. Parecia ter uns 65 anos.

Regina correu de encontro a ela e as duas se perderam em um abraço apertado. Parei perto de ambas e fiquei calada olhando. Regina sorriu para ela, beijando-lhe o rosto, e disse alegremente, em inglês:

    - Vovó, esta é Emma Swan, da qual falo desde muito!

    - Sabia desde o início; ela é exatamente como você descreveu.- e abrindo-me os braços – Venha aqui!

Nós nos abraçamos e simpatizei com aquela senhora logo de estalo. Não imaginava que os ingleses fossem tão simpáticos, ou então era uma característica particular dela, assim como de Regina.

    - É um prazer conhecê-la,senhora. Não repare no meu inglês, pois não é fluente como gostaria.

    - Seu inglês é muito bom, não se envergonhe. E pode me chamar de vovó também. – e dirigindo-se a nós – Faremos uma boa viagem para a fazenda. Querem ir ao banheiro antes,comer alguma coisa...

    - Eu preferiria ir direto, e você,amor?- olhou para mim.

Balancei a cabeça concordando.

"Calma Regina, vai devagar, não fique me chamando assim de estalo na frente da sua avó!"

    - Vamos direto, então.


Fomos até o estacionamento e fazia um frio de cão. Logo achamos o carro e pela primeira vez vi as famosas máquinas de mão invertida. Engraçado! O carro, aliás, era um senhor Ford, que eu nunca tinha visto rodando no Brasil.

Saímos do aeroporto e pegamos uma bela estrada. Regina foi sentada no banco da frente e conversava com a avó o tempo todo. Eu viajava olhando a paisagem e pensando em como poderia estar ali, tão longe do Brasil. Em Londres e arredores imediatos neve não é comum, mas a cidade é fria havendo um nevoeiro intenso no inverno. Não estava chovendo, mas o céu estava absolutamente cinza.

    - Emmy, onde você está?

Olhei para Regina e ela sorria para mim.

    - Perdoem-me, eu estava apreciando a paisagem.

    - Primeira vez na Inglaterra, filha? - vovó Granny pergunta.

    - Primeira vez fora do Brasil. – sorri.

    - Contei a vovó sobre suas últimas conquistas e ela está maravilhada. Eu já havia comentado algo ao telefone, mas deixei os detalhes para contar pessoalmente.

    - Admirável! Fico feliz que seja uma boa jovem e esforçada naquilo que quer. Acho que essa perseverança está em falta aos jovens nos dias de hoje. Querem tudo nas mãos e poucos são os que correm atrás de seu próprio futuro.

    - Obrigada, mas tenha certeza de que Regina  não fica atrás e é uma excelente aluna. Aliás, ela é excelente em tudo!

Ela corou diante de minhas palavras. Alguns segundos de silêncio e vovo pergunta:

    - E esta aliança? – segura a mão da neta.

    - Noivado. – ela sorriu

"Ai, meu Deus, é agora!"

    - No Brasil o casamento entre mulheres ou entre homens já é aceito?- perguntou surpresa.

    - Não. Mas assim que voltarmos vou entrar em contato com uma senhora, e se Regina gostar do apartamento dela vamos morar nele, mesmo sendo pequeno. Como se fossemos casadas, pela lei.

    - É isto que quer? – olhou para a neta.

    - Isto é o que mais quero,vovó.- disse resoluta.

    - Têm minha bênção! - a velhinha disse convicta,sorrindo.Isso me trouxe um alívio imediato.


    - Eu nem sei o que dizer. – respondi – Não sabe o quanto tive medo de sua opinião ser contrária...

    - Eu nunca fui contrária, desde que soube por intermédio de meu filho. E até não me espantei, dado o modo como Regina sempre me falou de você, da amizade entre as duas. O modo como falava era... havia um romantismo no ar que eu podia sentir.

    - Sua reação sempre me surpreendeu,vovó. Mesmo não sendo intolerante ou grosseira, do contrário, sempre foi um doce, sua aceitação tão imediata me surpreendeu.

    - Não queria que a velha história se repetisse. Chega de tragédias na família!

Um silêncio de suspense tomou conta do ambiente.

    - Que tragédia aconteceu,vovó?

Ela respirou fundo e começou a falar:

    - Eu tive mais um irmão além de Shelley: Robert, o mais velho de todos nós. Papai era muito rígido e nos tratava como que em um quartel; mamãe não era muito diferente. O sonho deles era ver Robert oficial da Royal Navy, servindo em um dos encouraçados da rainha, e era nítido para nós a preferência de ambos por ele. Mas nós não tínhamos ciúmes ou raiva dele, pois era um irmão maravilhoso e nos dava sempre algum presentinho para alegrar a nossa infância. Ele trabalhava na gráfica do senhor Hommer, um amigo da família, e ganhava um pouco de dinheiro por isso. Robert era seis anos mais velho que eu.

    - Eu sei quem ele é! Lembro de uma de suas fotografias antigas onde se vê um rapaz ao lado do meu bisavô.

    - Ele mesmo. Pois bem, quando Robert tinha dezessete anos, perto de se alistar na Marinha, o senhor Hommer decide contratar outro rapaz que já iria aprendendo o serviço e substituindo meu irmão na gráfica sem maiores transtornos. Este rapaz tinha dezoito anos e se chamava Tyler.

"Acho que já até sei o que aconteceu..."


    - Eu nunca soube detalhes, mas Robert se apaixonou por Tyler, e desistiu da Marinha por não querer ficar longe do rapaz. Lembro-me que em uma noite ele assumiu a verdade em casa, o verdadeiro motivo por não ter se alistado, mamãe nos trancou no quarto, e houve uma discussão horrorosa entre pai e filho. Ouvi Robert falar em voz bem exaltada que amava Tyler e eles já haviam concretizado aquele amor. Logo em seguida um barulho incompreensível e choro de minha mãe. Na minha cabeça mil perguntas surgiam sem que pudesse entender aquelas palavras.

    - Oh, meu Deus, e então vovó? O que aconteceu depois??

Ela passou a mão nos olhos por debaixo dos óculos.

    - Eu nunca entendi direito. Este assunto era proibido dentro de casa. Robert saiu de casa e dormiu fora naquela noite, não sei se por vontade própria ou por ter sido expulso. No dia seguinte, logo cedo, meu pai pegou as roupas e coisas dele e jogou dentro de um saco. Ao tempo em que fazia isso, mamãe retirava as fotografias penduradas na parede onde ele estava, e curiosamente era a maior parte delas. Nós, as irmãs, chorávamos sem nem entender porque, mas uma dor nos castigava naquele momento, como na noite anterior. Durante aquela confusão, consegui esconder uma das fotografias, a da família reunida, a que você viu. – olhou para Regina - e guardei-a comigo até hoje.

Lágrimas escorriam de seus olhos. Parou por uns instantes e continuou.

    - Fui eu a primeira a perguntar por Robert, e meu pai não respondeu. Mamãe disse que aquele nome nunca mais seria dito dentro de casa. Não sei nem o que fizeram com as fotografias e coisas de meu irmão. Poucos dias depois, Robert subiu pelo encanamento até a janela do quarto onde dormíamos e nos chamou com pequenas batidas no vidro. Deixei que entrasse e ele nos abraçou muito emocionado. Disse que iria embora para a Irlanda e não sabia se um dia nos veríamos de novo. Eu fiz um monte de perguntas, mas ele nada respondeu. Beijou-nos a testa e partiu. Ficamos olhando sua descida até o momento em que sumiu nas ruas. Estava chovendo e fazia frio. Ele estava maltrapilho e sujo, parecia ter fome e seu olhar guardava profunda tristeza. Não pude dormir por vários dias pensando nele, e confesso que ainda hoje choro de vez em quando .

    - Mas o que aconteceu depois disto? – Regina perguntou.

    - Não sei. Aquela foi a última vez que o vi. Meus pais inventaram a todos que Robert se alistou e logo foi viajar pelos mares do mundo. Tyler foi demitido e o senhor Hommer, ao que parece guardou o assunto com muita discrição. Depois de casada pedi que seu avô procurasse por ele, mas nunca teve sucesso. Nem sei se ainda vive, talvez tenha morrido mesmo jovem.

    - Sinto muito,vovó! – Regina estava emocionada - Por que meus bisavós eram tão duros? Por que tanta dor e sofrimento?

    - Eles eram os protestantes mais fervorosos da comunidade e nossa família era conhecida pela fé que demonstrava. Tudo faziam por causa da opinião dos outros, viviam para os outros. Hipocrisia, só assim posso definir.

    - E eles nunca mais falaram do filho? Não se arrependeram? – Regina perguntou.


- Anos depois disso papai se queixava de uns sonhos, acho que envolvendo Robert, ele não nos dizia; não para nós as filhas. Foi ficando doente e em menos de um ano era um verdadeiro louco. Poucos anos depois eu me casei, e então Shelley, meses depois. Papai passou o resto da vida assim, e mamãe cuidando dele. Após quinze anos de falta de lucidez ele se foi, e mamãe foi murchando como flor seca, para falecer seis anos mais tarde. Eu nunca os odiei, mas sempre achei que as dores que causaram ao filho foram os seus próprios carrascos. O sofrimento de ambos foi muito grande, e por mais que buscássemos ajudar não sabíamos o que fazer.

"A colheita é livre, mas a semeadura obrigatória, assim disse o Mestre."

Aquela estória mexeu comigo. Pobre Robert, deveria ser um rapaz maravilhoso, e de repente, por causa de um amor fora dos padrões, se viu jogado no mundo. Lembrei de vovó e de seus dramas pessoais. O quanto sofreu por amar um homem que a família não julgava adequado para ela.


Notas Finais


E aí,minha gente?O que vcs me dizem?
Nossas meninas estão noivaas! AAHHHHH 💍 Quanta coisa boa,não?Nossa loira oficialmente formada! 🤗

Reginaa é mesmo um amor da nossa vida,né?Que presentaço!O que esperam dessa viagem,hã?Vovó Granny,a melhor do mundo todinho!

Contem-me TUUDO!!Me perdoem se houve algum erro,okay?
E espero vcs aq no próximos,bebês!
Meaah! 💗😘💜


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