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História Além do Tempo (EM REVISÃO) - Conflitos


Escrita por: GihCross

Notas do Autor


Oooiii!olha quem chegou?disse que voltava ainda hoje! 😉
E venho até vcs com muuita alegria no coração!Motivo: EU VOU SER TITIAAA AAAAHHHH
NÃO CONSIGO CONTER MINHA FELICIDADE,GENTE! 😄😍

Mas vamos focar aqui,né?Mais um cap novinho pra comemorar as minhas boas novas e adivinhem so o que vamos ter hj nesse cap!? AAAHHH the first kiss...é isso mesmoo!hoje nossos bolinhos se beijarão pela primeira vez e tô super nervosa pra saber o que vcs acharão!
Então chega de papo e bora ler!

Boa leitura,ladys! 📚👓

Capítulo 7 - Conflitos


Fanfic / Fanfiction Além do Tempo (EM REVISÃO) - Conflitos



Os dias foram se seguindo e meu interesse por Regina aumentava gradativamente, sem que eu entendesse a mim mesma. 


A semana de provas do ciclo básico chegou e a temida prova de cálculo já seria na quarta. Estudamos muito no sábado anterior e ela estava meio tensa. Conversamos bastante e eu tentei acalmá-la.

Durante a semana não a encontrei e estava ansiosa por saber como tinha se saído, ou poderia ser saudade, vontade de estar em sua presença. Mas isso, claro, não consigo assumir nem para mim mesma. Fiz algumas provas também, mas nada que me apavorasse. Pensava mais nela. Sempre nela. Telefonei algumas vezes, mas não consegui falar com Regina. Decidi então aparecer em seu apartamento no sábado, mesmo sabendo que não haveria aula neste dia.

Entrei na portaria e falei com o porteiro, que já me conhecia:

- Bom dia.

- Bom dia senhorita Swan. – examinou-me de cima à baixo, como de costume…  já nem me importava mais com isso. - Vou interfonar para a cobertura. – discou alguns números – A professora da senhorita Mills... Ah, sim, bom dia. - voltou-se para mim. - Pode subir.

- Obrigada.

Subi e estava meio sem graça, nervosa. Meu coração acelerado, minhas mãos suavam. Meu desejo de vê-la só aumentava a cada andar que o elevador subia. E se os pais dela estivessem lá? Respirei fundo e afastei esse pensamento. Cheguei e Dolores me esperava na porta. Mas estava sem o uniforme de sempre.

- Bom dia, Dolores.

- Bom dia, Emma. – sorriu cordialmente.

- Emma! – Regina apareceu na porta e não pude evitar meu coração de errar umas batidas.  – Entre! – sorria. Por que meu corpo sentia um repentino alívio sempre que via esse sorriso?

Dolores dirigiu-se a ela e perguntou preocupada:

- Senhorita, tem certeza de que não haverá inconvenientes se eu...

- Dolores pode ir resolver seus assuntos. Meus pais estão fora, você sabe, e eu sei cuidar de mim. – sorriu para ela.

- Sendo assim… – olhou para mim – Tenham um bom dia. – retirou-se.

- Venha, Emma, entre. – pegou-me pela mão.

O dia estava meio frio e Regina vestia um moletom cinza. Eu usava calça jeans, tênis preto, camiseta baby look branca e um casaco de moletom azul. Paramos no meio da sala e ela me olhava sorrindo. Cruzei os braços e disse espelhando seu sorriso:

- Quer dizer que você é uma mulher madura que sabe se cuidar sozinha? Fiquei impressionada!

- Boba! – deu-me um tapinha no braço – Dolores estava com medo de me deixar aqui, mas eu autorizei que fosse. Posso passar meu dia sem babá. 


- Ainda mais agora que me tem aqui pra cuidar de você. – abri os braços "Ai, o que eu to dizendo? Emma, você anda sapatão demais pro meu gosto... E desde quando eu fui sapatão???"

- Você? Cuidando de mim? – disse sorrindo e sentando no sofá – Aí é que tenho de me preocupar!

- Você anda muito abusada, viu garota? – sentei do seu lado, mas virada de frente para ela – Escuta, eu sei que não vou estudar contigo hoje, mas vim porque fiquei querendo saber novidades. Como foi nas provas?

- Veio para saber de mim? – seu sorriso se intensificou – Que gentil! Bem... – pôs as mãos sobre meu joelho – acho que fui bem em todas as provas. Até na de cálculo, que, embora fosse trabalhosa, eu sabia resolver. Pelo menos eu acho que sabia.

- Tenho certeza de que conseguiu. – pus minhas mão sobre as dela – Então você, assim que souber da nota, me fala. Dependendo não vai mais querer estudar.

- Não, eu quero sim! - respondeu rapidamente - Mesmo se tirasse dez, eu iria continuar querendo. Aliás, espere um minuto – levantou-se e foi até o quarto – Isto é seu e nem se lembrou de cobrar. – estendeu-me um cheque.

- Ah, Regina...escuta. – levantei-me – Eu não quero te cobrar.

- Ah, não! Você trabalhou. Eu prometi e cumpro, por favor. – continuou com o cheque estendido para mim.

Olhei para o chão e pensei no que dizer:

- Vamos fazer assim, eu aceito esse cheque se as próximas aulas até a segunda prova forem de graça. Você me dá só o almoço.

- Mas assim não. – aproximou-se mais de mim. Meu corpo dando sinal de alerta. – Você passa o sábado todo comigo e não ganha por isso? Não acho justo.

- Mas não é ruim passar o sábado com você! Eu gosto. - sua aproximação mexe tanto comigo que sinto minhas pernas darem uma leve bambeada e espero que ela não tenha notado isso. 


Nos encaramos por um tempo até que ela pôs o cheque no bolso da minha calça.

- Eu também gosto. – tocou meu cinto – Mas é justo que o trabalho seja pago.

- Aceite o que te propus. Você pagou, mas essa foi a última vez. - disse, quase implorando, não conseguia me mover, não conseguia me afastar dela.

Ela olhou para mim como quem tem pena.

- Você precisa desse dinheiro, Emma e trabalha por ele...

- Eu sei do que preciso, Regina e não é do dinheiro. – não sei dizer quando, mas cheguei ainda mais perto – E sei o que quero. - encarei profundamente seus olhos castanhos, que me prendiam com uma força que eu não conseguia desviá-los… e eu não queria.

- E o que quer, Emma? – seus olhos se fundiram aos meus. Sim, eu sabia o que queria e não pensei em mais nada. Apenas agi. Me aproximei ainda mais e toquei seu rosto com a ponta dos dedos, na altura da sobrancelha, e o acariciei com suavidade até chegar em seus lábios. Deslizei o polegar por seu queixo e meu olhar se alternava entre seus olhos e lábios. Ela tocou-me no ombro e deslizou levemente os dedos por meu braço, subindo novamente a mão para meu ombro, alcançando meu pescoço. Parou ali. Minha respiração ofegante denunciava meu nervosismo e senti que ela também não estava indiferente, pois seu peito subia e descia.

Minha outra mão se posicionou em sua cintura e esperei alguma reação que mostrasse que ela me rejeitaria. Ao contrário de meus receios, ela pôs a outra mão em meu ombro. Enlacei sua cintura e puxei-a então para mais perto até que senti o contato de seu corpo no meu. Não sei explicar, mas meu corpo gostou desse simples contato entre nós. Acariciei seu rosto e baixei a cabeça aproximando nossos lábios. Ela semicerrou os olhos e nossos narizes se tocaram num carinho, nossas respirações se misturando cada vez mais com a aproximação. Meu coração batia acelerado e eu me sentia como nunca havia me sentido antes. Parecia que meu estômago rodava e a cabeça não pensava, apenas se perdia. Fui invadida por um misto de ansiedade, paixão, carinho, amor..."Amor?"

Mantive uma das mãos em suas costas, na altura da cintura, e a outra vagou até sua nuca. Segurei seus cabelos suavemente e beijei-lhe os lábios com ternura. Regina estava com os lábios entreabertos e rocei levemente nos seus. Pedi espaço, silenciosamente, com a língua. Ela concedeu prontamente e nossas línguas se encontraram num toque macio e se movimentavam em uma dança suave e gostosa. Meu coração, a essa hora, já batia feito um louco e, dessa vez, era por algo muito maior que desejo. "Como eu quero essa garota, meu Deus!" 


Ela envolveu meu pescoço com os braços e se entregou ao beijo completamente. Tudo explodiu dentro de mim. A sensação de felicidade que me tomou nesse momento foi indescritível. Não sei dizer, mas parecia que tudo fez sentido, minha vida fez sentido. Chegamos ao fim quando sentimos que faltava ar. Estávamos ofegantes. Segurei seu rosto entre as mãos e ficamos nos olhando por segundos, até que ela, como que desperta de um transe, me empurrou e se afastou de mim rapidamente.

- Emma... please, go away. (Emma… por favor, vá embora) – virou-se de costas para mim.

"Está nervosa." - Linda, espera… eu só...

- Please! I need to… (Por favor! Eu preciso que…)  – circulou nervosamente pela sala – Please, go away! (Por favor, vá embora)

Respirei fundo. - Tá. Eu tô indo. – caminhei até a porta – Mas eu queria que você soubesse que eu tô tão confusa quanto você. – saí.

Não tive coragem de esperar pelo elevador e usei as escadas. Sentia o gosto doce de seu batom na minha boca e parecia que seu cheiro estava em toda parte. Sentia ainda sua pele macia, seus cabelos lisinhos... Encostei na parede buscando por ar e pus as duas mãos sobre o rosto.

"O que foi aquilo afinal? O que está acontecendo comigo, meu Deus? Será que eu tô ficando louca? Eu beijei uma mulher!!! E que beijo! Que beijo!"


               ☆☆☆☆☆☆☆


No domingo, após a capoeira, me aproximei de Caio. Ele era um colega antigo, que fazia parte da roda, e com o qual eu ficava de vez em quando.

- Caio, você vai fazer alguma coisa interessante hoje?

- Ah eu preciso ver na agenda! Sabe como é, as mulheres tomam todo meu tempo livre... – fez um olhar sedutor.

- Ah é, eu sei. Então veja aí porque você sabe que os homens também não me deixam em paz e somente hoje surgiram algumas horas livres pra mim. – disse em tom de brincadeira.

- Aí você pensou no seu amigo velho de guerra? É muita consideração da sua parte, loirinha! – beijou minha mão.

- E então? - arqueei a sobrancelha.

- Sou todinho seu! – abriu os braços sorrindo.

Caio morava sozinho no morro Dona Marta, em Botafogo e, sempre que ficávamos juntos, íamos para o barraco dele. Dessa vez não foi diferente e passamos o resto do dia fazendo sexo como dois desesperados. Saí de lá às 22:30h. Eu fui para lá querendo esquecer. Eu queria me convencer sobre minha sexualidade, provando a mim mesma que era heterossexual e que aquela coisa toda com Regina não passava de uma bobagem sem importância. Eu queria mostrar para mim que sentia prazer com homens e era capaz de dar prazer a eles. Eu queria apagar aquele beijo e aquelas sensações da minha memória. No entanto, gozei com o corpo e senti um imenso vazio ao final de tudo, uma louca vontade de sair correndo e nunca mais olhar para Caio. 


Minhas dúvidas e inquietações pareceram aumentar. "Com quem posso conversar? O que faço? Como vou continuar a trabalhar com ela desse jeito?" 


Subi o morro confusa, tensa e me sentindo extremamente só. Regina me inspirava carinho, cumplicidade e amor, sentimentos com os quais eu não estava acostumada. Eu sempre fui impetuosa, buscava o prazer em tudo e achava que bastava. Nunca me deixei envolver, nunca me entreguei, mas ela parecia romper todas as minhas barreiras e sem fazer o menor esforço. 


"Por que digo amor??? Eu não a amo! Ela é apenas uma garota que está me atraindo e é só. Mas por que ela está me atraindo se eu nunca reparei em mulher alguma?" Rolei na cama por horas. Pensei, chorei em segredo e adormeci só de madrugada.


             ☆☆☆☆☆☆☆

Estava com as Feiticeiras em um trailer pela manhã. Minha cabeça viajava longe e não ouvia o que diziam.

- Que foi, Em? Está tão longe... – disse Lily com a sobrancelha franzida e curiosa.

"Como introduzo o assunto sem me revelar?"

- Aconteceu uma coisa que me deixou pensativa. Encontrei uma amiga dos tempos do segundo grau e batemos um longo papo.

- E??? – perguntou Ruby.

- Ela me disse que conheceu uma garota no trabalho, se interessou por ela e, depois de muita luta com os próprios sentimentos, resolveu deixar rolar...

- Que horror! – Rose  fez cara de nojo.

- E ela já era sapatão desde o segundo grau?

- Não, Lilith, ela nunca foi “sapatão”. Ela disse que aconteceu agora, inesperadamente.

- Eu não acredito! Isso é doença e a pessoa já nasce com essa aberração. E que, por alguma razão, ela só se manifestou agora. – Rose afirmou duramente – Afaste-se dela, Ems!

- Tinker, se ninguém te disse, homossexualidade não pega. – Ruby comentou

- Eu não sabia que você abominava tanto essas coisas. – comentei.

- Tenho nojo dessa gente lésbica, gay, bissexual... Não gostaria de estar na pele deles quando forem submetidos ao julgamento de Deus.

- Ai Rose, quando você começa com esses discursos de beata fica um saco! – disse Lily.

- E Deus vai julgá-los pelo que? – perguntei 


- Pelo que??? Emma, por favor! Homem e mulher têm de ficar juntos. Deus abomina estas aberrações que desobedecem os princípios estabelecidos por Ele. Duas mulheres juntas? Isso é sem vergonhice! Se eu fosse você, não dirigiria uma palavra a essa tal.

- Olha, Tinker, eu nunca me revelei, mas acho que agora é hora. – Ruby se reclinou para perto dela – Morro de tesão em você e minha "aberração" já não se aguenta quieta. Vamos prum canto escuro, hein?

Essa brincadeira quebrou um pouco do clima tenso que se iniciou com as palavras de Tinker. Rose, aliás, era conhecida entre nós como "A Santa". Ela era católica, ativamente participante em sua igreja e se envolvia em muitos trabalhos sociais. Caridosa e delicada, era uma amiga fiel, mas muitas vezes dura em suas opiniões sobre as coisas da vida. Morava com os pais em Bonsucesso, onde ficava a oficina mecânica da família, não tinha namorado e era a mais "calma" do grupo nesse sentido. Era baixa, branca, loura dos cabelos encaracolados e olhos azuis; apesar de termos todas a mesma idade ela parecia a mais nova, por causa do ar angelical. Sonhava encontrar o homem de seus sonhos.

- E vocês duas? Também pensam assim? – perguntei.

- Eu não tenho nada contra ou a favor. Mas não gostaria de ter uma amiga dessas. – disse Lilith.

- E eu conversaria com ela a respeito. Se me convencesse eu até experimentaria pra ver se é mesmo bom colar um velcro de vez em quando. Sexo entre mulheres deve exigir mais criatividade que é o que esses homens menos têm. - Ruby disse divertida.

- Você sempre leva tudo na sacanagem! – reclamou Tinker.

- Me avisa então o dia em que você resolver ter estas experiências alternativas pra eu deixar de andar contigo tá?

- Ih Lily, relaxa, porque depois que eu comer a Tinker você vai ser a próxima... – deu um tapa na coxa dela – Coxão, hein?

- Deus me livre! – responderam Lily e Tinker ao mesmo tempo. Rimos.

- E eu, Ruby? Quer dizer que não faço mesmo o seu tipo? - perguntei 


- Ah não, Patinha! Eu teria de disputar espaço com os homens da tua vida e daí tô fora. Cê sabe que eu não quero ter trabalho, não sabe?

A conversa continuou em clima de brincadeira e percebi que não poderia me abrir com elas. Pedi licença e me despedi. Era hora de aula. Caminhei até o bloco D me sentindo solitária, mais do que sempre me senti.


            ♧♧♧♧♧♧♧♧


Estava em casa estudando. Era quinta à noite. Minha avó bordava na sala e estávamos em silêncio. Até que resolvi sondá-la.

- Vó, a senhora não vai acreditar. Encontrei uma colega do segundo grau e ela me disse que se apaixonou e está morando com uma garota.

- Falta de surra!

- Hã???

Parou o bordado.

- Ela não tem mãe? Não tem pai? Eles tinham que ter dado uma boa surra nela pra que entrasse nos eixos. Se fosse minha filha, ela além de apanhar, não colocaria mais os pés nessa casa se não acabasse com a palhaçada. – retomou o bordado.

- Não é palhaçada, vó. A pessoa não escolhe por quem se apaixona.

- Só quero que você nunca traga essa garota aqui. – disse sem olhar para mim. O assunto morreu ali. Voltei a estudar e senti uma grande tristeza. 


O tempo passou e continuei sem conversar com Regina sobre o que me incomodava. Continuei com as aulas normalmente e não vi mais os pais dela em casa, graças a Deus. Eu evitava encontrá-la na faculdade. Minha cabeça continuava confusa. Saiu a nota da primeira prova de cálculo e ela tirou 9,5. Podia passar direto tranquilamente, mas ainda fazia questão das aulas. Em uma quinta-feira, a vi sentada em um trailer com um rapaz. Havia uma intimidade entre eles que me surpreendeu e perturbou. Quem era aquele cara? Regina sempre foi tão inacessível, tão indiferente a todos os caras. Por que aquele era especial? E eu? Mas o que eu tenho com isso? Meu Deus… que confusão é essa que está acabando comigo?

- Oi Regina! – parei de pé em frente aos dois.

- Oi! – sorriu para mim – Deixe-me apresentá-la ao Denis. Denis esta é Emma Swan, minha amiga e professora de cálculo.

Denis era um rapaz que aparentava uns 22 anos, moreno, alto e forte. Era completamente careca e dono de um belo sorriso.

- Oi Emma! – estendeu a mão. Apertei-a com firmeza.

- Oi.

- Sente-se conosco. Denis faz eletrônica e você precisa ouvir as estórias dele. Acabou de acontecer o concurso de batalha entre robôs e a UFRJ foi campeã através da equipe dele.

- É, deve ser interessante, mas eu tenho que ir. Fica pra próxima.

- Sábado, então?

- Como sempre. – saí

Esqueci do que deveria fazer na faculdade naquele dia e fui embora para casa. Chegando lá fiquei sozinha e me senti mais vazia ainda. Saí então e desci as escadas meio sem saber para onde ir. Lá embaixo encontrei com Caio.

- Que cara é essa, garota? Parece que está, sei lá, meio aérea.

- Eu não tô me entendendo mais...

- Vamos pra praia então e lá a gente conversa. Você tá visivelmente precisando disso.

- Caio, não sei como você vai reagir com o que vamos conversar, mas se eu não falar com alguém vou ficar maluca. Tô sofrendo muito...

- Diz então. Pode confiar. 


Fomos para a praia. Abri meu coração e disse a ele tudo sobre Regina e eu, incluindo o beijo. Falei do que senti quando a vi empolgada com o rapaz hoje na faculdade. Ele ficou sério, pensou e disse:

- É amiga, você tá fodida. E pior, fodidamente apaixonada pela garota.

- Então acha que me apaixonei? Como pode? Eu? Sabe que sempre gostei de homem. Como pode isso?

- Você ainda gosta de homem, mas se apaixonou por ela. Qual o problema? Acha que se desmerece por isso?

- Não acho que me desmereço, mas... Como que ia ser isso? Imagino a peruona da mãe dela e a bicha velha do pai sabendo que a filhinha está com uma mulher e, além do mais, uma "mulherzinha de morro". E minha avó? Essa me expulsaria de casa! E minhas amigas? Acho que nem falariam mais comigo!

- E por que essa gente toda tem que saber? Além do mais a garota é menor de idade e os pais dela poderiam até te processar.

- E acho que fariam isso com prazer.

- Mas nada disso te impede de tentar...

- Tentar o que? Ficar com ela escondido? Sem chance! E também eu não acho que me apaixonei. É só uma curiosidade boba que pode passar se eu me afastar dela. Além do mais a menina merece coisa melhor do que um "namorico fortuito"!

- Você está é pensando assim: "eu, Emma Swan, a gostosona, apaixonada por uma garota inexperiente de 16 anos? Ah, não! Não eu! Eu não sou lésbica, eu não sou!" Qual é, Ems!? Desce desse pedestal e encara a realidade.

- Você tá me deixando mais confusa. Mais do que eu já tô.

- Swan, vai atrás da garota e faz o que você não teve coragem. Tasca-lhe um beijo na boca e diz o que você sente. Se bobear, ela vai virar e te dizer: “eu também me sinto assim esse tempo todo.”

- Eu não me imagino fazendo isso. E eu nem saberia o que fazer depois.

- Olha, o que eu quero te dizer é: não deixa passar ou vai se arrepender pelo resto da vida pelo que não fez. Viver de remorso é foda!

Passei muito tempo refletindo naquele papo. 


                     ☆☆☆☆☆☆


Mais uma aula de cálculo acabava. Enquanto Regina guardava o livro. Criei coragem para perguntar:

- Quem era o cara com você lá no trailer um dia desses? O tal do Denis. Parecia ser tão íntimo. - mexi em uma folha de papel - Namorado novo e eu não sei?

Ela me olhou surpresa: - Isso importa para você?

- Sim. – olhei-a nos olhos.

- Não é.

- Então por que é tão cheio de liberdade com você?

- É só um colega. Não há liberdades.

- Vai deixar agora seus colegas serem tão... íntimos?

- Onde quer chegar, Swan? – encaminhou-se até a porta da biblioteca – Está com ciúmes? – falou como que gostando da hipótese, com um sorriso debochado no rosto… abusada!

Andei até ela, parando de frente a encarando. - E se estiver?

- Digo que não tem porquê. – encarou-me e saiu.

Segui seu andar pelo corredor e mexeu comigo o movimento de seus quadris rebolando por baixo do vestido justo. Ela fazia de propósito. Chegando na sala parei perto da poltrona e coloquei as mãos nos bolsos do short.

- Desde o dia em que nos beijamos eu não consigo pensar em outra coisa. Aconteceu tão no impulso, como se fosse algo que eu precisasse fazer pra continuar viva. – calei-me por uns instantes – Eu nunca tinha passado por algo assim.

- Pensei que tivesse esquecido. – respondeu suavemente, de costas para mim.

- Em nenhum dia sequer. Não posso respirar sem que essa imagem passe pela minha mente, Regina. – caminhei para perto dela – Nunca um beijo mexeu tanto comigo. – respirei fundo e passei a mão pelos cabelos – Eu nunca havia beijado uma garota e há alguns meses acharia essa hipótese improvável... Mas aconteceu e nunca havia sido tão intenso, com homem algum.

- Eu nunca havia sido beijada… - confessou me pegando de surpresa.

- E se arrependeu?

- Não disse isso – virou-se de frente para mim  – Apenas pedi para que fosse embora porque tive medo. 

- De que?

- Isso não é certo! Somos amigas, somos mulheres e assim deve permanecer.

Afastei-me dela e parei perto de uma estátua da sala.

- Imagine se rolasse alguma coisa e as pessoas ficassem sabendo? – disse meio que sem pensar.

- As pessoas ainda têm muitos preconceitos com certas escolhas...

- Têm... – olhei para ela – É melhor eu ir agora.

- É sim. - não consegui decifrar seu olhar nesse momento.

Andamos até a porta e ela ficou do lado de dentro segurando a maçaneta.

- Até sábado, provavelmente.

- Até.

Me aproximei e beijei-lhe a testa para me despedir. Nem sei porque fiz isso. Ela olhou para mim e levantou mais o rosto. As palavras saíram de minha boca sem que eu pensasse. O coração gritava.

- Ainda tô com o gosto daquele beijo na boca. – falei em voz baixa. "Ai, Emma… Mas que frase de homem cafajeste!"

Gastamos alguns segundos nos olhando, presas em nossa imensidão  e sem pensar beijei-lhe os lábios com intensidade. Ela envolveu meu pescoço com os braços e eu a abracei pela cintura, apertando-a em meu corpo. Entramos novamente no apartamento e fechei a porta com o pé. Nosso beijo era apaixonado, como se tivéssemos necessidade uma da outra. Comecei a beijar seu pescoço e ela me deu todo acesso. Mordisquei sua orelha e isso a fez rir. Olhei em seus olhos e sua expressão era de carinho e desejo. Pôs a mão em meus lábios e comecei a beijar seus dedos. Em seguida encontrei seus lábios novamente e trocamos um beijo longo e terno, sem fome, apenas nos sentindo. Fomos despertadas pelo som do telefone tocando.

- Oh my! – correu até o aparelho – Hello! (Alô!) – silêncio – Hi dad... oh no, I haven’t done it yet... In twenty minutes? Ok, bye! – desligou o telefone (Oi pai ... ah não, eu não fiz ainda ... Em vinte minutos? OK, tchau.) – I... Eu... – parou para respirar várias vezes - Meu pai quer que... eu o acompanhe em uma recepção hoje... mamãe está fora e ele acha... acha deselegante atender a estes compromissos sozinho.

- Tudo bem. – pus as mãos nos bolsos – Eu já tava de saída mesmo... – caminhei até a porta e a abri – Tchau.

- Tchau.

Saí quase que correndo e novamente usei as escadas. Minha vontade era ficar com ela a noite toda. "E eu ainda tenho que estudar pra uma prova hoje... Com que cabeça?" 



Notas Finais


E ENTÃAO?Digam-me tudo oq acharam do capítulo!
Gostarão do primeiro beijo?o que acharam do Caio?
E o Caio?

Comentem bastante,meus xuxus!
Um xêro e até a próxima! ❣
Mwaahh! 😘😘😘


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