História Algo Por Você - "Completamente"

- Bom dia, família! - cheguei à sala de jantar junto com Neymar, que carregava nossa filha.

Meu pai e irmão já estavam sentados à mesa, enquanto minha mãe estava terminando de preparar o café da manhã.

Assim que o Lucas me ouviu, saiu correndo em minha direção e eu me abaixei para abraçá-lo.

- Nandaa! - me abraçou fortemente e eu sorri o pegando no colo.

- Oi, meu anjinho. - falei enchendo seu rosto de beijos. - Eu estava com saudades sua. E você sentiu minha falta? - perguntei o olhando.

- Unhum. - respondeu, mas já estava olhando para Ney, que estava ao meu lado.

- Oi, Luquinhas! - Ney disse, passando a mão livre  nos cachinhos do meu irmão.

- Oi, Ney! - meu pequeno respondeu. Eles eram quase melhores amigos, sempre que podia, Neymar estava jogando online com o Lucas. - Oi, bebezinha! - ele falou baixinho e se esticando para passar sua mãozinha nas costas de Analu.

Ela olhou para ele e soltou sua risada contagiante, espalhando sua fofura.

- Sentem-se, pessoal! Só estou terminando de fazer a salada de frutas e já vou tirar o bolo do forno. – minha mãe disse. Eu até me ofereci para ajudá-la, mas ela me dispensou, disse que não precisava.

Sentei-me junto aos outros e em dez minutos já estávamos servidos e minha mãe sentada ao lado do meu pai.

- Ai, como eu tava com saudades desse seu bolo de fubá, mãe! - me deliciei com aquela maravilha.

- Eu sei como você gosta desse bolo, minha filha, por isso fiz. E coma o bolinho de chuva também, usei a receita de sua avó. - e lá estava ela tentando me empanturrar de comida, mas bem que eu estava gostando. - E você, Ney, coma direito. Não tenha vergonha. - olhou para meu noivo, que estava com Analu no colo.

- Pode deixar, sogra! Com essa sua comida, eu faço questão de sair da dieta com gosto. - falou e depois colocou um bolinho de chuva na boca.

Analu estava se esticando em direção ao prato do pai e abrindo a boca, hipnotizada pela comida.

Tive que rir daquela criaturinha fofa.

- Aqui, meu amor. - peguei uma fruta cortada, que estava na salada de frutas e levei até ela. No mesmo instante ela fechou a boca e balançou a cabeça.

- Come o mamão, filha. - Ney olhou para ela, que voltou a olhar para o bolo em seu prato, esticando sua mão.

- Vão tomar seu café, garotos! Deixem que eu fique com a minha princesinha. - meu pai se pronunciou e em questão de segundos, já estava ao nosso lado, pegando Analu dos braços de Ney e se sentando em seu lugar com a neta no colo.

- Não, pai! - falei assim que ele colocou uns farelos de bolo de chocolate na boca de Analu.

Eu tentava ao máximo deixar minha filha longe de doces, apesar de Neymar ser um pai babão e fazer todas as vontades de nossa menina pelas minhas costas.

- O que é que tem, Fernanda? - perguntou dando de ombros. - Você sempre comeu doce quando criança e está bem viva agora. - rolou os olhos. - Come, meu amor! - ele dizia enquanto dava mais bolo na boca de Analu, que comia com gosto e com os olhinhos brilhando.

Eu ri, cedendo.

- Tudo bem, pai. - falei e voltei minha atenção à comida que estava no prato. - O senhor vai trabalhar hoje? - perguntei.

- Vou ter que dar uma passada na empresa, filha. Tenho uns documentos para revisar e uma reunião, mas na parte da tarde estarei aqui com vocês. - ele respondeu dando suco para a Analu e sujando a menina toda. Preferi nem falar nada, só dei uma risada.

- Eu tenho que ir para a escola mesmo, mamãe? - Lucas perguntou a nossa mãe.

- Claro que tem, estaremos aqui quando você chegar. - ela respondeu.

- Tudo bem. - ele aceitou, logo que não tinha como enrolar nossa mãe.

******

Quando meu pai já tinha saído para o trabalho e levado Lucas para a escola, eu fui dar banho em Analu. Depois daquele café da manhã, a menina ficou toda suja.

Logo estávamos os quatro arrumados e prontos para ir ao shopping. O Natal estava chegando, e além dos presentes, eu tinha que comprar umas coisas para mim e para a Aninha.

Ney estava de óculos e boné, mas nem por isso passava despercebido. Ele caminhava com nossa filha no colo enquanto eu e minha mãe observávamos as vitrines.

- Olha que biquínis lindos, mãe. - mostrei a loja a ela, que também os achou lindo e nos direcionou a entrada da loja.

- Bom dia! Em que posso ajudá-los? - disse uma atendente bem atenciosa e simpática.

- Bom dia! - sorri. - Vamos dar uma olhadinha nos biquínis, qualquer coisa eu te chamo. - falei e ela assentiu, nos mostrando a parte dos biquínis e maiôs.

- Olha esse maiô, filha. - minha mãe me mostrou uma peça azul turquesa que tinha um decote que descia mais ou menos até o umbigo, com umas poucos detalhes dourados.

Enquanto olhávamos peça por peça, Neymar ficava sentado em um sofá brincando com Analu e gravando vídeos.

- Veja, mãe! - falei sorrindo a mostrando um conjunto de biquínis para mãe e filha. Pedi imediatamente o meu número e de Analu para a atendente.

Quarenta minutos depois estávamos saindo da loja. Comprei cinco biquínis e quatro maiôs para mim e sete mini biquínis e cinco maiôs para Analu. Em meu caso, estava mesmo precisando de roupas de banho, logo que eu gostava de comprá-las no Brasil e já fazia um tempo sem vir aqui, para a Analu, comprei as peças por não conseguir me controlar quando o assunto era aquelas roupinhas tão pequenas que extrapolavam os níveis máximos de fofura.

Comprei várias roupas de verão para mim e minha pequena, algumas roupas que o Neymar estava precisando, uns livros que Eloah tinha me recomendado, e uns jogos. Estes foram Neymar que escolheu, afirmando que Lucas queria muito, mas na verdade ele que aproveitaria para jogar.

Por último passamos em uma confeitaria, eu estava morrendo de vontade de um comer bolo gelado de prestígio que eu realmente amava.

Àquela hora Analu já estava em meu colo, e Ney levando as sacolas de compras.

A espertinha aproveitou-se de minha distração e já ia enfiando a mão no pote de bombons a nossa frente, em cima do balcão do estabelecimento, quase derrubando tudo no chão e me matando de vergonha.

- Não, Analu! - falei firme e nos afastei dos docinhos.

Ela olhou para mim e novamente para os bombons, e então fungou, com os olhinhos cheios de lágrimas, olhou para Ney estendendo os braços.

Meu noivo a pegou e ela fungou mais uma vez, olhando para o pai e em seguida, quando viu que tinha conseguido sua atenção, apontou para os bombons.

Eu ri, aquela menina sabia das manhas, mesmo sendo tão pequena.

Neymar olhou para mim no mesmo instante, eu sabia que ele queria ceder, mas não podia deixá-lo fazer todas as vontades da Analu. Não estava querendo criar uma criança sem limites.

- Posso, morena? - ele não sabia o que fazer nessas situações. Era babão demais.

- Não, amor. A gente não pode fazer todas as vontades dela e você sabe disso. - ele suspirou.

- Ah amor, eu sei. Mas quando olho essa carinha dela... - falou passando a mão nos cabelos de Analu, que estava deitada em seu peito, com o rosto molhado por algumas lágrimas.

- Eu sei, mas temos que nos mantermos firmes. - eu disse e me encostei dando um beijo na bochecha gorda da minha bonequinha. - Não chora, amor da mamãe. - falei baixinho olhando para ela. - Te amo. - declarei vendo-a esfregar os olhos, deveria ser sono.

******

Quando chegamos em casa já ia dar onze horas da manhã e minha mãe foi fazer o almoço. Deitei-me ao lado dos dois amores de minha vida que estavam na cama.

Peguei Analu e a coloquei deitada sobre o meu tronco. Ela ainda estava um pouco emburrada, diria até mais que antes, pois dormiu um sono no carro enquanto voltávamos, mas acordou mal-humorada.

Tirei meu peito do sutiã que usava e ela prontamente o pegou, se alimentando.

Ney encostou-se a nós e enfiou o rosto em meu pescoço e me deu um beijo naquele lugar.

- Acho que você não tem ideia de como eu te amo, morena. - falou do nada e eu sorri, acariciando sua nuca com a mão livre.

- Acho que tenho sim, amor. - disse calmamente. - Eu te amo também. Tanto. - olhei no fundo dos seus olhos.

Ficamos mais um instante em silêncio.

- Nanda, por que a gente não marca logo a data do nosso casamento? - me perguntou.

- Você tem certeza? Você quer se casar mesmo? - falei incerta.

- Claro, Fernanda. - se afastou um pouco e apoiou a cabeça na mão. - Por que a pergunta? - levantou as sobrancelhas.

- É só que não falamos muito disso, então eu achava que você não estava tão afim de se casar. - me expliquei.

- Como poderia não querer me casar com você, logo a pessoa que chegou e me trouxe a paz que eu precisava? - falou me encarando profundamente e de forma séria. - Você mudou minha vida, Fernanda, completamente, e eu só tenho a te agradecer. Sua graça me encantou, seu jeito de menina me chamou a atenção assim que te vi pela primeira vez. E eu posso afirmar que dali para cá você só me completou e me fez feliz de uma forma que eu não imaginava ser possível. Talvez alguns digam que nossa história foi acontecendo rápido demais, mas eu afirmo que tudo aconteceu no tempo certo, no tempo do nosso coração. Vocês duas transformaram meu mundo e eu só posso amá-las por terem feito isso.

Um sorriso enorme estava estampado em meu rosto, que já se encontrava inundado de lágrimas.

- Eu te amo, te amo, te amo, te amo! -eu sussurrava enquanto o abraçava, amassando um pouco a nossa filha, que resmungou nos fazendo rir.
- Vocês são a minha vida. - ele falou da forma mais sincera, me emocionando ainda mais.

Eu nunca tinha parado para observar a minha vida como fiz naquele momento, diante ao meu amor e com minha filha em meus braços.

Já não me lembrava muito bem de como era minha vida antes deles e nem sequer a imaginava sem eles. Neymar também tinha me transformado. Eu tinha me tornado uma mulher, uma mãe. Eu tinha me tornado amor. Completamente.