História Alguém em Meu Lugar - Descoberta

 Carolina aproveitou o intervalo que o diretor deu para que pudessem almoçar e saiu a procura da amiga, deveria contar a ela que Omar desconfiava e iria a todo custo encontrar um jeito de desmascara-la.

- a senhora Mendiola está? Questionou a secretaria de Fernando.

- sim, senhorita, a senhora está na sala da presidência junto com o seu Fernando.

- poderia fazer um favor?

- se estiver ao meu alcance.

- chame ela, mas não diga que sou eu.

A secretaria a olhou desconfiada.

- por favor, não vou fazer nada. Sorriu.

- tudo bem. Ela discou o número da presidência. – seu Fernando? ... sim, poderia passar para a senhora Laura? ... isso, é rápido, é algo que ela me pediu. Ela passou o telefone para Carolina assim que Leticia disse.

- Laura? Carolina a chamou. – precisamos conversar, é sobre aquilo que me pediu, lembra? .... ótimo! Estou aqui a sua espera. Desligou e devolveu o telefone. – muito obrigada. Sorriu.

- Carol? Leticia apareceu logo em seguida.

- podemos ir lá?

- sim, vem. As duas saíram em direção ao camarim.

Carolina tratou de conferir que ninguém pudesse escuta-las ou tivesse as visto entrar ali.

- o que foi Carol?

- Let- Laura, preciso te contar algo muito importante.

- diga.

- as coisas estão ficando ruins! Hoje mais cedo escutei uma conversa entre Omar e Marcia!

- sobre? Leticia começou a preocupar-se.

- ele não está crente na mudança de Laura Mendiola, ainda disse mais! disse que vai encontrar provas suficientes que você ... não é você.

- mas ... isso é impossível! Eu ...

- ele desconfia, mas Marcia não deu muito ouvidos a ele!  Ela acredita que você tenha mudado.

- e eu mudei.

- muito mais que isso, você sabe.

- sim, e por isso tem que estar mais atenta ao que Omar possa fazer!

- ele não vai conseguir provar nada! não tem como! Isso é ... a Laura má não existe mais!

- peraí ... Carolina a olhou bem e viu algo estranho no olhar da amiga. – você vai ficar?!

- ham?

- você se apaixonou, é isso?!

- Carol!

- foi isso, não foi? Vocês ... transou com ele?!

Leticia relutou em dizer.

- me conta a verdade.

- não transamos.

- ah não? Carolina duvidou.

- fizemos amor. Confessou sorrindo sem jeito.

- Meu Deus! Eu não sei se fico contente ou ... ou preocupada.

- eu sei. Leticia disse lembrando de como será a reação dele quando descobrir a verdade.

- mais que tudo tem que ser cautelosa!

- tem razão. Leticia sentou em uma das cadeiras.

- mas ... algo me intriga.

- o que ?

- Fernando está agindo diferente com você? Ele não desconfiou de nada.

Leticia não evitou em ficar vermelha ao entender onde sua amiga queria chegar.

- não.

- está envergonhada? Carolina não evitou em soltar uma gargalhada.

- PARA CAROL!

- tudo bem! mas ... ele não notou nada?

- não sei, eu não disse nada e ele muito menos.

- que estranho, os homens geralmente percebem isso.

- acho que devo ter tido sorte.

- que sorte a sua né! Sorriu maliciosa.

- pode parar, não vou dizer nada.

- desculpa senhora certinha. Carolina sorriu. – mas temos que pensar no Omar.

- vamos continuar como está, e ficar atenta, se notarmos algo diferente agimos.

- e o que seria?

- isso só eu vou poder fazer Carol.

 

= = =

Marcia respirou fundo, não poderia crer no que escutará, Laura era Laura ou não? A conversa que escutara a deixou mais confusa do que tudo, Laura confessou que mudara, mas agora tinha dúvida se seria para melhor ou pior, o que tanto escondida e o que Fernando não tinha percebido? Ela se afastou dali e caminhou em direção ao seu irmão, precisava conversar com ele.

- amor? Escutou a voz de Omar. – se sente bem? se aproximou dela.

- preciso falar com Fernando, onde ele está?

- na sala dele, eu acho.

- eu preciso ir.

- eu vou com você. Ele a ajudou chegar até a sala de Fernando.

- Marcia? Omar? Estranhou vê-los entrar em sua sala.

- tranca pra mim, por favor. Marcia pediu e sentou no sofá que tinha na sala.

- o que está acontecendo? Estranhou o pedido da irmã.

- Omar e eu tivemos uma conversa hoje mais cedo.

- não Marcia! Era só ... não há necessidade de contar a ele.

- agora tem sim. Marcia disse seria. – porque agora eu também duvido que Laura seja Laura.

- ham? Fernando ficou confuso. – como assim Laura não é Laura?

- todos sabemos que Laura mudou. Omar começou a falar.

- sim, a perda do bebê mudou todos nós. Fernando justificou.

- não é isso! Ela mudou ... tudo! Omar explicou.

- acho que a perca do nosso bebê foi motivo suficiente para que aprendêssemos algo, né?

- ele não vai acreditar. Omar resmungou e se levantou. – eu não quero mais falar sobre isso, saiu deixando os irmãos a sós.

- você não acredita nesse papo, não é Marcia? Você mais que todos sabem o quanto Laura mudou! Ela jamais seria capaz de fazer algo ruim! Nem hoje e nem nunca!

- Fernando ... eu escutei uma conversa dela com alguém.

- está escutando atrás das portas?  Se revoltou.

- não foi o que aconteceu! Eu não quis!

- Marcia, você conseguiu superar tudo, talvez seja por isso que Omar pensa dessa maneira.

- há quanto tempo ficou sem fazer amor com ela?

- que pergunta é essa?!

- Fernando! me diga!

- não vou dizer isso!

- ela te negou?

- Marcia!

- Fala Fernando!

- desde o acidente até ontem. Acabou dizendo.

- não notou nada diferente?

- isso já é demais!

- ela conversava com essa pessoa dizendo que tinha feito amor com você e que para a sorte dela você não tinha percebido nada.

- não tinha ... percebido? Fernando achou estranho. – tem certeza que era a Laura?

- eu conheço a voz da Laura!

- por que Laura faria isso?

- um golpe?

- estamos falidos Marcia!

- Fernando, vou perguntar mais uma vez!  Quando ... quando fez amor com Laura, sentiu algo diferente?

Fernando a olhou em silêncio, tentou lembrar algo e nada.

- não Marcia, não tinha nada diferente!

- ok, se não quer me dizer nada, tudo bem. mas, pense aí e se encontrar ... me avise, não precisa ser nada.

- vai fazer o que? A viu se levantar.

- tentar controlar o Omar para que não faça nada.

- e Laura.

- vou agir normal, sei que vai ser difícil mas ela não fez mal algum para nós e acho que precisamos pensar bem.      

Fernando a viu sair e não disse mais nada, se pôs a pensar na noite que teve e tentou lembrar de algo.

- não há nada. Esbravejou. – Laura pode ter mudado, mas ... foi ... é a minha esposa!

 

= = =

- agora devemos voltar, já passou muito tempo e aquela secretaria do Fernando pode achar estranho.  Carolina disse.

- antes quero te pedir algo.

- sim.

- passe em uma farmácia e compre uma pílula do dia seguinte pra mim.

- não se protegeram?!

- Carol! A repreendeu.

- tudo bem, eu compro e depois arrumo um jeito de você tomar.

- mas não demore.

- está certo. Carolina saiu sorrido.

Leticia se levantou e saiu depois de alguns segundos que sua amiga saiu. Voltou para a sala de Fernando, mas não o encontrou.

- senhora? A secretaria dele entrou.

- sim?

- seu Fernando voltou as gravações e pediu que a esperasse.

- quer saber, eu vou para casa. Hoje o dia vai ser muito cansativo para ele e não quero atrapalhar. Leticia sorriu.

- não quer acompanhar as gravações?

- não, não eu tenho mais coisas para fazer. Diga a Fernando que vou esperar ele em casa.

Leticia se despediu e saiu, foi para a mansão e antes passou na farmácia para comprar a pílula. 

- dona Laura? Paula Maria se surpreendeu com a presença da patroa.

- sim, sou eu. Leticia seguiu para a cozinha.

- pensei que estaria na empresa, agora a senhora sempre está lá. Daqui uns dias será até presidente de Conceitos. Paula Maria disse seguindo a patroa.

Leticia se virou e olhou nada amigável.

- me desculpa, foi só uma brincadeira.

- espero. Ela tomou a pílula. – o que foi?

- nada.

- Paula.

- não está tomando seus anticoncepcionais?

- esqueci.

- ah. Estranhou, sua patroa nunca esqueceu disso e jamais precisou tomar pílula do dia seguinte.

- eu vou para meu quarto.

- será só vocês para o jantar?

- acho que sim, Terezinha não disse nada.

- Vou deixar um prato reserva.

- pode ser.

- ah! chegou isso quando saiu. A empregada sumiu e depois voltou com uma caixa enorme nas mãos. – a senhora está com sorte esses dias, mais um presente.

- pra mim? Estranhou.

- isso, olhe no cartão.

- obrigada Paula. Leticia pegou e foi para o quarto, tratou de abrir e descobrir o que era.

“ para a minha rosa delicada”  estava escrito dentro da caixa.

Apressou em abrir e tinha um vestido muito elegante.

- espero que use, amanhã quero ter um jantar especial com minha filha. Ela leu em voz alta. – estou cansada disso. Não evitou em começar a chorar. – em que enrascada fui me meter? Laura e Borges vão ver! Prometeu. – porque se Fernando e os outros descobrirem eu vou fazer questão de me entregar.

Leticia procurou um lugar seguro para guardar o vestido que seu pai tinha dado, voltou e conferiu que nada estava fora do lugar, Paula Maria não iria contar a ninguém então não tinha com o que se preocupar. Tomou um banho relaxante e depois deitou, precisava dormi um pouco e tentar alguns momentos que esquecesse a situação que ela estava.

 

 = = =

Borges passou o dia jogando com alguns amigos que fizera nos seus dias que começaram sua nova vida, chegou em sua casa como de costume e se surpreendeu com o que encontrou.

- onde pensa que vai? Ele viu Laura preparar as malas.

- voltar.

- como?!

- isso! Não posso deixar Leticia sozinha com o papai!

- ela que se vire! Você sempre vai se sacrificar porque Leticia não consegue enfrentar nada! deixa crescer Laura! Deixa ela conseguir caminhar sozinha! Sabe muito bem que quem era para estar naquela casa engando o idiota do Fernando era ela e não você! Porque há tempos temos dinheiro suficiente para fugir! E –e-e .. tem o nosso filho!

- eu sei! Mas ela é minha irmã! Eu a amo também!

- e seu pai? Acha que ele irá comemorar ao ver que está gravida?  Vai ser muito bom, imagina, uma filha que não presta para os negócios da família e o seu tesouro está gravida. Disse irônico.

- Borges! É pelo bem de nosso filho também!

- o que pensa em fazer?

- tenho provas para prender o papai.

- O QUE?! Não! Isso não!

- tem outra opção?

- podemos fazer um acordo, não sei.

- acordo? Com seu pai?

- por isso as provas.

- e depois?

- nós quatro livres!

Borges respirou fundo.

- vou tomar o meu banho e iremos.

- não! Esqueceu que para todos você está morto?

- não, mas não vou deixar você ir sozinha, sabemos nos esconder bem. ele deu um rápido selinho nela e saiu.

 

= = =

Leticia caiu em um sono profundo, não soube quando tempo dormiu, apenas despertou e se assustou com Fernando a encarando, a quanto tempo ele estaria ali, não fazia ideia.

- boa noite? Ela falou um pouco sonolenta.

- sim. Ele encarava e isso a incomodou.

- já jantou?

- já. Ela o olhou e viu que ela estava de pijama.

- dormi tanto tempo assim?

- é o que parece.

- tem notícias de seu pai? Terezinha veio para casa?

- as mesmas de sempre e mamãe está no quarto dela. Marcia conseguiu a convencer de passar a noite hoje aqui em casa.

- que bom, sua mãe precisa descansar também. Se quiser amanhã posso ir acompanha-la, para que não fique só.

- faria isso?

- sim. Sorriu. – está estranho. Notou ele muito quieto e a observando.

- não, nada. Sorriu. – apenas admirando você.

- só isso mesmo? sabe que pode falar o que tiver te incomodando.

- na verdade, eu tive uma pequena ideia. Por que não vamos para Espanha depois que tudo melhorar?

- Espanha?

- isso! Onde passamos nossa segunda lua de mel. Ele disse sorrindo.

- tem certeza? Gastar com uma viagem?

- é depois de melhorar, com os comerciais de Aldo vamos ter uma boa quantia e depois, estamos conseguindo mais clientes.

Leticia olhou para ele e sorriu, sentiu algo estranho e num impulso o beijou. – podemos quando quiser. Ela sentou no colo dele.

- tudo bem. Ele disse e outra vez fora surpreendido com mais um beijo dela, dessa vez mais intenso e desejoso.

Fernando correspondeu muito mais do que queria, agarrou-a pela nuca ditando o ritmo do beijo. Ela puxou rapidamente a camiseta que ele usava, Fernando não ficou para trás, e meio que brutalmente retirou a camisola que ela usava, a deixando seminua.

- eu te amo. Leticia declarou a ele. Fernando não a respondeu e a beijou ferozmente, logo após a deitou sobre a cama, ela sorriu e desfrutou das caricias dele por toda a extensão de seu corpo e algo veio em sua mente, algo que jamais pensaria que faria. Leticia conseguiu o virar, ficando por cima dele e ditar o ritmo, ela o acariciava e tentava dar-lhe o mais prazer possível, assim como ele a fazia sentir, foi algo diferente, pela primeira vez sua esposa o tocou como queira e ansiava, como ela nunca tivera feito em todos esses anos. Fernando a sentiu pronta, e a fez sua novamente, e dessa vez ele notou algo que não queria, entretanto isso não foi motivo para parar, ao contrário, o instigou a continuar mais e mais.

O corpo de Leticia caiu sobre o de Fernando, ela escutava perfeitamente os batimentos dele se desacelerando a medida que a respiração de ambos se normalizavam.

- eu te amo. Fernando disse a ela.

Leticia sorriu para ele e o beijou, depois voltou a repousar sua cabeça sobre o peito de Fernando, sendo abraçada fortemente por ele e seu corpo se enroscar no dele, se sentindo totalmente protegida ali.

Fernando tentou o máximo segurar as lagrimas, como era possível?! Como não perceberá nada! ele segurou o rosto dela para que pudesse olhar e viu que ela voltara a dormi.

- quem é você? Questionou baixinho. – por que ... por que se entregou para mim?