Quando eu finalmente entendi o que eu tinha acabado de falar, tudo veio a tona. Minhas mãos começaram a tremer, a cicatriz latejava, minha cabeça voltou a doer e um rio de lágrimas encheu meus olhos.
- Ele... Ele está morto. - falei com a voz totalmente embargada pelo choro.
Sentei na cama e pus a cabeça nos joelhos, e como em um pesadelo, as cenas voltavam a acontecer. A dor, o medo, a angústia, o desespero, tudo ao mesmo tempo. De repente, me vi caindo de um abismo, gritando e chorando, mas nenhum som saía. A escuridão estava me engolindo e eu não podia fazer nada, então eu desisti. Não podia lutar contra aquilo, pois era mais forte que eu. Estava frio, escuro e não tinha ninguém pra me ajudar. Carlos havia ido embora e eu estava sozinha. Pelo menos eu pensava estar.
No último segundo alguém pega minha mão. Diferente do lugar onde eu me encontrava, esse alguém irradiava calor, o que fez com que meu corpo se aquecesse por intero. Segundos depois, eu estava de volta àquele quarto de hospital, e algo totalmente inesperado por minha parte estava acontecendo. Bruno estava me abraçando.
Então fora ele que me tirou daquele abismo escuro e frio? Fora ele que me salvou? Eu não sei se a resposta é sim, mas a única coisa que eu podia fazer, era abraça-lo de volta.
- Não precisa ter medo. - sussurrou em meu ouvido - eu vou te proteger.
- Por que? - foi o que eu consegui perguntar.
- Por que eu preciso que você fique bem. Preciso que confie em mim. Preciso de você.
Aquelas palavras aqueceram meu coração de uma forma que eu nunca imaginei ser possível, e fizeram minha mente descansar. Naquele momento, enquanto as lágrimas voltavam aos meus olhos, me permiti sorrir.
- Obrigada.
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