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História Alice In Dead Wonderland - Imagine Stray Kids (Hyunjin) - Descida ao Inferno.


Escrita por: MinYue

Notas do Autor


Oi amores, é a primeira vez que escrevo uma fanfic com uma pegada mais assustadora. Vai ser um terror “suave” pq não quis fazer algo muito pesado, espero que gostem
Boa leitura 💙

Capítulo 1 - Descida ao Inferno.


Fanfic / Fanfiction Alice In Dead Wonderland - Imagine Stray Kids (Hyunjin) - Descida ao Inferno.

Tic... Toc...Tic...Toc...

 

O coelho corria apressado, o coelho sempre estava apressado e não desgrudava os olhos do relógio de bolso. Pobre coelho branco, seu corpo foi dividido em doze pedaços assim como o relógio que tanto amava.

 

 

Hyunjin suspirou entediado, não havia muita coisa para fazer naquela casa cheia de loucos. Mas ele não era louco, ou talvez estivesse ficando e apenas não tinha se dado conta disso, aquele lugar enlouquecia qualquer um. As paredes claras com manchas vermelhas nas partes mais baixas – não era segredo que os pacientes mais incontroláveis eram contidos de forma nada gentil, estava muito longe disso – e nos cantos altos manchas das infiltrações decorrente dos dias de fortes tempestades. Tudo ali era branco, um branco poluído, quase decomposto, aliás, todos alí estavam decomposição, ele mesmo sentia que estava morrendo por dentro.

O dia estava frio, as roupas finas e largas que usava não eram nada apropriadas àquele tempo – mas é claro que não lhe dariam nada melhor para vestir –, caminhou sem vontade pelo piso de madeira gasto – tão velho que rangia até se uma pena sobrevoasse a centímetros de sí –, parou rente a janela estreita que ficava de frente para o cemitério miúdo – que inicialmente era um jardim de flores murchas e secas – que havia nos fundos da velha contrução. Passeou uma das mãos por parte do vidro embaçado pela poeira e pela úmidade, batendo as palmas uma contra outra na esperança de espantar o sujo que ficara alí.

Ao inclinar-se para frete e espiar pelo espaço visível no vidro, avistou um homem cavando a terra fofa. Certamente mais uma cova já que os pacientes costumavam morrer aos montes no inverno – não que ainda houvessem muitos naquela casa, a maioria descansava debaixo do solo infértil do cemitério.

Hyunjin continuou a observar a figura que estava do lado de fora, era um homem corpulento, com tantos músculos nos braços que chegava a ser assustador. Tinha a pele marcada por cicatrizes visíveis até de longe, uma barba imunda por fazer e o rosto, normalmente severo, se distorcida em uma expressão inusual de excitação e felicidade que fez Hyunjin estremecer e abraçar o próprio copo. Aquele homem, Ahn Bin, odiava Hyunjin, porque este era são o suficiente para fugir de suas garras.

Afastando-se da jalena, olhou assustado para a escadaria estreita que havia na outra extremidade da sala quando viu algo se mexendo por sua visão periférica – fechou os olhos fortemente, pondo as mãos sobre o peito. O susto tinha feito seu coração acelerar um bocado.

Ao olhar novamente teve certeza de ver algo pequeno e felpudo se mechendo ao pé da escada – o pelo excessivamente branco se camuflava entre os degraus de mesma cor. –, Hyunjin precisou se aproximar para ver o pequeno animalzinho melhor, e, a cada passo que dava, o coelho se distanciava ainda mais; quando percebeu já corria pelos degraus da escadaria e perseguia com insistência o bichinho, que parecia pular cada vez mais longe. Então parou, depois de tê-lo perseguido por três lances de escada – parara no quarto andar –, observava atento o coelhinho, agora estava parado frente a porta surrada no fim do corredor. Hyunjin ainda tentava recuperar o fôlego quando o pequeno animal se jogou contra a porta e sumiu feito fumaça, instantes depois a porta rangeu e se abriu, como se convidasse-o a entrar. Por mais temeroso que estivesse, caminhou em passos lentos e hesitantes até a única porta número vinte, ele sempre se perguntava porquê os andares ímpares tinham apenas dezenove quartos já que os pares tinham vinte.

Ao finalmente adentrar o quarto seu olhar bateu diretamente no relógio redondo pendurado no alto da parede, os dois ponteiros fixados no número doze. – ele franziu o cenho, o almoço passara a algumas horas atrás. – O horror tomou conta de sí quando olhou para o chão em busca do pequeno coelho mas não encontrou nada mais que um cadáver destroçado, o animalzinho estava dividido em doze partes, distribuídas pelo chão em um círculo perfeito. O vermelho não espalhara-se pelo piso, mas parecia ter se acumulado no centro da roda de restos mortais, delineando dois ponteiros disformes que apontavam para as entranhas do bicho, e assim como o relógio na parede, delineavam o número doze.

— É hora do chá da meia noite. – sentiu todos os pelos da nuca se arrepiarem ao escutar aquela voz tão próxima a seus ouvidos, e então uma risada mais que familiar ecoar por todos os lados daquele quarto.

— Ryujin?! – chamou em desespero, mas ao virar-se para atrás não foi sua gêmea morta que viu e sim Ahn Bin. Ao ver o homem sorrir de um jeito tão macabro, exibindo a fileira de dentes podres e amarelados, o garoto cambaleou, andando de costas em passos desajeitados até chegar muito perto da janela aberta, que tomava conta de quase toda a vertical da parede. O vento gélido transpassou a camada fina de tecido que cobria seu corpo magro, chegando de forma agressiva até sua pele, fazendo-o estremecer violentamente.

O homem corpulento ainda sorria quando se aproximou, e Hyunjin piscou forte demais quando a bota pesada de Ahn Bin esmagou a metade da cabeça do coelho – o barulho do pequeno crânio se reduzindo a pedaços, numa mistura de olhos, sangue e pele, fez seu estômago revirar. –, e sem sequer parecer notar, continuou a caminhar como uma grande marionete defeituosa na direção de Hyunjin. O garoto tremia até os ossos e abraçou o próprio corpo na esperança de se acalmar, tentativa vã. Todo o ar parecia ter escapado se si, e, por mais que tentasse respirar sentia-se sufocado, em desespero, prestes a sucumbir.

— Aproveite sua estadia no inferno moleque – a voz saiu destoante, mesmo quando falava o sorriso não se desfez — E me agradeça por te mandar 'pra lá mais cedo. – antes que Hyunjin pudesse reagir, sentiu o peso de duas mãos contra o seu tronco e então o chão debaixo do seus pés havia sumido. Ele balançava os braços, abrindo e fechando as mãos em tentativas inúteis de agarrar o ar, e, naquele dia cinzento a última coisa que viu foi o sol coberto por uma espessa nuvem negra.



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