História Alice: Tormented - O Sanatório

Passei três dias trancada no quarto, completamente dopada.  Acordei e estava em um quarto estranhamente parecido com um quarto normal. Achei estranho, eu esperava algo parecido com uma prisão.

As paredes eram pintadas de um rosa bem claro, os pisos eram brancos.

Havia uma pintura em uma das paredes. Um Castelo Vermelho, cercado por grandes árvores, folhas caindo e lindas flores. Olhar para aquele desenho me deu uma paz inexplicável.

Levantei-me e fui em direção à janela. Havia um belo jardim florido, com uma fonte no centro, e várias pessoas rindo e se divertindo, parecendo realmente felizes.

Eu estava vestida com um lindo vestido branco, com detalhes vermelhos. Aquilo tudo era lindo, mas estranho.

Fui em direção à porta, e havia um corredor, grande e completamente vazio.

Ouvi vozes vindas do final e fui andando na direção delas.

O corredor era todo branco, e parecia que não acabava.

Chegando ao final do corredor havia uma porta aberta. Era uma sala branca, vazia de um jeito assustador.

Continuei ouvindo aquelas vozes, e elas vinham de dentro daquela sala. Eu entrei e olhei tudo em volta, e não havia ninguém.

Eu ouvia risadas, mas não havia ninguém ali. Até q a porta se fechou, e a escuridão tomou a sala, e tudo que eu ouvi depois foi alguém se aproximando por trás de mim e dando uma pancada na minha cabeça.

Acordei amarrada em uma cama, em um quarto pequeno com paredes brancas, sem janela.

Minha cabeça parecia que ia explodir, ainda estava tonta, a pancada foi muito forte.

Não havia nada naquela sala, apenas uma câmera, vigiando cada movimento meu.

E eu fiquei ali, completamente perdida no tempo, sem saber se era dia ou noite.

Eu estava sentada, chorando, sem forças e com fome e sede, até que ouvi um barulho na porta.

Eram duas enfermeiras, uma carregando uma bandeja com frutas e outra uma jarra com água.

Elas deixaram tudo no chão,  soltaram minhas mãos e foram embora novamente.

Eu mesma soltei meus pés e devorei todas as frutas. Eu estava literalmente morrendo de fome.

Acho que havia alguma coisa ali, porque eu fiquei fraca, sonolenta, e apaguei.

Acordei em uma sala, com estantes cheias de livros, uma mesa de madeira no centro e sofás de couro.

Eu reconhecia lugares como esse. E sabia que iria ter uma longa conversa com uma psiquiatra.

Uma mulher alta, pele morena, cabelos negros, olhos castanhos, usando um vestido preto.

- Olá querida, como está sendo tratada – Pergunta ela, olhando nos meus olhos, sorrindo.

- Não precisa responder isso não importa. – Ela pegou dois frascos que estavam em uma gaveta e botou encima da mesa a minha frente.

Um tinha um líquido azul, e outro um líquido vermelho. Fiquei ali, olhando para ela, esperando ela falar algo, mas ela apenas olhava para mim, até que uma hora ela disse:

- Vamos, pegue um e beba. – disse ela, apontando para os frascos.

- Oque é isso? – Eu sentia que já tinha visto aquilo em algum lugar, mas não me lembrava aonde.

- Vamos querida, escolha, são remédios. – Disse ela, sorrindo.

Eu escolhi o líquido azul. Bebi primeiro um gole. Tinha um gosto estranho, refrescante, como nunca tinha sentido antes. Eu bebi o frasco todo, e não senti nada. Até que comecei a me sentir fraca, sentidos enfraquecendo.

Acordei em um lugar escuro, sozinha. Tudo que eu ouvia era uma risada, que eu conhecia muito bem.

- Bem vinda de volta querida Alice. – Disse àquela voz que me dava medo. Eu conhecia muito bem ela, sempre ouvia ela.

Foi aí que ele apareceu, aquele gato (dessa vez o verdadeiro gato). Aquele sorriso que não saía do rosto dele, aquele sorriso que me dava calafrios.

- Nós estávamos esperando por você há muito tempo. Venha. 

E aí eu comecei a ver tudo.

Era aquele lugar. Aquele mesmo lugar de quando eu era pequena. Mas ele estava diferente. Estava... Assustador

“Um sonho pode se tornar nosso pior pesadelo.”