— Senhores passageiros, a aeronave pousará em Tokyo dentro de quarenta minutos.
Sakura desviou sua atenção da pequena janela do avião para observar as aeromoças que distribuíam utensílios para o conforto dos passageiros, sorriu quando o cobertor azul marinho foi passado para ela, que agradeceu mentalmente por poder se proteger do ar condicionado. Ajeitou o cobertor de Naruto que pegara no sono minutos atrás e pôde voltar a observar a escuridão do lado de fora, quebrada apenas quando sobrevoavam as pequenas cidades.
Desbloqueou o celular para olhar o plano de fundo, ela esmagando Sarada em um abraço enquanto a pequena sorria ainda sem dentes. Itachi enviará uma mensagem para ela minutos atrás avisando que iria até o aeroporto encontra-la com Sarada. Não aguentava mais a saudades que sentia da filha, nunca ficara tanto tempo distante dela, às vezes um final de semana parecia semanas. Tinha plena confiança que estava em boas mãos, Sasuke assim como ela priorizava Sarada em qualquer tópico de sua vida, sentia que devia a ele esse tempo com a filha, depois de tudo.
Desde o nascimento de Sarada, ambos puderam contar com os dois lados da família, principalmente após a separação. Os Uchihas eram sua segunda família, Mikoto Uchiha a tratava como uma verdadeira filha, já presenciara cena de ciúmes da mãe por conta da aproximação que tinha com a sogra. Porém tudo era esquecido no momento em que as duas se encontravam, acaso do destino era que Mikoto e Kushina eram amigas desde o colegial.
Fugaku era definitivamente um reflexo de Sasuke, o sempre tão sério comandante da polícia federal, agora já aposentado, tinha uma postura de chefe de família irrevogável, ao contrário de Minato que deixava o pulso firme para a esposa. Porém o patriarca Uchiha não conseguia negar os mimos e sorrisos para a neta. Ao contrário de Itachi, que antes de tudo era como seu segundo irmão, seu amigo e confidente desde a adolescência.
Era inegável pensar na saudades de tinha dos grandes almoços em família, das brigas entre os homens para terem a atenção de Sarada, inclusive Sasuke que diversas vezes pegava a filha no colo monopolizando a atenção da menina para si. Claro que cenas assim ainda acontecia, porém ela não estava mais presente para rir junto, não podia evitar que o suspiro passasse pelos lábios, aquela pequena sensação de culpa misturada com saudades.
Impossível evitar que a mente voltasse por lembranças não muito distantes. Uma realidade que demorou para aceitar, talvez porque achasse impossível que acontecesse consigo, com sua família, com seu casamento.
Sofreu com depressão pós parto.
Foram meses difíceis, negou a si mesma os sintomas, quando estes eram claros para ela como médica. A culpa que massacrava sua mente pelo leite do seu peito que secou, inibindo-a de amamentar Sarada, a ansiedade e excesso de preocupação para uma mãe de primeira viagem, mesmo contando com o apoio a todo instante de Sasuke e a família.
Não fora o bastante, não por culpa deles, mas sim sua. Não era boa o suficiente para a filha, não conseguia mais ser alguém suficiente para Sasuke, não se sentia merecedora dos sorrisos dele, das flores que recebia dele ao chegar do serviço, de toda a agenda particular que ele alterava para a acompanhar nas consultas com o psiquiatra.
Sentia algo em seu peito quando pensava nele, Sasuke era uma pessoa maravilhosa, um homem honrado que merecia o sucesso alcançado. Foi o grande amor da sua vida.
Se conheceram ainda crianças, lembraria para sempre quando conheceu o melhor amigo do irmão. Sofreu ao ver as meninas caírem em cima dele ainda na infância, mas no fundo ela sempre soube, sempre foi Sasuke. O menino calado, o adolescente recluso… Conheceu todas as faces dele, principalmente aquelas que somente ela via, o namorado ciumento, a libido alta, o homem carinhoso e amoroso, o pai. Nunca o culpou pelo fim que tiveram, não havia a quem culpar. Foram vítimas do dia-a-dia, da rotina, da sua doença.
E ele tentou, tentou muito, ela sabia.
Mas ela não conseguia, não se sentia bem consigo mesma. Muitas vezes criou uma barreira que nem Sasuke conseguia penetrar, foi inevitável que visse o cansaço tomar conta dele. Sasuke era humano.
As flores passaram a ser mais escassas, os sorrisos também. Sua mãe e sogra a acompanhavam nas consultas. Sabia que ele não estava desistindo dela, mas porque ele também estava sofrendo. Sasuke era a pessoa mais forte que conhecia, mas depois, da maior parte do seu tratamento pôde entender como foi difícil para ele ver a esposa e mãe de sua filha, muitas vezes rejeitar a pequena. Não podiam tratar como se tudo estivesse bem e normal, ninguém era ensinado a suportar aquela tristeza que dominava a casa do casal.
Ela amava Sarada, desde o primeiro dia que soube que gerava aquela pequena coisinha em seu ventre, amava ela mais do que sua própria vida, mas durante um ano e meio, sentia insuficiente para sua filha.
Assistia o noticiário na televisão da sala, já estava anoitecendo quando Sasuke saiu do banho e sentou a seu lado no sofá apenas com a calça de moletom que usava para dormir. Sarada dormia tranquila no quarto. Seria um momento perfeito para um jovem casal.
Fechou os olhos quando sentiu o carinho da mão masculina em seu pescoço, o perfume já conhecido dele tornou-se mais forte quando Sasuke se aproximou, afastou-se quando sentiu a boca dele se aproximar. O encarou, o silêncio tenso não era quebrado nem pela televisão que falava sozinha, sem a atenção de nenhum dos dois.
Sakura abriu a boca quando o encarou, sentiu-se culpada, não havia malícia ali, soube assim que viu os olhos negros dele, ele apenas queria dar-lhe um carinho. Mesmo assim ele sibilou um desculpe. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, o choro de Sarada invadiu o cômodo. Os dois olharam direção do quarto, Sakura sentiu a garganta fechar, Sarada chorava pois provavelmente ela havia feito algo de errado na alimentação e a colocou para dormir de forma desconfortável.
Sasuke saiu em silêncio, não antes de beijá-la no topo da cabeça, para em seguida ir ao encontro da filha.
Naquela noite o observou ninar a criança nos braços, até mesmo murmurando uma melodia, talvez uma das cenas mais lindas da sua vida. Sasuke e Sarada iluminados pela luz do abajur, a pequena soltava alguns resmungos enquanto o pai a acalmava.
— Hey, somos parceiros lembra? — Sasuke disse para a filha — Precisamos estar juntos com a mamãe, logo ela vai estar melhor, você vai ver. Sim?
— Mama…
— Ela ama você, não se esqueça. — Sasuke disse antes de colocá-la no berço, deixando-a voltar para o sono.
O observou sentar-se na poltrona de balanço, ao lado do berço, em silêncio. As mãos na frente do rosto, um gesto tão característico por ele. Quis sorrir, dizer como ele lindo daquele jeito. Colocou a mão na maçaneta, mas trancou quando ouviu o suspiro… Sasuke olhava para o teto, evitando o choro preso na garganta.
Foi ela que tomou a decisão, não queria mais fazê-lo sofrer, não podia mais trancar a vida de Sasuke. Brigaram, ele se recusava, ela também não queria… Mas, ela não podia mais, precisava deixá-lo ir, abrir mão para que o homem que ela amava seguisse em frente, enquanto ela se reconstruía de dentro para fora.
E ela conseguiu, aos poucos os remédios iam diminuindo, as consultas passaram a ser apenas de acompanhamento, para logo depois serem mensais, até não serem mais necessárias. Voltou aos plantões, fazia Sarada dormir nos seus braços, podia tê-la consigo, se permitindo ser amada pela pequena, não negando mais os abraços antes de dormir de Sarada. Apresentará seu projeto ao hospital, a ala pediátrica seria expandida e um projeto de apoio a mães com depressão pós parto sairia do papel em poucos meses.
Tudo voltava a ser como deveria, a não ser ele. Só faltava ele.
— Ei.
Foi trazida de volta pela mão de Naruto apertando a sua, os olhos azuis do irmão a confortando, levando aquela agonia para longe de si. Eram fácil para um entender o outro, com apenas um olhar a ligação entre eles deixava claro o que se passava. Naruto era um entre dezenas que se recusam a aceitar sua separação, sabia que uma das suas intenções quando veio junto com ela para Osaka era conversar sobre Sasuke.
Mas como ela poderia, quase um ano depois, pedi-lo para voltar? Ignorando todas as vezes que o magoou, não poderia. Tinha que aceitar que o perdera, que ela o deixou ir. Mesmo depois de tudo, ele esteve sempre presente, não levou apenas as roupas para o apartamento, continuou sempre ali, por ela.
— Tudo vai se acertar, eu sei que vai. — Naruto a puxou para seu ombro — Você só precisa parar de ser teimosa, e aquele Uchiha achar que foi culpa dele.
— Ele não tem culpa de nada… Pare de importunar ele com essa história, Sasuke já tem a cabeça cheia demais.
— Vocês se merecem porque são dois orgulhosos… Obrigado por ter deixado eu vir com você.
Sakura levantou a cabeça para poder encará-lo.
— Você é meu irmão, nem que eu quisesse me livraria de você, baka. — sorriu para o loiro — Se preocupe apenas com sua família, meu sobrinho lindo e sua esposa, sim?
— Certo, doutora Uchiha. — Naruto a respondeu frisando o sobrenome da irmã.
Sakura o encarou com a boca aberta, o irmão a encarava com um sorriso infantil, não era a primeira vez que ele ousava chamá-la assim. Ela e Sasuke ainda não haviam assinado qualquer tipo de documento oficializando a separação, e isso acabou se tornando um dos argumentos do irmão e Ino, sua melhor amiga.
— Pare com essa brincadeira.
— Mas é o seu nome, não? Nada demais. — deu de ombros o loiro.
— Naruto, por favor… — Sakura respirou fundo, sentia o vermelho subir pelo pescoço, sinal de irritação — Não tem graça, logo os papéis vão sair, pare de achar coisa onde não tem! Sasuke está seguindo a vida dele, Ino já viu uma mulher no apartamento e eu não posso me meter, desde que que isso não interferir na vida da nossa filha!
Naruto respirou fundo, sentiu um pouco de culpa por levá-la ao limite. Ele quis rebater, ele bem sabia o porque da demora dos papéis, já havia presenciado Sasuke desmarcar algumas vezes com o seu advogado particular. Sabia a real situação do amigo com a tal mulher, Matsuri, mas dessa vez preferiu não levar a discussão adiante.
Pegou nas mãos dela, que se fechavam com força, deixando um carinho ali. — Me desculpe.
Sakura sorriu sem graça para ele, não era comum a rosada aumentar o tom de voz com o irmão, e virou-se para a janela, aproveitaria para cochilar nos minutos restantes de voo até ser despertada pelo aviso do momento do pouso no aeroporto de Tokyo.
Pegaram suas bagagens com pressa, os dois riam um da cara do outro, entendiam aquele sentimento de ansiedade que dominava a mente. O clima tenso já havia se dissipado, Sakura sabia como era necessário aquele tempo na companhia um do outro. Antes que passassem pelo portão de desembarque, puxou o irmão para um abraço, um agradecimento por tudo.
Sakura puxava a mala preta, os olhos verdes corriam o saguão em frente ao desembarque, famílias se encontravam e risadas ecoavam por todo lugar, Naruto ao seu lado também procurava, esticou o pescoço, olhando por cima das pessoas a frente. Procurava os cabelos negros que reconheceria em qualquer lugar. Suspirou, talvez estivessem atrasados.
— Acho qu-
— MAMÃE!
Virou-se a tempo de vê-la, ainda sentada sob os ombros de Itachi, acenando com os braços freneticamente até que o tio a colocasse segura no chão, já correndo em direção a ela que agachou-se no chão a esperando com os braços abertos. Sorriu para Sarada, que abriu os braços, enquanto gritava por ela antes de se abraçarem. Sarada jogou seu peso em cima da mãe que a abraçou com força, quase derrubando as duas no chão.
— Meu deus, senti tanto a sua falta! — Sakura distribuía beijos pelo rosto da filha que ria, a afastou minimamente apenas para poder olhá-la, tocar no rosto infantil como se verificasse que cada detalhe ainda estava lá — Kami, parece que até cresceu!
Sarada usava o cabelo preso em duas chiquinhas, com a franjinha num tamanho que Sakura já pensava em cortar. Usava um vestido vermelho com as sapatilhas pretas, reconhecia o trabalho de Mikoto ali de longe.
— Eu sou criança, mamãe, eu to crescendo todo o dia! — Sarada colocou as mãos na cintura — ´Fase de desenvolmento né?
Sakura balançou a cabeça concordando com ela antes de puxar a filha para mais um abraço, encaixou o nariz entre os fios escuros, sentindo o cheirinho dela.
— Eai tampinha.
Sakura levantou o olhar em direção ao moreno que as alcançou, Itachi sorria para as duas, o cabelo negro preso no rabo de cavalo já de costume, a roupa social indicando que vinha direto do escritório de arquitetura.
Pegou Sarada no colo, a pequena abraçava a mãe sem desgrudar, devido a saudades e levantou-se para poder abraçar o amigo, sentiu o beijo na sua cabeça, gesto antigo entre os dois.
— Baka! Obrigada por virem! — Sakura sorriu — Izumi?
— Está em casa, mandou um beijo, mas estava se sentindo cansada hoje — Itachi deu de ombros — Mas Sarada foi uma ótima companhia, a busquei na mãe e fomos passear pelo aeroporto.
— Oh é mesmo? — Sakura encarou a filha que acenava positivamente.
— Tio Itachi prometeu que posso fazer uma tatuagem no meu aniversário — Sarada contou empolgada fazendo Sakura encarar o Uchiha, indignada.
— Oh claro, primeiro mande o seu tio Itachi esperar ter um filho antes de prometer certas coisas!
— Era uma brincadeira! — Itachi levantou as mãos em defesa — Sem agressão, tampinha. Olha ali o Naruto! — o moreno apontou para o Uzumaki que vinha até eles com o filho no colo.
— Sarada, venha com seu padrinho preferido! — Naruto esticou um dos braços até ela — Deixe esse fedorento do Itachi ai!
— Oh por favor — Hinata suspirou, já vendo a discussão que os dois homens começaram — Olá Sakura-chan!
— Oi, Hina! Boruto, amorzinho venha cá!
Deixou Sarada com Hinata para poder pegar o sobrinho, que a abraçou com sinais claros de que estava com sono, já que não havia implicado com a prima ainda.
— Tia… Trouxe presentes? — a mini cópia do irmão disse baixinho.
— Oh meu deus, Boruto! — Hinata negou com a cabeça — Ele está com febre desde cedo, estava pensando em levá-lo até você amanhã… Não sabia se iria para o consultório, mas sabe que ele não para com outro médico.
— Não, leve-o lá em casa, sim? Irei fugir de Tsunade amanhã, mas esse loirinho vai ser medicado, sim! É só febre? — Sakura perguntou passando a mão no rosto da criança. Recebeu a confirmação de Hinata e abriu a bolsa, tirando um pequena cartela — De junto com o leite quente, ele passará a noite melhor, me ligue imediatamente, caso ele piore!
— Essa minha mamãe é muito médica mesmo — Sarada comentou orgulhosa — Ele vai ficar bem tia Hina, ela é muito boa.
Sakura entregou Boruto para o colo do irmão para se despedirem. Sabia que ansiavam por chegar em casa e matar a saudade um do outro.
Andava ao lado de Itachi pelo estacionamento do aeroporto, Sarada fazia questão de contar suas aventuras dos últimos dias, a pequena falava cada detalhe colocando a mãe a par de tudo o que fizera, das atividades na escolinha até as sessões de Frozen com o avô Fugaku.
— Seu avô o que? — Sakura perguntou surpresa, ouvindo a risada de Itachi que guardava as malas. — Fugaku assistiu Frozen com você?
— Sim, mamãe! Ele não queria, mas daí eu falei que o vô Minato assistia comigo, e ele aceitou beem rapidinho. — Sarada deu de ombros enquanto era posta na cadeirinha. — Eu sou uma criança, não posso ser julgada.
— Você não tem uma filha, você tem uma anã! — Itachi riu dando partida no carro. — Não tem noção das pérolas que ouvimos.
— Ah eu tenho sim. — Sakura fez uma careta — Obrigada pela ajuda.
— Que isso, sabe que somos sua família. — Itachi beliscou a bochecha de Sakura — Estamos juntos, nada muda isso.
— E eu nem dou trabalho, sou uma mocinha já.
oOo
— Por kami, Sarada. Pare de correr!
Sakura chamou a atenção da filha que corria em volta da ilha que ficava no centro da cozinha, picava tomates para a salada. Se lembraria de ligar para o pai amanhã, agradecendo por ter feito compras para ela. Sarada corria em volta da ilha que ficava no centro da cozinha, Tenkogu se aliava em sua perna, esperando qualquer pedaço que escapasse de Sakura.
— Certo, senhorita, hora de jantar. — Pegou Sarada no colo, quando a criança passou correndo mais uma vez, roubando um gritinho dela. — Coma tudo, está bem? — a colocou na cadeira, sentando-se ao lado.
— Eca! Tomate!
— Algum problema?
— Eu não gosto de tomates! — Sarada cruzou os braços. — Só alguém louco pode gostar disso, é nojento, mamãe!
Sakura parou o garfo que levava a própria boca, encarando Sarada que encarava os cubos vermelhos com desprezo. Levantou uma sobrancelha, analisando a cena.
— Querida, você precisa comer, sim? Você sempre comeu tomates, só que de outras formas… No macarrão por exemplo! — Sakura sorriu.
— Isso é loucula! — Sarada abriu os braços.
— Loucura é ser quase dez da noite e você não ter jantado ainda, vamos! — Pegou a porção no talher e levou para a filha.
Sakura segurava o riso enquanto Sarada comia a quantidade servida, os olhinhos negros a encaravam de forma acusatória enquanto mastigava contra sua vontade. Pelo canto do olho conseguia ver as outras cadeiras vagas, imaginou Sasuke ali. Como grande fã da fruta vermelha, morria para saber como ele reagiria ao ver a filha proferir tais palavras.
Suspirou, balançando a cabeça, voltando a atenção para Sarada que tentava jogar os tomates para o gato.
— Ele pediu! — Sarada se defendeu.
Antes que respondesse sua atenção foi para o telefone que vibrava, a foto de Ino dando uma piscadela piscava na tela até que atendeu a ligação.
— Cristo, tem noção que eu to tentando falar com você a quase vinte e quatro horas, sua puta?
— Você me ligou quando eu estava dormindo! Não consegui te retornar depois, foi uma loucura o dia, não vejo a hora de dormir e ainda preciso dar banho na Sarada. Desculpa, porquinha.
— Não jogue sua falta de atenção em mim por culpa da minha afilhada, mulher eu tenho uma informação de ouro pra você!
— Poderia ter me enviado uma mensagem, qual a dificuldade? — Sentou-se no sofá, podendo ficar atenta a Sarada.
— Ingrata miserável…
— Ino!
— Ta! Seguinte, estava eu aqui ontem sentadinha na minha sala, quando começo a ouvir umas vozes no corredor, e só existe uma pessoa nesse mundo com aquela voz de “odeio falar”. Era o Sasuke, caso não tenha entendido minha piadinha, desliguei a televisão e olhei pelo olho mágico da porta e você não acredita quem tava ali!
— Você está espiando o Sasuke?
— Colhendo informações, querida. E era aquela ridícula! Quase se jogando nos pés do Uchiha!
— Por kami, Ino… O que você fez? — Sakura passou a mão livre pelos cabelos, nervosa com o que ouvia da amiga.
— O que Ino Yamanaka sempre faz!
— Barraco.
— Salva o dia. Ela teve o despautério de vir até o apartamento dele, mas antes que você me encha o saco, ele estava enxotando ela! E MAIS! Eles não tinham nada! Olha só que louca! Enfim, chutei a vadia daqui porque eu não aguentava mais aquele mimimi.
— Você enlouqueceu? Ino! Porque se meteu nisso?
— Não vou sequer me dar o trabalho de responder, só liguei pra te deixar a par e sinceramente quero que reflita sobre isso, amanhã vamos tomar uma café juntas ok? Não suspire desse jeito, sabe que só me envolvi porque era necessário.
— Eu não vou me dar o trabalho de discutir com você agora, francamente, Ino.
— Amiga, eu estou só jogando a sua desculpa de “ele está seguindo em frente” direto para o lixão, ok? Francamente digo eu! Agora me deixe falar com a minha afilhada, a única pessoa com a bom senso nessa casa!
— Vai pro inferno — Sakura murmurou — Sarada, a tia porca quer falar com você. — Entregou o celular para filha.
— Oooi, dinda! — Sarada disse assim que colocou o telefone no ouvido, os olhos brilhavam, a admiração da pequena pela loira era imensa, já que Ino fazia parte do esquadrão de mimo de Sarada.
Sakura negou com a cabeça, ainda assimilando o que Ino dissera. Apoiou-se no balcão ouvindo a conversa das duas, frisou a testa, Sarada esteve todas as noites no apartamento com o pai, sentiu a irritação quando imaginou que a tal Matsuri perto da filha, como tivera a cara de pau de ir até o apartamento dele?
Estava inerte nos próprios pensamentos quando o som da campainha a fez dar um pulo com o susto.
— Mas que merda.
— A mamãe disse palavrão. — Sarada relatou para a madrinha.
— Você não ouviu nada, já volto!
Desfez o coque que prendia os cabelos, procurando a chave no meio da bagunça de roupas que deixou na sala para lavar. A campainha soou mais uma vez antes que ela gritasse que já atenderia.
Destrancou a porta, já com vergonha pela bagunça atrás de si, o sorriso deu lugar para a expressão de surpresa.
— Oi.
— Sasuke?
Betado por Mirys.
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