História All are dead - Yeonbin - Sobre tentar

Após respirar aquele ar tóxico, Yeonjun começou a alucinar e por isso se trancou na sala, que minutos antes parecia ser minúscula

Depois de algumas semanas as pessoas que conheceu ainda não acreditavam que ele havia morrido, mas ainda sim, não faziam nada para descobrir a verdade, já que era perigoso

-Sabe que eu não gosto daqui - diz Soobin enquanto caminhava com Arin - e sabe muito bem de quem me lembra

-Mas não é como se além desse jardim tivesse outro lugar para ir… - Arin diz indo em direção ao irmão - Soobin… precisa pelo menos tentar superar ele… pelo menos tentar

-É difícil pra mim! Tudo que eu penso é nele e… - Soobin tem a fala cortada após receber um forte abraço de Arin - e-ei eu tô bem! Vou tentar superar

-Vai mesmo?

-Vou, mas antes eu só quero… terminar o que ele começou

-O quê exatamente ele começou?

-Sabe o garoto do laboratório?

-O quê tem ele? - Arin o solta apenas para poder olhar em seus olhos

-Yeonjun acreditava que ele tem algo haver com o início do apocalipse…

-E o quê você acha?

-Eu acho que ele tá certo… e ele prometeu pro garoto que ia descobrir coisas sobre ele, não quero o decepcionar

-Soobin.. você tem que aceitar… o Yeonjun tá morto! E nada que…

-...eu faça pode mudar isso, eu já sei! Só que você não estava lá, não viu o que eu vi!

-Então me diz! O quê você viu?

-Eu vi ele enlouquecer! Eu vi ele ser consumido por aquela coisa… eu vi ele se transformar

-E isso não foi o suficiente? Como você mesmo disse, você viu ele se transformar!

-Arin você não estava lá! Ele não virou um monstro… ele ficou do mesmo jeito que o garoto do laboratório! As descrições do livro são idênticas ao que eu vi!

-Então isso significa que os militares prenderam o ar tóxico lá?

-Não, isso significa que os militares tinham algo haver com as experiências

-Tá brincando?

-Bem que eu queria…

-Soobin, isso significa que estamos mais perto de descobrir a verdade e consequentemente a cura!

-Foi isso que eu pensei…

-Mas isso não significa que podemos trazer alguém de volta à vida! - Arin diz enquanto cruza os braços com uma expressão séria

-O Yeonjun não morreu! Eu sei que não! E-eu vi ele ficar como o garoto… mas o garoto não tá morto! Então ele também não deve estar

-Acredite no que quiser! Não é mais da minha conta… Mas saiba que não tem meu apoio nisso - Arin se aproxima de Soobin - você é meu irmão, a única família que eu tenho, mas se colocar a vida de alguém em risco… nunca mais volta aqui!

-Eu sei muito bem o que estou fazendo! Não vou ultrapassar o limite

-Espero que não esteja blefando… - Arin fecha os olhos e suspira - leve o Beomgyu com você

-Não confia em mim?

-Não quando estamos falando de Choi Yeonjun

-Eu já disse que não vou passar do limite!

-Mas eu não acredito, então leve o Beomgyu… e talvez ele possa até te ajudar

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Depois de passar por aquele corredor eu finalmente cheguei ao fim e lá era um grande campo cheio de árvores sem folhas, com o céu cinza, a grama queimada e… os meus sentidos de volta

Assim que eu passo pelos monstros eu vou até uma parte mais distante e me apoio em uma árvore tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse a voz, a dor ou o medo

"Você tá enfraquecendo..."

-Para! - sinto minhas pernas enfraquecerem, então eu caio de joelhos - por favor para!

"Você destruiu tudo!"

E mais uma vez aquela voz tomava conta de meus pensamentos… mais uma vez ela me dizia coisas que eu não queria pensar…

-Não foi isso que aconteceu!

Nesse momento eu estava sentado no chão observando a minha volta. Seria um lindo campo se naquela noite eu não tivesse acabado de me transformar

"Sabe que vai acontecer de novo, não sabe?"

-Não diz isso! E-eu sei que só quer me assustar!

"Então a verdade te assusta? Eu só quero te ajudar… está fraco demais para controlar seu próprio corpo"

-E-eu consigo controlá-lo!

"Não, não consegue"

Eu tento me levantar mas meu corpo se enfraquece e minhas pernas mais uma vez falham me levando em direção ao chão, muitas memórias, muitas sensações... Mais do que o comum

Eu consegui salvar todos mas… Falhei comigo. Tentar salvar todos me pressionou e quase me matou, eu queria fugir, mas estava tão fraco.. semanas sem comer, sem ver luz, sem me sentir... Vivo

-Eu não me lembro do que aconteceu..

"A sala na qual entrou era um extenso corredor, pelo qual passou, tropeçou e andou até não sentir mais nada… foi doloroso mas.. você conseguiu chegar ao fim… e agora deu de encontro com eles.. os monstros que sempre temeu e odiou"

-Eles me ignoraram...

"Não, eles.. o guiaram até uma real saída! Aqui.. é o lugar… de onde eles vem, onde vive a maior parte deles"

-Eu sou um deles?

"Não, é diferente… você é imune não se transformou neles… mas teve os sintomas"

-Como?

"A doença não é transmitida para quem já teve depressão.."

-Então… eu…

"Sim… está imune"

-Por que está sendo tão legal?

"Eu sou apenas uma voz na sua cabeça e você está alucinando… quem me comanda é você"

-Por que quando eu mais precisei de ajuda você só me colocou mais medo?

"Isso é o que a cabeça de uma pessoa perturbada faz"

-E-eu sou perturbado?

"O quê você acha?"

-Eu não sei…

E nesse momento eu apenas comecei a ignorar a voz e apenas chorar, o que mais eu poderia fazer? Eu estava sozinho em um lugar desconhecido com monstros e ainda por cima estava alucinando

-Isso mesmo… continue sendo fraco - eu ouço a voz do meu pai e quando olho para trás ele estava me olhando com desprezo

-I-isso.. não é real! Nada disso é real! - eu tapo meus ouvidos mas percebo que a voz estava na minha cabeça

-Acha mesmo que me ignorar vai te fazer sentir melhor? Nada vai, porque você não merece!

-Não, não é verdade! Você é só a porra de mais uma das minhas alucinações! Você só tá tentando me deixar mais louco! - eu me encolho mais enquanto a voz ainda percorria minha cabeça - você não é real! Você não é real! Você não é real! - eu repito para mim mesmo

Eu continuo naquela posição por mais alguns segundos até que finalmente a voz some e eu respiro tranquilo

Eu rapidamente me levanto enquanto ainda tinha força o suficiente para andar. Eu estava fraco e machucado mas ainda sim, precisava fugir

Assim que me coloco de pé, percebo que eu ainda não sabia onde estava. E que a única saída era a floresta próxima a mim

-Ou é isso, ou é nada.. voltar pelo corredor não é mais uma opção - eu me apoio novamente na árvore - sair daqui vai ser bem mais difícil do que eu imaginei