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História All For The Power - Never try to see what your eyes cant see.


Escrita por: SnillyHayffie e Only_a_Malfoy

Notas do Autor


Hey o/ eu sei que a gente demorou, mas para compensar fizemos um capitulo bem grande para vocês!

Qualquer sugestão, elogios, criticas, erros, é só falar nos comentários, também tem a inbox e o livro de visitas.

BOA LEITURA XOXO

Capítulo 12 - Never try to see what your eyes cant see.


Fanfic / Fanfiction All For The Power - Never try to see what your eyes cant see.

• POV’s Lucy •

 

            A manhã começava como qualquer outra típica de inverno, mas as aulas de Aparatação com certeza estavam deixando a escola com um ar diferente. Eu refletia sobre isto na mesa da Lufa-Lufa (ainda relativamente vazia) quando Rebecca chegou com uma cara de quem estava querendo falar comigo.

            — Achei você! Estava te procurando, preciso falar com você. — comentou Becky, já tomando um lugar próximo.

            — Bom dia para você também. — falei com ironia

            — Tá, bom dia! Agora sério, eu estava te procurando...

            — Se você precisa falar, fala de uma vez.

            — Você já falou com a Doida dos Xerez? — ela perguntou.

            — Quem? — perguntei confusa.

            — A Sibila!

            — Rebecca... Eu cheguei na escola ontem no final da tarde. Você acha que eu tive tempo?

            — Claro! Você teve o final da tarde e a noite toda! O que você ficou fazendo? Dormindo? — ela perguntou com um tom levemente irônico na voz.

            — Você acha mesmo que eu iria naqueles aposentos dela de noite? Claro que não. Além de não querer incomodar, vai que ela tinha um ataque... Olha, se você quer tanto saber disso logo, eu posso ir assim que o meu período terminar. — eu disse.

            — Meu Merlin, qual era o problema de você ir a noite lá? Você está com medo da Sibila?

            — Aquela mulher é maluca! Eu não sei quais são os hábitos noturnos dela, então... — falei e a vaca da Becky começou a rir.

            — Ok, não esquece de falar com ela hoje! Eu preciso de uma bebida, você quer um pouco?

            — Vou falar. — garanti e então me lembrei de uma coisa: — Espera, eu.... — parei para pensar por um segundo e eu vi que eu poderia fazer tudo dar certo ou tudo ir pelos ares naquele mísero segundo. Snape poderia ter talento para o que fosse, mas um deles não era perceber que Rebecca não podia ser modelada à vontade dele como massinha de modelar. Ela era o que era e simplesmente isso. —... Não, não quero. Mas, Becky, mudando de assunto, você deveria ir falar com o Snape. Ele anda chateado com a briga de vocês, porém não quer largar o orgulho.  Ele até me pediu para ver se eu conseguia convencer você, mas conhecendo você, é óbvio que não iria funcionar.

            — Eu não entendo, por que ele está tão cismado com isso?

            — Não sei. Talvez porque ele tenha sido criado com outras ideias do que seja correto ou não. O que eu sei é que agora, se ele ficar sabendo que eu não fiz o que ele pediu, ele vai querer me esganar. Certeza.

            — Eu invento alguma coisa. Tem certeza que não quer beber um pouco? Você vai falar com a Sibila, é bom ter um pouco de álcool no sangue!

            — Não. Duas bêbadas no mesmo espaço pode não dar muito certo. — falei em tom de graça. — Sem falar que se eu tiver com álcool no sangue é mais fácil de eu contar que o sonho é seu e eu quero ter todas as certezas de que não vou fazer nada errado. — ela riu, falou um ok e saiu do Salão Principal.

           

           

            • POV’s Rebecca •

 

            Estávamos na aula de poções, eu estava sentada ao lado de Draco, abraçada com ele. Draco andava bem mais sério ultimamente, mas frio, com a aparência péssima, sempre estressado, essa missão estava acabando com ele, e ele não está mas me deixando ajudar ele (quer dizer, ele não sabe que sou eu, mas isso não vem ao caso).

            — Acomodem-se, acomodem-se, por favor! E depressa, temos muito o que fazer hoje a tarde! A Terceira Lei de Golpalott... quem sabe me dizer? A srta. Granger sabe, é claro!

            — Incrível como ele nunca me da uma chance! Saudades do Snape. — sussurrei para Draco que sorriu.

            A Sabe-Tudo da Granger recitou-a em grande velocidade:

            — A-Terceira-Lei-de-Golpalott-diz-que-o-antídoto-para-uma-mistura-venenosa-será-maior-do-que-a-soma-dos-antídotos-para-cada-um-de-seus-elementos.

            — Exatamente! — exclamou sorridente o professor. Revirei os olhos. — Dez pontos para a Grifinória. Agora, se considerarmos a Terceira lei de Golpalott verdadeira, o que significa, naturalmente, que, supondo que tenhamos identificado corretamente os ingredientes da poção, com o Revelencanto de Scarpin, o nosso objetivo primário não é a simples seleção de antídotos para os ingredientes por si e de si, mas encontrar o componente adicional que, por um processo quase alquímico, transformará esses elementos díspares e portanto — terminou Slughorn — Quero que cada um de vocês venha apanhar um dos frascos sobre a minha escrivaninha. E deverão criar um antídoto para o veneno que o frasco contém antes do fim da aula. Boa sorte, e não se esqueçam das luvas protetoras!

            Eu me levantei e me adiantei ate a mesa do professor, eu e Granger chegamos ao mesmo tempo na mesa dele, não me dei nem o trabalho de olhar para ela, peguei dois frascos, um para mim e outro para o Draco, e voltei para o meu lugar, entregando um dos frascos para Draco.

            Analisei o frasco com o veneno, era veneno de cobra, muito fácil, era só fazer um antidoto para veneno comum, muitas curandeiras o usam. Snape me fez decorar essa poção, ele falou que pode ser muito útil, e realmente é, principalmente para uma comensal como eu.

            Os ingredientes são: Pedra bezoar; 2 Acônitos; Pele de Ararambóia Picada. Peguei o que eu precisava e comecei o meu antídoto.

            Adicionei a ararambóia picada no caldeirão e fervi por 20 minutos. Depois tirei do fogo, coloquei o primeiro acônito e mexi no fogo no sentido horário a poção atingiu uma cor lilás, indicando que eu estava indo no caminho certo. Após isso, devolvi ao fogo e coloquei o bezoar. Deixei ferver por 30 minutos, e quando atingiu uma aparência vermelha retirei do fogo novamente e coloquei o segundo acônito. Mexi no sentido anti-horário. Quando terminei, a poção estava com uma coloração roxa indicando que eu tinha acertado.

            — Tempo... ENCERRADO! — anunciou Slughorn cordialmente assim que terminei a minha poção — Vamos ver como vocês se saíram! Blásio... que é que você tem aí?

Lentamente, Slughorn foi se deslocando pela sala, examinando os vários antídotos. Ninguém terminara o dever, embora Granger estivesse tentando forçar mais alguns ingredientes para dentro do seu frasco antes de Slughorn passar. Weasley desistira completamente, e apenas tentava evitar inalar os vapores fétidos que emanavam do seu caldeirão. A poção de Draco ficou pela metade, ele pegou um antídoto muito complicado para fazer. Slughorn veio ate onde eu estava sentada e examinou minha poção.

— Excelente! Acho que foi a única a terminar sua poção, um antídoto simples, mas muito útil, embora o bezoar seja um ingrediente muito difícil de achar. Muito bem srta. Dawson, mais 10 pontos para a Sonserina.

Vi que Granger me olhava com raiva, e só para deixa-la com mais raiva eu lancei o meu melhor sorriso vitorioso o que a fez ficar mais emburrada ainda.

Slughorn deixou para passar na mesa de Potter por último. Ele cheirou a poção de McMilliam e passou à de Weasley com uma careta. Não se demorou sobre o caldeirão de Weasley, antes recuou depressa, com uma ligeira ânsia de vômito.

— E você, Harry. Que tem para me mostrar?

Potter estendeu a mão e pude ver um bezoar na sua mão. Slughorn contemplou-o por longos dez segundos. Eu torci para o professor brigar com ele e dizer que estava errado, mas claro que ele não ia fazer isso, ele ama o Potter, Slughorn jogou sua cabeça para trás e soltou uma gargalhada alta.

— Você é atrevido, rapaz! — trovejou ele, apanhando o bezoar e erguendo-o no ar para que toda a turma o visse — Ah, você é como sua mãe... bem, não posso dizer que está errado... um bezoar certamente agiria como antídoto para todas essas poções!

— Não sei nem por que me dou o trabalho de tentar! — sussurrei para Draco.

— É o Potter, só pelo fato dele ser famoso ele ganha um monte de coisa. — Draco sussurrou com raiva me abraçando de lado.

— E você pensou no bezoar sozinho, foi, Harry? — perguntou Granger entre dentes.

— Esse é o espírito individual imprescindível a um verdadeiro preparador de poções! — exclamou Slughorn alegre, antes que Potter pudesse responder — Igualzinho à mãe, Lílian tinha a mesma compreensão intuitiva do preparo de poções, sem dúvida ele herdou da mãe... certo, Harry, certo, se você tivesse um bezoar à mão, é claro que resolveria... mas, como bezoares não servem para tudo e são bem raros, ainda vale a pena saber preparar antídotos...

Vi Potter olhar para a minha mesa e ele pareceu satisfeito por ver eu e Draco com raiva dele, eu juro que tive que me segurar para não dar o dedo do meio para ele.

— Hora de guardar tudo! — disse Slughorn — E mais dez pontos para Grifinória pela ousadia!

Ainda rindo, ele voltou gingando à sua escrivaninha à frente da masmorra.

 

• POV’s Lucy •

 

As minhas aulas do dia tinham acabado e havia chegado o momento de eu ir procurar por Sibila para obter as respostas que Rebecca tanto queria.

Quando o sinal tocou, encerrando a aula, guardei os livros que usara na mochila, levantei, e prendi os meus cabelos enquanto caminhava. Quanto mais eu me aproximava da sala de Sibila, mais os corredores ficavam vazio.

Quando cheguei à entrada do sótão que dava para a sala dela, fiquei encarando a portinha da qual baixava a escada por algum tempo e até pensei em desistir, mas a descida súbita da tal escada me sobressaltou.

Dei um salto para trás e fiquei hesitante. Passo por passo, aproximei-me e subi. O cômodo estava escuro e o clima sombrio não deixava de me apavorar.

— Pro... Professora? — vacilante, chamei-a pelo nome enquanto olhava todos os cantos tentando encontrá-la.

Mais alguns segundos daquela cena tenebrosa se passaram até que as luzes se acenderam e uma mão tocou meu obro e me fez virar.

— Chamou? — Sibila agora estava bem ali na minha frente, porém a questão era como eu não tinha escutado ou visto sua aproximação?

— Sim, chamei... — respondi enquanto olhava fixamente. Aquilo estava muito estranho.

— Imaginei. O Olho Interior disse que alguém como você poderia me procurar. — comentou como se fosse obvio que ela havia acertado sua previsão. - Mas o que uma jovenzinha como você, que cortou os vínculos com a Adivinhação no final do 3º ano quer por aqui? Lucy Hale, não é?

Fiquei tão chocada que assenti. Será que ela lembrava meu nome ou estava usando suas habilidades?

— A senhora lembra...?  — quis perguntar, porém fui interrompida.

— Guardo os meus alunos sempre com muito carinho, mesmo que eles não continuem o curso ou não sejam de falar muito... — o olhar dela foi penetrante e até consegui me lembrar do meu 3º ano, quando ela enfrentava um desafio e tanto para me fazer falar o que eu havia entendido da leitura das minhas folhas de chá ou qualquer outra coisa, e então lembrei que o foco daquela conversa não era este. — Bem, do que você precisa?

—  Eu gostaria de perguntar para a senhora o significado de um sonho que eu tive.

Ela me olhou com estranhamento por alguns instantes, mas logo começou a me guiar por entre as mesas até uma outra com bola de cristal.

— Posso te ajudar, mas primeiro precisado saber algumas coisas...

— É que eu não me sentiria confortável em usar qualquer método... — tratei de fazê-la parar. Segundo Snape e Rebecca, eu podia apenas relatar o sonho. — .... Gostaria apenas de contar para a senhora e então você poderia me dizer alguma coisa baseada na sua experiência.

Sibila parou e virou para mim com uma cara de quem olhava alguém que não sabia do que estava falando.

— Se você se sente mais confortável assim... — comentou, puxando uma cadeira, oferecendo-a para mim e sentando-se em outra à frente.

— Bom... eu sonhei que estava na Torre de Astronomia com o meu namorado, eu estava... ham... admirando a vista de Hogwarts e... então, meu namorado me virou de frente para ele e me beija... então, ele... ele me esfaqueou. Eu cai da Torre e logo em seguida ele pulou também, me abraçando no ar. E então, na outra noite, eu tive o mesmo sonho só que o contrário, ao invés dele me matar eu mato ele, e eu que pulo da Torre e o abraço. — falei tudo olhando para baixo e quando terminei olhei para ela. — O que isso significa? Se é que tem algum significado. — eu sussurrei a última parte, mas tenho quase certeza de que ela ouviu.

— Interessante...

— É só isso que a senhora tem a dizer?

— Com você não me deixando analisar melhor... Sim, é tudo que eu tenho a dizer. — ela falou

— Mas... não sei... Não tem nenhum elemento que eu descrevi que possa significar alguma coisa?

— Bem, o fato de você ter tido o mesmo sonho duas noites seguidas é algo relevante... Ok, se você quer minha opinião, com a minha experiência, eu posso afirmar que você e esse garoto não vão ter sossego nenhum para permanecerem juntos... É como se vocês fossem, ao mesmo tempo, atrativos e repulsivos um ao outro. O tempo é que vai mostrar qual destas duas forças prevalecerá, no fim. — ela disse sem mudar seu tom de voz.

— A senhora acha que é só isso mesmo? Não tem mais nada? — perguntei.

— É tudo menina. Pare de querer te forçar o Olho Interior. — ela estava começando a ficar irritada.

— Ok, obrigada. — sem saber muito o que fazer, estendi a mão para cumprimenta-la e poder sair. Porém, eu não esperava pelo que aconteceu.

Assim que eu toquei a mão dela, seus olhos começaram a girar enquanto ela produzia um ruído gutural e a cabeça se pendurava sobre o peito. Sibila ficou ali, naquele estado, durante alguns segundos e eu até tentei desfazer nosso aperto de mão, mas eu estava sendo apertada com tanta força que eu não consegui.

— Professora? Professora! - chamei apavorada.

A cabeça dela se ajeitou e ela começou a falar:

— Você atrai pessoas difíceis, menina, e tem a habilidade de ser atraída por elas também. Seu coração está atado ao de uma pessoa que a vida vai colocar obstáculos até os últimos segundos antes de vocês conseguirem ficar juntos e você tem que tomar cuidado para que tudo não fuja do seu controle. O grande segredo é fazê-lo enxergar que você é capaz de enfrentar os desafios ao lado dele.

— PROFESSORAAA?! — no ápice do meu medo, eu gritei.

— O quê? — a cabeça dela voltou pro lugar, os olhos pararam de girar e a voz se normalizou.

Eu fiquei olhando para elas por alguns segundos. Minha vontade de ir embora era maior do que a vontade de querer uma explicação para aquilo.

— Nada. Obrigada. - falei e me levantei logo em seguida, dirigindo-me à porta o mais rápido que eu conseguia.

— Não tem de que, Lucy. —  ela sorriu com cumplicidade, como se, com aquela "consulta", tivéssemos criado uma amizade. — Volte sempre que precisar. Fiquei feliz por alguém ter lembrado de mim com alguma utilidade.

— Tá... Pode deixar. - neste momento, eu abri a porta e sai tentando não demonstrar que eu estava com pressa pra deixar aquele ambiente.

Decidi procurar pela Rebecca e pensei em ir até as masmorras para procurar pela Sala Comunal da Sonserina. Corri ansiosa e quase tropecei nos degraus falsos nas escadas pelo caminho, mas consegui chegar ilesa.

Olhei a parede que guardava a entrada e só então eu lembrei: eu não sabia em que parte da parede estava a porta e nem a senha. Comecei a tatear a parede, procurando a porta, e ,quando não consegui, dei soquinhos e gritei:

— Rebecca! Rebecca! Rebecca!

Eu só percebi que aquilo estava sendo ridículo quando ouvi alguém gritar meu nome, virei e percebi Draco rindo ali.

— Tinha que ser a lufana.

— Malfoy! - acabei soltando, no ímpeto de vê-lo ali.

— O que diabos você está tentando fazer?

— Procurando a sua namorada. O que mais eu faria aqui nesse Salão Comunal onde eu não sou bem-vinda?

— E o que você quer com a Rebecca?

— Assunto particular... Ela não quer que eu conte, sabe?

— E o que ela falaria com uma Sangue-Ruim como você?

— Um assunto importante, que ELA me pediu.

Ouvi o barulho de algo se abrindo, olhei para trás e vi a Becky saindo da Sala Comunal da Sonserina.

— Draco eu já estava indo te procurar, por que demorou tanto? — e então a ela me viu. — Ah, oi Lucy? O que está fazendo aqui?

— Essa é a Lucy? — Draco perguntou parecendo confuso.

— Sim, por que? — Becky disse o abraçando de lado.

— Não achei que a Lucy fosse uma lufana Sangue-Ruim. — Rebecca deu tapa na cabeça de Draco que começou a rir e pedir desculpas e ela apenas revirou os olhos.

— E então Lucy, o que veio fazer aqui?

— Vim falar com você. Sobre... AQUELE assunto que eu falei que ia resolver pra você depois da aula. — Rebecca ficou subitamente mais interessada e ate largou o Draco.

— Sério? E você conseguiu... — ela olhou para o Draco e completou — resolver a coisa?

— Consegui. Aconteceu algo muito estranho, mas tá resolvido.

— Se vocês quiserem que eu saia, é só pedir. — disse Draco.

— Por favor! — eu e a Becky dissemos em uníssono.

Malfoy revirou os olhos e deu um beijo na bochecha da Becky e entrou na Sala Comunal da Sonserina.

— E então, o que ela disse?

— Bem, ela falou duas coisas. Não sei qual eu te falo.

— Que tal falar as duas?

— É que uma ela falou... "sóbria". A outra ela falou enquanto estava... Possuída. Sei lá o que era aquilo.

— Possuída? Como assim Lucy?

— Uma das versões ela falou normal, já a outra ela começou a falar com uma voz grossa, os olhos dela começaram a girar, o pescoço dela caiu...

— Mas o que?  Eu nunca vi ela fazendo isso, não é melhor a gente falar com o Snape?

— É, acho melhor...

Becky me guiou até a sala de Snape, onde bateu na porta quando chegamos. Snape abriu a porta alguns segundos depois.

— Que raios vocês duas estão fazendo aqui?

— A Lucy já falou com a Sibila, Sev.

— Finalmente para alguma coisa essa... Ela serviu. — Snape falou com um certo desprezo.

— Eu já falei, Snape. É você que precisa de mim, não o contrário.
— arrisquei comentar.

— Não por muito tempo, lufana.

— Veremos. - devolvi.

— Enfim, o que a maluca de pedra com um parafuso a menos falou?

— Vocês realmente querem conversar sobre isso no meio do corredor? — disse Rebecca em um tom irônico.

— Quem diria que o tão precavido professor Snape poderia ser tão descuidado. — soltei enquanto fazia uma cara de deboche para ele, o que fez a Becky rir.

— Entrem logo de uma vez. – ele, impaciente, deu espaço para que pudéssemos passar.

Depois disso, ele fechou a porta e nos indicou um lugar para sentar. Sem muitos rodeios, ele foi direto ao assunto: 

— E então? O que ela disse?

Os dois olharam para mim.

— Bem, foi muito estranho. Sibila me falou... duas versões, sendo que, pra falar cada uma, ela estava em um estado diferente.

— Ela virou os olhos e começou a falar em uma voz grossa? — Snape perguntou, como se quisesse confirmar.

— Sim, como você sabe? - achei aquilo estranho.

— Eu já vi ela fazer isso uma vez... Gostaria de não ter visto, mas vi. - ele respondeu e, diante do meu olhar de curiosidade, completou: - E isso já é o bastante que você tem que saber. Agora, diga as palavras dela... As previsões.

— Quando ela estava normal, ela me disse que a Rebecca e o Draco vão ter dificuldades para conseguir ficar juntos, que tem uma "força" que atrai e repele os dois e eles vão ficar juntos se a força que os atrai for maior.

Quando terminei de falar a Becky começou a rir.

— Desculpa — disse ela se recuperando — não resistir, pode continuar.

— Quando ela estava... Posso dizer possuída? Ah, enfim, isto não importa. A segunda versão foi que a vida vai colocar obstáculos entre a Rebecca e o Draco, mas que a Rebecca tem que mostrar pro Draco que pode ficar ao lado dela ou algo assim.

— Desculpa, o que? — perguntou Rebecca como se não acreditasse.

— Isso que você ouviu. Essa segunda versão foi meio tensa de escutar. — falei.

— Por que? — ela perguntou.

— Amiga, ela estava possuída. Isto não é o bastante?

— Porém é a versão mais confiável. É assim que ela fica quando produz profecias. — Snape advertiu.

— Ela já fez alguma profecia? — Rebecca perguntou.

— Não falei que já vi ela ficar assim? Não me façam mais perguntas! — acrescentou ele rapidamente.

— Você não pode falar nem para mim? — disse Becky um tanto manhosa.

— Acho que pra você eu posso. — ele pareceu repensar. — Mas acho que você gostaria de ficar sabendo por alguém que fosse da sua família!

— Será que dá para você deixar isso pra lá?

— Provavelmente não. — resolvi me intrometer, olhando para ele como se pudesse entrega-lo - ainda que eu já houvesse feito aquilo -.

Rebecca suspirou com raiva e saiu da sala, batendo a porta com força ao sair.

— Ela está cada vez mais complicada de lidar. — Snape comentou.

— Desculpe a intromissão, porém, se me permite dizer, você sabe que ela é assim e fica provocando. A culpa é um pouco sua também. — alertei.

— Ela não era assim, lufana.

— O mundo gira e as pessoas mudam, professor. Ainda não percebeu isso? — perguntei.

— Eu quero dizer que ela ficou assim depois que se tornou comensal.

— Li uma vez que o ambiente e as pessoas com quem você convivem podem influenciar no que você é... Isto explicaria muita coisa, não acha?

— Você nem acreditaria se eu falasse que ela já foi, realmente, uma pessoa boa e doce. — disse Snape se sentando.

— Difícil mesmo de acreditar.

— ela era uma boa criança, embora tivesse muita pressão da mãe que sempre treinava ela e o irmão, mas ela não via aquilo como treino, para ela era apenas um jogo, e ela só queria ser melhor que o irmão.

— Ela me contou que era treinada, só que falou disto com uma certa raiva na época...

— É... ela descobriu para o que era aquele "jogo" no quarto ano e no final do mesmo ano ela se tornou comensal, e uma das melhores, devo dizer, mas o treino era bem mais pesado...

 

• POV’s Narrador •

• Flashback on •

 

Rebecca já estava batendo naquele boneco de treino a uma hora, suas mãos ardiam, o machucado do treino passado, que ainda não havia sarado, estava sangrando, lagrimas caiam do rosto da sonserina que implorava para parar.

— Não, quando você estiver em uma luta de verdade e não puder usar a varinha, não vai ter descanso. — dizia Voldemort com sua voz fria e ofídica.

Snape assistia a tudo, como pedido da própria Rebecca que implorava para não ficar ali sozinha com Voldemort, na época ela tinha medo dele e achava horrível as coisas que ele fazia “quem dera se ela continuasse assim” pensava Severo.

A garota ficava horas treinando, horas treinando sua mira, para que ficasse impecável, e horas treinando a luta sem descanso, depois ela saía do treino toda machucada, seu corpo todo doía, e ela mergulhava toda essa dor em bebidas e drogas.

Ela passou todo o quinto ano dela bêbada, não passava um dia se quer que ela não bebia ou fumava.

— Eu apenas quero esquecer! — dizia quando Snape a pegava bebendo ou fumando.

O tempo ia passando, e, com o tempo, aquele treinamento se tornou normal para ela, Rebecca já não chorava mais e a dor de suas mãos que sangravam não a incomodavam mais, ela se tornou mais fria e sombria, Voldemort, quando precisava torturar alguém, levava a pessoa para ela que ficava feliz em faze-lo, os gritos das vítimas a faziam sorrir, o cheiro do sangue fazia seus olhos brilharem, e ver o sangue escorrer a deixava alucinada. Ela parecia uma maníaca aos olhos de Snape. Ela parou de sentir, ela já não era sensível a coisas simples como o pôr do sol.

 

• Flashback off •

• POV’s Lucy •

 

— Você contando desse jeito... — estendi o braço. — ... Olha, dá até arrepio.

— Acredite foi um milagre você e o Draco aparecerem na vida dela, embora eu não goste de admitir. — disse Snape.

— É. Eu também tenho que admitir que a Rebecca mudou minha vida... Ela foi minha primeira e única amiga aqui. Acho que devo muito a ela por conta disto.

— Por isso mesmo que você não pode deixar ela perder o juízo completamente. — Snape pediu.

— Sim... Mas eu não entendi porque ela ainda não veio conversar com você, eu disse que você estava.... — eu comecei a falar quando percebi o que tinha deixado escapar.

— Você falou o quê? — a cara dele era de total incredulidade.

— Nada. — tentei convence-lo, mas minha voz resolveu dar falsete. A expressão dele indicava que ele não acreditava em mim nenhum pouquinho.

— Você disse pra ela o que a gente conversou?

—  Talvez eu tenha deixado escapar... Assim, só um pouquinho. Quer dizer, eu estava conversando com ela, tentando fazer ela parar de beber e tal, então ela perguntou se você tinha mandado eu falar com ela sobre isso, eu falei que não e ela não acreditou. — falei desviando o meu olhar para minha mão, brincando com a manga da blusa e torcendo para ele não descobrir que eu estava mentindo.

Ele se aproximou, pegou o meu queixo e me analisou profundamente. Desvencilhei meu rosto da mão dele e ouvi sua voz em seu modo mais frio perguntando:

            — Tem certeza de que você não está mentindo? Fale a verdade ou então serei obrigado a olhar a sua mente.

            — O que eu ganharia mentindo? — consegui controlar o tom da minha voz e me senti aliviada por isso porque eu iria passar segurança. — E minha mente é meu domínio. Você não pode invadi-la.

            — Será mesmo, Hale, será? Que tipo de pensamentos sórdidos você poderia esconder aí, hein, além da possível prova da sua mentira?

 "Nem queira saber. Você iria se assustar com a quantidade de vezes que você aparece.", pensei comigo mesma, esperando que ele não conseguisse me ouvir.

            — Isto, professor, só diz respeito a mim e à minha mente "cheia de pensamentos sórdidos". Agora, se me der licença, vou para um lugar onde eu sou melhor agradecida porque, do jeito que você pediu ou não, tentei te ajudar duas vezes e uma delas deu certo. — tentei mudar o assunto.

            Ele indicou a porta, eu me levantei e sai.

            Continua...    


Notas Finais


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