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História All I Want - Escolhas para o futuro


Escrita por: KarlaK2

Notas do Autor


Olha quem voltou! Bom, primeiro preciso agradecer a todas as pessoas que demonstraram o interesse pela fic mesmo com tanto tempo sem postar. Eu expliquei para algumas pessoas que não estava escrevendo pq tive uns meses bem complicados, corridos e tal, espero que entendem. Sempre que eu puder, vou postar, até chegar o final dela. Ah, não vou mais escrever Momentos, mas planejo pelo menos uma nova fic daqui a pouco. Mto obrigada pelas mensagens!

Capítulo 11 - Escolhas para o futuro


1988. A música Piano in the Dark tocava no rádio e Eleven cantarolava baixinho refrão: “I know, caught up in the middle/I cry just a little/When I think of letting go/Oh no, gave up on the riddle/I cry just a little/ When he plays piano in the dark”...

(Eu sei, apanhados no meio/Eu choro um pouco/Quando eu penso em largar/Oh não, desisti na charada/Eu choro um pouco/Quando ele toca piano no escuro).

El adorava a voz de Branda Russel e se perguntava se ficaria daquela forma quando Mike fosse embora estudar no MIT. Ele tinha notas elevadas, era disciplinado, focado, era óbvio que ele iria. Imaginava que deveria ser forte por ele, mas que teria sua força minada sem ele. Mike tinha sido a pessoa mais importante de sua vida há tanto tempo que ela não sabia o que fazer sem ele por perto. Ela achava que deveria, mas ainda não sabia.

- Olá, posso entrar? – Joyce perguntou, batendo na porta do seu quarto. – Chegaram estes livros para você.

A garota levantou-se e abriu um pacote pardo, que continha três volumes de livros de capa dura. Joyce observou durante algum tempo em silêncio a alegria da garota perscrutando os livros, até que falou:

- Você deveria estudar literatura na faculdade, querida.

Eleven direcionou seu olhar para sua mãe de criação:

- Eu só gosto muito de ler...

- E tira notas excelentes em Inglês e redação, eu sei. – Joyce redarguiu.- El, eu sei que você começou a ler para entender e até conhecer melhor o mundo, mas você poderia encarar isso realmente como algo sério.

- Todos dizem isso.

- Então? Você deve confiar mais em si mesma. Você já demonstrou interesse por alguma faculdade? Você sabe que está acontecendo o período de inscrições?

Sim, ela sabia. Seu namorado, seu irmão postiço e seus amigos só falavam disso. Todos pareciam ter tantas certezas...

- Eu só não se... se posso. – ela confessou, baixando os ombros.

- Mas é claro que pode, El!

- É complicado pra mim. – a garota guardou os livros e saiu do quarto.

[...]

- Você não para de olhar para a Max, Lucas. – Eleven murmurou para o amigo.

Os dois faziam aula de Economia Doméstica, já que ambos precisavam de pontos em matérias optativas na escola. Max era a garota ruiva badass que andava de skate e era conhecida por não levar desaforo pra casa. Ela estava amiga dos garotos e de Eleven, mas esta sabia que Dustin e Lucas pareciam nutrir algo a mais por ela.

- Impressão sua. – ele respondeu, verificando uma lista de compras fictícia que ele e El deveriam elaborar para um exercício em sala. – Mas acho que vou chamá-la para ir ao baile comigo.

- O baile... esqueci completamente. – ela balançou a cabeça.

- Preocupada se alguém vai te chamar? – Lucas riu baixinho, pegando a calculadora para verificar se a lista deles estava dentro do orçamento estipulado pelo professor.

- Eu e o Mike estamos tão preocupados com as inscrições para a faculdade, esquecemos o baile.

- Ele se inscreveu para o MIT, mas, e você?

- Não sei. – Eleven suspirou, batendo um pouco com o lápis de escrever no caderno. – Eu gosto muito de ler, mas... eu não sei se quero sair de Hawkings.

- El, o mundo é muito maior que isso aqui. Eu mesmo não vejo a hora de ir e ver, sabia? Eu adoro vocês, minha família, mas eu quero conhecer. Você, de todos nós, é quem mais deveria querer isso, já que... – ele se refreou um pouco.

- Eu sei, Lucas. Eu vivi até os doze anos trancada em um laboratório, e depois passei um ano lutando com monstros numa dimensão paralela. – ela sorriu um pouco para o amigo.

- Eu acho que você deveria sair e ver que o mundo é bem maior que Hawkings. – Lucas afirmou. O sinal tocou e ele foi rumo à Max, que ainda arrumava sua mochila.

Eleven ficou observando os amigos se afastarem, conversando empolgados, e ela ficou se perguntando se Max gostava de Lucas ou de Dustin como “mais que amigos”, até que foi surpreendida por Mike:

- Olá, bela garota. – ele sorriu. – Posso levar seus livros até o seu armário?

- Sim, claro. – ela sorriu, segurando na mão do namorado. – Você  lembra que está perto de haver o nosso último baile na escola?- ela indagou.

- Nossa... eu esqueci. – ele ficou um pouco tímido de dizer isso. – Mas você aceita ser meu par?

- Hum, não sei, parece que o Phillipe Clarke que faz Química comigo iria me chamar... – ela riu, e Mike a encostou numa parede:

- Ah, é? Eu aposto que eu sou melhor que ele. – provocou. Mike baixou o rosto e seus lábios se encontraram em um beijo caloroso, o que fez alguns alunos assobiarem enquanto passavam por eles no corredor.

- Eu ainda sinto vergonha de beijar assim, na frente de todo mundo. – Eleven confessou, com o rosto encostado no peito do namorado.

- Eu acho que os caras devem me achar muito sortudo por ser um nerd com a namorada mais linda da escola.

- Mike! – El riu. – Claro que não!

- Para mim você é sim. Você é linda, e eu sempre me sinto como naquela vez em que te demos o vestido da Nancy e aquela peruca. Eu fiquei sem palavras e meu coração disparou só de te ver.

- Obrigada, Mike. Obrigada por tudo. – ela beijou-o no rosto.

- Você é a melhor, você sabe disso, né? – Mike gracejou.

[...]

- Ok. – Will disse, estalando os dedos. – Estes são todos os panfletos de faculdades que consegui para você ver. – ele espalhou sobre a mesa vários papéis e mostrou-os à irmã. – São lugares que têm cursos de que talvez você goste.

- Talvez Joyce deva ter te falado sobre eu não ter me inscrito em nada, não é? – Eleven comentou, limpando a cozinha, já que naquele dia Joyce e Hopper chegariam tarde em casa do trabalho.

- Você pode usar seus poderes para deixar a esponja lavando os pratos enquanto vê isso ? – Will perguntou.

Eleven riu e enxugou as mãos no avental:

- Só uso meus poderes com as coisas estritamente necessárias.- os olhos dela repousam sobre um folheto da Universidade de Boston. – Interessante.

- “Mas”? – Will comentou. – Você sempre coloca um “mas”.

- Eu não sei explicar isso, Will. E eu nem posso ir para a conselheira da escola. – Eleven suspirou. – Eu não posso falar sobre o Papa. Sobre o Demogorgon.

Will arrepiou-se involuntariamente e pegou a mão da irmã sobre a mesa:

- Eu sei. Mas é por isso que eu quero ir.

- Você ainda sonha com o Upside Down?

- Sim. – o garoto baixou os olhos. – E nem me lembre daquelas coisas horríveis que eu vomitei.

Os dois ficaram calados por um momento, remoendo suas próprias lembranças infernais.

- Will, eu tenho medo. Medo do mundo lá fora. Medo de o Mike se cansar de mim ao conhecer gente mais interessante na faculdade. Medo de ser esquisita demais, de não me encaixar.

[...]

Mike estava começando a arrumar algumas coisas em seu porão. Mesmo que não passasse no MIT, passaria em outra universidade, e precisaria levar certas coisas e guardar outras. Faltava um pouco para as cartas de admissão chegarem, e ele estava ansioso, mas também apreensivo. Naquele dia no porão, ele percebeu o quanto estava sendo difícil para Eleven essa transição, mas ele queria mostrar que, a não ser a distância, nada entre eles mudaria.

Era complicado manter um namoro à distância, sim. Mas ele não imaginava uma vida sem ela. O amor deles não era como os outros, e ele sabia que isso era especial, único. Remexendo em uma caixa, umas fotos caíram e ele pegou uma do chão. Foi do dia em que foram assistir à Top Gun, ele lembrava. O sorriso no rosto dos dois, a expressão sincera de ambos... Mike sorriu para a foto e a guardou no lugar. Depressa, deu um jeito no resto das coisas e subiu para o quarto com uma ideia latejando em sua mente.

- O quê? – Karen pensou que não tinha ouvido o filho direito e deixou uma travessa de salada de batatas sobre a mesa. – Você quer mexer na sua poupança para comprar um anel para a El? Você já quer se casar?

- Eu quero que ela saiba que eu quero algo sério com ela.

- Mas vocês namoram firme há o quê...- Karen parou para calcular mentalmente. – Quase quatro anos? Sem falar que desde os doze que vocês têm uma espécie de “algo”.

- Mãe, eu sei. – Mike tentou falar pausadamente. – Mas eu sei que a El está insegura sobre o nosso futuro. Eu vou fazer faculdade em outra cidade, e eu não sei se ela quer ir embora também.

- Mike, é um dinheiro muito importante para mim e pro seu pai. – a mãe fechou os olhos, esfregando as têmporas.

- Mãe, eu nem quero o dinheiro todo. E depois, eu tentei uma bolsa no MIT, vai que eu nem precise da poupança?

Karen suspirou, vencida. Ela sabia o quanto Mike e El tinham um tipo de relação especial, uma conexão além do normal. Algumas vezes, ela achou aquilo muito forte, mas seu filho mostrou que aquela menina era a coisa mais preciosa que havia para ele.

-Amanhã nós vamos ao banco, ok? E eu vou te ajudar a escolher o anel. – ela disse, sorrindo um pouco com o canto da boca.

[...]

Eleven e Mike combinaram de se encontrar em frente a uma lanchonete que havia aberto perto da casa dele. A garota gostava do local, cuja decoração era típica dos anos 50 (ela descobrira que gostava muito daquele estilo após assistir ao primeiro filme da trilogia De Volta para o Futuro):

- Eu tenho uma coisa para te dizer. Duas, aliás. – ela falou, brincando com os longos dedos do namorado. Ele estava muito alto, alongado, e ela adorava isso. – Nancy me ligou.

- Hum, mesmo? – Mike sorriu, entrelaçando os dedos nos dela.

- Ela disse que eu poderia passar na sua casa e pegar o vestido que ela vestiu no último baile. Eu sei que fiquei mais alta que ela, mas posso dar um jeito.

- Que nem a Molly Ringwald em A garota de Rosa Shoking?- ele brincou com ela. Apesar de a garota ter se tornado uma nerd por causa dele e dos meninos, ela tinha uma paixão pelos filmes da atriz ruiva.

- Sim, quer dizer, mais ou menos. Joyce conhece um lugar onde consertam-se roupas.

Mike sorriu e sentou-se ao lado dela, pois antes estava de frente:

- Eu tenho uma surpresa para te fazer, mas você vai ter que esperar até amanhã. – ele falou baixo, com a voz morna, o tipo de coisa que fazia El estremecer.

- Já estou ansiosa. – ela sorriu, dando um selinho nele.

- Qual a outra coisa que você tem que me contar além do vestido da Nancy? – Mike indagou, brincando com uma mecha do cabelo dela, que estava ondulado nas pontas.

- Eu conversei com o Will... e com o Lucas, e com a minha mãe... – ela sorriu para ele. – Eu... eu vou me inscrever para a Universidade de Boston. Eu pensei que poderia fazer literatura em língua inglesa lá.

Mike passou cerca de três segundos processando a informação:

- Isso é ... isso é maravilhoso! – ele a abraçou. – Incrível, El! Eu tô muito, muito contente por você.

A garota sentiu o coração acelerar:

- Eu achei que essa chance seria ótima para... bem... eu não quero te pressionar. Mas eu acho que, assim, nós estudaríamos perto e...

Antes que ela terminasse, Mike a interrompeu com um beijo, fazendo a garota segurar a gola de sua jaqueta e os dois perderem o fôlego:

- Você vai me fazer o cara mais feliz do mundo, El.


Notas Finais


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