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História All My Blood Sweat and Tears - Begin


Escrita por: evilhyuckie

Notas do Autor


Olá, meus amores, venho postar com algumas horas de atraso, espero que me perdoem haha tantos surtos ontem por causa do show que até mesmo me esqueci que deveria postar o novo capítulo x.x

Como sempre, agradecendo à ~Nanaryu pelas obras de arte que a gente chama de capa <3

Espero que gostem dos acontecimentos do capítulo, nos vemos lá embaixo~

Capítulo 3 - Begin


Fanfic / Fanfiction All My Blood Sweat and Tears - Begin

Os reinos do dia e da noite

Duas palavras diferentes provenientes de dois polos opostos

Misturam-se durante esse tempo

 

É desta forma que inicio minha narrativa no corriqueiro ano de 2100. Aqui, um casal urbano de classe média acaba de trazer para casa o pequeno ser envolvo em cobertas da cor mais alva existente, o puro branco.

A aura do pequeno e indefeso ser, no entanto, não refletia o natural estado de Luz que era de se esperar em um ser tão inocente. De forma incomum, a Luz e as Trevas brincavam acima do pequeno bebê, que parecia alheio à confusão de espectros acima de si, que pareciam unir-se em harmonia.

O curioso fato desperta a atenção de anjos e demônios. Afinal, aquele seria, sem dúvida, Abraxas, segundo me dissera Suga. Assim, aquele pequeno e indefeso bebê, desde seu primeiro dia de vida, oferecia uma potencial ameaça à existência do caos que constantemente dominava por conta das ações dos demônios.

Era de se esperar que o pequeno Kim SeokJin –  assim o era chamado – obtivesse para si um anjo da guarda logo que a atenção demoníaca se voltasse para si. Desta forma, Kim Taehyung e Jung Hoseok, os poderosos anjos que mais atendem pelo nome de V e J-Hope, respectivamente, tomaram para si a guarda da criança tão peculiar, afastando como podiam o precioso ser de qualquer ameaça externa.

O que não era esperado, porém, era que criança semelhante a Kim SeokJin pudesse surgir ainda naquele mesmo ano. Do outro lado da conturbada Seul – capital onde nascera o incomum SeokJin – nascia naquele mesmo mês um garotinho de feições angelicais que imediatamente após o nascimento recebera o nome de Park Jimin, juntamente com a conturbada aura de Luz e Trevas que se acumulava em seu redor, pulsando ao repelirem-se uma à outra.

Ao contrário de SeokJin, a aura de Jimin demonstrava claro desequilíbrio entre as forças que a compunham. Isso foi o suficiente para que os demônios se atraíssem pela pequena criança, crendo que Abraxas poderia ser, de fato, uma criatura instável que poderia ser influenciada tanto pelo Bem quanto pelo Mal.

Assim, um pequeno acordo foi firmado entre as partes. O garoto SeokJin receberia criação e proteção dos dois anjos previamente citados, restando ao pequeno Jimin, a convivência com os dois mais poderosos demônios da contemporaneidade: Suga e JungKook.

Desta forma, é com especial atenção que pude acompanhar grande parte do desenvolvimento de ambos os garotos. Porém, é com muito pesar que acabo me aproximando mais a SeokJin, e isto possui uma explicação muito clara: Suga frequentemente me enviava ao convívio de SeokJin e seus anjos protetores, a fim de que o reportasse tudo o que acontecia longe de suas vistas.

Suga, é claro, é incapaz de saber que toda a Verdade já me é esclarecida, já que nunca estivera em tal estado de sub-vida. E a isto, apenas agradeço por sua ignorância. Esta tênue existência já me é torpe demais para que Suga queira extorquir-me em busca de respostas.

Assim, acompanho o desenvolvimento do pequeno SeokJin com especial fascínio. Nunca gostara de crianças, mas a maneira com que vi os anjos Taehyung e Hoseok tomarem a forma humana e infantil de seus seres e aproximarem-se do garotinho fisicamente pela primeira vez aos seus cinco anos, foi deveras emocionante.

Era impossível que ali até mesmo os mais dispersos observadores não pudessem enxergar o brilho de esperança nos olhos dos dois anjos, que com doçura começavam um diálogo qualquer com o pequeno ser de aparência quase quebradiça, tamanha sua delicadeza.

E assim, como um precioso objeto de cristal, SeokJin era tratado. Ao longo de toda a sua vida, ele permanecera na guarda dos melhores companheiros que alguém pode ter. No entanto, a guarda compartilhada ainda gerava diversos desentendimentos entre os próprios anjos.

Era de se esperar que sentimentos além de puramente fraternais se mostrassem evidentes, e isto apenas acentuou-se com a vinda da puberdade para SeokJin. O garotinho, completamente envergonhado e corado, confessara aos quinze anos seu amor por Taehyung.

Em resposta, o anjo apenas sorrira, acolhendo-o em um abraço reconfortante, declarando aos pés do ouvido do adolescente todas as palavras mais belas de seu puro sentimento. Amava-o, era óbvio, mas ainda era cedo demais para roubar-lhe um beijo, e consequentemente, roubar-lhe a alma.

As adversidades não param por aí, porém. Sendo igualmente próximo e afeiçoado a SeokJin, era previsível a clara insatisfação aos sentimentos de J-Hope, que parecia mais carrancudo a cada dia, observando a casta relação entre seu semelhante e o garoto tão desejado por si. Desta forma, J-Hope aparecia naquele romântico cenário apenas como o melhor amigo do casal, que se mantinha aparentemente neutro de encontro aos sentimentos cada vez mais aflorados dos dois apaixonados.

Ele fingia sentir-se feliz pelo êxtase alheio, enquanto escondia seu próprio coração pisoteado cada vez que observava o alegre casal, ou ouvia solidariamente os relatos de SeokJin sobre como seu amor por Taehyung era incomparável a qualquer outro.

Mas é claro que eu era capaz de penetrar o mais fundo possível em seu âmago de frustrações. Mesmo sendo um ser de alma imaculada, ainda assim J-Hope era capaz de sentir ciúme, por mais que aquele sentimento se caracterizasse como inofensivo e intrínseco em si mesmo.

 -Eu queria que pudesse ficar com você para sempre – disse SeokJin em uma determinada tarde, alheio ao sorriso de Taehyung que dizia que esta era exatamente sua intenção para a eternidade.

Sem deixar transparecer o quanto as palavras do jovem significavam para si, Taehyung apenas acaricia a face sempre corada de seu amado, puxando-o delicadamente para um abraço terno, junto a um beijo que demoradamente acariciou a testa do humano.

As intenções de SeokJin foram certeiramente interpretadas assim que seus olhos brilhantes encontraram os lábios convidativos do anjo. Antes que o cenário de afeição pudesse se tornar em uma aparente tragédia aos mortais, Taehyung apenas sorri, afastando-se até que o contato não oferecesse mais ameaças ao outro.

-Pode ficar comigo para sempre se quiser. Basta me seguir até o fim da vida – ele diz com graciosidade, despenteando os fios negros de SeokJin.

-Acho que não é o bastante – o mortal sorri com o tom de clara brincadeira, a plena admiração por Taehyung preenchendo seus sentidos até que ele enterrasse sua face nos ombros largos de seu protetor. E era aquilo que Taehyung representava para ele, mesmo não sabendo que seu amado era literalmente seu anjo da guarda, o protegendo da ameaça que os demônios representavam para si.

Porém, Taehyung não poderia me impedir de estar ali em quase todos os momentos da vida do doce Jin. Afastar-me de meu Senhor me era exaustivo, sentia-me ainda mais vazio e mais sufocado em minha existência, quase como se meu semi-corpo pouco obedecesse a mim. Porém, eu não poderia descumprir às ordens de Suga.

Assim, eu permanecia rondando aquele defeituoso triângulo amoroso, envolvendo-me naquela trama como alguém que se envolve com o enredo de uma novela. Deliciava-me presenciar a corrupção, mesmo que mínima, nos pensamentos de Hoseok, distraía-me as cenas de amor que observava do casal e ainda me encantava a forma fraternal com que SeokJin se preocupava com Hoseok, mesmo não sabendo de seus profundos sentimentos para consigo.

A relação que mais me deixava curioso era a relação entre Taehyung e Hoseok. Não era como se os anjos fossem inimigos, muito pelo contrário! Ambos se importavam com SeokJin acima de tudo, e isto criava forte laços entre os dois, que já muito anteriormente haviam concordado em não se intrometerem nas decisões amorosas de SeokJin, este que deveria tomar a iniciativa sobre seus próprios sentimentos.

Mas a forma com que suas opiniões se mostravam divergentes, a forma com que se portavam um ao extremo do outro, isso me deixava realmente encabulado ao ponto de permanecer por horas observando os pensamentos da dupla de anjos, tentando decifrar o que tornara dois seres tão iguais, ao mesmo tempo tão diferentes. E isto nem mesmo a Verdade poderia me revelar.

Pois bem, a relação de Taehyung e SeokJin evoluiu em segredo no decorrer de três anos. Em todo aquele tempo, SeokJin permanecia inquieto, amedrontado diante da possibilidade de receber uma grande negação de sua família a respeito de seu relacionamento. O século XXII não parece tão excitante assim, não é mesmo, meus caros? Pouca coisa mudou nestes últimos tempos, admito, e uma Instituição que se mantém sólida é a Igreja, pregando seus mesmos dogmas discriminatórios impostos há mais de dois mil anos.

Sim, observem que aqui é um padre quem vos fala.

Assim, mesmo tendo em vista a possibilidade de uma rejeição por parte da família, SeokJin decide confessar seus sentimentos aos pais. E a resposta, meus caros, não é nem um pouco positiva.

Em meio às broncas do pai e os prantos da mãe, a irmã mais velha parece ser a mais sábia, dando um fim ao conflito, ainda que sem confrontar o sentimento conservador da família.

SeokJin iria para um colégio de padres. Não qualquer colégio de padres, mas aquele em que eu fora morto há tantos anos atrás. O colégio que fora tomado há mais tempo ainda por Suga e as forças do mal.

É claro que Taehyung não ficara nem um pouco contente ao ouvir as notícias de SeokJin. E assim, contrariando qualquer regra de bom senso que atingiria os humanos, os dois anjos guardiões decidem mudar-se para o convento juntamente com o jovem.

E na data pré-estabelecida, os três garotos chegaram à Instituição juntos, desacompanhados e de bagagens em mãos, recebendo a recepção de ninguém mais, ninguém menos do que Suga.

Sim, meu Senhor, o diretor deste colégio há mais de cinco anos. Impiedoso e rígido em suas regras, ele parecia o padre perfeito para colocar aquele lugar na linha após várias direções mal sucedidas. Era mesmo uma pena que fosse o próprio Demônio.

A forma com que Suga recebeu os três garotos foi aparentemente reconfortante. Mas é claro que os dois seres da Luz ali presentes reconheceram prontamente seu inimigo natural. Entreolhando-se em puro terror, Taehyung apenas faz um gesto de cabeça para seu colega, para que este se acalme.

Jin, porém, alheio em seu próprio mundo humano e pouco sensitivo, apenas permanece absorto aos mais mínimos detalhes do imenso salão revestido em mármore. As estátuas que representavam divindades celestiais e demoníacas atraíam a atenção do garotinho, que deixava os lábios se entreabrirem em puro fascínio ao contemplar as obras expostas pelas amplas e altas paredes banhadas pela luz do Sol.

Diversos outros estudantes se amontoavam ali, utilizando seu tempo de folga entre as aulas para fofocarem sobre os novos alunos que iniciariam os estudos logo no meio do ano. Entre risadas e cochichos, eles apostavam entre si qual fora a razão para serem transferidos tão abruptamente. E a julgar pelos olhares que dispensavam sobre as mãos de Taehyung que acariciavam as costas de Jin, creio que eles haviam suposto corretamente.

Suga mantém uma conversa despreocupada com os três novatos, enfim chamando-os para que o acompanhassem pela escola, a fim de mostrar-lhe as principais acomodações.

Com um sorriso frio típico de meu Mestre, ele expõe rapidamente todas as obras expostas pelo salão, e enquanto os dois anjos mantém-se entediados com a prolixidade do rival, Jin parece simplesmente fascinado por cada representação ali presente.

Alternando sua adoração entre os seres de Luz e de Trevas, observo o espectro bicolor brincar acima de si em harmonia. Abraxas, aquele que é capaz de conciliar o bem e o mal dentro de si e utilizá-los para trazer equilíbrio e justiça.

Mas, de longe, a obra que mais despertou seu interesse foi aquela mais significativa para a situação que ele próprio vivia.

Com os olhos reluzindo pela beleza do amplo quadro, Jin se afasta da companhia dos três seres, ignorando a exposição de Suga sobre determinado busto que se mantinha pendurado em um dos cantos para que pudesse apreciar a sós aquela obra. A descrição abaixo de si revelava que a pintura belíssima fora inspirada na passagem bíblica da expulsão dos anjos do Reino de Deus.

Jin tomba a cabeça, entretido ao desvendar o que traria tamanha perturbação e graciosidade ao mesmo quadro. E ali, analisando as figuras representadas com ricos detalhes, ele reconhece alguém dentre as criaturas condenadas.

Sua testa se franze em confusão, mas sua mente humana e pouco aberta aos acontecimentos espirituais não é capaz de interpretar corretamente tudo o que se passava em seu subconsciente, que berrava para que Jin abrisse seus olhos e se mantivesse em alerta.

O clamor sufocado apenas cessa na mente perturbada de Jin quando ele sente uma presença inusitada aproximar-se de si, virando-se a tempo de ver o garoto de porte atlético aproximar-se de si com um sorriso nos lábios.

-Jeon JungKook – o estranho apresenta-se para Jin, e posso notar que o humano se sente levemente intrigado e atraído pela aura de forte apelo que envolvia o demônio – Sou estudante do segundo ano. E assistente do diretor.

Meus olhos se reviram em puro tédio. Assistente apenas se a palavra fosse empregada no sentido de que JungKook era encarregado de seduzir e atrair humanos para que Suga se alimentasse de suas almas, como fizera comigo.

Imediatamente, temo pela segurança de Jin. Não é como se eu me sentisse solidário em relação ao garoto, mas algo em mim me deixava extremamente inquieto em relação a JungKook. E talvez isso se devesse ao fato de que eu próprio havia provado do intenso poder de sedução e convencimento do garoto-demônio.

-Kim SeokJin – o humano estende sua mão para o demônio, que a aceita em um sinal de cumprimento. Porém, a mão delicada de Jin é puxada suavemente até que esta encontrasse os lábios de Jeon em um demorado beijo.

A súbita proximidade entre os dois enfim atraiu a atenção de Hoseok, que espantado pela presença de um ser tão vil quanto JungKook, apressa-se ao separar os dois garotos que se mantinham sorrindo em silêncio.

Do outro lado da sala, Suga e Taehyung mantinham uma conversa que agora superava a cordialidade. Em meio a uma falsa atmosfera de neutralidade, eles agora cochichavam sobre a necessidade de manterem distância dos negócios um do outro, uma vez que Jimin também se encontrava naquele mesmo colégio.

Enquanto os dois rivais esclareciam suas questões e reafirmavam o acordo fixado há tantos anos, eu agora observava o modo extremamente preocupado com que Hope checava a integridade física de Jin, logo após ter dispensado a companhia de JungKook.

-Está bem? Ele o feriu? – Hope corria os olhos por toda a extensão de Jin, desesperado com a possibilidade de o demônio tê-lo atacado. Mal sabia ele, porém, que os maiores estragos que um demônio pode causar não são físicos, mas psicológicos.

-É claro que estou bem, seu bobo – Jin ri, interpretando aquela onda de protecionismo como mais uma das bobeiras que Hoseok frequentemente protagonizava – Ele é só um estudante, não precisa se preocupar. Aliás, não é você que deveria ter ciúmes – ele aponta discretamente para o namorado, que se mantinha ocupado demais com Suga para que prestasse atenção à conversa dos dois.

-Exatamente. Se eu fosse você, não o irritaria – Hoseok diz, subitamente sério, como raramente ficava. E isto, é claro, foi o suficiente para deixar Jin definitivamente preocupado.

-Vocês sempre são tão bons para mim. Não é como se Tae pudesse começar uma discussão comigo por causa disso. Ele é bom demais para isso – Jin sorri, mas o sorriso que recebe em resposta de Hoseok é claramente forçado.

O anjo reflete por alguns instantes, indeciso sobre o que poderia dizer a SeokJin que não comprometesse o complicado segredo que mantinham os anjos. Assim, ele opta por uma resposta que provavelmente não faria sentido à falha percepção humana de Jin.

-Nós somos muito semelhantes, sim. Mas o que você precisa saber, querido, é que as pessoas lidam com as frustrações da vida de formas diferentes.

Jin parece cair na interpretação mais provável e tola para as palavras de Hoseok. Assim, o humano ri, fazendo piadas sobre como Hoseok e Taehyung poderiam reagir diferentemente a uma situação de possessividade.

Hoseok apenas acompanha o garoto em risadas frias, decepcionado por ter que omitir fatos tão relevantes para a vida de SeokJin. No entanto, Hoseok o amava, e sabia que seria difícil lidar com os sentimentos e o choque do amado se algum dia viesse a descobrir a verdade por si só. Desta forma, Hoseok estava sempre ali, pronto para alimentar o mundo de fantasias de SeokJin, protegendo-o de todos e de todo o mal.

Mas aqueles detalhes pouco me importavam no momento. Tanto que, após aquela breve conversa, minha atenção foi toda voltada para JungKook e seu paradeiro. E foi para lá que deixei-me ser guiado, mesmo sabendo que o que me aguardava era a mais terrível agonia.


Notas Finais


Quem aí gostou desse TaeJin?? \\o//
E aí, pra onde será que foi o JungKook? Isso descobriremos no próximo capítulo, que por sinal é meu favorito *-*

Como sempre, seu comentário é bem-vindo~

Até semana que vem <3


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