História All of me - Jealous

Os dois barcos que nos atacaram estavam com munição pesada, e um pessoal mais da pesada ainda, tinham muitos meio gigantes e alguns piratas bem fortes.

Luffy já estava na bagunça em um dos barcos quando cheguei e ninguém estava para brincadeira, além de quererem afundar nosso barco é claro que também queriam a recompensa pela cabeça do capitão. Ninguém mandou ter uma tão alta!

Bem, mas Luffy não era fácil de se derrotar então não dei atenção apenas invadi o outro barco junto de Zoro. Não iria demorar muito, até porque Usopp já atirava contra eles e Franky, Robin e Jinbei lutavam com os que entraram no Sunny. Bati em muita gente e evitei oponentes mulheres deixando-as para Zoro que não discutiu.

Uma mulher meio gigante que deveria ter um alto posto naquele bando e era muito linda foi com tudo para cima dele tentando o chutar, mas Zoro não seria pego assim. Ele desviou e em vez de cortá-la como fazia com os outros apenas bateu nela a mandando pelos ares. Ela caiu não muito longe no mar.

Acompanhei tudo enquanto lutava com um monte de caras com espadas, não que eles conseguissem me cortar. Me afastei um pouco daquela confusão observando onde a mulher caiu ainda pensando que eu não precisei gritar com ele para ele não fatiá-la, afinal não era algo que eu gostaria de ver.

- Se você pular atrás dela eu juro que termino minha luta com ela ainda na água!

Escutei as palavras altas e raivosas do Marimo e o olhei confuso.

- Eu não ia fazer isso... – Falei porque eu realmente não ia. Olhei sua expressão desconfiada e depois seu olhar para trás das minhas costas. Eu sabia que ainda estava cercado então desviei da bala que vinha em minha direção.

Enquanto lutava aquele dia eu percebi várias vezes como minhas habilidades pareciam ter melhorado, como naquele momento. No momento seguinte que desviei Zoro já tinha passado por mim derrubando o cara encarando os outros, eu sabia que ele não demoraria então tratei de acabar com o resto e o barco acabou não aguentando se partindo.

Luffy logo estava no Sunny e nós pulamos de volta nos afastando daquela confusão. Comentávamos animados sobre a batalha enquanto Usopp se vangloriava, Nami ainda conseguiu roubar alguns tesouros com Brook, e Luffy reclamava de fome e que não tinha uma boa luta a meses, ele não deu mais que dois socos no outro capitão.

Rir dele e fui para a cozinha começar o café da manhã. Em pouco tempo chamei todos e a bagunça foi total, percebi que o Marimo ainda estava de cara amarrada para mim, mas não disse nada durante a refeição. Eu queria tirar minhas dúvidas, mas ele não me deu nenhuma brecha. No momento que ele se levantou para sair da cozinha me aproximei cauteloso.

- Marimo, eu...

- Não tô afim agora.

- Sério isso? Qual o seu problema?

Rebati no automático, eu estava acostumado demais com esse bate boca com ele. Zoro parou, metade do bando ainda estava na mesa e deveriam estar fingindo não prestar atenção na gente porque não ouvi nada deles. Zoro não me respondeu nem me olhou, somente suspirou e saiu.

Apertei meus punhos confuso e irritado e voltei para a mesa buscando meu cigarro.

- O que você fez Sanji?

- Eu? Nada! Literalmente, nada!

Vi a troca de olhares entre Nami e Robin, Luffy riu me passando pão.

- Zoro deve tá com sono.

Revirei meus olhos e decidi ignorar aquele energúmeno também porque eu não entendia o problema dele comigo por qualquer besteira.

. . .

Quando já anoitecia e a monotonia havia voltado ao barco eu já estava ansioso querendo ir atrás de Zoro para falar sobre aquele baú e o terceiro vestido mesmo se ele não quisesse. Eu não o vi durante o dia inteiro, ele não apareceu para comer e, que eu saiba e Usoop me contou assim que me viu foi que ele passou o dia treinando.

O encontrei no ninho do corvo, agora não estava mais treinando e sim fazendo a vigília, ou melhor dizer, cochilando. Parei na entrada do lugar pensando como começaria enquanto o observava. Ele estava tranquilo sentado contra uma parede agarrado as suas preciosas espadas, as roupas verdes desarrumadas no corpo deixando o peito nu, ele deveria estar com calor, seus brincos balançavam as vezes pela brisa do mar que passava.

Apertei um punho enquanto segurava um prato de oniguiri.

- O que foi? – Me assustei um pouco com sua voz e Zoro levantou a cabeça. – Fica parado ai me olhando. Lembrou de algo?

Mordi meus lábios me xingando e me aproximei colocando o prato próximo. Ele não parecia mais estar com raiva de mim, deve ser bipolar agora.

- Não lembrei.

Ele acompanhou tudo que fiz depois acenou lentamente para minhas palavras enquanto buscava o lanche. Nervoso e sem saber o por quê fiquei quieto não tendo coragem de perguntar o que decidi e também não sabendo que outro assunto poderia puxar com ele, também não sai porque agora seria estranho.

- Você bebeu?

- Como sabe? – Perguntei confuso, eu bebi um pouco de vinho antes para ver se o estresse que ele me causa passava.

- Só pareceu, então é verdade. Está preocupado com o que agora? – Disse como se eu arrumasse meus problemas todo dia! Até parece!

Me virei para ele.

- Sério isso? Marimo, está se fazendo de idiota ou realmente é um?

- Te disse pra ficar tranquilo, cozinheiro.

Impossível! Debochei de qualquer um que conseguiria manter a calma na minha situação.

- E você, deixou de ficar irritado comigo por qualquer coisinha?

- Não.

O olhei incrédulo.

- Eu nem me intrometi, nem a salvei! Isso tudo são ciúmes, porra? É irracional!

Ele deu de ombros não parecendo se importar nem se envergonhar das suas ações, nem vermelho ele ficou! Esse cara tinha casca grossa?

- V-você... Você não vai fazer eu me explicar...

- Não precisa, eu sei. – Ele me olhou agora. – Mas você não precisa se incomodar com isso, precisa? Eu me sentir ou não possessivo sobre você muda algo pra você, Loiro? Então não transforme tudo em problemas só para dizer que está sendo pressionado.

Ele se levantou ignorando minha comida e parecendo que procuraria outro lugar para ficar. Eu ainda estava chocado que estivesse sendo repreendido justo por ele então reagi um pouco tarde mesmo assim me levantei já bravo. Beber não me ajudou em nada.

- Acha que poderia ser fácil pra mim? Quando vai parar de me culpar por não estar com você?! – Ele parou e o vi fechar os punhos enquanto se virava, mas eu estava irado demais para parar.

Porque a gente vivia brigando e se odiando.

Isso era o que eu sabia sobre nós.

- Eu não sinto nada por você além de raiva, é isso o que eu lembro! É isso que eu tinha certeza, mas de repente eu acordo e estou apaixonado por você? Você sente isso por mim? Então porque continua agindo assim comigo? Me evitando, sendo grosso, me ignorando! Porra, você está sendo injusto comigo desde o começo!

Explodir deixando sair tudo que já estava segurando desde que descobri sobre nós. Zoro riu curto negando algo antes de se aproximar.

- Não venha falar sobre injustiça comigo Sanji! – Seu olhar raivoso estava duro sobre o meu.

A dicotomia entre esse Zoro e o dos meus sonhos me atormentava demais. Lá ele me olhava de outro jeito, me tocava de outro jeito, merda! Até o tom de sua voz era diferente! Zoro continuou sem me dá tempo de rebater.

- Eu estou sendo injusto com você? E esperava que eu reagisse como? Você não me deu nenhuma escolha! Quem se enfiou em uma luta minha e quase perdeu a vida foi você, você que ficou desacordado todo esse tempo me obrigando a te olhar assim e quando finalmente eu achei que te teria de volta você não lembra de mais nada sobre nós!

Surpreso demais eu não conseguia reagir. Sua voz estava alta e raivosa tentando esconder que na verdade estava quebrada e eu só desejava, realmente, que aquilo magoando meu peito fosse apenas uma preocupação sem sentido. Que eu estivesse enganado e ele não estivesse tão machucado.

- Eu não escolhi isso... – Tentei explicar, mas na verdade eu queria faze-lo calar a boca, não queria mais ver aquele olhar e ouvir sua voz arrasada.

- Não, eu também não. Mas você está bem nisso tudo, não tem porra nenhuma injusta com você aqui.

- Zoro...

- Você quer descobrir toda a verdade, quer que eu te conte tudo que aconteceu, para que você possa dá um fim em toda essa sua situação estranha e se afastar sem ressentimentos. Porque você não lembra e não vai te afetar daqui a pouco. Eu te conheço, conheço principalmente esse Sanji de um ano atrás e sei como vai agir. Mas eu ainda lembro de tudo, Loiro.

- Estava me evitando por isso?!

Aumentei minha voz chocado. Ele estava com medo que eu terminasse o que tínhamos?

- Eu não sei o que fazer também, você era quem saberia lidar! N-não eu, porque parece que eu já te perdi a quatro meses... Eu... – Ele não parecia estar falando comigo realmente, parecia está dizendo para si próprio. Para ele mesmo entender logo. Seu olhar voltou ao meu, aquele mesmo de quando ele disse que eu não precisava lembrar de nada, pois não era importante.

Apertei meus punhos me aproximando, mas logo parei, internamente eu pedia calma, que eu parasse de tremer, de sentir aquela dor absurda no peito, que a risada dele parasse de passar pela minha mente. Que eu conseguisse respirar aliviado e calmo outra vez, mas eu não conseguia nada disso. Eu nunca me encontrei tão ansioso e sabia que minha voz estava uma bagunça, mas eu não conseguia pensar em nada que me tirasse dali.

- Vai deixar eu ir então? E-eu estraguei tudo, reconheço que não tem comparação o que isso tem sido para cada um de nós... Mas se você não me quiser mais e apenas se afastar eu não vou entender do que sinto falta! Não tem que esperar eu lembrar de nada, eu estou aqui Zoro, você não perdeu nada porque eu ainda estou bem aqui na sua frente!

Bati em seu peito irritado com aquelas suas palavras e abaixei meu olhar do seu com a ideia de enchê-lo de porrada até apagar aquele olhar derrotado de sua cara.

Eu não estava aqui vivo?! Eu não corria sempre para ele por qualquer coisa?! Por que ele agia como se eu não sentisse nada por ele?!

- Não me permita sair! Tenho certeza que seria isso que eu diria! – Levantei o olhar bravo vendo aquela cara engraçada dele de surpreso, sua mão que de repente estava em meu rosto e sua boca próxima á minha.

Beijando a minha.

Eu deveria estar com a cara engraçada agora. Eu senti seu gosto misturado com o do oniguiri que eu trouxe antes e do álcool que já parecia fazer parte dele. Parecia que eu tinha me desligado completamente por uns minutos porque não ofereci resistência alguma quando seu braço desceu puxando minha cintura juntando nossos corpos.

Ofeguei, desorientado com a pressão de seus lábios entre os meus, a língua quente que de repente estava em minha boca exigindo espaço. Em um surto de adrenalina que me acordou mais toquei seu peito, seus ombros e braços antes de segurar sua nuca deixando meu rosto virar e sua boca se aproveitar da minha. Eu só conseguia pensar nisso: nas suas mãos me segurando com força contra seu corpo, em como circulei seu pescoço e ele me fechou em seu abraço. Como se não fosse me permitir nenhum espaço.

Quantas vezes fizemos isso antes?

- Marimo... – Afastei meu rosto. O ar quente de sua boca batia contra meus lábios, cada vez mais quente e minhas pernas estavam moles como nunca antes, então não tive muita escolha no momento que ele me fez recuar.

- Eu nunca disse que havia desistido de você.

- Você diz isso, mas-

Senti seus lábios novamente cobrir os meus, sua mão gentil segurando meu rosto e apertei com mais força sua cintura, minhas costas já na parede enquanto eu tentava acompanhar aquelas sensações que corriam por todo o meu corpo. Acho que era por elas que eu não conseguia pensar em nada mais. Perdemos o ar várias vezes, tentei explicar para ele também que em algum momento ele teria que me soltar, o que ele descaradamente negou me apertando e eu sorrir porque ele pareceu uma criança.

Não parecia que tínhamos acabado de discutir tão severamente. Não parecia mesmo.

Zoro acariciou meu rosto enquanto me olhava quando parou. Estava mais escuro naquele momento, o tempo passou que eu nem percebi.

- Por que você parece tanto o mesmo? – Sua expressão estava mais leve, porém o que ele disse me causou dor no peito.

Pensei que não era eu que ele queria, ele queria aquele com quem ele tinha uma historia. Ele deveria estar decepcionado e ansioso. Mordi meus lábios confuso em minha irritação, eu queria pedir desculpas por não ser esse alguém, mas também queria gritar que ainda era eu! Também poderia ser suficiente!

Confuso apertei seu manto meio aberto quando senti seu beijo, ele não pararia mais? Resolvendo descarregar minhas frustrações nele devolvi o contato com força.