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História All Of The Stars Parte I - All Too Well


Escrita por: justAliar

Notas do Autor


Oioi my littles, capítulo novo saindo do forno, e estou super nostálgica com ele porque a maior parte dele é um flashback da Malu com o Rafael, vamos entender o que aconteceu com eles quando eram adolescentes.
Espero mesmo que gostem tanto quanto eu gostei.
Nos vemos lá embaixo ;)x

Capítulo 18 - All Too Well


Fanfic / Fanfiction All Of The Stars Parte I - All Too Well

Flashback on

 

Eu entrei pela porta com você o ar era frio, mas algo sobre isso me fez sentir em casa de alguma forma e eu deixei o meu cachecol lá na casa da sua irmã e você ainda tem ele na sua gaveta, até agora...

 

- Malu! - Rafael larga o controle da TV e corre pra me abraçar assim que minha tia Clarisse fecha a porta atrás de mim.

- Rafa! Nossa aqui sempre é tão frio? - Pergunto tentando aquecer os braços expostos.

- Especialmente nessa época do ano. - Ele fala dando de ombros.

- Malu, daqui a pouco seu irmão chega, Rafael mostre o quarto que a Malu vai ficar. - Tia Clarisse pede e Rafael e eu seguimos pelas escadas.

- Seu quarto é bem ao lado do meu. - Ele comenta com aquele sotaque gaúcho perfeito.

- Espero que isso não seja constrangedor. - Comento e ele arqueia uma sobrancelha em dúvida. - Ah sabe, você e a sua namoradinha Amanda. - Dou de ombros e ele ri pelo nariz.

- Terminei com ela, não ia pra frente mesmo. Ele tava já de olho naquele cara do terceiro ano.

- Vadia.

- Totalmente. - Ele fala e finalmente abre a porta do quarto.

- Pelo menos aqui é mais quentinho.

- Vai ser legal você aqui.

- Como se fizesse diferença.

- E não faz?

- Responda você. - E de repente o clima fica tenso, sempre soube que o Rafael tinha uma queda por mim e agora que estou passando as férias aqui no Rio Grande do Sul, vou poder confirmar.

- Eu vou lá pra baixo, dez horas começa um filme foda! - Ele exclama e posso perceber que ele quer que eu me ofereça para assistir com ele, o faço.

- Posso assistir com você?

- Pensei que não fosse perguntar guria. - Quando ele me chama de "guria" reviro os olhos e ele ri me deixando sozinha no quarto. Começo a desfazer as malas, mas paro pra mandar um sms pra mamãe e dizer que cheguei bem, Rafael então entra mais uma vez no quarto.

- Será que você pode me acompanhar?

- Em que?

- Minha mãe pediu pra comprar umas coisas pra ela no supermercado. - Ele revira os olhos.

- Pode ser. - Dou de ombros e o vejo agitar a chave do carro.

- Desde quando você dirige?

- Desde os treze anos esqueceu?

- Ah, é... Mas você não pode dirigir, nem se estivéssemos nos Estados Unidos você poderia.

- É ali do lado, não vai dar problema não. Deixa de moleza. - Reviro os olhos.

- Se eu morrer eu te mato. – Sorrio.

- Okay, senhorita medrosa. - Ele ri e me puxa pelo braço, descemos as escadas correndo. Eu deveria ser considerada maluca, dois menores de idade em um carro, mas não deveria ser eu a maluca, mas sim a tia Clarisse que deixa o Rafael fazer o que quer. Ele dirige meio rápido, não é perigoso, é divertido, o vento batendo em meus cabelos. E ele quase passa num sinal vermelho porque tava olhando pra mim, vermelha agora está eu.

 

Porque aqui estamos de novo na rua daquela cidadezinha, você quase passou o sinal vermelho porque estava olhando pra mim, o vento no meu cabelo, eu estava lá, eu me lembro muito bem...

 

- Mãe, tá aqui suas compras! - Ele grita assim que entramos em casa, tia Clarisse aparece da cozinha e pega as compras as levando de volta. - Vem, deixa eu te mostrar uma banda muito foda que é simplesmente foda! - Ele fala animado me levando pra seu quarto. Tinha pôster de carros e futebol pelas paredes, mini carrinhos de corrida e motos enfeitavam sua estante, uma foto de quando ele era criança estampava um lindo porta-retrato e eu estou com ele, estou dando língua pra ele enquanto ele sorri abertamente pra foto mordendo a sua língua, eu me lembro dessa foto, era seu aniversario de cinco anos, ele usava óculos de grau e tinha o cabelo num corte tipo indiozinho ou tigelinha de ceral, e ele era mais baixinho que eu. Ele disse que foi o melhor aniversário de todos porque eu estava lá e então eu comecei a chorar, e mamãe me levou embora, e então ele começou a chorar e nos encontramos mais tarde naquela mesma noite na pracinha do nosso bairro, e foi ali que tiraram aquela nossa foto, e depois eu ri dele a noite toda por ter chorado e ele chorou de novo e aí eu dei um beijo em sua bochecha e o vi ficar vermelho, não nos falamos por vinte segundos, depois já estávamos brincando de novo.

 

Folhas de outono caindo como peças em seu lugar, e eu posso ver a cena depois de todos estes dias e eu sei que faz muito tempo e que aquela magia não está mais aqui, e posso até estar bem, mas eu não estou nem um pouco ótima...

 

- O que acha dessa música? - Ele me mostra uma música de batida pesada da sua nova banda de rock favorita, agito a cabeça leve com o ritmo, mas não curto a melodia.

- Não tem nada mais calmo? - Pergunto e ele revira os olhos trocando de faixa. Uma música mais lenta começa a tocar e me movo devagar.

- Sabe dançar valsa? - Ele pergunta.

- Sei. Por quê?

- Vou pra uma festa debutante e não sei dançar. - Gargalho e ele fecha a cara cruzando os braços o que me lembra daquela criancinha no parque que chorou na minha frente e eu dei um beijinho em sua bochecha como se pudesse passar a dor.

- Vem cá. - Chamo e ele se aproxima. Posiciono uma mão em minhas costas e a outra mão segurando a minha. - Vamos acompanhar o movimento desta musica.

- Certo.

- Um, dois, três pra um lado, um, dois, três pra o outro. Pra frente e pra trás. Não pise no meu pé. - Ele encarava nossos pés e o faço me olhar nos olhos - Fique olhando para sua parceira. - Ele assente – Um... dois... três... Um... dois... três... - Ele me puxa mais para perto do seu corpo. A porta do quarto abre e me afasto rápido.

- Vamos jantar, crianças? - Tia Clarisse nos chama.

Depois do jantar nos apoiamos no balcão para folhear um antigo álbum de fotos. Eram fotos do Rafael e sua irmã e a família e eu estava lá. Meu irmão não estava ele ainda não tinha nascido.

- Eu odiava esses óculos. - Ele comenta e ri.

- Ficavam bonitinhos em você. – Comento – E o cabelo bagunçado também. – Ele fica vermelho e rio baixinho.

- Sério que eu achava que esse corte era bonito? – Ele perguntando apontando para uma foto que o cabelo dele está tipo “tigelinha de cereal”.

- Você dizia que estava no estilo. – gargalho – Você nunca foi muito ligado em moda.

- Pelo menos eu não usava um calça do bob esponja. – Ele cai na risada quando vê uma foto minha de biquíni e calça comprida do bob esponja.

- Eu tinha cinco anos!

- E o que isso tem a ver? Era ridículo. Até uma criança de cinco anos sabe disso.

- Rafael! – fecho a cara e ele me beija a bochecha, sua mãe olha nossos movimentos e é como pisar em ovos ao lado dela.

- Awn que fofo. - Falo olhando uma foto em que ele está em uma cama de solteiro tão grande que mais parece uma cama de casal e lá estava ele: cabelo bagunçado, óculos de grau, segurando o seu primeiro mini carrinho de corrida e sorrindo.

- Uma criança pequena e um mundo enorme... - Tia Clarisse comenta nostálgica.

- Olha só! Quando ele decidiu que era americano e foi jogar baseball - Gargalhamos. Ele participou de um time infantil de baseball, mas descobriu que nunca gostou mesmo de baseball.

- Eu nunca gostei mesmo de baseball, tipo, eu era uma criança meio boba e iludida, eu achava que iria salvar a humanidade, ou então que seria famoso aos 13 com uma banda de rock. E achava que, era melhor ser jogador de futebol. Mas eu vou ser médico - ele me olha - Vou cuidar de corações machucados, vou ser cardiologista e aí eu vou ter uma esposa linda - ele continua me encarando - E nossos filhos serão lindos e eu vou dizer a eles que escolham serem jogadores de futebol porque eles ganham melhor. - Rimos.

 

Álbum de fotos no balcão, suas bochechas foram ficando vermelhas, você costumava ser uma pequena criança de óculos em uma cama de solteiro, e a sua mãe está me contando histórias sobre você na liga infantil de baseball, você me conta sobre o seu passado, pensando que o seu futuro era eu...

 

- O que você quer Rafael? - Ele me acordou no meio da noite, mais precisamente duas horas da manhã.

- Me ensina a dançar?

- Amanhã. - Resmungo embaixo do cobertor.

- Hoje já é amanhã. Vamos lá. - Ele puxa meu cobertor e o frio percorre meu corpo.

- Ai que merda, Rafael! - Levanto com raiva e desço as escadas em passos firmes, mas silenciosos, meu cabelo está uma bagunça e meu rosto inchado. Ele ilumina o caminho até a cozinha com o celular, abre a geladeira que ilumina metade do espaço.

- Sem música?

- Vai acordar todo mundo. - Ele retruca me puxando para perto do seu corpo, sua respiração é quente, quando passamos na frente da geladeira aberta o ar frio toca nossa pele, minha calça moletom não está me protegendo o suficiente. Rafael sussurra "um dois três" e ele não é completamente desengonçado. Começo a rir.

- O que foi? - Ele pergunta parando de dançar.

- Você me acorda há essa hora só pra dançar valsa.

- Não quero que minha mãe veja ou saiba.

- Por quê?

- É vergonhoso.

- Não é nada.

- Shiiiiu... - Ele responde e voltamos a dançar pela cozinha, a dança perde o ritmo, nossos corpos colados, sua respiração quente em meu pescoço e agora ele mantém os olhos fixos nos meus e então ele me beija. E eu não sei o que fazer, porque é meu primeiro beijo, mas ouvi falar que quando não souber o que fazer repita os movimentos da pessoa, e é o que faço, e está dando certo, estamos nos beijando.

 

No meio da noite, nós estamos dançando em volta da cozinha sob as luzes da geladeira, no andar de baixo, eu estava lá, eu me lembro disso tudo muito bem...

 

- Ainda acho que você não devia ter me beijado. - Falo quando paramos na porta do meu quarto.

- Acho que eu deveria te beijar de novo. - Ele fala e ruborizo abrindo a porta rápido, ele coloca a mão na mesma me impedindo de fechar e entra.

- Vai embora Rafael. - Peço me afastando dele. Escuto o barulho de a porta fechar, mas ele ainda estava ali - Se sua mãe acordar, nós estamos ferrados.

- Ela não vai acordar. - Ele responde me puxando pela mão me deixando colada em seu corpo.

- Vai embora Rafael. – Empurro-o de leve.

- Quer mesmo que eu vá embora? - Ele pergunta segurando minhas mãos me olhando intenso, a luz do abajur iluminava o quarto deixando metade de seu rosto iluminado.

- Não. - Minha voz sai praticamente inaudível, ele sorri passando o polegar em minha bochecha. Ruborizo.

- Será que posso te beijar... Mais uma vez? - Sorrio tímida com a pergunta, mas assinto com a cabeça. Seu rosto se aproxima do meu e ele me beija novamente, um beijo calmo, maravilhoso, na segunda vez o beijo já fica melhor. Suas mãos passam por baixo do meu casaco, meu corpo arrepia com seu toque, estou meio imóvel demais para interrompê-lo, seus lábios percorrem meu pescoço, ele sobe minha blusa delicado, minha barriga já está toda a mostra, a vergonha sobe pelo meu corpo, vamos andando lentamente para a cama bagunçada, deitamos e ele tira minha blusa deixando meus seios à mostra, não são grandes, mas também não são pequenos, é tamanho médio. Ele joga meu casaco no chão ao lado da cama. Seus beijos seguem caminho até meus seios expostos e então ele passa a língua em meu mamilo, e minha pele arrepia, ele chupa meu seio com certa experiência, primeiro em um e depois no outro, fazendo isso com delicadeza, é maravilhoso, é estranhamente maravilhoso. Gemidos baixinhos saem de minha garganta. Seus lábios descem por minha barriga chegando até o cós de minha calça moletom. Ele volta a me beijar a boca, um beijo intenso, intenso como dois jovens inconsequentes seguindo seus impulsos, e não nos importamos com as consequências. Tiro sua camisa e ele pressiona seu corpo sobre o meu. Sinto seu membro tocar minha perna por cima da sua calça. Ele tira minha calça me deixando de calcinha, estou morrendo de vergonha. Ele a beija por cima da calcinha, meu corpo implora por ele. Ele a retira e sobe de volta para me beijar, meu rosto queima de vergonha, suas mãos apalpam a lateral de minha perna. Ele tira seu membro de dentro da calça e me olha.

- Você quer continuar? - Ele pergunta e procuro por oxigênio.

- Estou com medo. – Falo, envergonhada.

- Não precisa ter medo.

- Não dá. - Rio sem graça e ele dá uma risadinha.

- Se você não quiser, eu não vou te forçar a nada.

- Eu quero - essas palavras saem mais rápido do que eu pude pensar - Mas tenho medo.

- Você confia em mim?

- Não consigo confiar em pessoas que me perguntam se confio nelas. - Respondo e ele ri me beijando.

- Tudo bem. Então, vamos parar.

- Rafael... - Sussurro - Eu quero mesmo isso. - Ele sorri e seu rosto se ilumina.

- Então vamos fazer isso. - Assinto e ele me beija intenso. Ele vai introduzindo-o em mim e gemo de dor - Calma - ele fala.

- Está doendo.

- Vai passar. - Ele o coloca mais dentro de mim e a dor aumenta, não sou boa em lidar com dores então meu gemido sai um pouco mais alto e ele sela nossos lábios para que eu não faça barulho, minhas unhas então cravam em suas costas e ele introduz mais.

- É pra você se acostumar um pouco com a dor. - Ele explica.

- Ainda tá doendo. - Reclamo e ele ri me beijando.

- Vou me movimentar. - Concordo e ele movimenta-se devagar, mordo o lábio com a dor, ele me beija e aumenta aos poucos a velocidade, continua doendo, mas começo a sentir algo bom.

- Ainda ta doendo? - Ele pergunta.

- Não muito. - Ele suspira aliviado e sorrio. Ele começa a se movimentar mais rápido e a dor vai passando subindo uma sensação boa de prazer. Seus movimentos agora estão rápidos e tudo está começando a ficar maravilhoso, minhas pernas enlaçam sua cintura, sua respiração começa a falhar perto de meu ouvido, seus gemidos, meus gemidos, eles se misturam, não fazemos barulho e uma coisa me vem a cabeça: transar sem camisinha sem ainda ter menstruado (15 anos, não mais virgem, mas a menstruação ainda não veio, isso é de Deus), será que pode engravidar? Mas tipo, eu acho que não porque a menstruação tem a ver com ovulação neh? Neh? Torço para que sim.

- Eu vou mais rápido - Ele anuncia. Mais rápido? Ele consegue ir mais rápido? Sim. Ele consegue e ele faz isso. Ele vai mais rápido e estamos suando, e nossa respiração está falha, e estamos ofegantes e a noite é uma criança. Nossos poucos gemidos se tornam muitos gemidos, nos beijamos para abafar o barulho, uma onda de prazer sobe por meu corpo e isso é estranhamente ótimo, meu corpo se contorce por baixo do seu, minhas pernas enfraquecem, e aí eu sinto a melhor sensação do mundo, minha cabeça cai na cama e minha respiração está falhando. Assusto-me quando ele levanta e sai correndo pra o banheiro que tinha no quarto, enquanto ele não volta, visto minha calcinha, a calça e o casaco e me enfio embaixo das cobertas deixando só o nariz e os olhos de fora, ele volta e entra embaixo do edredom comigo.

- Desculpa, eu não podia fazer isso dentro de você. - Ele fala me olhando, ele está deitado de lado apoiado no braço, apenas assinto com a cabeça e ele ri - O que foi?

- Nada. - Falo baixinho.

- Tá com vergonha de mim? - Balanço a cabeça confirmando e ele ri descobrindo minha boca. - Sério? Depois do que fizemos você está com vergonha?

- Estou. - Falo enfim e ele gargalha baixinho, sou contagiada por sua risada - Não ria de mim.

- Não estou rindo de você. Estou rindo da situação.

- Besta.

- Boba. - Ele me beija e acaricia meu rosto - Foi a melhor noite de todas.

- Foi mesmo. - Respondo me aninhando a seu corpo.

- Nunca vou esquecer essa noite. Nem daqui a cinco, seis, dez anos, nunca esquecerei minha melhor noite. E você?

- Não tem como eu esquecer...

- O que foi?

- Nada.

- Parecia que ia me falar mais alguma coisa. - Encaro seus perfeitos olhos castanhos.

- Você foi meu primeiro... Tudo... - Falo e sinto meu rosto arder, ele sorri bobo.

- Me sinto honrado.

- E eu estou apaixonada. Desculpa. - Ele tem um sorriso enorme e lindo.

- Eu também estou apaixonado. Na verdade, eu sempre estive - ele dá leve de ombros e o abraço. A cabeça em seu peito nu, escuto as batidas do seu coração, está acelerado.

- Seu coração tá tão rápido.

- É por sua causa.

- Que clichê.

- É a verdade. - Ele beija minha testa e afaga meu cabelo. E depois de alguns minutos... Adormecemos...

 

Eu me lembro disso tudo muito bem e talvez nós nos perdemos na tradução, talvez eu tenha pedido demais, mas talvez isso fosse uma obra prima até você rasgá-la, correndo assustado, eu estava lá, eu me lembro de tudo muito bem, sim, você me ligou de novo só pra me quebrar como uma promessa, tão casualmente cruel em nome de ser honesto, eu sou um pedaço de papel amassado aqui, porque eu me lembro de tudo, tudo, tudo muito bem... O tempo não vai voar, é como se eu estivesse paralisada por ele, eu gostaria de ser eu mesma de novo, mas ainda estou tentando me achar, depois de dias com camisa xadrez, e noites em que você me fazia sua, agora você envia minhas coisas de volta e eu volto pra casa sozinha, mas você guardou o meu lenço, daquela primeira semana, porque te lembra de inocência e tem meu cheiro, você não consegue jogá-lo fora porque você se lembra de tudo muito bem...

Flashback off

 

- Rafael?

- Malu... - Ficamos nos encarando por alguns segundos, a sala fica silenciosa, tirando os meninos, todos ali naquela sala sabem de uma das duas histórias: a) tivemos um romance adolescente ou b) que ele gostava muito de mim, mas só rolou um beijo "sem querer", e a maioria dos presentes conhecem mais a letra b, ops.

- Quanto tempo... - Ele enfim fala.

- Nos vimos ano passado. - Retruco.

- Você estava com o Carter. - Ele treplica.

- E agora estou com o Harry... - Seu olhar segue para o Harry e minha tia Vanessa começa a conversar algo com minha mãe e a sala volta a ficar agitada.

- Por que está sendo tão cruel?

- Você me magoou, Rafael.

- Eu estava assustado.

- Com o quê?

- Com seu pai... E sua mãe... - Franzo o cenho e ele arqueia as sobrancelhas - Você não sabe?

- De que? - Ele suspira e passa a mão no cabelo.

- Seu pai veio conversar comigo quando você completou dezesseis anos, perguntou o que tínhamos, ele me colocou mesmo contra a parede e eu contei a verdade.

- Por quê?

- Em nome da honestidade.

- Você nunca mudou mesmo.

- Fui criado assim.

- Continue... – Peço.

- Fui honesto porque era seu pai afinal... Na hora a sua mãe chegou e participou da conversa e eles me disseram para ir embora, pra te deixar em paz porque somos primos e a nossa família nunca ia nos apoiar e que isso é uma loucura e que éramos jovens demais pra saber o que era amor - fico sem expressão e ele continua - Sua mãe então disse que era melhor você não passar mais as férias lá no Rio Grande do Sul e eu tentei contestar, mas foi impossível...

- E então você me ligou e disse que nunca se esqueceria da nossa primeira vez, dizendo que me amava e que nunca ia me deixar. Você me fez promessas.

- E eu nunca esqueci àquela noite. Passaram-se cinco anos, e irão passar seis, dez anos, e nunca me esquecerei da minha melhor noite. E você? – Ele parafraseia a frase que me disse há cinco anos, mas não posso dar a mesma resposta, não somos mais aqueles adolescentes, nós mudamos, nossa vida mudou.

- Isso é passado. Você me fez promessas. Me ligou e fez promessas.

- Foi antes da conversa com seus pais.

- Mas você fez! - Falo um pouco mais alto e chamo a atenção da minha mãe, mas ela volta à conversa.

- Me perdoa.

- E depois você mandou minhas coisas de volta e tinha uma camisa xadrez sua que eu usei por dias.

- Eu ainda tenho aquele seu lenço que você usava envolta do pescoço.

- E o meu cachecol ainda está na casa da sua irmã.

- Eu queria voltar no tempo

- Não podemos voltar no tempo, seguimos caminhos opostos.

- Que podem se cruzar.

- Não acho que isso seja mais possível.

- Me dá uma chance, Malu, eu ainda te amo.

- Não faz isso comigo, Rafael, estou com Harry e amo ele.

- Ele te faz sentir como eu fazia? Ele te faz ficar sem fala e com arrepios como eu te fazia? Ele te faz sorrir como eu te fazia?

- Não se compara Rafael!

- Por quê?

- Porque quando você tem quinze anos e alguém diz que te ama você vai acreditar, e quando você tem quinze anos acha não há nada mais para descobrir.

 

Porque aqui estamos nós de novo, quando eu te amava tanto, antes de você perder a única coisa real que você já teve, era raro, eu estava lá, eu me lembro de tudo muito bem, vento no meu cabelo, você estava lá, você se lembra de tudo isso, no andar de baixo, você estava lá, você se lembra de tudo isso, isso era raro, eu estava lá, eu lembro disso muito bem...

 

 


Notas Finais


E aí, o que acharam? Não foi um simples "casinho" adolescente, pelo menos eu achei isso, me digam o que vocês acharam também, será uma honra para mim.
Próximo capítulo tem mais flashback deles, certo? Certo.
Música do capítulo:
All too well - Taylor Swift: http://www.youtube.com/watch?v=a45xkHny3gA
Nos vemos no próximo capítulo ;)x


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