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História All Songs - Sex (The 1975)


Escrita por: luke_niall

Notas do Autor


Hello!

Gente, é a partir de agora que as coisas vão mudar um pouquinho. Pode parecer que o relacionamento do Michael com o Calum ta indo rápido demais, e tá mesmo, só que é assim mesmo. Kkdjkejefsdmfv
Boa leitura!

Capítulo 5 - Sex (The 1975)


Fanfic / Fanfiction All Songs - Sex (The 1975)

Capítulo Cinco – Sex (The 1975)

Os dois estavam na casa do loiro. Michael estava observando Luke deitado na cama, de barriga para cima e olhando para o nada, tentando achar um momento para poder quebrar aquele silêncio horrível. Estavam assim desde que saíram do estúdio, ouvindo a Sra. Irwin perguntando se estava tudo bem, andaram rápido pelas ruas e quando Michael fez menção de ir para casa, Luke apenas segurou em seu braço e o impediu. Sem nenhuma troca de palavras, apenas com a mão do amigo no braço, Michael entendeu que tudo o que o menino loiro precisava era dele ali. As lágrimas já haviam parado de rolar pelo rosto de Luke – o que fez com que Michael ficasse um pouco melhor – e o rosto estava menos inchado, mas ainda continuava vermelho, assim como a parte branca dos olhos azuis.

- Sabe, eu não esperava isso de você.

- O quê? – Michael olhou para o amigo.

- Beijar Calum, eu achei que você iria ignorar todo aquele papo de coração de gelo como sempre faz quando questiono sobre seus sentimentos. Porém, isso foi bem surpreendente. – O loiro deu um sorriso mínimo. – Então... Como foi?

Michael olhava para o amigo sem acreditar no que estava ouvindo. Sentiu suas bochechas ficarem quentes e teve certeza que seu rosto poderia ser confundido com um pimentão maduro fácil, fácil. Foi aí que Luke virou o rosto para olhar o amigo e sorriu vendo a vermelhidão em que se encontrava. Michael ficava fofo corado.

- Você viu. – Luke revirou os olhos de forma debochada, mas assentiu. – Olha, não é bem o que você está pensando... – Michael, que estava sentado no chão do quarto do amigo, viu o loiro se levantar da cama e ir a sua direção para poder se sentar em sua frente. Os olhos azuis de Luke se encontraram com os verdes de Michael, deixando o colorido um pouco desconfortável. – E foi ele quem me beijou. Eu não queria aquilo. – Sussurrou.

- Hm, então o que aconteceu? Porque quando eu entrei lá de novo eu vi...

- Eu sei o que você viu! – Michael bufou e se deitou no chão. Era sua vez de encarar o teto. – A gente não deveria estar falando de mim, o que aconteceu com você e Ash?

- Não quero falar sobre isso. Quero saber sobre você estar beijando Calum Hood! – Luke deitou ao lado do amigo.

- Não trate isso como um acontecimento importante, não irá se repetir. Até por que não foi lá um beijo, ele apenas encostou os lábios nos meus.

- Beijo é beijo, Mikey. Não importa como. – Luke apoiou a cabeça em um dos braços para poder olhar Michael, este que estava de olhos fechados revivendo em sua mente o momento do beijo. A leve pressão dos lábios do moreno sobre os seus, a proximidade dos corpos, a sensação de que cada célula de seu corpo respondesse positivamente ao contato do outro. Aquilo não iria se repetir, Michael pensou.

Aquele pequeno universo nunca existiu e jamais irá existir. Ele não iria deixar. 

Às vezes a ingenuidade existente nas pessoas é adorável.

Michael voltou para a realidade quando percebeu Luke estalando os dedos em frente de seu rosto.

- Terra chamando Michael! Você fica bonitinho enquanto pensa. – Michael revirou os olhos com o comentário do amigo, mas sorriu. – Deixe-me adivinhar, estava pensando em certo moreno meio japa por ai? E antes de negar, lembre-se de que eu o conheço melhor do que ninguém.

Realmente não dava para discordar.

- Você quer que eu diga o quê? “Ah meu Deus, Luke foi maravilhoso! Sinto que estou me apaixonado por ele, acho que posso imaginar o nome dos nossos futuros filhos!” – Ele disse debochado. – Eu não sou você.

- Ei, pode parando. Eu nunca agi dessa maneira em relação a Ashton. Nunca.

- Que você se lembre.

Os dois estavam olhando para o teto. Ele pensava em como tudo dentro dele havia sido bagunçado em uma semana, em como num período de tempo mínimo tudo saiu de fora dos eixos. No silencio do quarto, Michael percebeu lagrimas silenciosas descerem pelas bochechas de Luke, ele sabia que nada deveria ser dito naquele momento, o amigo deveria ser deixado quieto com sua própria dor. Queria saber o que tinha acontecido durante os poucos minutos que ficaram fora, queria saber as palavras que foram ditas, queria saber o que machucou tanto o amigo. Mas também queria saber como havia deixado que Calum Hood o beijasse. Uma discussão besta resultara em um beijo. Não que tivesse sido O Beijo, não, mas ainda sim aquele simples encostar de lábios fez com que Michael perdesse um pouco do controle. Por um momento, antes de Luke voltar, ele queria mais. Queria que Calum tivesse segurado em sua cintura e que o tivesse beijado de verdade; queria que a – suposta – discussão de Luke e Ashton tivesse durado mais tempo, tempo que seria bem aproveitado. Porém, quando Luke abriu a porta, a realidade o puxou de volta e ele viu que se continuasse com aquilo tudo iria por água abaixo.

Michael não podia deixar que seus princípios fossem ignorados. Em sua cabeça ele não estava pronto para se entregar a alguém – quem está? Não estava pronto para ter alguém ao seu lado o tempo todo, alguém que nutrisse sentimentos por ele. Ele não queria necessitar de alguém e muito menos que alguém necessitasse dele. Ele odiaria ver a decepção nos olhos de quem o amasse, odiaria ver essa pessoa partindo, sem mais nem menos, e o deixando em pedaços. Ele sabia que nunca seria bom o suficiente, que sempre haveria alguma coisa, por mais mísera que fosse que faria qualquer um ir embora.

- Sabe o que cairia bem agora? – Luke disse de repente.

- Pizza? – Michael viu um sorriso surgir no rosto do amigo.

- Também, mas não é o que eu estou pensando. – Luke se levantou e foi até o computador, ele estava procurando algo que Michael não pôde ver. Antes que ele pudesse perguntar no que o amigo estava pensando, as caixas de som ganharam vida e alguma música do Fall Out Boy encheu os ouvidos do colorido. Michael estava sentado com as costas apoiadas na cama de Luke, que estava sentado na cadeira giratória, os dois se olharam e sorriram. Eram esses momentos com Luke que Michael tanto gostava: ficar largado no quarto escutando alguma música, às vezes conversando às vezes apenas curtindo a presença um do outro.

Michael queria muito saber o que tinha acontecido entre Luke e Ashton, mas vendo como o garoto estava um tanto bipolar sabia que precisava dar tempo ao tempo. Quando Luke quisesse conversar ele estaria ali, não importava se fossem às três da manhã ou daqui a uma semana. Enquanto as músicas passavam e os dois garotos não faziam nada, começou a tocar uma música da banda The 1975 – uma que ele não conhecia – e Michael percebeu que se alguma música fosse definir Luke e Ashton seria Sex.

Esse pensamento o fez rir sem motivo nenhum. 

 

Ele estava no banho agora.

A água fazia com que seu corpo relaxasse. Os músculos, que ficaram tensos boa parte do dia, agora podiam se acalmar. Assim como sua mente. Uma coisa que ele adorava em si mesmo era o fato de não ser como as outras pessoas que quando tomavam banho o utilizavam para pensar sobre a vida, decidir que rumo tomar, pensar sobre situações complicadas e importantes, não, ele usava o banho como um relaxamento, o único momento do dia em que não precisava pensar em nada importante, apenas coisas banais, como que música iria colocar para tocar assim que saísse do banheiro. Ele também não gostava de ouvir música durante o banho, isso o faria pensar, o faria lembrar-se das coisas durante o dia e definitivamente ele não queria isso. Por trinta minutos, Michael podia relaxar, apagar tudo que o incomodava.

Ele podia ser ele mesmo.

Quando saiu do banheiro, decidiu que ouviria The 1975. Não apenas uma música, mas todas. Essa era uma banda que ele não conhecia muito bem, mas que Luke sempre dissera que valia a pena. “Os caras disfarçam a depressão com um ritmo alegre. É incrível! Pense em letras como as do Arctic Monkeys, porém com uma batida dançante.” Okay, poderia não ser como Arctic Monkeys, mas a banda o cativou. Era diferente, de uma forma apaixonante. Enquanto se vestia com calças de moletom cinza e uma camisa preta qualquer, seu celular tocou. Número desconhecido. Quem poderia ser? Alguma emergência? Sua mãe estava em casa, corrigindo algumas provas de seus alunos, mas seu pai havia ficado no escritório até mais tarde, será que acontecerá algo com ele?

- Alô?

- Michael?

“Ah, só podem estar de brincadeira comigo.” Pensou.

- Hood? Como conseguiu meu número? – Ele bufou. – Olha, não quero saber. Seja rápido. Aconteceu algo com Ashton? Ele está bem?

- Sim, ele está bem. Não bem, bem, mas na medida do possível ele está. – Ele pode ouvir um sorriso vindo do moreno? – O que está fazendo agora?

- Isso é da sua conta? – Retrucou o colorido.

- Responda minha pergunta, Clifford.

- Qual a palavra mágica? – Michael podia sentir que Calum estava se irritando. Se ele estava adorando isso? Era óbvio.

- Michael... – O moreno bufou.

- Sem palavra mágica, sem resposta a sua pergunta, Hood.

Silêncio. Por um momento Michael pensou se o moreno havia desligado, porém pôde escutar a respiração dele. Dava para perceber que o moreno irritado, e Michael iria tirar proveito disso até o limite.

- Sabe, Hood, eu imagino que sua mãe tenha te dado uma ótima educação. Então eu sei que você sabe dizer ‘por favor’. Então, vamos, quero ouvir...

Calum respirou fundo, controlando-se para não xingar Michael de todos os nomes possíveis. – Por favor, Michael, você pode me dizer o que está fazendo agora? – Era possível sentir o sarcasmo na voz do moreno, era quase palpável.

- Bem melhor. – Michael sorriu. – Nada, por...?

- Me encontre no parque que há perto da sua casa em meia hora. – E desligou.

Ele ficou encarando o celular durante um tempo, a ligação já encerrada. O que estaria passando pela mente do moreno era algo que Michael não gostaria de descobrir. Já o que ele queria era outra história. Poderia ser apenas algo sobre o vídeo, Ashton poderia tê-lo editado e mandou Calum entregar para Michael, temendo que se fosse pessoalmente poderia encontrar Luke e isso seria a última coisa de que precisava no momento; ou talvez quem editasse o vídeo fora Calum e para não haver um clima estranho entre Luke e ele, o moreno usou a inteligência – que Michael duvidava que existisse – e achou que entregar para Michael fosse melhor.

Durante uns quinze minutos tudo o que se passava pela mente do colorido era os possíveis motivos para Calum querer encontra-lo no parque. Ainda restavam os outros quinze minutos para decidir se iria ou não. A decisão mais sábia seria ir, caso tivesse a ver com o vídeo de Luke. Era importante, não só para o amigo, mas para ele mesmo. Claro, existia a possibilidade de não ter nada a ver com o vídeo de Luke. Calum poderia pensar que agora eles estavam ficando e quisesse beijar Michael um pouco mais; ou ele decidira que precisavam conversar sobre isso e definir o que eram; ou poderia não ser Calum, e sim Ashton, que pedira ao amigo para que dissesse para Michael encontrar ele, mas quem iria aparecer seria Ashton e ele iria fazer diversas perguntas sobre Luke, muitas das quais Michael estaria impossibilitado de responder, já que ele não sabia o que aconteceu naquele tempo em que os dois garotos loiros estiveram do lado de fora da sala onde os quatro estavam.

Quando ele se deu conta, já estava saindo de casa e indo em direção ao parque.

Ele também percebeu que o moreno não tinha dito onde estaria o esperando e que nem deu uma brecha para que fosse questionado sobre esse ponto. Não que o parque fosse enorme, mas em todo caso...

“O banco!” O lugar em que Michael havia visto o moreno fumar alguns dias atrás. Seria um bom começo.

Ele andou mais um pouco e conseguiu ver Calum, sentado no banco com um cigarro entre os dedos, levando-o para a boca para mais uma tragada. Michael não iria admitir para ninguém, não importasse o quanto fosse torturado, para ele Calum ficava extremamente bonito enquanto fumava. Ainda mais usando aquela blusa de mangas compridas colada no corpo, junto com a calça preta que destacava suas coxas. Ele parou por um segundo, deveria ter se arrumado para ir até Calum? Ainda usava calça de moletom e a camisa preta, tinha apenas colocado tênis para sair de casa, não se importando muito de ser visto usando roupas caseiras.

Agora ele já estava ali e não importava o que o moreno pensasse sobre suas roupas naquele momento.

Nada do que Calum pensasse importava naquele momento.

- Você vai ficar me encarando por muito tempo ou vai arrastar essa bunda até aqui?

Michael não tinha percebido que passou tanto tempo olhando para o moreno, mas percebeu que o humor do garoto estava péssimo. Deu para sentir o estresse contido nas palavras do garoto. Será que ele estava bravo por causa da implicância de Michael durante o telefonema? Uma parte do colorido estava torcendo para isso.

Calum iria sentir na pele o Michael sentia quando implicava com ele.

- Não sabia que fumava. – Mentiu.

- Agora sabe. – Replicou o moreno com grosseria.

Michael sorriu. – Ainda está bravinho por causa da ligação? Oh, não sabia que era tão sensível assim...

- Não sabia que você conseguia ser tão irritante.

- Agora sabe. – Replicou o colorido.

- Agora me diga algo que eu não saiba. – Agora Calum estava olhando para Michael, este que não devolveu o olhar. Naquele momento o movimento dos carros era mais interessante.

- Por quê? 

- Porque eu só sei uma coisa sobre você. E você sabe duas sobre mim. – Calum estralou os dedos. – Precisamos igualar esse jogo.

- Então isto é um jogo? – Michael olhou para Calum. Os olhares se encontraram, mas o moreno desviou seu olhar para algo além de Michael.

Estaria, Calum, evitando olhar para Michael?

- Tudo é um jogo. Você só precisa saber joga-lo.

- E quem de nós está ganhando aqui? – Michael fez com que Calum o olhasse. O castanho no verde. Um arrepio passou pelo corpo de Michael.

Calum soltou o ar que não sabia que estava segurando.

- No momento, você, já que sabe duas coisas sobre mim e eu só sei uma sobre você.

- Então você é sensível? – Michael arqueou uma das sobrancelhas.

- E você terrivelmente irritante.

Eles passaram um tempo em silêncio. Michael não conseguia desviar o olhar de Calum, este que olhava para algo além de Michael. Ele pôde perceber que o moreno secou as mãos algumas vezes na calça preta, isso poderia dizer que ele estava nervoso? Michael suspirou. Se quisesse ir para casa logo, teria que terminar aquilo o mais rápido possível.

- Eu desenvolvi uma paixão muito estranha por The 1975.

Calum o olhou e negou enquanto sorria. – Minha música favorita é You.

- Boa escolha. A minha é Sex, ela me lembra de Luke e Ash.

- He’s* got a boyfriend anyway/ Now we’re on the bed in my room/ And I’m about to fill his shoes/ But you say no/ You say no/ Does he take care of you/ Or could I easily fill his shoes?/ But you say no/ You say no. – Cantarolou Calum.               

- Você acha que Ashton iria apenas transar com Luke, mesmo namorando?

Calum negou com a cabeça. – Por mais idiota que Andy seja, Ashton não trairia ele. Na verdade ele não trairia ninguém.

- Então você não gosta de Andy?

- Andy é completamente o oposto do que Ashton teria com Luke. Ele é o oposto de qualquer um. – Michael viu Calum apertar os olhos com força e suas mãos virarem punhos. – Não consigo como Ashton consegue estar com ele, mesmo sabendo quem ele é. Um idiota completo. Um babaca completo. Eu odeio tanto aquele garoto... – Calum suspirou. – E eu nunca troquei mais que três palavras com ele.

- Você o conhecia antes de Ash.

- Sim. – O moreno concordou com a afirmação do colorido. – Ele ia bastante ao restaurante, sabe, aquele eu levei vocês. Conhecia alguém em uma sexta, na outra já estava terminando o “namoro”. Todos ali sabiam o quanto ele era estúpido. Então um dia, depois do show da minha irmã, ele resolveu que ela seria sua próxima vítima. Minha irmã estava no ultimo ano e eu estava no primeiro. Ele... Ele... – Michael não precisava que Calum terminasse a frase, era obvio o que o garoto havia feito. Ele sabia que era um assunto delicado, não iria forçar Calum a continuar a história.

- Calum – não sabia como, mas sua mão estava no ombro do moreno. – Por que me chamou aqui?

Silêncio. Calum suspirou. Ele estava sério e não olhava Michael nos olhos, em algum momento seu olhar passou pelos lábios do colorido, querendo beija-lo novamente.

- O que você sentiu quando eu o beijei?

Michael arregalou os olhos, sua mão caindo do ombro do outro garoto. Quem visse de fora pensaria que eram um casal tendo algum tipo de conversa importante.

Ah o que Michael sentiu? Ele queria estapear Calum.

Mas também queria que Calum nunca o soltasse. Queria que aquele momento durasse uma eternidade e que o beijo fosse aprofundado. Queria sentir Calum muito mais do que um simples encostar de lábios. A vontade de estapear o moreno tinha voltado. Estapeá-lo por fazer com que sentisse aquelas coisas.

Estapeá-lo por contrariar seus princípios.

Estapeá-lo por fazer com que a camada de gelo que envolvia seu coração derretesse.

Estapeá-lo por fazer com que quisesse ser beijado novamente.

- Eu quis te dar um tapa. – Respondeu ele. – O que você sentiu.

- Que eu queria beijar você da forma certa agora. – E assim o fez. Michael sentiu as mãos do moreno em seu rosto, uma em cada bochecha, puxando seu mais perto do outro garoto. Ele estava de volta com os olhos arregalados, não sabendo como reagir, os lábios do moreno pressionados contra os seus agora de uma forma que podiam ser sentidos corretamente. Quando o moreno iria se afastar, pensando que Michael não iria corresponder ao beijo, o colorido passou os braços em torno do tronco do moreno puxando-o para mais perto. Michael entreabriu os lábios, um pedido para que o moreno invadisse sua boca com a língua. Choques elétricos se passaram pelo corpo dele quando as línguas dos dois garotos se chocaram. Foi como se houvesse fogos de artifícios em seu estômago, explodindo sem parar. Eles precisavam de ar, precisavam respirar, mas não queriam afastar suas bocas.

Calum encostou a testa na de Michael, olhando-o enquanto este abria os olhos.

O castanho no verde.

O pequeno universo deles tinha voltado. 

As respirações se misturavam. Os braços de Michael ainda estavam em torno do tronco de Calum, esta que tinha os braços nos ombros de Michael. Os corações de ambos batiam de forma rápida e forte, pareciam que queria fugir dos corpos deles. Michael se distanciou.

- Isso não deveria ter acontecido. – Sussurrou o colorido. Ele se levantou, mas Calum o impediu. – Me solte Hood. Eu preciso ir embora.

Mas ele não o soltou. Ele fez com que Michael sentasse novamente no banco, fez com que olhasse para o moreno. Mas ele não olhou, não conseguia. A mente de Michael estava um caos, ele precisava ir embora, não suportava a maneira de como Calum invadia a muralha que passou anos erguendo. Não suportava o poder que Calum tinha sobre ele. Não suportava a redenção que oferecia ao moreno.

Era assustador. E ele estava com medo.

- Michael, por favor, olhe para mim. – Calum tentou acariciar o rosto de Michael, mas este o afastou. – Por favor, olhe para mim. – Sussurrou suplicando.

Ele olhou. O castanho dos olhos de Calum estava um tom mais escuro do que era. – Por que faz isso comigo? – Falou, mas se arrependeu no mesmo instante.

- Isso o quê? – O moreno sorriu. – Te deixar louco? Se você já fica assim apenas com um beijo imagine se eu...

- Cale a boca! Cale essa maldita boca Calum Hood! – E grudou os lábios nos do moreno. – Eu te odeio.

- Eu sei.

- E odeio isso que você faz comigo, seja lá o que for.

- Também sei disso. – O moreno riu.

- Então por que não consigo me afastar? – Questionou o colorido.

- Porque eu sou irresistível.

E com isso os dois voltaram a se beijar. 

 

- Isso é hora de chegar em casa Michael Gordon Clifford?

Ele deu um pulo assim que abriu a porta do quarto. Luke estava deitado na cama do amigo, usando um pijama de flanela, os intensos olhos azuis grudados em Michael.

- Como entrou aqui? Nós trocamos a fechadura da porta de trás faz algum tempo, a chave que eu te dei é inútil agora.

- Você deveria dizer para o seu pai trancar o galpão. – Michael sentiu os olhos do amigo seguirem seus movimentos. – E você deveria travar sua janela quando sai, um estranho poderia entrar aqui a qualquer momento.

- Percebe-se. – Michael encarou Luke. – Estou vendo um deitado agora mesmo na minha cama. Era só ter tocado a campainha, minha mãe ainda está acordada.

- Eu sei, ela me deu uma bronca quando me viu entrando pela janela e...

- Bem feito. – Retrucou.

-... Me deu uma nova chave! Isso não é legal? Sinto-me parte da família desse jeito, por isso tenho uma coisa pra você! – Luke se levantou e exibiu uma coisa dourada na frente de Michael. – Porta dos fundos. Pode entrar quando quiser.

Falso entusiasmo. Desculpas idiotas para aparição repentina. Dava para perceber que algo estava errado.

- Luke. – Michael chamou o amigo. – Luke... O que houve?

- Calum deixou isso lá em casa alguns minutos depois de você ter saído. – O loiro suspirou enquanto entregava a caixinha do CD para o amigo, este que olhou com a sobrancelha arqueada. – Não tem nada de errado, foi Calum quem editou não Irwin. – Luke se sentou na cama de Michael e colocou o rosto entre as mãos. Michael se sentou ao lado do amigo, não sabendo ao certo o que fazer. – Ele nem teve coragem de ir pessoalmente. – Um suspiro. – Claro que não teria não depois do que disse.

- E o que ele disse? – Michael perguntou delicadamente.

- Que eu estava sendo infantil! Que aquilo tinha sido ridículo, que não entendia o que eu queria dizer, já que achou que éramos amigos e que não tinha problema em falar sobre Andy comigo, já que Calum deixou claro que não queria saber desse garoto e sei lá mais o que... – Luke olhou para Michael. Lágrimas escorriam pelas bochechas do loiro. – Então ele disse que eu fui um babaca e que a música era horrível, e que eu não iria passar no teste e eu perguntei, então, o motivo de ele ter aceitado me ajudar, nos ajudar, e ele não respondeu. – O rosto de Luke estava novamente entre as mãos do garoto. – Eu disse que o amava.

- O quê? – Michael estava surpreso. – Luke...

- Eu o amo, Michael, sei disso faz muito tempo. Eu só não queria ter dito naquelas circunstâncias. – Luke soluçou. – Eu achei que era correspondido, eu realmente achei isso, achei que Ashton apenas não queria admitir, mas que o sentimento existia ali. Agora eu sei que não existe.

- É claro que existe, Ashton só está confuso. Você deu um belo tapa na cara dele, acho que ele apenas não soube reagir. Ele falou coisas sem pensar, Lukey, todos fazem isso quando não estão no controle. Dê tempo ao tempo. – Michael passou a mão pelos cabelos loiros do amigo. – Ele precisa pensar e decidir o que fazer.

Luke apenas assentiu. Deitou na cama do amigo e Michael fez o mesmo. Luke estava olhando para o teto e Michael olhava para o amigo. Algumas lágrimas teimosas ainda rolavam pelo rosto do mais novo, e Michael queria faze-las pararem, mas sabia que deveria deixar o amigo quieto com seus próprios pensamentos por um tempo. Ele olhou para o teto, lembrando-se de Calum, o tempo havia passado rápido demais em sua opinião. Ele queria passar mais tempo na companhia do moreno, queria beija-lo por mais tempo, queria estar junto dele por mais tempo. Mesmo que fosse para discutir. Ele suspirou alto, trazendo a atenção de Luke para si.

- Onde estava Mike? – O loiro se virou para olhar o colorido. – Ou melhor, com quem estava?

- Adianta eu responder se você já sabe a resposta? – Michael fechou os olhos.

- Então, o que Calum queria?

- Me atazanar, claro. – Michael não precisava olhar para saber que Luke revirou os olhos. O que Michael não sabia era que ele estava sorrindo.

- Vocês formam um casal fofo.

Michael abriu os olhos e encarou o amigo com raiva. – Preferia quando você estava falando sobre Ashton.

- Sério? – O sorriso do loiro aumentou. – Então eu posso falar sobre os planos que tinha para o nosso futuro? O nome dos nossos filhos? Sabe, eu pensei em adotar primeiro um menino, mais ou menos um ano depois do casamento, que seria uma festa enorme, e você seria meu padrinho e Calum seria o dele e...

- Se você tem um pingo de amor por mim e pela minha sanidade mental, e eu sei que tem então você vai ficar quieto neste instante e vai me deixar dormir.

A risada de Luke foi à última coisa que ouviu antes de pegar no sono. 

 

 

 


Notas Finais


Bom, é isso!

Link da versão da música usada nesse capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=RbCAogyPIZ0&index=5&list=PL9hekzxoUIvoHnv1pjCXD_b3EcJGyZcfz

BYE!


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