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História All That I've Got - Capítulo 25 - Frank


Escrita por: radfuhkiero

Notas do Autor


Heyhey! Demorei mas cheguei!
Então... Faz um tempinho que eu não apareço, certo? Eu só queria me desculpar por isso, eu tenho esse capítulo pronto há bastante tempo, mas com a volta às aulas e tudo mais não tinha conseguido passar por aqui ainda :(
Masssss, o que importa é que eu cheguei com um capítulo novo pra vocês! Eu posso demorar, mas não vou desistir disso daqui!
AAAAA e, aliás, obrigada as pessoinhas que comentaram nos últimos capitulos, não sei se já agradeço, mas nunca é demais, não? Hahahahha
É isso, então, boa leitura meus amores! Até lá embaixo!
Bjssss ❤️

Capítulo 26 - Capítulo 25 - Frank


   Eu não era um cara que costumava dormir durante as aulas, isso era algo que raramente acontecia, muito raramente mesmo. Em toda minha vida foram poucas as vezes que cai no sono durante uma explicação, poderia contar nos dedos das mãos; não por não conseguir ou não ter a vontade para tal, e sim porque eu tinha medo de ser pego ou qualquer coisa do tipo, acabar parando na sala da diretora, o que seria muito ruim para o time. Olheiros de faculdade não gostariam de ver times cheios de garotos com históricos horríveis, cheios de passagens pela sala do diretor e suspensões. 

   Mas, independente de toda a apreensão, no momento, a coisa que eu mais desejava no mundo era dormir por, talvez, duas ou três aulas. 

   A última noite em claro realmente tinha acabado comigo, Deus. A ansiedade estava me corroendo por dentro e minha mente não parou de trabalhar durante as horas que eu deveria estar descansando, e isso era mais horrível do que se podia imaginar. Por toda a noite não consegui me manter quieto na cama pelo simples fato de que eu sabia que, em menos de vinte e quatro horas, eu teria meu dia de experiência na loja de discos… Era assustador. Bom, mas assustador.

   Bom, pois eu tinha a chance de ajudar meu avô, ganhar alguns dólares por semana; e assustador porque eu tinha medo de não conseguir, falhar no teste e voltar para casa de mãos vazias… Eu não era uma das pessoas mais confiantes do mundo e estava realmente apavorado. Prova disso, de todo meu medo, era que, durante a aula de inglês, minha matéria favorita, eu não conseguia me concentrar em uma palavra sequer que saía da boca de minha professora e apenas ficava batucando aquele maldito lápis na mesa, sem parar, como um idiota, atrapalhando cada um dos colegas de classe que se sentavam perto de mim, inclusive Bob que fazia esse período junto a mim. 

   – Cara, você pode parar? – Bryar parecia extremamente irritado comigo, seu livro de matemática estava aberto, página cento e três, era claro que ele estava fazendo a tarefa que teríamos que entregar em alguma aula de hoje e não tinha passado do primeiro exercício. Um hábito dele. Nunca, em toda minha vida, vi Bob fazendo exercícios antes da data de entrega, então eu não estranhava aquela cena, mesmo achando um tanto irresponsável de sua parte. E se, algum dia, por acaso, não desse tempo de a fazer antes do professor chegar? Ele perderia pontos por simples preguiça? E por mais que eu eu soubesse que não bater mais aquele pequeno pedaço de madeira na carteira me tornaria um amigo melhor, eu não conseguia parar, ser um bom amigo não era assim tão importante nesse momento já que aqueles movimentos eram as únicas coisas que me impediam de surtar ali mesmo – Frank! É sério, eu preciso fazer essa porra, se você não parar esse lápis vai parar em um lugar não muito agradável, anão! – Essa frase soou e eu me encolhi, acatei a suas ordens sem saber ao certo como. Não parei pelo seu tom bravo, mas sim porque, infelizmente, ele não conseguiu controlar-se e falou alto demais. Todos olharam para nós, a professora, que por sorte gostava muito de mim, fez um breve sinal para que nos mantivéssemos calados, depois tentou retomar a atenção da turma. Minhas bochechas esquentaram e eu me afundei na cadeira. Aos poucos os corpos foram se virando para frente e deixando o momento de segundos atrás, alguns cochichavam e riam, como qualquer adolescente no ensino médio que vê alguém levando uma breve bronca e, merda, eu odiava aquilo! Quando eu saísse dessa sala, sem dúvida alguma, eu mataria o loiro ao meu lado por me fazer passar por isso. Mas, agora, a única coisa que pude fazer foi confirmar quando ele continuou, no tom mais baixo que pode, reparando que eu finalmente havia parado de batucar – Obrigado. 

   Poderia dizer que a conversa foi inteiramente ruim, mas aí estaria mentindo, afinal, por alguns minutos, ela permitiu que eu me distraísse. Isso era bom, muito bom, parecia que até respirar havia se tornado um pouco mais fácil depois dos instantes sem toda aquela pressão recaindo sobre minha mente.  

   Porém infelizmente essa sensação tão libertadora não durou muito mais, ao que eu pensei no alívio ele já estava indo embora, a tensão voltando mais forte ainda, revirando meu estômago e me trazendo a vontade de vomitar qualquer coisa que estivesse dentro de mim. Sim, seria muito fácil fazer isso no momento, por sorte eu não tinha conseguido comer nada logo que acordei, então, tecnicamente, não havia nada que pudesse ser retirado de meu estômago pelo enjoo excruciante. 

   No fim das contas, eu queria me bater por estar tão ansioso, socos não seriam o suficiente para demonstrar o quanto eu estava bravo comigo mesmo, com meu subconsciente; então, enquanto eu colocava minha cabeça entre meus braços cruzados sobre a mesa, eu me estapeava mentalmente. 

   Para piorar ainda havia algo que não me deixava ficar quieto, existia aquela imensa necessidade de mexer-me, porém a sala de aula não era um dos lugares mais apropriados para isso, por isso apenas meu pé era mantido em movimentos constantes, assim como os suspiros baixos que saíam por minha boca, demonstrando toda minha insatisfação, que nunca chegaria a um fim. 

   Nisso me perdi no tempo, me martirizando, com a vontade de bater minha cabeça inúmeras vezes sobre a superfície de madeira abaixo de mim, uma pequena falta de ar; sendo assim eu não tinha percebido, foi como se ele não existisse, o sinal que anunciava o fim da aula tocando. Bob foi quem me tirou daquela transe, pequenos toquinhos em meu ombro enquanto seus lábios reproduziam aquele tão carinhoso apelido: “anão”.

  Essa poderia ser a segunda vez no dia que eu me irritaria com ele. Mandá-lo ao inferno, desejar sua morte de várias maneiras diferentes seria, sem dúvida alguma, aliviador, porém não o fiz pelo simples fato de que ele impediu que todo aquele meu estado de nervos evoluísse para um ataque de pânico que, querendo ou não, eu reconheci que estava próximo quando minha respiração ficou mais pesada e meu pensamento acelerado demais em comparação às coisas em meu redor. 

   E, apenas depois de perceber que eu o encarava muito tempo depois de ele ter me chamado, Bob ainda esperava que eu me levantasse. Saí de minha cadeira como se aqueles instantes constrangedores não tivessem acontecido. Mas, pelo menos, ele sabia o quão estranho eu era e também sabia sobre toda a situação estressante em que eu estava preso, então, provavelmente, não me julgaria como qualquer um outro. Me senti grato por isso, agora não era um momento bom para ter alguém rindo de mim, mesmo que fosse qualquer amigo que não riria de forma ofensiva. No mesmo instante recebi seus braços em volta de meus ombros, sendo guiado para fora da sala de aula enquanto ele falava alguma coisa sobre assistir filmes de comédia depois do treino. 

   Deus, como eu queria acompanhar ele nessa, não ter que lidar com o meu emprego em potencial, aquela tarde de experiência, e toda a pressão. Eu não lidava bem com pressão, qualquer um já deveria ter percebido isso, era horrível, porém, o que eu poderia fazer? Nada! Exatamente nada, não tinha como mudar, apenas tentar me focar em parecer o menos ridículo e desesperado o possível. Sim, esse era um bom plano. Talvez, se eu treinasse bastante, até poderia parecer relaxado, divertido e descontraído, e conseguir, de uma vez por todas, essa vaga e, consequentemente, ajudar meu avô. 

   Agora, falar era fácil, mas na hora só um milagre para me ajudar mesmo. E com todas as minhas forças eu estava rezando para tal. Eu precisava que desse certo. 

   ***

   Aterrorizado. Essa era a palavra que me definia ao que eu me encontrava parado em frente à aquele pequeno prédio acinzentado. Meu corpo tremia, dos pés à cabeça, e eu tentei respirar fundo antes de voltar a andar. Alcancei a porta, com um pouco de força e a abri, sentindo o ar gelado batendo diretamente em minha pele, fazendo com que eu estremecesse mais uma vez, desta por motivos diferentes. 

   Logo, depois de passar meus olhos por todo o local, escutei uma voz forte, porém doce, soar atrás de mim. “Menino Frank, que bom que veio!”. Era senhor Jonhson que surgia atrás de mim, um grande sorriso no rosto e duas caixas, que pareciam muito pesadas, em seus braços. Ele, com cuidado extremo, as deixou no chão, perto da porta, e então veio me cumprimentar com um abraço apertado o qual eu realmente não esperava, mas que também não recusei. Apenas o retribui de forma desajeitada e um tanto apreensiva, afinal, eu apenas tinha visto o homem uma vez durante toda minha vida, tanta intimidade era estranha para mim, não estava acostumado. Foram apenas segundos deste contato e ele me soltou tão inesperadamente quanto me abraçou, fazendo com que eu quase caísse. Por sorte, muita sorte mesmo, eu consegui me manter de pé e não passar vergonha… Uma queda assim apenas alimentaria meu nervosismo, e isso não era algo que eu precisava agora. 

   – Então, Frank, pronto para começar? – essa pergunta tirou-me dos meus pensamentos, alguns segundos foram precisos para que eu raciocinasse cada uma de suas letras para dar um significado à tal fala. Não havia outra resposta senão um baixo e animado sim que arrancou mais um dos sorrisos engraçados de Jonhson – Ótimo! Era isso mesmo que eu esperava! – por mais que eu quisesse me manter sério e profissional não consegui evitar a gargalhada que saiu de mim quando ele, sem querer, tropeçou em uma das caixas, quase caindo e xingando tudo e a todos logo depois. Era engraçado como a presença dele me deixava mais relaxado, era algo natural, e ele me lembrava muito meu avô, apenas um pouco mais alto e novo. Porém, mesmo assim, minhas bochechas queimaram pelo simples fato de eu ter dado risada de meu provável chefe quase caindo. Deus! Qual era meu problema? E se eu não conseguisse o emprego por causa disso? Tipo, tudo bem, ele parecia muito legal, mas isso não dizia nada, e… E não era como se eu fosse capaz de esconder que estava surtando, qualquer um que me visse, mesmo que de longe, notaria o estado de nervos que eu me encontrava apenas por rir de uma simples cena. 

   Mas, no fim das contas, ele também se deixou levar pelo divertimento e me acompanhou naquele momento repleto de risadas.

   O nervosismo se esvaiu novamente. 

   Eu era a porra de uma montanha russa de sentimentos agora. Em um segundo meus nervos me matavam, a ansiedade corroía cada extremidade minha; e no outro, para compensar, eu era tomado por alegria, animação e risadas. Sinceramente, era impossível me entender, em segundos tudo que eu sentia poderia mudar, ir de um máximo para o outro, então era melhor que eu apenas me concentrasse em fazer qualquer trabalho que Sr. Jonhson me pedisse. 

   E, como era de se esperar, não demorou para que o pedido fosse feito. Colocar todos os CD’s em seu lugar, divididos por gênero e organizados por ordem alfabética. “Se precisar, pode usar o amigo Google, existem algumas bandas aí que nem ao menos eu, em meus cinquenta e cinco anos de vida, grande parte deles amando rock, consigo identificar o que toca”. Essa foi a sentença dele antes de me dar as costas e ir para o balcão, e, antes de chegar ao caixa, disse que eu atendesse alguns clientes, apenas para avaliar se eu levava jeito. 

   Okay. Não deveria ser tão difícil, eu iria conseguir. Agora era o momento de manter-me confiante. 

   Então eu comecei, abri a primeira das caixas e peguei cinco dos CD’s de uma só vez, diretamente me deparando com um dos meus favoritos, o que arrancou um enorme sorriso de meu rosto. A tarde poderia ser gasta comigo olhando aquelas dezenas de capas diferentes, mas provavelmente nenhuma chamaria tanto a minha atenção quanto essa. As músicas dessa banda eram incríveis, cada frase parecia ser composta por algum tipo de Deus da poesia. Eu simplesmente admirava muito todo esse grupo, e esperava que algum dia pudesse fazer algo tão bom quanto, escrever músicas que tocassem a fundo o coração das pessoas, melodias que animassem multidões… Ser músico era meu sonho, mas, por enquanto, eu me contentava em trabalhar em uma pequena loja que vendia discos para pessoas com gostos musicais semelhantes aos meus. 

   – Garoto, quer que eu coloque para tocar essa belezinha? – senhor Jonhson me pegou, mais uma vez, desprevenido, e eu dei um pequeno pulo pelo susto. Mas, tirando isso, não consegui negar. Provavelmente foi bem perceptível meu amor por aquele álbum, o que fez o homem deixar de vender tal para tocá-lo para mim. 

   Depois eu tinha que me lembrar de agradecer a ele por isso. 

   Assenti, ainda meio tímido, e levei o objeto até ele, logo depois escutando a primeira faixa soar não muito alto pelas caixas de som do local. 

   Deixando meu corpo ser levado pelo ritmo, finalmente comecei o trabalho de verdade. Com rapidez eu identificava onde o CD deveria ser colocado e o fazia, sempre verificando se estava correto, de vez em quando achando algum erro, tentando mostrar que eu era bom naquilo, que servia para o trabalho, que ajudaria muito. Em pouco tempo eu estava mergulhado naquele mundo, vendo de bandas que eu conhecia e amava, até bandas que nunca ouvi falar, às vezes fazendo notas mentais para escutar alguma coisa destas que eu anteriormente não conhecia quando chegasse em casa. 

   Até mesmo achei o presente perfeito para dar para Gerard, seu aniversário estava chegando, e nada seria melhor do que aquela edição especial de um dos primeiros discos de seu cantor favorito. Nove de abril era daqui exatamente uma semana, eu já estava preocupado com o que lhe presentear, afinal, ele sempre era tão incrível comigo. Eu tinha de achar um jeito de, pelo menos, retribuir um milésimo do que ele fazia por mim, e aparentemente eu havia o feito. Aquele era o CD dos sonhos de Way, muito difícil de encontrar até mesmo na internet, sem dúvida alguma a melhor coisa que eu poderia dar para ele.

   Cada minuto passava com velocidade extraordinária e, quando dei por mim, três horas e meia já haviam passado, eu já havia atendido ao total de quatro clientes e daqui meia hora meu pequeno dia de experiência acabaria. E, como se fosse algum tipo de coincidência maluca do destino, mais alguém entrou pela porta, logo se colocando de costas para mim, olhando para os produtos daquela estante. Sim, meu quinto cliente, pelo menos era o que eu esperava. 

   Fui calmamente até ele, por dentro rezando para que não fosse algum tipo de assaltante… Tipo, eu não era do tipo que julgava as pessoas pela aparência, mas o cara estava inteiramente coberto! Uma jaqueta de couro preta e uma touca que me impedia de ver qualquer traço de seu rosto. Toquei em seu ombro. “Senhor, posso te ajudar?”, falei, a voz baixa, tentando parecer o mais calmo possível, dando a deixa para que ele se virasse. 

   E, quando ele se virou, me vi sem ar. Era Gerard! O que ele estava fazendo aqui?! Era para ele estar viajando! Porém, de algum jeito, ele estava lá, em minha frente, sorrindo. 

   Não me aguentei. Em um piscar de olhos estava o abraçando como se não nos víssemos há muito tempo, sentindo seus braços ao redor de minha cintura, o calor de seu corpo junto ao meu. Deus, mesmo que fosse menos de uma semana que passamos separados eu já estava morrendo de saudades dele. 

   – Baby, como senti sua falta – a sua voz saiu um tanto rouca e ela me arrepiou dos pés à cabeça. Só que, por mais que eu adorasse todas as sensações que ele me proporcionava, não tive tempo de aproveitar essa porque, logo em seguida, seus lábios estavam sobre os meus, fazendo com que eu esquecesse de qualquer coisa que não fosse sua língua calma e doce sobre a minha. 

   Eu mal podia acreditar em todo esse cenário. 

  Primeiro, eu provavelmente tinha um emprego em um lugar legal. Segundo, Gerard estava na cidade, e não do outro lado do país em uma série de reuniões sem graça. Terceiro, ele estava me beijando em um lugar público. Esse último era o que eu menos esperava. Tudo bem, a gente trocava breves beijos em alguns lugares, mas sempre dentro de seu carro, com os vidros fechados, o que impedia qualquer um de ver o que acontecia lá dentro. Mas raramente chegávamos a sequer nos abraçarmos em lugares que não fossem extremamente seguros. Então sim, eu estava surpreso dos pés à cabeça, mas não de um jeito ruim, nada chegaria a ser negativo quando eu tinha ele tão perto de mim, seus lábios junto aos meus.

   E eu fiquei ainda mais surpreso quando ele se afastou depois de muito tempo, parecia que a ficha tinha caído definitivamente, ele estava comigo. 

   –Gee, o que você está fazendo aqui? – o sorriso estampado em meu rosto deixava bem claro para Gerard que eu estava imensamente feliz em vê-lo, mas essa pergunta era inevitável, afinal, ele deveria estar viajando por mais uns três dias, no mínimo. 

   – Consegui resolver tudo antes do tempo e então eu voltei! Hoje de manhã… – explicou Way, beijando a ponta de meu nariz em seguida – Me desculpa por não ter vindo antes te ver. É que eu precisava passar um tempo com Sophie e Mikey… 

   – Tudo bem, amor, eu entendo – ele não precisava se explicar, era a família dele, e eu ficava feliz por ele ter aproveitado já algumas horas com eles. Eu nunca ficaria triste por ele não ter me visto antes do que eles, eu era jovem e tudo bem, mas isso não me impedia de ser consciente e compreensivo. E por sorte ele não insistiu mais em se desculpar, porém, por outro lado, fiquei envergonhado ao que Gerard chamou atenção para outra coisa. O simples apelido que usei para me referir a ele, amor. Chamá-lo assim virou costume após a primeira vez, e, quando dei por mim, era mais do que natural, eu o chamava assim sem nem ao menos perceber. 

   E como o típico casal apaixonado e bobo que éramos partimos para mais um beijo, que foi rapidamente interrompido por uma tosse atrás de nós. 

   – Gerard, querido, quanto tempo! – com essa fala de Sr. Jonhson meu namorado me soltou de seus braços e foi direto em direção ao senhor, o cumprimentando cheio de animação e educação. Aparentemente Ray não era o único amigo do dono da loja – Então… Você e Frank? – a pergunta não foi completa, só que não foi preciso, eu e Gerard confirmamos, e o segundo logo tratou de completar, “mas ninguém pode saber”. O que fez o senhor sorrir em compreensão e, por um instante, olhar no relógio –Tudo bem, minha boca é um túmulo – brincou Jonhson, nos arrancando risadas e agradecimentos – Mas agora, rapazes, acho que já está na hora de Frank ir, não? Eu te vejo na segunda, Iero? 

   Okay… Isso significava que eu estava contratado! Quase não aguentei minha felicidade, o que resultou em minha vez de abraçar o meu novo patrão, cheio de alegria, o agradecendo milhares de vezes, tendo que parar por algum tempo, recuperar o fôlego e me acalmar para, só então, me despedir, prometendo que estaria novamente na loja, segunda de tarde. 

   – Então vamos, pequeno! Eu te levo para casa –  Gerard disse, me guiando para fora, impedindo que eu atacasse o outro com abraços pela segunda vez na noite. Eu estava tão feliz que não conseguia me controlar, então, ao invés de expressar minha felicidade em Sr. Johnson eu o fiz em Way, envolvendo meus braços em seu corpo com toda a força que eu tinha, sentindo me acolhido conforme ele correspondia ao ato –Estou tão feliz por ti, baby, eu sabia que ia conseguir! – devido à proximidade essas palavras vieram direto em encontro ao meu ouvido. O sorriso que me tomou foi tão grande que que parecia que minhas bochechas rasgariam, e, por fim, sem saber o que responder, eu apenas apertei mais meus braços em volta dele. 

   *** 

   – Vovô! – logo que abri a porta eu gritei em busca de meu avô, estava tão ansioso para contar sobre meu novo emprego que não conseguia me controlar, eu chegava a tremer. Era tão gratificante saber que eu poderia o ajudar com as contas da casa, era até mesmo difícil pensar que cerca de três meses atrás eu me fazia de bravo por ele não me dar dinheiro para sair… Deus, como eu era ridículo. Mas agora isso não importava, não quando ele adentrou a sala, o típico sorriso satisfeito estampado em seu rosto e uma tigela de alguma comida em seu braço ao que ele mexia incansavelmente aquela mistura a qual eu não tinha a capacidade de decifrar o que era – Eu arranjei um emprego! – Isso saiu quase como um grito, e, no segundo seguinte, eu estava correndo em sua direção, dando pequenos pulinhos e o abraçando. Hoje era, definitivamente, o dia em que eu mais tinha abraçado pessoas em toda a minha vida. Mas quem ligava? Eu não, eu apenas estava feliz e animado com tudo. 

   – Parabéns, meu neto – vovô disse, a emoção era notável em sua voz. Há alguns dia eu havia lhe contado sobre meus planos para o ajudar com as despesas da casa, num primeiro momento ele ficou relutante, porém, depois de conversarmos um pouco ele apenas aceitou e agradeceu, apontando o quanto eu tinha amadurecido em pouco tempo. Lembro que aquela tarde pegamos todas as contas e fizemos as contas, para tentarmos organizar um modo de acabarmos com todas as dívidas o mais rápido possível. Seria difícil, alguns anos ainda seriam necessários, mas, com a bolsa de estudos que eu esperava ganhar na faculdade, não era impossível. – Eu estou tão orgulhoso… Eu aposto que seus pais estariam também – eu estava orgulhoso de deixar ele orgulhoso, e esse sentimento apenas se intensificou ao que ele citou meus pais. Era bom pensar que, onde quer que eles estivessem, eles estariam felizes por algo que o filho deles conquistou. Isso enchia meu coração de calor, deixava saudades, mas ainda assim era gratificante. 

   – Eu só quero te ajudar. Você sabe – minhas palavras saíram baixas, uma confissão totalmente verdadeira assim como o sorriso que brincava em meu rosto, imitando o de meu avô. 

   – Sim, eu sei.. – só então eu percebi que tinham lágrimas em seus olhos, e eu me apressei em secá-las, recebendo um breve selar de lábios em minha testa. E eu me sentia apenas uma criança de novo, recebendo todo o amor dele, feliz por deixar minha família orgulhosa por passos pequenos que eu dava. Nesse instante não fazia nenhum sentido todo aquele tempo que passei negando minha relação com o senhor, eu apenas me sentia estúpido por aquela época, era tão bom poder juntar com ele assim… – Mas agora, como agradecimento, eu vou fazer uma torta de limão, o que acha? 

   Esse foi o jeito perfeito de terminar o dia, eu já estava cansado pelas horas que passei com os ânimos à flor da pele, mas o doce que com tanto carinho meu avô fez compensou tudo. Demorou cerca de uma hora para que ele ficasse pronto, mais meia para que esfriasse, mas, quando pudemos comer valeu à pena. Foi nossa maneira de comemorar, nos sentamos no pequeno sofá, ligamos a televisão, e comemos a torta até que não sobrasse uma migalha, tudo isso em meio a risadas e mais risadas. Eu sendo seu melhor amigo assim como, neste momento, ele era o meu; como sempre deveria ser. 

   
   


Notas Finais


Opniões??? Espero que tenham gostado, mesmo. Eu escrevi esse capítulo com carinho hahahahha
O que acharam da surpresa do G? Ele consegue ser fofo, mesmo sendo babaca as vezes...
E agora eu vou indo, vejo vocês no próximo!
Bjsss ❤️


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