História All the things she said - Capítulo 2

Seu celular apita. Tasha novamente limpa o rosto, não estava nem um pouco afim de ser incomodada por ninguém agora, não queria falar. Pegou o aparelho para silencia-lo, sua visão turva por causa do álcool a fez pensar que tivesse imaginado coisa, Patterson tinha mandado uma mensagem. Ela sacode a cabeça e esfrega o rosto com as palmas das mãos. Era isso mesmo, a loira mandou mensagem. Seu coração parecia que iria quebrar sua caixa torácica de tanta força que batia. Ansiosamente abre a mensagem:

“Juntei suas coisas, venha buscar”

De repente um peso toma conta do estômago de Tasha, fazendo com que a agente vomitasse na lixeira. Patterson realmente está cortando ela de sua vida. O que fez foi realmente grave. Não tem mais volta!

Zapata relutantemente caminha para a casa da ex colega de trabalho, parando no caminho para retomar o fôlego e “despejar” a tristeza em algumas latas de lixo. Era sua derrota, tinha que admitir. Já entrou em frias por seu vício em jogos, perdeu um amigo/parceiro numa ronda simples, mas nada disso (apesar de doloroso) fez com que admitisse derrota como agora.

Chega no prédio, seu corpo não queria obedecer ao comando de entrar. Parecia estar pesando toneladas. Sobe as escadas e quando chega à porta a encara. Como se tivesse prestes a abrir um compartimento com uma bomba para ser desarmada dentro. Era a mesma tensão. Tocou à campainha e esperou.

Patterson abre a porta sem dizer nada, entrega a caixa para Zapata. A caixa bate seca no peito da garota que abre a boca, mas não consegue emitir nenhum som. A loira olha para o chão e faz o movimento para fechar a porta, mas Tasha impede, colocando o braço entre o vão. Patterson para e a encara, seus olhos estavam cinzas e sem brilho. O que sinalizava que ela estava, realmente, triste.

Aprendeu a reconhecer a mudança de humor pelos olhos. Quando os olhos de
Patterson mudavam para cinza ela estava brava/chateada, azul aceso quando estava feliz ou tinha descoberto algo! Ela achava isso incrível e adorava observar. Menos quando seus olhos mudavam de cor, quando Patterson entrava em crise, que se tornavam cinzas avermelhados.

— Natasha... — A voz da loira corta o silêncio. Tasha não pensara em nada, apenas não queria que Patterson fechasse a porta. Ela continua encarando a garota, que usava um pijama de gatinho, cujo o short tinha um rabinho desenhado na parte de trás, os cabelos dourados emaranhados num coque e estava descalça. Para Natasha ela estava perfeita. Não queria perder aquilo, sabendo que quando a porta se fechasse, não a veria nunca mais. — Eu preciso entrar, está frio.

— Eu... — Começa com a voz embargada e empurrando mais a porta. Patterson desiste e da passagem para a morena entrar. Ela sabia que Tasha era turrona e não sairia dali até falar o que quisesse falar.

— Você tá bêbada? — Pergunta Patterson com voz de “saco cheio”. Ela não queria mais nada com Natasha, nem muito menos conversar com ela bêbada. Ela se senta no sofá esperando alguma coisa da morena que no momento estava parada na porta com a caixa na mão.

Tasha coloca a caixa em cima da mesa, fecha a porta e vai para a cozinha sem dizer nada, apenas com um nó enorme entalado na sua garganta. Pega um copo na prateleira do armário e enche o mesmo com água.

— Ow! Ow! O que pensa que está fazendo? — Patterson chega na cozinha com as mãos na cintura.

— Pra uma nerd, eu achei que o que eu estou fazendo é bem óbvio... — Diz Tasha depois de finalizar o copo com água. O rosto de Patterson ruboriza e seus olhos se tornam cinzas. O comentário que Tasha fez, acabou deixando a garota nervosa.

— Dá o fora! — Grita Patterson. Tasha suspira e coloca o copo dentro da pia — Eu não quero papo com você Natasha Zapata!