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História All We Know - Roubo no Museu


Escrita por: HPaga

Notas do Autor


Passando ligeiramente só pra deixar esse cap. era pra ter postado antes, mas não deu tempo, então via agora mesmo huahuaahua. Aproveitem :)

Capítulo 7 - Roubo no Museu


- Pegou os equipamentos? – Ele perguntou descendo de uma van escura que estava parada na rua de trás do museu.

- Sim. – Caminharam rapidamente pelo beco escuro e encontraram a porta dos fundos do museu. Erza agachou frente a fechadura eletrônica e com o celular conseguiu invadir o circuito de segurança.

Jellal olhava ao redor verificando se ninguém estava por perto. Escutou o barulho da porta se abrir, e sorriu fracamente.

- Boa ruiva. – Ele abriu a porta que dava entrada a um corredor do museu. Caminharam silenciosamente pelo corredor, e eles puderam perceber o quão cheio estava o museu naquela noite. Seria praticamente impossível distinguir quem era o informante.

- Ei! Vocês dois. – Jellal e Erza travaram ao escutar a voz atrás chamar. – Oque estão fazendo aqui em cima? – Era um segurança que fazia seu trabalho de ronda.

- Somos funcionários do museu, o Sr. Peter nos contratou para verificar a segurança, averiguar se as câmeras estão funcionando e se o alarme está ligado. – Jellal pegou o crachá com uma foto e nome falso e mostrou ao segurança, Erza fizera o mesmo.

O homem que tinha o dobro do tamanho do azulado os encarou por alguns segundos e então acenou com a cabeça em positivo para que continuasse.

Eles caminharam calmamente e assim que viraram o corredor aceleram os passos.

- Eu disse que os crachás seriam úteis. – Erza falou baixinho se gabando para o azulado.

- Ou eu poderia apenas tê-lo nocauteado. – Jellal parou em frente a uma porta pouco ornamentada onde os sistemas de segurança ficavam cadastrados. Entraram rapidamente e trancaram-na logo atrás.

- Tem certeza que não quer deixar que eu vá pelos dutos? – Erza questionou e recebeu um sorriso de divertimento do azulado.

- E deixar a diversão toda pra você? – A ruiva revirou os olhos e suspirou.

- Isso não é uma brincadeira, estamos em uma missão. – Ela falou em um quê de irritação enquanto tentava passar pela senha do computador.

- Eu sei, eu sei. Relaxa ruiva. – Jellal abria a grade que dava acesso aos dutos de ar. – Conseguiu?

- Sistema invadido com sucesso - A senha deu como confirmada e ela olhou para Jellal.

- Ótimo… - Ele sorriu colocando-se para dentro do duto que estava muito quente. - Esteja pronta para desabilitar as câmeras da sala, e mantenha-se atenta para me avisar.

- Claro, estou pronta pra quando precisar, além disso, há um homem suspeito passando pelas seguranças máximas da sala, é melhor se aproximar se quiser pegar o pen-drive sem preocupações.

Jellal partiu pelos dutos de ar quente e seguiu pelo caminho que havia decorado noite passada, até que chegou em uma área um pouco maior, havia cabos elétricos e canos. Pegou a corda e prendeu firme a um dos canos, abriu a saída do duto que daria no interior a sala onde estaria o vaso chinês.

De cima ele podia ver um homem alto, de cabelos morenos e de rosto desconhecido indo em direção ao vaso, ele olhou para trás e para os lados e então tirou o pen-drive do bolso e colocou dentro do vaso.

Jellal sorriu, aquilo seria mais fácil que tirar doce de criança. Prendeu a corda no gancho em sua cintura, e esperou que o homem suspeito saísse da sala.

- Ele se foi, desligue as câmeras.

- Câmeras desligadas. 5 minutos é o máximo que posso conseguir Jellal, seja rápido.

Jellal escorregou pela abertura da saída de ar, e desceu pendurado pela corda até uma altura que conseguia tocar o chão.

- Desligue o sistema de segurança. – Estava tão calor que ele achou que iria derreter ali mesmo.

- Sistema de alarme desligado… 2 minutos.

O azulado pisou no chão e se aproximou do vaso com delicadeza, era um vaso antigo, de cerâmica branca com desenhos de dragões chineses, a abertura era estreita, colocou a mão com cuidado no vaso e se esforçou para pegar o pen-drive que estava no fundo. Parecia tão frágil que temia em quebra-lo.

- 30 segundos… - Jellal tirou o pen-drive do vaso e o apoiou de volta na base. Acionou o botão para corda subir automaticamente. – Sistema de alarme acionado novamente, conseguiu?

- Sim, está comigo, estou vol… - O barulho da porta de metal se abrindo ecoou, e o coração do azulado parou por breves segundos. Não daria tempo para subir, - Droga…

- Rápido eles irão te ver! – Falou Erza em um sussurro meio desesperado.

- Não vai dar tempo. Rápido pegue as coisas e volte pra van. Eu cuido disso… - A porta se abria lentamente e o azulado já tinha os dedos no gatilho da pistola.

- E deixar a diversão toda com você? – O sistema de áudio entre os dois se desligou e Jellal praguejou. A porta estava aberta e um homem alto e magrelo, junto a homens armados estava parado olhando para Jellal que estava pendurado pela corda.

- Ei! Você! Atirarem idiotas! – Ele ordenou e os homens começaram a atirar, Jellal não ficou parado atirou de volta e precisou varias vezes desviar dos tiros.

Conseguiu derrubar dois dos cinco homens, mas estava ficando sem munição, e não teria tempo para recarregar. As madeixas ruivas de Erza apareceram pela abertura estreita acima dele e ela atirou sem direção, apenas para distraí-los. Enquanto dava o braço para que Jellal subisse de volta.

Ele segurou sua mão e fora puxado novamente para cima, os tiros não paravam por um segundo. Um deles acertou de raspão seu braço, mas por sorte ele conseguiu subir a tempo de não levar outros muito piores.

- Droga… está ferido.

- Não é nada, vamos logo. – Abaixo deles podiam escutar a voz do homem ordenando que seus homens subissem para pega-los. Voltaram o mais rápido que puderam pelo duto de ar, e se encaminharam rapidamente ao corredor.

Estavam cercados por homens apontando armas para suas cabeças. O homem magro vinha logo atrás batendo palmas de forma provocativa.

- Vejam rapazes, encontramos alguns ratos ladrões. Que péssimo dia pra eles. Algumas ultimas palavras?

- Faça-me um favor, sim? Avise o seu superior que foi enganado bem debaixo do seu nariz. – Jellal rapidamente tirou do bolso facas curtas e as arremessou contra os homens armados que mal esperavam algo assim.

Puxou Erza pelo pulso e correram escadas abaixo se protegendo dos tiros do homem, saindo pela porta dos fundos, e voltando para a van. Erza tomou o volante e acelerava de volta.

- Conseguimos. – Ele olhava para o pen-drive na palma da mão. – Mavis, pegamos as informações. Estamos chegando.

***

 

Não demorou muito mais para que ele e Erza chegassem ao prédio e logo na sala da baixinha. Ele colocou o pen-drive sobre a mesa de Mavis.

- Estão cansados demais para oque parecia ser uma missão fácil. – Ela comentou enquanto acessava os arquivos em seu computador.

- Alguns imprevistos aconteceram. – Erza comentou.

- Eu avisei que o jeito silencioso era perda de tempo. – Comentou Jellal sentando-se no braço da poltrona que Erza estava.

- Se você não tivesse demorado tanto pra subir teria dado certo.

- Já estão discutindo? Erza, leve Jellal pra enfermaria ajude-o com o curativo. E nem mais discussões estou com cheia disso…

Os dois se retiraram em silêncio e desceram alguns andares de elevador até a enfermaria que estava vazia. Erza apontou para que ele se sentasse na maca, ele protestou que era muito para apenas um “cortinho” de raspão, no final das contas não adiantou nada.

A ruiva trouxe para perto, algodões e remédios, além de uma agulha e linhas, mesmo que o tiro fora de raspão precisaria suturar a ferida. Ela cortou a manga da camisa cuidadosamente e cicatrizes antigas e mais recentes surgiram pela pele dele. Pareciam riscos em uma tela branca.

- Imagino que já não doa mais… - Ela comentou passando a linha em ziguezague fechando o ferimento.

- Doi, mas não é insuportável. A dor nos faz mais forte.

As palavras de Jellal de alguma forma eram sabias, mas carregavam uma pontada de sinceridade como se já estivesse calejado de fazer oque fazia, era como olhar no fundo de seus olhos e ver quantas vezes ele não se pegou costurando as próprias feridas, sabe-se lá desde quantos anos.

Ele resmungou com a ardência do remédio e a garota sorriu de canto, era uma cena um tanto peculiar. Quem diria um rapaz com tantas cicatrizes, que já sentira dores piores do que a ardência de um remédio, resmungando.

Antes que a ruiva pudesse sair de perto ele segurou sua mão e olhou fixo em seus olhos, eram tão verdes que lembravam olhos de gatos selvagens, pareciam emanar o próprio brilho e levar a uma dimensão nova, talvez seja verdade oque diziam que os olhos eram a janela da alma.

- Obrigado. – A palavra saiu tão fraca e baixa que fez Erza se perguntar se ele utilizava com frequência. – Digo… por mais cedo, talvez eu estivesse morto se não fosse por você.

Por alguns segundos Erza achou ter visto algo no fundo dos olhos, algo puro, como um real pedido de agradecimento, mas se foi rapidamente quando ele desviou o olhar para a parede branca.

- Claro, eu não deixaria os sentimentos interferirem na missão. – Ela se levantou do pequeno banco onde estava sentada e foi até os armários guardar os remédios.

- Bom não foi oque disse na sala de Mavis…

- Você me irritou… palavras bobas e falsas saem quando estamos irritados, deveria saber disso. – Jellal estava sentado sobre os balcões de remédios ao lado do que a garota guardava-os.

- Eu sei, apenas gosto de te provocar. – Ele sorriu e ela levantou o olhar para olha-lo, suspirando logo em seguida.

- Deveria parar, não ganhará nada com isso, além de uma surra.

- Você não entenderia de qualquer forma… - Jellal segurou o pulso de Erza gentilmente, seu polegar podia sentir o sangue abaixo pulsando. Ele voltou a olha-la fixamente. – Negue a mim que detestou hoje, negue que foi maravilhoso sentir a adrenalina passear por suas veias, e que o sorriu enquanto corríamos e escapávamos de tiros…

- Aonde quer chegar com isso? – O olhar de Erza parecia mortal e confuso.

- Eu esperaria que você chegasse a resposta, mas sou ansioso demais para esperar os sinais aparecerem em seu rosto… - Ele sorriu olhando novamente ao pulso de Erza que estava repousado em suas mãos pálidas e gélidas. – Não é tão diferente de mim quanto pensa. Sente tanta raiva daquele que arruinou sua vida, sente a raiva crescer no peito, e as vezes tem vontade de se jogar apenas para sentir algo diferente do usual. Reprime a própria natureza por medo do que Lucy e Mavis pensem de seu comportamento. O sangue não lhe assusta mesmo depois de ter visto tanto escorrer frente a seus olhos…

- Já chega! – Ela puxou o pulso das mãos de Jellal que não fez nada para segura-lo. O barulho das botas de Erza se afastando e saindo da enfermaria enfurecida levantou um sorriso em seus lábios.

Talvez ele soubesse ler pessoas semelhantes a si, as mãos da ruiva tremiam e estavam brancas, os olhos castanhos pareciam arregalados em um espanto com as palavras e talvez consigo mesma.

A forma que descreveu seus sentimentos pareceu lhe pegar tão desprevenida que ela teve vontade de vomitar, jamais gostaria de ser como ele, mas sabia que de alguma forma algo no fundo do peito lhe dizia que era bobagem lutar contra a raiva que crescia em si.

No fim não importaria o quão sentisse raiva, jamais poderia vingar quem lhe causou tanto mal, jamais vingaria a própria a mãe, pois o assassino também era seu próprio pai, seu próprio sangue.

Talvez Jellal estivesse certo, o sangue assassino corria por suas veias, talvez ela se tornaria um dia oque ele é, oque o pai foi, por isso mesmo deveria manter a raiva presa no fundo do coração, a adrenalina que sentiu, deveria reprimi-la, se aquilo significava se tornar oque mais odiava, talvez morrer não fosse a pior opção.

 


Notas Finais


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