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História All you need is love - Sem mais segredos.


Escrita por: Eren-Niinha

Notas do Autor


REESCRITA.

Capítulo 8 - Sem mais segredos.


 

POV Jennifer

  Passei pela multidão e tentando ir atrás do Brendan, todos haviam voltado para a mesa e nada de eu o encontrar. Será que eu fui tão tola assim a ponto de não querer acreditar que ele tinha um crush em mim? Não queria me obrigar a sentir nada, eu não o via como nada a mais e sempre foi dessa maneira. Minha cabeça adicionou “E sempre será assim”.

   Eu realmente não sei o porquê de eu ter aceitado beijar o Nath, acho que só foi no calor do momento, porque eu agora estava pensando com que cara eu iria voltar a falar com ele, se eu iria ter a coragem de agir naturalmente. Espero que ele me fale que está tudo bem e que nem sabe do que eu estava falando.

   Pensei que o Brendan tinha ido para o outro lado da festa, então corri na direção oposta, a aniversariante já estava começando a sumir para preparar-se para as coreografias que viriam. Pena que eu ia perder procurando ele, não sei o que deu na cabeça dele de sair correndo, por que não podia simplesmente me contar? Como sempre havíamos feito desde que éramos pequenos, eu não entendia o motivo da vergonha. Assim que atravessei o salão para o lado oposto, vi alguém num canto sentado em outro sofá idêntico ao que estive com o Nath, quando eu saí correndo por conta da Marina, talvez nós dois fossemos assim, eu e Brendan, sair correndo quando não víamos alternativa para outra coisa.

   Sentei ao lado dele, ele estava mexendo no celular para me despistar, mas fiquei por um tempo olhando fixamente até ele me encarar.

-- Brendan, o que foi? Vamos ficar sempre assim agora? Fugindo e se escondendo das coisas? – falei. Ele não me respondeu, estava olhando para a parede. Eu peguei no queixo dele e o fiz olhar em minha direção.

-- Ei, por favor, fala comigo. – disse.

-- Eu estava tranquilo, até a Serena ficar me provocando para eu dizer que sim, naquela pergunta do verdade ou desafio. Achei que ela ia me deixar em paz se eu falasse que não.

-- A Serena quando quer uma coisa, consegue. Mas ela só estava querendo ajudar. – falei, mesmo que eu mesma não acreditasse.

-- Ajudar? Se eu quisesse dizer, diria por conta própria.

-- Então você não gosta de mim? – perguntei.

-- Claro que eu gosto de você, eu amo você. –  admitiu. – Eu te amo, Jennifer. Eu te amo mas eu não queria que você soubesse daquela maneira, faz algum tempo que eu venho planejando de como te contar. Mas isso não tinha sentido, eu já sabia que você não gostava de mim de outro jeito e eu já enfiei isso na minha cabeça. Ontem a Cami me falou que você já estava em outra, achei que estava ficando com alguém, achei que ela tinha me dito como um aviso para eu fazer alguma coisa rápido.

-- Não estou. – falei secamente.

-- Aí você foi e aceitou o desafio do Nath, eu não conseguia respirar quando você saiu com ele. Não acreditei e fugi, como um covarde. – disse e colocou as duas mãos na cabeça, abaixando um pouco.

-- Eu não tenho nada com ele. Eu juro, te contaria se tivesse.

-- Assim como contou o do Alain, não é? – Me atingiu com aquelas palavras. A Cami realmente tinha contado tudo, eu não deveria ter tido aquela conversa com ela, não para ser dessa maneira e ela sair falando tudo para o Brendan.

-- Nós somos só amigos, assim como nós dois, eu e você. Mas você é meu melhor amigo. Eu sinto muito se não consigo te enxergar de outra forma, sério. – disse num tom de preocupação, a última coisa que eu queria era ter que deixar ele triste.

-- Você sempre fala isso quando começa a gostar de alguém, não sei se com o Alain vai ser diferente. Falou quando começou a namorar com aquele menino no ensino fundamental.

-- Aquilo não era nada sério. – falei aumentando o tom de voz, não sabia mais o que dizer, ele sabe muito bem que eu não gosto que tenham desconfiança comigo. – E não venha falar que eu sempre faço isso. Não sei mais o que falar, essa conversa é inútil.

-- Eu te falar o que eu sinto é inútil?

-- Não. Inútil é você ficar desconfiando de mim quando eu te falo que eu não estou saindo nem ficando com ninguém, você e a Cami estão assim ultimamente, me interrogando como se eu estivesse em um tribunal. Eu amo você, mas não sei de meus sentimentos de outra maneira com você. Não sei e por favor não me faça ter que me sentir culpada. – desabafei e estava prestes a desabar, não queria que um dia como aquele acabasse comigo brigada com meu melhor amigo.

-- Tudo bem. – falou.

-- Tudo bem?

-- Eu acredito em você, me desculpa. Não é certo eu ficar monitorando e me afastando de você a cada pessoa que entra na sua vida. Desculpa, J. – Ele me abraçou, eu retribui e agradeci mentalmente que essa discussão tinha acabado. Não aguentaria um minuto a mais disso.

   Sem ao menos perceber, uma lágrima caiu do meu olho.

-- Ei, ei. Desculpa, não chora.

-- Eu não queria te magoar nem te machucar, nunca foi minha intenção. – Solucei.

-- Você não fez nada de errado, eu que fui meio paranoico. – Ele me abraçou mais forte e limpou a lágrima que deslizava sobre meu rosto.  

-- Foi você que contou para a Marina? Sobre minha irmã?

-- Nas minhas férias de antes do recesso. Ela foi comigo. Você sabe muito bem que ela é filha de amigos da minha família, ela estava lá e começou a perguntar um monte de coisas, mas eu não disse nada. Eu juro. Acho que ela foi atrás de descobrir por conta própria, você também conhece ela desde pequena.

-- Eu não sei por que você ainda insiste em andar com ela. Ela não faz bem nem para mim, nem para você, nem para ninguém. – falei sinceramente.

-- Ela é complicada, mas nem sempre faz as coisas por mal, só toma umas decisões ruins. Eu já falei com ela, vai te deixar para lá.

-- Pelo menos isso. – bufei e dei uma pausa. – Você está chateado comigo?

-- Eu nunca ficaria chateado com você, J. Está tudo bem. Só não aguento ver você chorar, quero ver você sorrindo e rindo. – Ele sorriu e me fez cócegas. Abri um sorriso para ele. – Assim mesmo.

--

   Ficamos por um tempo assim, até ouvirmos uma música diferente tocar, certamente tinha começado as coreografias com os quinze. Levantamos e fomos em silêncio até a pista de dança, todos estavam tão concentrados na dança que passamos despercebidos. Ainda bem. Brendan foi me guiando por trás, com as mãos na minha cintura. Nos enfiamos no meio de toda aquela gente e ficamos observando, tocaram algumas músicas lentas seguidas de músicas animadas, alguns funks também. Olhei para os lados e encontrei o olhar do Nath em mim.

-- Você está bem? – Ele sussurrou de longe, de modo que eu tive que fazer leitura labial para entender o que estava sendo pronunciado. Apenas assenti com a cabeça e tornei minha atenção para o palco.

   Assim que terminou, teve o parabéns e fomos diretamente para as mesas novamente, foi servido o jantar, mas eu estava sem apetite nenhum no momento e ao que parece as pessoas da minha mesa também, porque só vi o Steven se levantar. Não teve muito papo, Serena estava bebendo alguma coisa, um drink com morangos e bastante leite condensado, aquilo deveria estar açúcar puro. Aproveitei e peguei um drink sem nada alcóolico e comecei a beber também.

   Camilla ficou me observando de uma forma bem não discreta, fiquei com vontade de gritar para saber qual foi o problema, ela provavelmente queria saber o desfecho do que ela tinha perdido. No momento eu estava me perguntando o porquê de ela ter colocado tanta coisa na cabeça do Brendan, se aquilo tinha sido uma maneira de ajudar, não tinha sido das melhores.

   Acho que as duas tinham combinado de fazer o Brendan admitir, mas como não conseguiram, fizeram ciúmes nele. Mas o que elas não esperavam era que eu realmente fosse beijar o Nath. Depois de sentar e refletir um pouco, eu não havia me arrependido de beijar ele, e sim de ter beijado ele na frente do Brendan, quando ele estava claramente magoado e irritado

   O resto da noite transcorreu bem. Não sei o que Brendan havia falado para a Milena, mas ela tinha sumido da minha frente, uma coisa a menos para eu me preocupar. Eu não sabia até onde ela sabia das coisas da minha família, mas isso era uma preocupação constante para mim e ela sempre me via como uma inimiga, como se o motivo de o Brendan não gostar dela de outro jeito fosse minha culpa. Nunca foi.

    Quando levantei para finalmente pegar o jantar, Nath me acompanhou e ficou ao meu lado, pegando comida também para o prato dele.

-- Está tudo bem entre nós? – perguntou, enquanto se movimentava para a próxima bandeja de comida.

-- Sobre o que aconteceu? Sim, claro. Não se preocupe. – Sorri e peguei uma porção da refeição que estava na minha frente e me dirigi para olhar a próxima. – Por que? Você não está bem com o que houve?

-- Por mim tudo ok, Jenni. – disse.

  Voltamos para a mesa e os outros também tinham buscado algumas coisas para comer. Serena ficou conversando muito e rindo, achei que ela estivesse bêbada, não conseguia contar nos dedos as vezes que ela se levantou para encher o copo novamente no bar. Eu não tinha bebido um gole e iria continuar daquele jeito.

-- Vocês se resolveram? – Ela soltou do nada. Não achei que ela ia falar na frente de todo mundo.

-- Sim, está tudo bem. – Sorri timidamente e voltei a olhar para o meu prato, dando garfadas.

-- Que bom. Alguém quer ir dançar comigo? – Serena olhou ao redor da mesa para ver se alguém topava, ninguém se manifestou.

– Okay, então eu tenho direito de escolha. – Ela puxou o Nath pelo braço e ele começou a resmungar, claramente não satisfeito. Deixei escapar uma risada e ele sorriu para mim.

-- Mas eu não tenho né. – Falou para Serena antes de deixar a mesa.

  O restante da noite foi tranquilo, ficamos conversando coisas aleatórias e alguns levantaram para dançar, eu fiquei conversando com Serena e Júlia assim que elas voltaram, não quis dançar nem nada do tipo, não curtia muito. Quando fomos embora, a mãe do Brendan me buscou e disse que estava muito tarde, então combinou com a minha mãe de eu dormir na casa dele. Ótimo, justo no dia que ele tinha se declarado para mim. A mãe dele foi conversando conosco por todo o caminho, mas de vez em quando eu parava para prestar atenção em como o Brendan estava.

   Assim que chegamos, ele me guiou para o quarto de visitas.

-- É aqui, você já dormiu várias vezes aí, já está acostumada.

-- Sim, claro.

-- Precisa de alguma coisa?

-- Uma muda de roupas, pode ser sua, seria útil.

-- Verdade, vou pegar. – Riu e se virou para voltar ao seu quarto, mas eu segurei a mão dele por algum motivo.

-- Obrigada, por tudo. Desculpa por não corresponder o seu sentimento, eu sinto muito.

-- Não precisa se desculpar, está tudo bem. Estou feliz só de estar com você essa noite. – Sorriu e apertou minha mão. – É normal você amar alguém mas não necessariamente querer estar com ela romanticamente.

-- Vou logo pegar antes que eu me esqueça. – Riu. Eu gostava de ver ele dessa forma, brincalhão e rindo à toa, não calado e distante.

   Sempre admirei que o otimismo que ele exalava, sempre sorrindo e dizendo que vai dar tudo certo, eu não era dessa forma, achava que se algo tinha para dar de errado, daria. Sentei na beirada da cama que eu sempre me hospedava quando vinha para a casa dele, era muito bem recebida quando estava aqui, a mãe dele se preocupava muito em me ver bem estabelecida, alimentada e feliz, era uma alegria para ela quando eu visitava ele.     

  Após alguns minutos, ele voltou com toalhas, cobertores e algumas camisas, bem mais coisa que eu tinha pedido.

-- Eu vou acampar aqui? – brinquei.

-- Achei que você precisaria de mais coisas. – Começou a rir. – Toma um banho para relaxar, foi um dia meio cheio.

-- Meio?

-- Bastante cheio. – enfatizou a sua primeira palavra.

-- Bem, vou deixar você tomar banho, qualquer coisa só dar um grito.

-- Acho que você se assustaria se eu desse um grito no meio da madrugada.

-- Talvez. Realmente. Não faça isso, nem apareça com o cabelo bagunçado e uma roupa branca, vou tomar um susto com alguém andando pela casa desse jeito. – Riu. – Então só ir para o meu quarto. – falou e depois tentou se corrigir. – Para me falar se precisar de algo, você entendeu...

-- Eu entendi, B. – Comecei a gargalhar, ele ficava muito fofo quando ficava envergonhado.

-- Xau, então. Boa noite. – Disse e foi fechando a porta devagar.

-- Eu te amo. – Falei enquanto ele saía.

-- Eu também.

-- Não fala “também. – respondi.

-- Por quê?

-- Parece que você apenas está concordando comigo.

-- Eu te amo. – Sorriu e finalmente saiu do quarto.

  Eu fui tomar um banho rápido, separei minhas roupas íntimas para usar novamente, já que eu não tinha ideia que nossas mães iam combinar de eu ficar por aqui, eu deveria ter perguntado, mas eu não imaginava nem a existência dessa possibilidade. Deixei meu vestido de festa separado em cima da bancada e entrei no chuveiro.

   Fiquei pensando em tudo que tinha acontecido hoje, desde a conversa com a Camilla no dia anterior, até a conversa com o Brendan. Quanta coisa tinha acontecido em questão de dias, estava mentalmente exausta da festa e de tantos pensamentos rondando a minha cabeça. Não lavei meu cabelo então prendi ele em um coque alto frouxo no topo da cabeça, fiquei olhando para ele após o banho, meu cabelo já estava bem desbotado com a tintura cor de rosa e ainda não sabia se queria retocar. Pensei nos comentários da Marina sobre a cor dele, mas a opinião dela não me importava, contanto que eu gostasse, estava bom para mim. Vesti as roupas do Brendan e senti um cheiro de colônia de lavanda impregnadas nela, me senti abraçada por ele.

   Fui até “minha” cama e deitei, me sentindo aconchegada por todos aqueles lençóis que ele tinha trazido. Tentei fechar meus olhos e dormir. Mas parecia que eu ainda não estava com vontade de dormir, me revirei várias vezes para ver se era a posição que estava, mas nada de eu conseguir cair no sono. Tentei mexer no celular um pouco, mas nada de o sono vir.

  Quando consegui fechar os olhos e dormir um pouco, tive um pesadelo, o mesmo que eu sempre tinha, porém dessa vez era em um cenário diferente, a própria casa do Brendan, tentei acordar para evitar que o pesadelo começasse. Consegui e fiquei olhando para o teto tentando me acalmar por meia hora, depois desisti e peguei meu cobertor e sai do quarto. Fui caminhando pelo corredor gelado e escuro e achei o caminho até o quarto dele. Abri a porta com cuidado, quase acariciando a maçaneta para evitar qualquer barulho incomodo.

  Como previsto, ele estava dormindo na cama dele, com vários cobertores e o ar ligado. Andei bem devagar, na ponta dos pés e sussurrei.

-- Brendan. – sussurrei bem baixinho, com medo de assustá-lo.

-- Hm? – Ele respondeu, mas não tenho certeza que estava acordado.

-- Posso ficar aqui com você?

-- Pode. – Ele foi mais para o canto da cama. Não era uma cama de casal, mas era uma cama de solteiro bem espaçosa. Coloquei-me embaixo das cobertas do lado dele.

-- Não conseguia dormir. – sussurrei.

-- Os pesadelos não te deixaram dormir?

-- Sim. – respondi e me virei para o lado das costas dele. Ele se virou também e ficou me olhando, depois arrumou uma mecha do meu cabelo que estava solta no meu coque e ficou cutucando minha orelha.

-- Isso é bom. – falei e ele deu um sorriso discreto. Ficamos assim por um tempo, até eu me aproximar tanto que estávamos na beirada da cama.

-- Assim a gente vai cair, vai ser linda a cena. – Ele riu baixinho e tentou retirar a mão.

  E a gente caiu no chão, eu em cima dele, caímos que nem uma jaca madura. Começamos a rir, dessa vez alto.

-- Aí meu deus, a gente vai acordar sua mãe. – Eu ri e tapei a boca na mesma hora.

-- Vai mesmo, ela tem sono leve.

-- Vai que hoje ela esteja com um sono pesado. – Ri enquanto tentava não olhar diretamente para ele, estava tão próxima que eu sentia sua respiração na minha bochecha.

  Não sei o que deu em mim, mas quando eu virei o rosto, encostei minha boca sem querer, quando menos vi, tinha dado um selinho nele. Ele acariciou minha bochecha com a mão, tudo isso no chão, nos recusávamos a levantar e trombar um no outro. Até eu desistir e ficar por ali mesmo, ele teve que me levantar e colocar na cama de novo.

   Dormi virada para o lado oposto que ele estava, mas quando acordei, ele estava virado para o meu lado e com os braços em cima de mim. Acordei e percebi que eu não tinha tido nenhum pesadelo, o céu amanheceu e eu estava leve e até feliz, do lado de uma pessoa que eu amava, mesmo que não seja da maneira que ele queria que eu amasse.



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