As luzes se apagaram subitamente. E mais subitamente ainda as luzes se acenderam. Luzes de emergência... Pensei.
- E se for uma pegadinha? Pode ser Bread e seus amigos... Ou até mesmo os meninos...
- Se fosse uma pegadinha vc acha mesmo que eles viriam com a INTENÇÃO DE NOS MATAR???? – grita Iris.
- Ah... – choraminga Cloe.
- Só tava tentando ajudar...
- Então vê se faz alguma coisa de útil ao invés de fixar aí parada!
- Iris... Não seja tão grossa tá... Sabemos que você também está com medo... - choraminga Cloe.
- Não, ela tem razão... Temos que sair daqui, ou vamos morrer aqui mesmo... Nem vai precisar da ajuda deles e então nossos corpos apodrecerão e nunca conseguirão nos tirar daqui... – Cloe se assustou.
- E oq planeja, “líder”? – disse Iris.
- Meu celular está na cozinha... Temos que pega-lo. Que eu saiba, eles não infectaram meu celular...
- Nicole! Olha o que você tá falando! Isso é loucura! Se escuta!
- Cloe tem razão Nicole! Você não sabe quantos deles tem lá embaixo, e eles estão armados. E podem estar nos esperando bem aqui. – Iris apontou para a escotilha.
- Iris, pensa bem. Eles não querem uma presa fácil. Querem caçar... Por isso se vestem como animais... Eu sei os riscos mas precisamos ir lá.
- Alguém tem que ficar aqui... – Cloe fungou. – Pra... Vcs sabem...
Iris me encarou
- Você vai. – disse ela.
Está bem... Lá vou eu... Respirei fundo. A mini portinha de ferro se abriu em cima de mim, saí o mais rápido possível.
- Bata três vezes para entrar. – sussurrou Iris.
Concordei. Me armei com o punhal que havia pegado de lá. Meu coração batia forte. Ouvia três masculinas, vinham lá de baixo. Me agachei e fiquei andando assim. Depois que reparei que ainda estava de short e sutiã. Desci um pouco as escadas e pude ouvir mais claramente:
- Isso vai demorar um século... Ainda preciso dormir em casa... – a voz era abafada, provavelmente por causa das máscaras.
- Uma hora ou outra elas vão sair...
- Ao menos deixaram lanche...
Estavam sentados no sofá e comendo os restos de pizza. Na mesinha de centro havia facas, facões e outros objetos afiados. Engoli seco. Passei por trás do sofá sem dificuldade e cheguei na cozinha. Fui para debaixo da mesa. Respirei fundo. Vai dar certo... Vai dar certo... Cheguei até aqui... Me levantei um pouco e tentei alcançar meu celular, em cima da mesa. Não senti nada. Resolvi me levantar e espiar. Coloquei meus olhos em cima da mesa. Meu celular estava a centímetros de distância da minha mão...
Levantei meu olhar e deparei com um jovem. Um quarto homem? Não usava máscara. Meu coração disparou. Fiquei paralisada. Era da minha idade e usava óculos. Aparência de nerd, talvez o haker? Ele olhou minha blusa, ou melhor minha não blusa. Olhou pra mim, e em seguida para o meu objetivo, meu celular, tão próximo...
Me levantei totalmente e tentei alcançar o celular, ele foi mais rápido e o derrubou da mesa. Me agachei para pega-lo.
- Muleque que barulhada é essa aqui? – o homem me avistou e me chutou, me derrubando. Não doeu, era apenas para me desequilibrar. – Oi...
Ele usava um máscara igual as outras, porém de raposa. Ele subiu em cima de mim enquanto eu estava deitada no chão. Peguei o punhal e tentei rapidamente desferir um golpe em sua barriga. Ele segurou meu braço e o virou, fazendo o punhal cair. O garoto pegou a arma e a segurou com as duas mãos, inexperiente d+ para estar ali, ele estava assustado. O homem em cima de mim ria, ele era pesado, então não conseguia me mover. Ele retirou um facão da roupa e o posicionou em meu pescoço.
- Ah, por favor... Hum... Nicole certo? Foi fácil d+ meu anjinho... Deveria tentar novamente não?
Ele me segurou, me levantando, e me empurrou até a sala. Só havia um homem lá, onde estaria o cara de lobo?
- Coelinho da páscoa o que trazes pra mim? Tripas e sangue... Uma morte ruim... – ele estava deitado no sofá, me seguindo com seus olhares assustadores.
O homem me jogou contra a parede e em seguida jogou no chão meu punhal.
- Vamos Nicole... Onde está seu espírito aventureiro... Aquele rapaz loiro bonitinho não te ensinou nada?
Ai meu deus... Ele era o homem que me seguia!
- Olha... Confesso que esse é o sutiã mais bonitinho que eu já vi vc usar... Pena que não posso tira-lo hoje...
- Vai se fuder!! Seu desgraçado!!
Investi contra ele, que se esquivou e me deu uma rasteira, me fazendo cair de cara no chão. Ele puxou meus braços para traz, me imobilizando.
- Parece que vou ter que te ensinar umas coisinhas... Aaaaa!!!
Mesmo com meu braço imobilizado consegui enfiar o punhal em seu joelho. Ele me soltou. Corri para as escadas. Mas o coelho apareceu bem na minha frente.
- Coelinho da páscoa... – ele virava a cabeça e não parava de cantar essa música.
Tentei dar socos em seu peito. Sem nenhuma dificuldade ele me agarrou, como num abraço.
- Sh... Vai ficar tudo bem... Sh... – ele me apertava, eu gritava e chorava, tentando fugir.
- Vadia!! Arr... – a raposa arrancava o punhal do joelho. – Quer saber? Vão se fuder! Só eu que me ferro nessa história! Olhe para mim... – ele foi até o coelho que estava me abraçando. – Tua amiguinha tirou dois dedos meus... E você me apunhalou! Isso não vai ficar barato sua desgraçada!!
- Sh... – o coelho continuava.
- Só não quebro teu pescoço agora porque esse LOUCO DE HOSPÍCIO FILHO DA PUTA está cuidando da neném dele agora!
- Amor... Silêncio... O bebê está dormindo... – talvez o coelho fosse mesmo de um hospício.
- Porque tivemos que trazer esse cara mesmo? Muleque traz uns curativos pra mim!
Eu estava amarrada e sentada no sofá, ao lado de um coelho maluco que balançava de um lado para o outro enquanto cantava algo que eu não reconhecia. Eu seguia com meus olhos a raposa que andava de um lado para o outro na frente da televisão.
- Porque vocês ainda não me mataram mesmo?
- Amor... Ela falou papai...
- Porque precisamos de todas vocês, e se esperarmos mais um pouquinho eu aposto que uma de suas amiguinhas vem te salvar... E só espero que seja nossa querida Iris... – ele parou de andar e esfregou na minha cara uma mão enfaixada e suja de sangue.
Olhei para o nerd, que me observava. De repente um estrondo. Vinha de cima. Gritos. Meu coração acelerou. Alguém descia as escadas. Passos fortes. Alguém foi jogada bem em cima de mim.
- Iris!!!!
- Nicole!!! – Iris me abraçou.
O homem lobo me segurou pelas cordas e Iris pelo braço. Ele nos jogou no chão, no canto da sala e arrarou as mãos de Iris também, que lutava. Ele se agachou e nos observou.
- Só falta mais uma...
Se levantou e se sentou no sofá, enquanto afiava suas facas. Me aproximei de Iris e encostei meu rosto no dela.
- Porque fez isso Iris...?
- Você não apareceu... Foi tudo culpa minha... Eu mandei vc vir... Me desculpe Nicole...
- Quem cochicha o rabo espicha... – O raposa de agachou próximo a Iris. – Olá meu bem... Quanto tempo... Que dedos maravilhosos você tem... – ele fez questão de pegar na mão de Iris com os dedos que lhe faltavam.
- Vai pro inferno! – Iris cuspiu em seu rosto.
- Se eu for... – ele pegou uma faca. - ...Você vai junto!
- Nãao!! Aaaaa!! Por favor não!!! – gritamos enquanto ele aproximava a faca da mão de Iris.
- Ei!! – o raposa caiu no chão com o chute do lobo. – Não encoste um dedo nelas! Precisamos delas vivas!
Ambos subiram as escadas. O raposa resmungou alguma coisa e mandou dedo do meio para nós. Respiramos fundo. O coelho balançava e nos olhava profundamente.
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