1. Spirit Fanfics >
  2. Alomorfia >
  3. Com Outros Olhos

História Alomorfia - Com Outros Olhos


Escrita por: thaliiahelena

Notas do Autor


Desculpem a demora!

Capítulo 9 - Com Outros Olhos


México 
Nathan pegou o carro de porte que tinha alugado e o guiou conforme a garçonete, que descobrirá se chamar Angélica,  indicava o caminho. Por volta de uma hora e meia depois eles estavam adentrando uma pequena cidade rústica no interior do litoral mexicano. 
Assim que ultrapassou a placa de bem vindos um rapaz saiu do meio das árvores com uma espingarda apontada para o para-brisa. Nathan freou bruscamente e quase se esticou para pegar a arma no porta-luvas quando sentiu a moça segurar em seu braço.
-Não se acanhe, é um dos empregados do senhor Callegari – informou.
Nathan fingiu relaxar e deu um sorriso forçado.
Ela abriu o vidro e botou a cabeça para fora acenando sorridente para o homem.
-Hola, viemos hablar con su señoria.
-Quem esta con usted? – perguntou apontando para o Banco do motorista.
Nathan retirou o cinto e saiu do carro.
-Hola, soy Pilar, vine a conocer a dona Maria Vilanueva. Soy amiga de su nieto, Alexander Callegari.
O homem pareceu meio pé atrás, mas abaixou a arma.
-Identidad, por favor – extendeu a mão para Nathan.
Nathan  abriu o banco do passageiro de trás pegando sua bolsa e retirando o documento.
-Hn, tenga en cuenta que está registrada en el sector de seguridad y que estamos de ojo en usted.
-Entendido.
Nathan voltou para dentro do carro dando partida com uma expressão descontente no rosto.
Cinco minutos depois estavam de frente para uma pequena construção já longe de seus melhores anos. A casa de uma pintura salmão e parecia se estender como uma chácara em um sitio. Na varanda da frente junto a flores e artesanatos tinha uma idosa sentada em uma cadeira de balanço, balançava cantarolando uma canção.
-Oh Angélica - a mulher falou em inglês, sorridente - Não te vejo há algum tempo. Quem é que está com você?
Nathan não ficou surpreso com a habilidade da mulher. Para apurar seus sentidos um dos treinamentos de seu avô foi deixa-lo um dia no escuro. Ele muitas vezes desejou a morte.
-Oi dona Maria, me chamo Pilar – se apresentou – Sou amiga de Alexander.
-Pilar? Nunca ouvi esse nome.
-Seu neto tem muitos amigos, não? - Nathan deu uma risada – Mas não se preocupe, vim conhecer a senhora, pois estava passando uma temporada na cidade e me contaram sobre o acidente.
-Eu não sei quem você é, mas amiga de meu neto você não é com certeza – falou – Pode ir embora.
Angelica olhou para Nathan desconfiada.
-Desculpe se estou incomodando – sua voz transmitia chateação - Mas eu gostaria de saber o que aconteceu com a senhora.
-É mesmo? - a velha deu um risinho baixo - Você não é a primeira.
-Eu não sou ameaça.
Dona Maria pareceu pensativa e falou.
-Angélica, deixe-nos a sós - falou firme – Vou ter uma conversa com essa tal Pilar ai.
Angélica resmungou alguma coisa, mas se afastou para que Nathan ficasse sozinho com a senhora.
Nathan se sentou no muro baixo próximo a Dona Maria.
-Me de sua mão - a senhora pediu.
Nathan estranhou, mas cedeu-lhe a mão.
-Parece que eu estava certa afinal – falou consigo mesma - Você não é Pilar - balançou a cabeça negativamente - Você não é mulher.
Nathan arregalou os olhos e puxou bruscamente a sua mão de volta.
-Surpreso? Percebi no tom de sua voz, é forçado, mas de um jeito que só quem prestar muita atenção pode duvidar – deu de ombros – Por isso pedi suas mãos, apesar de mais delicada que o normal é tão áspera quanto a mão de um homem pode ser, mas para identificar isso você tem que ter tato, como uma pessoa cega.
A idosa sorriu orgulhosa de seu feito.
-Por favor, não conte a ninguém.
-Eu te conto minha historia, se você me responder quem é e o que faz aqui – Maria sorriu - Não ache que vai escapar facilmente da vovó aqui.
Nathan sabia que se tentasse fugir, os seguranças iriam mata-lo, e provavelmente todos naquela pequena cidade ou eram parentes ou eram empregados de Callegari, ele não tinha escapatória. 
-Eu me chamo Nathan – falou bem baixinho com medo de alguém escutar – E estou aqui por que quero tirar seu neto do meu pé.
Fechou os olhos pedindo perdão a todos da sua família.
Ouviu a risada alheia e um risque de um isqueiro. Quando abriu os olhos a senhora tragava com gosto o cigarro no meio de seus dedos
-Alex pode ser bem determinado quando quer alguma coisa – a senhora balançou a cabeça concordando com as próprias palavras – A teimosia está no sangue Callegari.
-Não vai mandar me matar? - falou surpreso.
-Não menino – zombou dele – Para que eu faria isso? Se meu neto está te caçando você já tem muito como que se preocupar.
Nathan, apesar de concordar com ela, ainda a olhava descrente.
-Imagino que esteja colhendo informações para usar contra ele – a mulher voltou a falar – Aqui vai ser meio difícil de conseguir, mas posso mostrar a você quem de fato é Alexander Callegari.
-A senhora me responderia perguntas? - ousou perguntar.
-Não - tragou novamente – Mas você pode ouvir o que eu tenho para contar.
-Tudo bem - coçou a nuca – Aceito seus termos.
~//~
Iago desembarcou na Inglaterra descontente por estar em um local tão frio. 
Usava de forma exagerada dois casacos, um fino e um grosso, e uma blusa de manga junto a uma calça grossa, tênis e uma mochila nas costas. Ficou mais contente depois de ultrapassar a porta da mansão de Callegari e sentir o aquecimento vindo da lareira.
-Me diz – falou alto para quem quisesse escutar – Para que me chamar pra um lugar frio desses? - tremeu se acostumando com o clima.
A empregada se ofereceu para fazer um chocolate quente que foi aceito de imediato.
-Sabia – a voz feminina veio do hall da escada.
Jade descia as escadas com elegância. Estava usando seu casaco de pele e um vestido preto por baixo.
-Tanto barulho só podia ser você - ela disse rindo.
-Gatinha, neste frio eu só preciso de você pra me esquentar – piscou charmoso para ela.
A mulher riu e abraçou Iago que a recebeu de bom grado nos braços.
-Senti saudades, aqui só tem idiotas – segredou.
O homem riu e lhe deu um beijo estalado na bochecha.
-Sua pele está fria como sempre – falou para ela.
-Pronto – Luca adentrou o cômodo revirando os olhos – Juntou o casal.
Iago revirou os olhos para o comentário de Luca e passou um braço pela cintura de Jade.
-Você tem razão - falou pra moça - Aqui só tem idiotas.
Luca fechou a cara e Jade riu, mas antes que desse uma resposta Chris entrou na sala.
-Ótimo, você chegou – Chris falou dando uma rápida olhada em Iago voltando a olhar o tablet sorrindo – Que frio hein?
-Nem me fale – se soltou de Jade – Robozinho – cutucou o ombro de Chris – Sabe o que o chefão quer comigo?
-Ultimamente não sei o que ele quer com ninguém - suspirou.
-A coisa tá feia assim, é? - fez uma careta.
A verdade é que Alexander andava frequentemente irritado, principalmente pelo fato de Nathan, com apenas dezesseis anos, estar conseguindo fugir dele. Parece que a todo momento alguém está cobrando que ele faça alguém pagar por seus tormentos. E infelizmente esse 'alguém' são as pessoas do seu grupo.
-Sinceramente, eu também não entendi – Jade se pronunciou – Ele mandou o Sandro para o México e daqui a três dias eu vou me encontrar com ele. 
-Sandro ainda tá trabalhando com a gente? - Iago arregalou os olhos – Esse animal não dá um passo sem que você o oriente.
-Ele tá por um fio.
-Vamos conversar com o Alex no escritório – Chris cortou – As paredes daqui tem ouvidos.
~//~
Dona Maria e Nathan seguiram para dentro de casa.
O ambiente parecia típico de uma casa de idosa. Cheio de fotografias e artesanatos, além de aparelhos antigos e quase nada "atual" ou "moderno" por ali. A casa se diferenciava pela adaptação a pessoas cegas, os móveis bem afastados, o piso de madeira lisa, sem perigo de alguém tropeçar em algo no chão.
A senhora se sentou na poltrona da sala e indicou o sofá, onde Nathan se sentou em seguida. A mulher tocou um sino e uma moça saiu de um aposento para lhe servir chá.
-Esta es Pilar, Martha – apresentou - Ella se quedará con nosotros por un tiempo
-Sí señora - sorriu para Nathan.
Nathan a observou servir o chá para ambos e se retirar.
-Bom, vamos conversar de verdade agora – voltou a falar inglês.
-Estou ouvindo.
-Minha filha sempre foi do tipo de menina que se envolve com pessoas erradas – suspirou – Desde que estava no colégio ela só envolvia com encrenca, por mais que eu puxasse a redia ela se soltava. Largou o colégio e acabou virando prostituta, eu chorava todos os dias por ela e tentava sempre fazer ela tomar juizo, mas foi quando ela conheceu Giovanni que tudo mudou. Ele se apaixonou por ela e queria lhe dar uma vida melhor, mas minha menina sempre foi um espirito livre e nunca se amarraria a ninguém, mas ela cedeu aos encantos dele e acabou gravida.
Nathan balançou a cabeça entendendo a situação, a filha de dona Maria acabou presa a ele de qualquer maneira.
-Mas ela tentou esconder primeiro, mas Giovanni quis o filho e queria muito ela, mas ela morreu ao dar a luz. Desde então Giovanni tem cuidado de mim, até cinco anos atrás quando me sequestraram para conseguir alguma coisa dele. Eu não abri a boca e eles furaram meus olhos – Nathan tremeu, mas Maria parecia firme – Giovanni jurou que os infelizes iriam pagar e pagaram, mas ele gerou uma guerra e acabou morto.
-Sim, eu soube - não iria dizer a ela que havia sido seu irmão.
-Então Alexander meu menino que cresceu com pai, sempre tão forte e inteligente, sempre a frente de qualquer pessoa, se sentiu culpado por não conseguir impedir a morte de seu ente querido – suspirou cansada – Entenda que com a máfia é "Aqui se faz. Aqui se paga" e então ele jurou que mataria quem matou seu pai e desde então está nesta guerra sem me dar noticias.
-Você sabe os metodos que ele usa? - Nathan perguntou por curiosidade.
A senhora sorriu com pesar.
-Eu prefiro não pensar nisso.
Nathan fechou a cara diante desta atitude.
-Você prefere não pensar? Não pensar em que? Que seu neto é como as pessoas que fizeram isso com você!
-Cale a boca!
-Acabo de crer que a senhora é cega desde sempre – rebateu - Você simplesmente defende um ser humano desses que ameaça pessoas inocentes, que mata por sede de vingança, que obriga as pessoas a agirem como marionetes manipuladas por ele.
-Você não sabe o que diz – Maria gritou – Alexander ajuda muita gente.
Nathan aplaudiu
-Bato palmas pra ele e sua corja de mentirosos – Nathan se levantou – A senhora é tão cruel quanto ele.
Nathan caminhou até a porta.
-Meu neto não é isso que você pensa dele, ele cuida dos seus.
-Então vou te revelar o motivo de eu estar aqui, para senhora ter uma noção de que seu neto não chega nem perto desse sonho que a senhora vive.
Chegou perto da poltrona de Maria.
-Meu nome é Nathan Thompson, eu fui criado por Klaus e Mia Thompson, meu irmão é Spencer Thompson o responsável por matar Giovanni. Minha família toda está morta agora, incluindo meu pai Dick que nunca teve sequer qualquer envolvimento com a máfia, meu avô me vendeu em um acordo para salva-los e nada disso adiantou. Fui obrigado a me vestir de mulher e me tiraram tudo que me deixava feliz, e tudo porque foi da vontade de seu neto. Por favor, não venha me convencer que esse monstro que me persegue é do bem – soluçava ao soltar as palavras que estavam presas em sua garganta.
-Sinto muito – foi tudo que Maria foi capaz de dizer.
Minutos em silêncio vieram em seguida quando ela voltou a se pronunciar.
-Ofereço a minha proteção.
-Eu não sou idiota – Nathan revirou os olhos – Eles já devem estar vindo ao meu encontro.
-Posso te encobrir até você sair do país - a mulher se levantou e caminhou até Nathan segurando em seu braço - Fique aqui até amanhã, não tenho nada que o ajude a se manter seguro por muito tempo, mas posso te dar cobertura enquanto estiver aqui.
-Eu agradeço.
~//~
-Trouxe as coisas que pedi a Nico? - Alexander disse a Iago.
-Está tudo aqui – entregou a mochila – Para que me quer neste país horroroso? 
-Londres é linda meu caro – Alexander deu uma risada.
-Não para mim.
-Preciso de alguém cuidando dos Thompson para mim – explicou – Jade vai para o México, Luca e eu vamos ter de voltar para Itália resolver alguns assuntos pendentes e Chris vai para os Estados Unidos concertar a cagada que o Sandro fez por lá ao deixar a tal Sarah matar o 'cachorro louco'.
-Beleza chefe, deixa comigo – bateu continência – Escuta, Mia está bem?
-Não, mas ela não é a causa dos meus problemas diários, o problema está em Spencer.
-(Ah o arrombado está aqui) - falou em sua língua natal, ou seja o português - Ok, não vou deixar nenhuma cagada acontecer.
-Espero – Alexander suspirou cansado – Por enquanto é só. Pode ir se divertir com a Jade.
-Valeu - e saiu porta afora.
Alexander encarou a pasta de Nathan que Chris deixou em cima de sua mesa e olhou para a foto.
-Garoto, você tem me dado muito trabalho – falou sozinho – Mas isso só confirma que você é o mais preparado para ficar em meu lugar. E eu vou te encontrar.

 

 


Notas Finais


Como é espanhol não acho que precise de tradução, Mas se alguém quiser só é me pedir, beijocas e ate.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...