História Alpha - Vkook - After that

Jinyoung bocejava preguiçoso no jardim do palácio de Aequor, com o avanço de sua gravidez ficava cada vez mais indisposto, apesar de toda a felicidade e ansiedade de ver seu filhote nascer logo.

Jimin acompanhava o irmão, um assistente do Conselho lhe ajudava com a administração do reino, eram muitos papéis para uma só pessoa ler, sua vista se embaralhava, precisou de um momento de distração.

Retirou os óculos redondos de sua face e suspirou cansado, estava muito indisposto, seu cio estava chegando e nada de Jeongguk voltar, aquilo lhe deixava enfurecido.

Já faziam 12 dias e nada do homem aparecer, seu marido havia simplesmente evaporado, ainda pensava no incidente da voz de um ômega na cabana abandonada no final do território de Aequor mas com todos aqueles outros problemas muito mais importantes aquilo era apenas um mero detalhe, não cobrava fidelidade num casamento forçado e às pressas.

Estava apenas conformado, sabia disso mas precisava arranjar um jeito de conseguir um herdeiro, seu contrato estava acabando.

Seu irmão lhe fitou sereno, Jinyoung exalava uma calma que lhe assustava e às vezes o irritava, estendeu uma das mãos cobertas por luvas próxima ao rosto do caçula, tímido dedilhou sua face, o confortando.

"Seja o que estiver pensando, vai ficar tudo bem." Disse baixinho, era quase como se falasse consigo mesmo. "Você é esperto suficiente para conseguir resolver todos esses problemas, eu sei que é." Sorriu com os lábios gordinhos se espremendo para exibir os dentes branquinhos, enrugando também o cantinho de seus olhos numa feição gentil.

Jimin percebeu que talvez não odiasset tanto assim o irmão ao escutar aquelas palavras.

~

Jeongguk abriu os olhos incomodados com a claridade que escapava pela clarabóia do teto da cabana, era cedo e seu cio já havia acabado uns dois dias atrás aproximadamente, não sabia como conversar com o oficial Kim, era vergonhoso.

Manteve o olhar baixo durante os dois dias de recuperação de seu lobo, não sabia o que falar ou fazer após acordar.

Era um silêncio mortal naquela cabana minúscula, não falavam um com o outro mas se cuidavam, o alfa lhe deu banho nos dias após o cio turbulento, e Jeongguk arriscava no fogão de lenha a aquecer alguma coisa que sua criada trouxe.

Taehyung entendia seu lado e tentava lhe avisar que tudo estava bem, avisava que não contaria seus segredos para ninguém, era uma promessa.

E um Kim nunca poderia quebrar uma promessa.

Jeongguk esperava que ela fosse cumprida, ou seria morto pelo próprio reino, seria decaptado por traição.

A vida era injusta com os ômegas, apertou as mãos nos próprios ombros, estava com medo, mesmo sendo um alfa.

"Temos de ir em breve, senhor Jeongguk." Taehyung saiu da cabana logo após aquela curta frase, caminhando com uma espada na altura do quadril, não era mais Kim Taehyung, um islaniano jovem e com muitas ambições pessoais, era apenas oficial Kim, um profissional exemplar em terras estrangeiras fazendo sua patrulha pela cabana.

Jeongguk teria de se adaptar com a mudança.

Sacudiu o próprio rosto como se aquele ato fosse limpar seus pensamentos bagunçados.

Teve de respirar fundo, estava ainda com medo, não sabia o que faria ao chegar em seu palácio, como sustentaria aquela mentira tendo mais uma pessoa sabendo dela.

Pessoa está que além de seu colega de corredores acabou por caminhos tortos se tornando sua primeira vez, esperava ela muito mais pomposa antes.

Seu sonho adolescente de sua primeira vez ser com um alfa gentil de Aequor o beijando com carinho e tomando seu corpo para si passou muito longe da realidade, foi tudo turbulento, confuso, bruto demais.

Era estranho.

Mais ainda sua dependência emocional após aquilo, só queria um descanso.

Nem isso era capaz de ter, sabia bem que iria ter de tomar um interminável banho de ervas até seu cheiro doce se camuflar no meio do das folhas, só queria chegar em seus aposentos e dormir até o outro dia, não se importaria caso Jimin também estivesse ali ao seu lado.

No lugar disso teria uma pilha interminável de papéis para resolver que sabia muito bem que o esposo também não conseguia tomar conta sozinho, sentia muita culpa por o usar daquela maneira, ele merecia muito mais.

Quis se embolar num lugar macio e dormir, o típico método de aninhar, feito por ômegas, se sentiam mais seguros num lugar com o cheiro de algum parceiro ou pessoa que sentisse afeto, como forma indireta de dizer que estava protegido, tendo uma correlação estranha com a possibilidade de futuras gravidezes e proteção dos filhotes.

Aquilo era muito estranho para si, mesmo que já levantado e bem melhor se comparado à como estava dias atrás queria demais voltar para o quartinho e aninhar no Islaniano até o fim dos tempos.

Ou pelo menos até todo aquele apocalipse de sentimentos que sentia.

Foi até aquele banheiro minúsculo da cabana de madeira, havia apenas uma pia pequena, uma banheira menor que si onde seus tornozelos ficavam de fora e uma privada simples, nada de esplêndido.

Era um lugar tão melancólico.

Sentia falta de se sentir em casa.