P.O.V Panqueca
Eu ainda não acreditava que ele havia feito aquilo. Ele me prometeu que não iria lutar! Aquele... Mentiroso... Desgraçado.... Corri atrás dele e agarrei seu ombro, fazendo-o se virar pra mim.
- O que foi? O que você quer?
- Você me prometeu! Prometeu que não lutaria com ninguém!
- Eu não prometo nada pra você! Você não manda em mim!
Ele se soltou e voltou a andar, mas eu o interceptei novamente.
- Como assim? Você PROMETEU Biel! Não é algo que você simplismente acabe de uma hora pra outra!
- EU NÃO TENHO QUE OBEDECER NEM A VOCÊ, NEM A ESSA ESCOLA, NEM MUITO MENOS Á UMA PROMESSA IDIOTA!
- Retire o que disse!
- O que?
- RETIRE O QUE DISSE AGORA! - Lhe dei um tapa no rosto, deixando a marca de cinco dedos em sua bochecha. A essa altura, a maioria da multidão que ficou assistindo ele lutar com a Aurora já estava nos observando, ansiando por outra luta. Ele passou suavemente a mão pela bochecha, olhando-me cheio de raiva.
- Você não fez isso.
- SIM, EU FIZ! E EU VOU FAZER DE NOVO! Biel, por favor, olha pra mim...
ele olhou pra mim com ódio no olhar, e levantou o tom de voz.
- O QUE VOCÊ QUER?
- N-não grite comigo! Eu só estou dizendo que você me prometeu que não lutaria com ninguém!
- E POR QUE NÃO? QUAL O GRANDE PROBLEMA EM TER UM POUCO DE DIVERSÃO?
- Diversão? Biel, ACORDA! Esse é exatamente o problema! Quando você tenta se "divertir", sempre vai longe de mais! Você a machucou de verdade! Podia até ter sido pior!
- E QUEM LIGA? EU FAÇO O QUE EU QUISER, E NEM VOCÊ NEM NINGUÉM PODE ME PARAR.
Olhei-o nos olhos, com algumas lágrimas escorrendo pela bochecha. Os olhos dele... Um dos olhos brancos... Outro vermelho. Levantei a mão pra desferir-lhe outro tapa, mas ele a segurou no ar.
- Mais um passo... E eu não vou me segurar.
Ele estava com a cabeça, baixa, e tentava não se extravasar. Não aguentei, e com a outra mão, lhe dei um tapa mais forte que o outro. Ele olhou pra mim, e soltou minha mão. Ele olhou no fundo dos meus olhos, e eu tentei me esquivar, mas não consegui. Ele agarrou meu braço e o puxou pra trás me imobilizando. Então, ele empurrou meu braço até que eu tocasse minha mão em meu pescoço, fazendo-me gritar de dor.
- BIEL! POR FAVOR! - Ele soltou meu braço no mesmo instante, e olhou pra mim com arrependimento no olhar. Chutei seu estômago, fazendo-o voar até bater na parede. Ele cuspiu um pouco de sangue e limpou o queixo, olhando pra mim com surpresa e ódio nos olhos.
- Nunca mais faça isso, seu... - Eu me aproximei dele e tentei chutar seu rosto, mas ele segurou minha perna, se levantando. Ele era bem mais alto que eu, então ele esticou minha perna quando levantou, fazendo-me cair no chão.
- Sua... Mentirosazinha falsiane... - Ele soltou minha perna e pisou em minhas costas. Me levantei com certa dificuldade, e meu serne brilhou na minha cabeça. Um diamante azul cristalino, o serne puro da água. Ele sorriu.
- Então, vamos brincar á sério? Quem é que não queria lutar a pouco tempo?
- Cala a boca! - Estourei um bebedouro que tinha perto de nós, e uma rajada forte de água foi jogada em seu rosto, lançando-o para o lado. Ele amorteceu a própria queda com uma bolsa de ar, e o ar se comprimiu em volta de mim. Eu sabia o truque dele. O ar em volta da água começou a girar em uma velocidade incrível, comprimindo-se até que a água evaporasse.e se tornasse vapor.
- ISSO É INJUSTO, SEU MALVADO! - Falei fazendo com que a água do bebedouro viesse com mais potência, atingindo-o em cheio. Ele foi jogado longe, mas impulsionou a si mesmo de volta com uma forte corrente de ar, agarrando-me pelo pescoço e me levando até a parede em uma velocidade sobumana, batendo-me contra a parede violentamente. Gemi de dor, e cuspi um pouco de sangue em sua jaqueta preta. Seu olhar parecia cheio de arrependimento, mas ele chutou-me na barriga.Abracei seu pescoço, envolvendo-o. Ele me olhou sem entender, até que usei-o de escora e chutei sua barriga com os dois pés, derrubando-o no chão e ficando em cima dele. Senti uma forte corrente de ar me empurrar pra longe, enquanto ele se recuperava do susto. Ordenei que a água empurrasse-o para cima, jogando-o para o alto.
- É divertido aí em cima? - Perguntei enquanto a água me levantava como um enorme trono azulado. Ele se mantinha flutuando no ar, enquanto eu tinha que fazer a água levantar-me. Então, segui-se uma batalha inacreditável no ar. Ele era tão rápido, que eu não conseguia acompanhá-lo. Sentia seus socos e golpes por todo o meu corpo, sentia os hematomas ardendo e doendo, mas não conseguia revidar, estava me esgotando cada vez mais. Então, não pude mais aguentar e cai. Olhei-o com desespero, e ele tentou agarrar meu braço, mas eu acabei caindo. Estávamos tão alto... Havia perdido a noção de tempo, até que vi atrás dele um lindo pôr do sol... Então senti algo agarrando-me violentamente e me grudando a seu corpo, minha cabeça apoiada em seu ombro enquanto as lágrimas escorriam.
- Você... Meu Deus Queca, nunca mais me assuste assim... - Ele disse me abraçando com força.
- Você falou que nunca iria se submeter a uma promessa idiota... E todas as promessas que fizemos quando éramos crianças?
Flashback on
Nós brincávamos no jardim, até que eu tropecei e cai. Ele me levantou e cuidou de mim.
- Prometo que nunca vou te deixar se machucar!
-------
Meu melhor amigo morrera, eu não podia aguentar essa dor, até que ele me abraçou e deixou-me chorar em seu ombro.
- Prometo que nunca vou te deixar chorando sozinha.
------
Nossa mãe estava muito doente, eu não sabia mais o que fazer, fugi para a floresta e me perdi. Já era tarde, e ele me achou.
- Prometo que nunca te deixarei sozinha.
Flashback off
- Desculpa... Prometo... Nunca mais te ferir de novo.
- Eu... Te amo, Biel.
- Eu também te amo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.