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História Alteridade (Drarry) - Quadragésimo Primeiro


Escrita por: OAleCampos

Capítulo 42 - Quadragésimo Primeiro


No meio daquela confusão, Harry foi sugado para dentro do meio da multidão e perdemos o nosso contato visual. Procurando-o pelo meio das pessoas, percebi que Neville permanecia estático e trocava um olhar tenso com meu primo. Algo havia acontecido e algo estava acontecendo agora. O garoto de Gryffindor simplesmente fez uma expressão de desaprovação e deixou o pátio, se perdendo também no meio da multidão. Drachen se apoiou sobre o alambrado que separava a multidão de nós, em cima do palanque e parecia bem abalado com aquilo tudo.

– Vocês vão poder ficar juntos – disse, tentando conforta-lo – daremos um jeito de acabar com essa loucura do meu pai – finalizei, abraçando-o parcialmente e tentando abrir o sorriso mais sincero que conseguia diante de tudo o que estava acontecendo.

– Olha, o amor! – gritou Rita, enquanto apontava para nós dois, meio abraçados – é bom que o casamento comece com tanto sentimento e emoção assim.

Apenas fechei meus olhos e respirei profundamente cinco vezes antes de pensar em fazer qualquer outra coisa que fizesse eu me arrepender depois. Olhei para o meu pai e ele me encarava, como se dissesse com os olhos “já sabe o que fazer”.

Acenei para a multidão enlouquecida e fingi estar muito feliz e satisfeito com aquilo tudo. Minha mãe e tia Eileen se aproximaram de nós, juntando-se ao nosso abraço. Minha mãe, definitivamente sabia que algo errado estava acontecendo e demonstrou, em seu abraço, que eu teria seu apoio acima de qualquer coisa. Estava claro que o único satisfeito com tudo aquilo era o meu pai, porque tudo isso só o ajudaria a recuperar o brilho que o nosso nome havia perdido junto com a derrota de Voldemort. Tia Eileen parecia estar imparcial quanto àquilo naquele momento, percebendo que aquilo não passava de um delírio do meu pai.

– Me desculpem, mas não posso mais fazer isso – falou Drachen, se soltando de nós e descendo do palanque, sumindo na multidão.

O abraço se desfez e Tia Eileen olhou seu filho partir dali, parada, procurando entender exatamente o que estava acontecendo.

– Narcissa, se importaria se eu falasse com o Draco a sós por um momento? – perguntou minha tia, já me puxando pelo braço.

– É claro – confirmou minha mãe, indo na direção do meu pai que ainda falava com os repórteres.

– Draco – ela olhou em volta para ver se ninguém ouvia o que estava falando – vocês realmente não querem se casar, não é mesmo?

– Tia – suspirei e conferi se meu pai ou outra pessoa estaria ouvindo nosso papo – eu tive algo com o Drachen há muito tempo. Eu tenho outra pessoa agora. Acho que sempre tive.

Ela pareceu me analisar com cautela antes de conectar seus pensamentos.

– Eu achei que Drachen gostasse de você, pelo menos foi o que seu tio me disse, ou fez parecer...

– Gostava – me prontifiquei a explicar – mas agora eu acho que ele tem outra pessoa também.

– O que você quer dizer com isso? – ela franziu o cenho e conferiu novamente para ver se não estávamos sendo observados.

– Acho que a única pessoa que vai saber te explicar isso, vai ser seu próprio filho.

Ela pareceu compreender muito bem o que eu estava dizendo. Não haveria nada que eu pudesse dizer para ela. Ainda que eu tivesse ciência de que algo estava acontecendo entre Neville e meu primo, eu não poderia afirmar exatamente o que era e qual era a intensidade daquilo. Ela teria que conversar com seu filho e deixar que ele lhe explicasse tudo o que acontecia consigo.

xXx

Disparado pelos corredores de Hogwarts, Drachen sabia muito bem onde estava indo. Há tão pouco tempo o conhecia, mas sabia exatamente onde o encontraria. A estufa seria o lugar ideal para procurar Longbottom. Palpite correto, pois assim que entrou no ambiente, viu Neville manipulando algumas ervas num canto da sala.

– Eu sabia que te encontraria aqui – disse o loiro ao cruzar a porta.

– Hum – murmurou o outro ainda manuseando a planta, de costas para o primeiro.

– Neville, por favor – iniciou, se aproximando do moreno.

– Malfoy, eu é quem te peço – interrompeu, largando as ervas sobre a bancada – para com isso.

Neville se virou e o sonserino pôde observar seu rosto marcado de lágrimas.

– Eu te amo – declarou Drachen, chegando perto o suficiente para os seus rostos conseguirem sentir o calor um do outro.

– E adianta alguma coisa? – respondeu Neville, virando o rosto e passando a mão pelas lágrimas que haviam acabado de descer.

– Eu estou tão transtornado com isso quanto você, acredite – contestou meu primo, virando o rosto de Longbottom para si.

– Você não tem motivo para fazer isso – proferiu Neville com os olhos mais mareados ainda – você sempre gostou do Draco e todo mundo sabe disso.

– Neville – ele suspirou – as coisas têm mudado ultimamente. Está tudo acontecendo muito rápido, mas eu gosto de você agora.

– E o casamento de vocês? Tem certeza de que não era isso que você sempre quis?

– Era o que eu queria antes – justificou – agora tudo o que eu tenho com o Draco é um filho. Eu estou apaixonado por você.

Neville hesitou antes de empurrar Drachen e se afastar dele, parando do outro lado da sala, novamente de costas, enquanto limpava o rosto molhada na camisa.

– Não posso ter nada com você se você estiver preso a esse casamento.

– É um delírio do meu tio, nós vamos dar um jeito nisso.

Neville se virou para o outro e após uma profunda respiração, respondeu:

– Então quando você estiver livre disso, você vem atrás de mim.

O moreno saiu dali rapidamente, sem dar qualquer direito de resposta ao outro, que ficou ali, mais destruído do que quando entrara.

Agora nós dois estávamos impedidos de vivermos o amor que queríamos simplesmente por culpa de um capricho egoísta do meu pai.

Minutos mais tarde, Drachen decidiu se sentar às margens do lago negro para refletir sobre tudo o que estava ocorrendo. Jogava pedras e as via quicar até afundarem no fundo do lago. Agora, mais que nunca, estava completamente arrependido por tudo o que havia feito.

Eileen viu seu filho sentado numa pedra e se aproximou devagar, sem a intenção de assusta-lo. Ao caminhar até meu primo, pisou em algumas folhas secas que estalaram. O garoto virou-se na direção de sua mãe.

– Como me achou aqui?

– Eu também costumava vir aqui quando estava triste – explicou – já faz muito tempo que não visito Hogwarts.

O loiro apenas escutou-a e retomou seu passatempo com as pedras.

– O Draco me explicou o que aconteceu e o que está acontecendo – iniciou, tentando demonstrar alguma casualidade.

– Mãe, você é tão culpada quanto meu tio – acusou.

– Drachen, eu não tinha ideia do que estava acontecendo aqui – se justificou a mulher – tudo o que sabia sobre você, era dito pela sua tia e, principalmente, pelo seu tio! Você se preocupou em me mandar uma carta alguma vez nesse semestre?

Ainda que contrariado com aquilo tudo, percebeu que não adiantava querer culpar sua mãe pelo que estava acontecendo com todos nós.

– Se você quer se reparar, convença-o de acabar com essa besteira.

– Drachen, você sabe que seu tio é muito difícil de se contrariar – sibilou, cansada.

Ele apenas assentiu e deu de ombros.

– Você tem a noção do que isso está me custando?

A mulher sinalizou com a cabeça negativamente. O outro Malfoy se levantou e limpou a calça com as mãos, ficando de frente para sua mãe.

– A pessoa – ele pausou, fechou os olhos e pressionou os dedos na ponte do nariz – que eu gosto, não quer ficar comigo por causa dessa história estúpida de casamento.

– Você está com alguém? Quem? – questionou a mulher, curiosa.

– Se você realmente se importasse, já teria dado um jeito de acabar com o espetáculo do seu primo.

Irritado e decepcionado com sua mãe, saiu dali caminhando numa velocidade um pouco acima da usual, afastando-se rapidamente da mulher que o criara e agora, se tornava uma das responsáveis pelo fiasco de seu destino.

xXx

Demorou até que eu conseguisse sair de toda aquela confusão. Fui obrigado a fazer entrevista coletiva com milhares de pessoas desconhecidas e repórteres que eu não gostava – como Rita Skeeter e seu sensacionalismo sem limites. Corri pela escola até o Grande Salão, onde Harry estava sentado com Hermione e Ron. Ele parecia arrasado e aquilo destroçou meu coração. Me aproximei vagarosamente, sentando-me ao seu lado.

– A gente vai sobreviver a isso, eu te garanto – prometi.

Ele se virou para mim e colocou uma das mãos sobre minha barriga, acariciando-a.

– Nosso bebê – disse já com as lágrimas rolando pelo rosto.

– Nosso bebê – respondi, colocando a mão sobre a dele.

Hermione e Ron se entreolharam e parecia também muito tristes por tudo o que estava acontecendo entre nós.

– Eu falei com a minha tia e parece que ela está do nosso lado agora – comentei.

– Eileen Malfoy? A mãe de Drachen? – perguntou Hermione.

– Sim, a gente conversou há algumas horas – confirmei – creio que ela tentará conversar com meu pai. Ela foi enganada por ele.

De repente, os olhos de Potter se encheram de esperança e senti uma ponta de alegria invadir o meu peito. Sua alegria, por menor que fosse, fazia com que eu não perdesse a vontade de lutar para conseguir ficar com ele para sempre. Nesse momento, senti um dos bebês mexer. Provavelmente, era o bebê de Potter sentindo que seu pai estava ali, pertinho dele. Minha vontade era de agarra-lo e beija-lo da maneira mais intensa possível, mas agora, eu havia assumido publicamente um relacionamento com Drachen e não poderia ser visto aos beijos com outra pessoa.

– Pessoal, vocês estão lembrados que amanhã temos o nosso primeiro teste que vale pontuação para a nota final? – comentou Hermione com cautela.

– Droga! – exclamou Weasley – Com essa confusão toda, nem me lembrei disso.

– O fim do ano letivo já está chegando – enfatizei, triste.

– O que quer dizer que seu casamento...

– Sim – evitei que ele terminasse a frase – precisamos continuar pensando nisso.

– E ainda estudar para não reprovar – lembrou Hermione.

– Como futuro Auror, você não pode ter notas baixas – alertou Minerva, surgiu atrás de nós – perdão, eu ouvi um pedaço da conversa de vocês.

Apenas assentimos.

– Olha, eu sei que o que seu pai fez não foi algo legal, Draco. Se vocês precisarem de ajuda com alguma coisa – ofereceu a diretora.

– Obrigado – respondeu Potter – você sempre foi muito legal conosco, Minerva.

Ela se curvou até ficar próxima de nós e sussurrou:

– Eu sempre soube de tudo e vou ajuda-los no que estiver ao meu alcance – piscou.

Ela se afastou de nós e seguiu na direção da saída.

– Essa mulher é quase tão brilhante quando Dumbledore – falou Ronald, pasmo.


Notas Finais


Está sendo um prazer imensurável compartilhar todos esses capítulos com vocês até hoje. Beijos!


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