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História Alteridade (Drarry) - Sexto


Escrita por: OAleCampos

Notas do Autor


Agora começa a azedar... :x

Capítulo 7 - Sexto


“Times you been hurt before

I can see it in your eyes.

You try to smile it away,

Some things you can’t disguise.

 

Don’t wanna break your heart.

Maybe I can ease the ache, the ache

So, let me give you heart a break.”

(GIVE YOUR HEART A BREAK, Demi Lovato)

No dia seguinte, saía com Drachen da aula de poções ministrada pelo professor Slughorn, quando cruzamos com Harry no corredor. Naquele semestre, apesar de estarmos no mesmo ano, fizemos escolhas diferentes em algumas matérias opcionais. Harry parecia bem apreensivo.

            - Bom dia, Harry... – cumprimentei-o.

            - Bom dia, Draco – ele disse, tentando disfarçar sua inquietação com alguma educação – você viu a Ginny por aí?

            - Na verdade, não – falei com um tom um pouco confuso – aconteceu alguma coisa?

            - Não sei – ele disse, olhando para todos os lados – encontrei com Luna há alguns minutos e ela me disse que a Ginny pediu para sair da aula de feitiços porque se sentia mal, desde então não a viu mais.

            - Hm, isso não me parece bom – virei os olhos para meu primo – Drachen, você pode levar minhas coisas para o meu quarto? Vou ajudar Harry a encontrar sua namorada – pedi, praticamente colocando os livros em seus braços.

            - Claro – ele respondeu muito educadamente.

            - Obrigado, Draco – Harry abriu um sorriso amarelo.

            Começamos a andar em direção à Ala Hospitalar para iniciar nossa busca conjunta pela Weasley ruiva. No caminho, cruzamos com várias pessoas de sua sala e ninguém sabia de seu paradeiro. Chegando ao quinto andar, madame Pomfrey afirmou com veemência de que a garota não estivera por lá durante toda a manhã. Alguma coisa parecia errada. Se ela estava se sentindo mal, o comportamento mais lógico seria ir até a enfermaria, mas ela não o havia feito. Com base nos relatos de que ela realmente parecia passar mal, sugeri que fôssemos até a sala comunal da Grifinória e perguntar para alguma menina se ela repousava em sua cama. Esperei do lado de fora e Harry saiu com uma cara desanimada: ela não estava lá.

            Harry, apesar de preocupado, se convenceu de que ela deveria estar fazendo alguma coisa importante e que logo reapareceria. Com certeza foi a forma que ele encontrou de aceitar que não havia mais nada que pudesse fazer para encontra-la. Nos encontramos com os demais no pátio de entrada e decidimos conversar na beira do lago negro, pois fazia um sol ameno e o clima estava agradável para nos esquentarmos um pouco na luz natural.

            Foi aí que as coisas ficaram ruins. Ao nos sentarmos num tronco de pinheiro que estava derrubado próximo às margens, vimos uma cena pouco agradável. Ginny estava agarrada a outro aluno de sua sala numa árvore não muito longe dali. No princípio, quis acreditar que pudesse ser qualquer outra pessoa, mas era inegável que as chances de haver outra aluna da grifinória tão ruiva e com a pele tão branca eram quase nulas. As suspeitas se confirmaram quando vi Harry puxa-la pelo braço e sua face ruborizada tentar emitir qualquer som em sua própria defesa. Todos estavam tão atônitos quanto eu, pois ninguém tivera nervo o suficiente para se dirigir até ele e segurá-lo. Não acreditava que Harry tivesse coragem de bater nela, ele era educado demais para isso. Ainda considerando o fato de que, além de ser sua namorada – ou talvez ex, naquele momento – ela era irmã de seu melhor amigo de muitos anos.

            O outro aluno, cujo o nome eu nunca cheguei a saber, correu em direção ao castelo sem pronunciar uma palavra sequer. Covarde. De longe, vi que ela tentava se defender de alguma maneira qualquer. Seu discurso era completamente previsível: “não é isso que você está pensando”, ela deve ter implorado. Ridícula. Harry não merecia aquilo. Eu cheguei a acreditar que os dois eram felizes.

            Pouco depois, vi Harry subir em disparada à escola e sumir no meio dos alunos que transitavam pela porta principal. Todos tentamos alcança-lo, mas não fomos bem sucedidos. Ele foi rápido e sumiu no meio da multidão. Ginny ficou no chão no lugar onde estava, cobrindo o rosto com as mãos e chorava muito. Não sei se de vergonha pela sua atitude ou por ter sido pega. Ela poderia estar fazendo isso há muito tempo e ninguém desconfiava. Ronald estava vermelho e gritava com a irmã, enquanto Hermione o segurava e pedia que ele falasse mais baixo, pois toda aquela cena já estava atraindo a atenção de estudantes curiosos. Com todo aquele escarcéu, Harry estaria na capa do Profeta Diário com a manchete “Herói do mundo bruxo é traído pela namorada”.

            Pedi a Drachen que ficasse com Hermione e a ajudasse a conter Ronald, pois estava com medo de que ele fosse capaz de agredir a irmã num impulso guiado pela raiva cega. Corri em direção à sala da Grifinória e pedi a Neville que entrasse e buscasse por Potter. Ao sair, ele me disse que o outro não estava nem no salão comum, muito menos em seu dormitório. Passei as mãos pelo meu cabelo e massageei as têmporas enquanto imaginava aonde ele poderia ter ido, até uma ideia surgiu na minha mente como raio. Eu tinha certeza de que o encontraria lá.

            Desviando de todas as pessoas no caminho, cheguei até a torre de astronomia. Como o imaginado, ele realmente estava lá. Sentado no chão, encostado numa pilastra, ele dobrou os joelhos e apoiou e cabeça sobre os braços, chorando inconsolavelmente. Vagarosamente me aproximei e, enquanto isso, procurava na minha cabeça maneiras de como proceder adequadamente àquela situação. Como o significado da palavra amizade para mim era algo relativamente novo, eu definitivamente não tinha preparação alguma para saber como fornecer um auxilio decente a um amigo que acabou de ser traído e humilhado na frente de muita gente. Me limitei a sentar ao seu lado e encaixar sua cabeça em meu peito, permanecendo ainda em silêncio. Ele se agarrou ao meu peito e eu sentia seus soluços enquanto chorava. Não sabia o que fazer, mas não podia deixar que ele ficasse daquela maneira.

            Ficamos daquela maneira por muito tempo. Não sei dizer se foram minutos ou horas, mas vê-lo sofrendo daquela maneira parecia uma eternidade. Com o passar desse tempo, a intensidade do choro diminuía e ele parecia ficar cada vez mais calmo.

            - Por que ela fez isso, Draco? – ele perguntou, enquanto se soltava e parecia limpar as lentes embaçadas dos óculos redondos.

            Será que havia alguma resposta adequada ou correta? Talvez uma mais adequada ou mais correta?

            - Acho que os motivos são pouco importantes. O que importa, de fato, é o que aconteceu -  arrisquei.

            - Você tem razão – ele concordou, recolocando os óculos no rosto inchado – todo esse tempo em que tivemos afastados... nunca imaginei que ela fosse capaz. Digo, será que estávamos afastados por isso, ou será que isso aconteceu porque estávamos afastados?

            Quando me preparava para dar alguma outra resposta que não me comprometesse muito ou pudesse potencialmente piorar toda aquela situação, vi Hermione se aproximar com Ronald e Drachen pelas escadas. Respirei fundo pelo alívio de não ter que correr o risco de falar qualquer besteira.

            - Harry! – Hermione se ajoelhou em sua frente e o abraçou.

            - Mione...

            - Você está se sentindo melhor? – perguntou a garota, deslizando os polegares pelo rosto úmido do melhor amigo.

            Ronald e Drachen assistiam aquilo de pé, não muito afastados de nós. Ambos pareciam tocados pelas situação, mas assim como eu, não sabiam como agir diante daquilo.

 


Notas Finais


E agora?!


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